28/08/2012

Crítica do filme: 'Margaret'


Um filme inteligente que não surgiu para ser ‘mainstream’

O nova-iorquino Kenneth Lonergan (que dirigiu o ótimo “Conte Comigo”) consegue em um longo filme narrar com muita inteligência as atitudes de uma adolescente em crise após um determinado acidente.  O longa tem cenas dramáticas, fortes e sensíveis ao mesmo tempo que preza pelo lado humano, em meio ao caos emocional instaurado.  O desfile de rostos famosos que aparecem ao longo da trama, cada um com seu pequeno papel, ajudam e muito a construir essa ótima história.

Na trama, conhecemos Lisa Cohen (interpretada muito bem pela mais jovem ganhadora do Oscar Anna Paquin) uma jovem com graves problemas de diálogos com sua mãe que acaba em um certo dia testemunha de um acidente fatal de ônibus. Após esse dia, a troca pela culpa é a nova caminhada que a jovem percorre, para tal, conhecemos aos poucos novos rostos que ajudam a adolescente a definir o tamanho da parcela de sua culpa nesse acidente.

O papel da mãe é muito definido (fabuloso trabalho da atriz americana J. Smith-Cameron). Solteira, atriz veterana dos palcos, leva uma vida de artista e quando volta para casa não consegue se entender com a filha. As duas estão passando por uma fase complicada, o que de fato atrapalha muito essa relação. A decadência das escolhas da protagonista começam após um grave acidente onde a mesma tem uma grande parcela de culpa. Discussões fervorosas com sua mãe e seus amigos na escola mostram o descontrole que paira nessa adolescente completamente em crise emocional.

O ponto negativo da fita vai para o sua duração. Muito longo, por mais que não possamos dizer que conta com demasiadas cenas desnecessárias. Não existe o famoso ‘encher lingüiça’ mas o tempo poderia ter menor.  

O cinéfilo mais atento e fã de David Lynch ficará surpreso: Laura Palmer aparece de relance um uma cena, reparem só!

Aulas de história, sociologia e literatura levantam questões importantes oriundas das dúvidas das jovens mentes. Vale a pena conferir e indicar se gostar. Um filme inteligente que não surgiu para ser ‘mainstream’ e agrada muito o público cinéfilo.