11/10/2011

Juan e a Bailarina - Cinema com Raphael Camacho

Eram  pouco mais que 19:00 horas, no primeiro domingo do Festival do Rio de Cinema. Vestindo uma camisa roxa e com um discurso emocionado, o diretor Raphael Aguinaga comove a platéia antes do filme começar. Suas palavras interagem tão bem que torcíamos para que o longa tivesse ao menos metade dessa qualidade. Após a sessão, a certeza dessa co-produção Brasil-Argentina ser a grande surpresa do festival não restava dúvidas.

Um grupo de idosos, que vivem em um asilo, fica sabendo que a Igreja Católica clonou Jesus, ao mesmo tempo, que é substituída a enfermeira que cuida deles. Assim a história avança em cinco partes: Uma Notícia Espetacular, Um Acontecimento Desafortunado, A Terceira Casa de Marte, Operação Voo da Águia e O Apocalipse.

O filme é muito rico em detalhes e aos poucos vamos sendo apresentados aos simpáticos protagonistas. Dolores, uma das simpáticas personagens é sensacional, dominando as partes cômicas da trama. O dia-a-dia de um lar para terceira idade é mostrada de forma inteligente, original e muito engraçada. Os contornos na vida dos idosos são feitos com muitas conversas, que rendem ótimos diálogos durante a produção. A divisão em subtítulos ao decorrer da trama melhora a percepção do espectador para com a história.

Ambientado na argentina, O Levante é basicamente Hermano, porém com muitos toques brasileiros. O longa tem cenas emblemáticas, como: a do tango, muito bem conduzida pela câmera inquieta de Aguinaga.

Um sentido à vida é a busca constante, às vezes inconsciente, desses cidadãos abandonados e que se sustentam na amizade.  A empolgação do público é a prova da incrível simpatia que o longa transpira da telona até poltrona mais próxima. Certamente agradará muitos cinéfilos.  A mensagem que o primeiro longa metragem de Raphael Aguinaga deixa é a de que sempre brotará uma esperança dentro de nós.

Se emocione, divirta-se e surpreende-se! O Levante é garantia de qualidade! Até agora é a grande surpresa do festival!

O filme ainda tem mais sessões nesse Festival do Rio. Não percam!

DOM (9/10) 12:15 Est Sesc Rio 2
DOM (9/10) 19:00 Estação Sesc Rio 2
SEG (10/10) 19:30 Cine Carioca
SAB (15/10) 21:00 Cine Santa
TER (18/10) 16:30 Kinoplex Fashion Mall 1
TER (18/10) 21:30 Kinoplex Fashion Mall 1
QUI (20/10) 17:00 Cine Sesc 2
QUI (20/10) 21:00 Cine Sesc 2
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10/10/2011

Gigantes de Aço - Cinema com Raphael Camacho

O filme tenta criar, num futuro próximo (mais precisamente 2020) a eminência da evolução dos games. Lá, o virtual e o real estão próximos e muitas modalidades serão substituídas pelas máquinas. No novo trabalho de Shawn Levi (que dirigiu Uma Noite no Museu 1 e 2), o movimento dos robôs é para elogios, faltando apenas caírem joysticks nas poltronas do cinema para cada um controlar um personagem.

A cena inicial é uma clássica referência às arenas e seus gladiadores da antiga Roma. Com poucos minutos, vemos como esse longa de Levi é muito superior à Transformers, inevitável analogia. Shawn Levi deveria ensinar ao Michael Bay como fazer um filme de robôs.

O roteiro explica vários fragmentos temporais e o passado da trama, já que a visão é uma data pra frente de nosso atual tempo, isso ajuda o espectador a se situar e entender melhor o que se acontece nas telonas. Porém, com 11 anos, é muito difícil uma pessoa saber tanto de eletricidade como o mais jovem dos personagens. Bastante exagero do roteirista.

