28/09/2011

Fahrenheit 451 - Cinema com Raphael Camacho

Em uma época distante ou próxima (como preferirem), os “bombeiros” tem como sua principal função na sociedade queimar qualquer tipo de material impresso, pois, foi colocado aos mesmos que leitura (literatura) é um dos propagadores da infelicidade na vida das pessoas. O personagem de Oskar Werner (Montag), é um bombeiro nessa sociedade. É um dos poucos que começa a questionar tal racionalidade principalmente quando vê uma jovem (sua vizinha) preferir ser queimada junto com seus livros (uma vasta biblioteca) ao invés de permanecer viva.

Em um universo onde a leitura é bastante questionada e leis de não incentivo à mesma são seguidas fervorosamente pelos “bombeiros”; encontramos como o palco central de Fahrenheit 451, um dos maiores clássicos, de um roteiro adaptado, do cinema mundial.  O longa, nos mostra uma cidade deteriorada por inovações e total esquecimento de princípios básicos que afloram racionalidades uniformes. O personagem principal (Guy Montag) é um desses “bombeiros” (sua função, basicamente, é queimar livros) e ao longo da trama vamos vendo o quanto a sociedade em que vive gera altas crises ideológicas e existenciais para o mesmo. Sua vida começa a fazer algum sentido quando se depara com sua jovem vizinha Clarisse McClellan, uma adolescente que, assim como Montag, questiona o mundo onde vive. Após o desaparecimento, bastante nebuloso de Clarrise, Montag se revolta contra o mundo em que vive  e resolve esconder alguns livros na sua própria casa. Não satisfeito, começa a procurar aliados que compartilhem um pouco das suas idéias. Encontra mais um personagem, o professor Faber, que o ajuda a entender melhor o valor dos livros e se junta à um grupo, onde refugia-se, seguindo à risca o objetivo desse grupo: decorar as obras literárias na memória.

Fahrenheit 471 é uma crítica muito inteligente sobre a crise existencial que muita gente passa e nem percebe. Ray Bradbury criou essa obra-prima metafórica (em 1953, com o título de Fireman) sobre um mundo onde o livro, vejam só, é determinado como uma coisa ofensiva e que trás infelicidade. Mas basta uma pessoa vir com um pensamento contrário às regras que outras começam a fazer o mesmo e tem-se questionamentos e adequações às suas próprias certezas. François Truffaut, um gênio da sétima arte, tem em Fahrenheit 471 seu único filme em inglês e em cores.
Continue lendo... Fahrenheit 451 - Cinema com Raphael Camacho

27/09/2011

Promoção! Concorra a um par de convites para o filme Larry Crowne


O Blog Infoco News(@bloginfoconews), juntamente com o  @Vassilizai  lançam uma promoção via twitter. O prêmio será um par de convites para o filme Larry Crowne.

Quer saber como participar?

1º passo: Siga as contas @vassilizai e @bloginfoconews
2º passo: Siga e dê RT na mensagem: Sigo @vassilizai e @bloginfoconews e estou concorrendo a um par de convites para o filme Larry Crowne kingo.to/PKN

REGULAMENTO DA PROMOÇÃO

1. A Promoção é aberta aos residentes de todo Brasil e, para concorrer, os participantes devem seguir os perfis @vassilizai e @bloginfoconews e retwittar a mensagem acima.

2. A Promoção é válida entre os dias 27/09/2011 a 28/09/2011 (até às 22 horas, o sorteio se realizará à noite, nesse mesmo dia).

3. O nome do vencedor será divulgado no blog http://www.guiadocinefilo.tk a partir da data de término da Promoção.

4. O prêmio é individual e intransferível e, em nenhuma hipótese, o vencedor poderá trocá-lo ou recebê-lo
em dinheiro.

5. Caso os participantes tenham dúvidas, os mesmos poderão solicitar esclarecimentos por e-mail para raphaelcamacho@gmail.com

6. Caso vença o sorteio, após o contato, entrar em contato em até 48 horas.
Continue lendo... Promoção! Concorra a um par de convites para o filme Larry Crowne

Zelador Animal - Cinema com Raphael Camacho

Muitos clichês. Impossível não comparar essa produção ao filme Uma Noite no Museu. Não tinha como começar a falar (desse novo longa de Frank Colaci, que tem uma direção apenas regular) com outras palavras. O roteiro tem muitas falhas e as atuações não ajudam, tornando esse, uma grande decepção.

