11/06/2012

Crítica do filme: 'Bel Ami'


Não é suficiente só ser amado? Em “Bel Ami somos jogados em uma história de sedução e desejos maduros muito bem executados pelos atores. Em seu recheio, ótimas atuações, uma trilha impecável e uma grata surpresa. O novo trabalho dos diretores Declan Donnellan, Nick Ormerod é cheio de características peculiares, tinha tudo para dar errado mas a dupla acaba acertando em cheio, neste simpático longa.

Na trama, adaptada do conto de Guy de Maupassant, o espectador é apresentado à ascensão de um jovem ao ‘poder’, em Paris. Contando com seu dom de manipulação e o charme que exerce sobre as mulheres mais influentes e ricas da cidade luz, consegue um por um seus objetivos. Mas será que ele tem algum preço a pagar?

Nessa sociedade francesa de séculos atrás, posições anti-governamentais são utilizadas pelo poder da impressa para instigar o povo contra os comandantes. O jogo político dita o ritmo necessário para que o longa (que tem o roteiro assinado por Rachel Bennette) se sustente até o fim, deixando poucas brechas para futilidades que poderiam sair dos relacionamentos dos personagens.

Robert Pattinson mostra um bom entendimento do complicado personagem. Não podemos negar que é um dos melhores (senão o melhor) trabalhos desse criticado ator. Esperamos com mais esperança “Cosmópolis” do Cronemberg, veremos. Mas voltando ao filme, em uma cidade onde as mulheres tem forte influência sobre as decisões de seus maridos, a ascensão em um tabloide dá à Georges Duroy (Pattinson) o status que buscava. Em meio à todas as mulheres que o cercam, começa a ficar perdido em relação as decisões que precisa tomar para alimentar seu lado gigolô-vingativo e ganancioso, que possui uma tremenda vulnerabilidade quando sob ataque. Duroy apronta de tudo e pede desculpas (para uma dama em específico). Parece contraditório, não é? Porém, se encaixa bem na trama.

O trio feminino (as coadjuvantes) é de dar água na boca de qualquer cinéfilo, executam seus respectivos personagens com toda elegância e charme que eles necessitam. Kristin Scott Thomas muito bem no papel da esposa influente do dono do jornal, existe algum papel que essa veterana não consiga executar? Uma Thurman dá um show na pele da ‘jogadora’ que consegue estar em todos os movimentos de clímax do filme, um dos melhores trabalhos da musa de Tarantino. E por último, e com o mesmo destaque, Christina Ricci que interpreta Clotilde de Marelle, que possui uma forte influência sobre as decisões do personagem principal na história.

Com uma trilha indutiva, que leva o público para dentro da história, “Bel Ami” marca a estreia de Robert Pattinson às críticas positivas. Creiam cinéfilos, é verdade! Não deixem de conferir.