Um fato curioso são as muitas referências ao Brasil. Com certeza, por conta da força que temos em “esportes de arenas” lotadas. A família Gracie é mencionada.

O pequeno Max Kenton, interpretado pelo jovem Dakoto Goyo, é muito parecido com outro personagem famoso do mundo do cinema, Anakin Skywalker. O astro mirim já havia participado de outras produções hollywoodianas como Thor e Defendor. O momento ‘Justin Bieber’ ou ‘Dança com os Robôs’ é desnecessária e apenas dá um tom diferente à narrativa.

Evangeline Lilly integra o elenco principal e tenta se encaixar no mundo do cinema. Às vezes fica bem, outras nem tanto. Atuação apenas regular.

Hugh Jackman tenta criar um personagem sem sentimentos que vai se abrindo aos poucos e acaba caindo nos famosos clichês dramáticos que estamos cansados de ver em filmes americanos.

Quando o cinéfilo interage com o filme nota semelhanças com produções como: O Homem Bicentenário e A.I. Inteligência Artificial.

A fita fala sobre a situação da Exposição da mídia e bate na tecla que o evento é um show antes de ser uma luta.

O “UFC Robótico” promete levar muita gente aos cinemas. Agora o texto acabou, vou lá jogar Wii!
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08/10/2011

Qual seu Número? - Cinema com Raphael Camacho

Para esse tipo de livro virar um filme bom, uma protagonista talentosa é sempre o mais indicado. Pena, que talento em Qual seu Número? você não encontra. O novo trabalho de Mark Mylod (que dirigiu muitos episódios de vários seriados americanos) arranca uma ou outra risada, mas é muito inconsistente como um todo.

Anna Faris faz a personagem Ally Darling e enche-a de caras e bocas. A melhor atuação de Faris é no longa Encontros e Desencontros, desde essa produção sua carreira estacionou no talento. Chris Evans (que fez recentemente o longa Capitão América), como todo ator limitado, encaixa bem nesse tipo de papel.

A produção apela para nudez em algumas cenas, totalmente desnecessárias em todos os casos. Acredito que o nu artístico é um recurso que pode ser utilizado dentro do cinema, porém, com contexto e fundamento dentro da história.

A subidinha da protagonista na bancada de um bar, com drinks e mais drinks, lembra muito certas cenas de Coyote Ugly.

Como virou moda em Hollywood recentemente, muitas menções às redes sociais são vistas no decorrer da trama.

Um dos poucos momentos, realmente engraçado do longa, ocorre quando a protagonista imita  o sotaque do Borat(personagem famoso do londrino Sacha Baron Cohen, em filme homólogo). A fita fica mais engraçada quando utiliza o recurso de flashbacks das relações passadas da confusa protagonista.

Fazendo uma analogia ao futebol, essa fita estava na zona de rebaixamento, até que alguns razoáveis minutos do meio para frente, tiraram o mesmo da zona da degola. Chegou perto de ser cravado como o pior longa do ano.

Se perguntassem: qual o número desse filme? A resposta com certeza reprovaria a produção.



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07/10/2011

A Pele que Habito - Cinema com Raphael Camacho

Após o excelente Abraços Partidos (2009), o cineasta espanhol Pedro Almodóvar volta com brilhantismo, para delírio dos cinéfilos de plantão, com o longa A Pele que Habito. Tudo é cirurgicamente bem feito, um trabalho quase impecável do famoso diretor.

Na trama, um médico cirurgião adota, única e exclusivamente, a vingança como forma de vida após a morte de sua filha. Seu objetivo, é vingar-se do estuprador da mesma. A maneira que as peças se encaixam, até a sua conclusão, transformam o filme numa obra assustadoramente brilhante.

