09/08/2015

Crítica do filme: 'Before We Go'

Se você ama alguém isso te permite não achar perfeição em outra pessoa. Seguindo a linha do clássico de Linklater, Antes do Amanhecer, o projeto Before We Go, primeira experiência do capitão América Chris Evans na direção de um filme, é uma história romântica de duas almas que se encontram mas não necessariamente terminarão essa jornada juntos. Evans se arriscou bastante atrás das câmeras, teve lados positivos e negativos oriundos dessa coragem como diretor. Before We Go , de apenas 89 minutos, foi exibido no último festival de Toronto e ainda não tem data para estrear no Brasil.

Na trama, conhecemos o trompetista Nick Vaughan (Chris Evans), um homem com dores de um amor do passado que encontra-se próximo de uma grande chance na carreira e para isso toca seu instrumento numa movimentada estação de trem nos Eua. Certo dia, já perto de ir embora, acaba conhecendo a bela Brooke Dalton (Alice Eve), uma mulher que acabara de ser furtada e precisa voltar para casa. Assim, as duas almas embarcam em uma curta aventura, pelas ruas de uma grande cidade, em busca de respostas para diversas perguntas.

O roteiro, escrito pelo experiente Ronald Bass (Rain Man) tenta achar seu caminho batendo na tecla da maturidade de pessoas e seus modos objetivos de entender seus respectivos relacionamentos. Em um primeiro momento, parece que a fita vai cair no senso comum de outros filmes com a mesma premissa, porém, se arrisca o tempo todo gerando séries de reflexões talvez um pouco mal construídas pelo problema de construção dos personagens.  


Ao longo da projeção, vamos vendo algumas situações extremamente forçadas que atrapalham pouco a simpática química dos personagens. Existem bons diálogos e raras mas não comprometedoras coadjuvantes que aparecem na história. Porém, um dos pecados do filme é tentar ser profundo demais sem antes caminhar na construção/características de cada personagem. Nos sentimos em um grande quebra-cabeça com peças misturadas entre o possível e o impossível. A licença poética que o roteiro pede, às vezes, pode ser confundida com uma certa tolerância que o espectador precisa ter com a história.