Na história, um simpático funcionário de um zoológico americano tenta reconquistar uma ex-namorada com a ajudada bem peculiar dos animais que toma conta. Mas, a forte amizade com a nova veterinária faz com que ele descubra que amor está mais perto do que ele pensa.

Kevin James mostra ser um ator com certo carisma mas vai demorar a chegar no nível de outros artistas do gênero. Muitos desses, mostraram realmente seu valor, em filmes dramáticos e personagens completamente diferente de qualquer palhaçada. Jim Carrey fez Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças; Will Farrell fez Mais Estranho que a Ficção; Adam Sandler fez Embriagado de Amor. Será que Kevin conseguirá fazer um filme de drama tão bem quanto esses artistas?

Em algumas passagens em que o personagem principal interage, dialogando com o Leão, algumas falas parecem muito com diálogos contido no livro famoso de Sun Tzu, A Arte da Guerra. Achei esse fato bastante curioso. As cenas com o gorila Bernie são até engraçadas e divertem o espectador, já em uma outra de dança, tudo é muito mal feito, não adicionando absolutamente nada à trama. Muita bobagem por sinal.

No elenco de apoio estão Rosario Dawson (que fez o polêmico Kids) e Leslie Bibb. Essa última tem uma péssima atuação e com certeza, a premiação Framboesa de Ouro, já tem uma forte candidata para próximas indicações ao temido prêmio.

Para quem gosta de ver erros de gravações de filmes, fique sentado no cinema mesmo quando aparecerem os primeiros créditos finais, tem algumas cenas cômicas de erros das filmagens.

Era para ser uma diversão familiar, mas os clichês e as atuações irregulares tornam Zelador Animal, uma fraca indicação para você sair do conforto de sua casa em direção aos cinemas.
Continue lendo... Zelador Animal - Cinema com Raphael Camacho

23/09/2011

Família Vende Tudo - Cinema com Raphael Camacho

Um novo gênero musical (inventado para o filme), uma abordagem as vezes interessante e um esforçado elenco, compõe as primeiras impressões do novo longa de comédia ‘Família Vende Tudo’. Dirigido por Alain Fresnot (que dirigiu o ótimo ‘Batismo de Sangue’), repleto de atores de renome da nossa dramaturgia, conta a história de uma família bem humilde que tenta dar um golpe em um cantor famoso.

O som no início do filme é abafado e cria uma certa angustia aos espectadores, principalmente, aos que sabem dos grandes problemas com a qualidade dos nossos áudios numa época passada.

Desnecessária algumas cenas de nudez. Marisol Ribeiro em seu primeiro trabalho nas telonas tem algumas cenas desse tipo durante o longa. Luana Piovani também tem uma cena semelhante. Nosso cinema acabou com esse tipo de ‘nudez gratuita’ a muito tempo, tomara que não voltemos a tempos nebulosos da nossa sétima arte.

O longa tem falas esquisitas e que soam muito mal quando há a reprodução. Exemplo: “Ele é mais cheiroso que na TV”.

Lima Duarte sempre muito competente tenta ser um dos pontos altos do longa. Em uma passagem da trama, aparece jogando carteado no boteco com o ator que fazia parte do elenco do ‘Telecurso 2000’ . Isso me fez relembrar a minha infância.

Marisa Orth, aparece pouco, mas é muito boa a cena em que aparece como pastora, pregando com palavras e gestos. A personagem Glória é bem caricata mas não consegue bons diálogos quando interage com os outros personagens. Beatriz Seagal é uma das boas atrações do filme. Abusa de seu talento na pele de uma apresentadora daqueles programas sensacionalistas que conhecemos bem. A caracterização dos personagem, figurino e cenários ajudam a mostrar bastante realidade durante a produção.

O desfecho do personagem principal, interpretado por Caco Ciocler, é atual, transformando o chique em algo religioso.

É um longa nacional que vai rodar os cinemas de todo o Brasil. Tem muitos problemas, mas vá ao cinema para prestigiar a nossa sétima arte. Quem sabe não tem uma opinião diferente!

