03/03/2012

Crítica do filme - 'Tiranossauro'

Com uma história intensa que fala sobre raiva e redenção de maneira muito comovente, o ator e agora diretor Paddy Considine (que assina a direção e o roteiro) faz a alegria dos cinéfilos com seu novo trabalho, “Tiranossauro”. O nome assusta um pouco, tem gente que acha até que o filme é de ficção científica, porém, qualquer suposição é apenas ilusão. O filme é recheado de pontos positivos e com duas atuações pra lá de convincentes.

Na trama, conhecemos Joseph um homem rodeado por desilusões e que está à beira da loucura dominado completamente pelo ódio que sente. Um certo dia, após beber todas em uma tarde, acaba indo parar na loja de Hannah, uma simpática vendedora que também possui seus problemas no cotidiano. Aos poucos, entre um drama e outro, vai surgindo entre eles uma amizade muito forte que acaba virando um conforto para essas duas almas perturbadas por fantasmas que os assombram à muito tempo.
Ao analisarmos os dois personagens percebemos dois lados em cada um deles.

Joseph, interpretado brilhantemente por Peter Mullan, é dominado por esse sentimento ruim que o vai corrompendo. Só não é mais grave a situação por conta de um amigo, um pequeno garotinho, o qual Joseph demonstra muito carinho sempre quando chega na rua de sua casa, que vive com a mãe e o padrasto cruel. Com a chegada da personagem Hannah na vida dele, o senhor de idade começa a perceber que sempre há tempo de recomeçar.

Olivia Colman (que está espetacular no papel) e sua Hannah contribuem e muito para à trama. Uma mulher que sofre com a violência escondida de seu marido perturbado também encontra um porto seguro ao lado de seu novo amigo. As variações nas atitudes da personagem mostram um quadro de puro sofrimento e perturbações iguais ou até superiores ao de Joseph.

O longa possui cenas fortes e marcantes provocadas pela fúria sem limite dos personagens principais. O desfecho caracteriza um novo caminho e a liberdade de alguns desses carmas passado, porém, toda ação tem suas consequências.

Bruto, intenso, brilhante!  Você não pode perder essa fita irlandesa que foi um dos filmes sensação do último festival do Rio de cinema.