02/06/2016

Crítica do filme: 'Agnus Dei'



Não é preciso que a bondade se mostre mas sim é preciso que se deixe ver. Com uma direção muito competente e segura da cineasta Anne Fontaine, um dos grandes destaques do Festival Varilux de Cinema 2016, Agnus Dei, é um filme que comove do início ao fim. Baseado em fatos reais ocorridos em uma Polônia cheia de problemas por conta da Guerra, o longa-metragem possui um roteiro envolvente e atuações acima da média que chega ao brilhantismo quando aborda o conflito da fé.  

Na trama, voltamos à Polônia no ano de 1945. A fria enfermeira Mathilde Beaulieu (Lou de Lâage) trabalha como assistente de medicina em um posto da Cruz Vermelha. Certo dia, uma misteriosa freira procura por ajuda de algum médico no posto, a única que se mexe para ajudar é Mathilde que acaba descobrindo que soldados soviéticos violentaram algumas mulheres no covento e que muitas dessas estão grávidas. Tentando ajudar a qualquer custo, a corajosa enfermeira enfrentará a todos para ajudar as freiras.

Protagonizado pela belíssima atriz Lou de Laâge, que encantou os cinéfilos com sua atuação no excelente Respire (2014), Agnus Dei, começa com um primeiro ato um pouco morno, demora um pouco para se encaixar. Nesse primeiro quadrante encontramos uma Polônia devastada pela guerra, com órfãos jogados pelas ruas e por uma estranha força militar soviética que assombra a região onde está o posto da Cruz Vermelha. O segundo ato, foca no conflito pessoal da enfermeira protagonista com as regras impostas pela irmã chefe, por conta do ocorrido, dentro do covento. Nos atos seguintes, o desenvolvimento das ações e conclusão dos fatos são feitos de maneira mais homogênea pois utilizam os conflitos da fé como interseção. 

Les Innocentes, no original, não é um filme fácil. Ao longo dos quase 120 minutos de projeção, vamos navegando nas histórias tristes que as grandes guerras produziram durante todos os anos de conflito. Tem que ter um coração forte, é um poderoso drama com muitos momentos emocionantes.