Continue lendo... Família Vende Tudo - Cinema com Raphael Camacho

22/09/2011

Divulgada lista das produções nacionais para o Festival do RJ 2011

Está chegando a hora! Entre os dias 06 e 18 de outubro começa o Festival do RJ de cinema. Com grandes expectativas sobre as produções brasileiras e do mundo a fora, esse ano promete levar muitos cinéfilos às concorridas sessões do festival. 
Foram anunciados algumas produções selecionados da Première Brasil, vamos à lista?

COMPETIÇÃO LONGAS DE FICÇÃO
1. A NOVELA DAS OITO de Odilon Rocha
2. AMANHÃ NUNCA MAIS de Tadeu Jungle
3. EU RECEBERIA AS PIORES NOTÍCIAS DE SEUS LINDOS LÁBIOS de Beto Brant e Renato Ciasca
4. GIRIMUNHO de Helvécio Marins Jr. e Clarissa Campolina
5. HISTÓRIAS QUE SÓ EXISTEM QUANDO LEMBRADAS de Julia Murat
6. MÃE E FILHA de Petrus Cariry
7. A HORA E A VEZ DE AUGUSTO MATRAGA de Vinícius Coimbra
8. O ABISMO PRATEADO de Karim Aïnouz
9. SUDOESTE de Eduardo Nunes


HORS CONCOURS FICÇÃO
1. CAPITÃES DE AREIA de Cecília Amado
2. CORAÇÕES SUJOS de Vicente Amorim
3. O PALHAÇO de Selton Mello
4. OS 3 de Nando Olival
5. REIS E RATOS de Mauro Lima

NOVOS RUMOS
1. PARAÍSO, AQUI VOU EU de Walter Daguerre e Cavi Borges
2. CRU de Jimi Figueiredo
3. DIA DE PRETO de Marcos Felipe, Daniel Mattos e Marcial Renato
4. RÂNIA de Roberta Marques
5. TEUS OLHOS MEUS de Caio Sóh
6. VAMOS FAZER UM BRINDE de Cavi Borges e Sabrina Rosa
7. CIRCULAR de Adriano Esturilho, Aly Muritiba, Bruno de Oliveira, Diego Florentino e Fábio Allon
8. ESPIRAL de Paulo Pons

COMPETIÇÃO LONGAS DOCUMENTÁRIOS
1 . A ERA DOS CAMPEÕES - de Cesario de Mello Franco e Marcos Bernestein -
2. CANÇÕES de Eduardo Coutinho
3. LAIÁ, LAIÁ de Alexandre Iglesias
4. LUZ, CÂMERA, PICHAÇÃO de Marcelo Guerra, Gustavo Coelho e Bruno Caetano
5. MARIGHELLA de Isa Grinspum Ferraz
6. MENTIRAS SINCERAS de Pedro Asbeg
7. OLHE PRA MIM DE NOVO de Kiko Goifman e Claudia Priscilla
8. OS ÚLTIMOS CANGACEIROS de Wolney Oliveira

HORS CONCOURS DOCS
1. CASA 9 de Luiz Carlos Lacerda
2. UMA LONGA VIAGEM de Lúcia Murat
3. VIDA DE ARTISTA de José Joffily

RETRATOS


1. Abdias Nascimento, Um Brasileiro do Mundo de Aída Marques
2. Augusto Boal e o Teatro do Oprimido de Zelito Viana
3. Bruta Aventura em Versos de Letícia Simões
4. Cena Nua de Belisário Franca
5. MARCELO YUKA NO CAMINHO DAS SETAS de Daniela Broitman
6. Salgado Filho - O Herói Esquecido de Ricky Ferreira

PREMIERE LATINA
1. CARTA PARA O FUTURO de Renato Martins
2. CUBA LIBRE de Evaldo Mocarzel

MOSTRA EXPECTATIVA
1.TAMBORES de Sérgio Raposo
2. VALE DOS ESQUECIDOS de Maria Carvalho Raduan

PANORAMA DO CINEMA MUNDIAL
1.Rock Brasília, Era de Ouro de Wladimir Carvalho

MOSTRA ITINERÁRIOS ÚNICOS
1. Um dia com Frederico Morais de Guilherme Coelho
2. Meia hora com Darcy de Roberto Berliner

COMPETIÇÃO CURTAS-METRAGENS
1. A FÁBRICA - de Aly Muritiba
2. ASSIM COMO ELA  de Flora Diegues
3. ASSUNTO DE FAMÍLIA de Caru Alves de Souza
4. DOIDO PELO RIO de Marcio Câmara
5. GISELA de Felipe Sholl
6. INQUÉRITO POLICIAL de Vinícius Casimiro
7. ISSO NÃO É O FIM de João Gabriel
8. O CAVALO  de  Joana Mariani
9. O CÉU NO ANDAR DE BAIXO  de Leonardo Cata Preta
10. PASSAGEIROS de Bruno Mello
11. QUAL QUEIJO VOCÊ QUER? de Cíntia Domit Bittar
12. SOBRE O MENINO DO RIO de Felipe Joffily
13. TELA de Carlos Nader
14. TEMPO DE CRIANÇA de Wagner Novais
15. CINE CAMELÔ de Clarissa Knoll (doc)
16. UMA VISITA PARA ELIZABETH TEIXEIRA de Susanna Lira (doc)
17. URÂNIO PICUÍ de Tiago Melo e Antônio Carrilho (doc)

 Hors Concours CURTAS-METRAGENS
1. RETRATO FALHADO - de André Warwar
2. O BRAZIL DE PERO VAZ DE CAMINHA  de Bruno Laet

MOSTRA RETRATOS CURTAS-METRAGENS
1. COUTINHO REPÓRTER - de Rená Tardin
2. A MUSA DA MINHA RUA  de Adolfo Lachtermacher
Continue lendo... Divulgada lista das produções nacionais para o Festival do RJ 2011

21/09/2011

Meu País - Cinema com Raphael Camacho

Um visual brasileiro com toque italiano. Personagens carregados de emoção e sofrimento. No novo trabalho de André Ristum, vemos essas e outras coisas serem expostas para o espectador de maneira intensa, tornando o longa uma boa pedida para quando entrar em cartaz nos nossos cinemas, no dia 7 de outubro.

Logo no início percebemos certa preocupação com o cenário. Tudo é muito bem encaixado. Com lindas Paisagens, uma narrativa densa e um elenco que interage de forma muito inteligente, começa um pouco vago mas aos poucos vamos interagindo melhor com a história.

No filme, um homem bem sucedido tem que voltar às pressas da cidade onde mora (alguma italiana) para o Brasil por conta do falecimento de seu pai. Chegando na sua terra natal reencontra seu irmão e descobre que seu pai tinha uma outra filha bastante especial. O impacto da chegada da jovem especial, gera conseqüências que recaem sobre a relação já deteriorada da família.

O personagem Marcos, amargurado e mostrando traços de tristeza passada, tenta ser o elo forte da trama com o espectador. Rodrigo Santoro, que interpreta esse, tem um papel muito complicado em suas mãos, mas consegue dar um toque sério bastante interessante ao mesmo. Santoro, fala dois idiomas na história e dá um show na fluência das duas línguas (Português e Italiano). A variação das emoções desse personagem deixa a produção, às vezes, com conclusões apressadas sobre a eminência da história.

Em alguns takes, Anita Caprioli parece a atriz francesa Sophie Marceau. Essa jovem atriz italiana é uma grata surpresa e ajuda muito a dar certa veracidade aos fatos apresentados na pele da mulher do personagem Marcos. Muito da história inicial dessa família desunida é mostrada aos olhos da personagem Giulia que em uma das sequências passeia pela casa da família de seu esposo e acompanha dezenas de fotos pelas paredes do casarão.

Já, com um papel muito difícil em suas mãos, Débora Falabella faz o simples e conquista o público com uma boa atuação. Paulo José aparece pouco mas emociona sempre quando em cena. Cauã Reymond é uma aposta para próximos trabalhos no cinema, sua curva é positiva (em relação aos seus últimos trabalhos nas telonas) e vem entendendo cada vez melhor seus personagens, apesar que, nesse em específico achei que se perdeu em alguns momentos.

A casa da família dos personagens principais parece aqueles que lemos em livros da Agatha Christie.

Na menção à mala de Santoro: “- parece um quadro de Pollock...” Me lembrara do filme homônimo ao artista, onde o personagem principal é interpretado pelo fantástico Ed Harris.

É uma película que emociona e te deixa envolvido principalmente do meio para frente. São 90 minutos de um bom cinema nacional. Compre a pipoca e vá assistir!
.
Continue lendo... Meu País - Cinema com Raphael Camacho