O roteiro é dinâmico, com aquele famoso vai-e-vem na linha temporal (clássico em alguns filmes do diretor espanhol) o quê ajuda o espectador a não desgrudar os olhos da telona. O detalhamento das cenas é algo esplêndido. As partes de interação entre os personagens, via câmera de circuito interno, praticamente nos transportam pra dentro da história. Há, também, presença marcante de muitas cores, como todo filme do gênio que dirige a trama. A beleza do corpo, muitas vezes é passada com a câmera, às vezes lenta, mostrando a sutileza contrapondo qualquer outro sentido.

Almodóvar nos presenteia com esse notável trabalho e demonstra mais do que tudo, o objeto de obsessão da sua vida, o cinema. Sua produção, inspirada no livro Tarântula (do autor francês Thierry Jonquet), é uma prova de admiração à sétima arte.

O drama, com pitadas de suspense, é recheado de boas atuações.

Antonio Banderas tem um desempenho admirável, chega a impressionar em alguns momentos. Seu personagem é um dos mais difíceis da produção. Impressionante como o marido da atriz Melanie Griffith sempre chega ao seu máximo, quando é dirigido por Almodóvar.

Marisa Paredes, a eterna musa de Pedro Almodóvar, faz o papel da intrigante Marilia e tem ótimos diálogos com o personagem de Banderas, Robert Ledgard, seu chefe. A veterana atriz espanhola deve marcar presença na première do longa (que abre o Festival de Cinema do Rio de Janeiro 2011) no Cine Odéon, na noite da próxima quinta-feira(06 de outubro).

Blanca Suárez aparece pouco, dando vida à filha do personagem principal, mas tem um papel impactante na história. Era preciso uma dotada artista para essa função, pois muito da tensão do filme gira em torno do acontecido em suas cenas. Blanca foi a escolha certa, ótima como Norma. Jan Cornet interpreta Vicente, a princípio é um coadjuvante qualquer, até que as reviravoltas da narrativa desmentem essa afirmação.

Completando o quinteto que dá sentido a história, a beleza e o talento de Elena Anaya (atriz espanhola que atuou em produções como Fale com Ela e Alatriste). O foco estava todo nela, no começo o espectador busca entender sua personagem, Vera, mas aos poucos vamos descobrindo enigmas inimagináveis sobre a mesma. Um desempenho louvável desse formidável talento da terra das touradas.

A música “Preciso Amar”, que é cantada magistralmente no longa, é belíssima. Fazendo com que cinéfilos e adoradores da mesma, torçam para o lançamento breve do cd da trilha sonora da produção.

Sem mais, corram para o cinema assim que estrear.  Até agora, o melhor filme do ano!



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06/10/2011

A Hora do Espanto (2011) - Cinema com Raphael Camacho

Refilmagem do clássico de 1985, A Hora do Espanto, nos coloca de frente com um quase novato no papel de protagonista (Anton Yelchin) e nomes conhecidos como: Toni Collette e Colin Farrell.  A direção fica a cargo do diretor Craig Gillespie, que dirigiu o simpático Garota Ideal (um dos melhores filmes do Ryan Gosling como protagonista).

Na trama um jovem, ex-nerd, tem uma vida bem agradável: tem muito amigos, namora a garota mais bonita da escola e uma mãe super legal. Quando um ex-amigo dele abre os olhos do mesmo para um provável vizinho vampiro nosso amigo vai fazer de tudo para combater esse bebedor de sangue.

O longa tem um atmosfera parecida com a do filme Paranóia. Algumas cenas, como a da observação do protagonista e sua namorada às atividades do vampiro, lembram muito o longa citado. Acontece tudo muito rápido na história. O garoto popular que era Nerd e de repente acredita em vampiros... não convence muito esse roteiro apressado. O que mais estranha é que não assusta em momento nenhum.

Com tantas refilmagens em Hollywood, fica o pedido de um crítico de cinema que acima de tudo é um grande cinéfilo, gostaria muito de ver um remake do ótimo VAMPIROS do John Carpenter, será que alguém é corajoso para mexer com um dos clássicos desse gênero vampiresco?

As menções à saga Crepúsculo já estão virando clichês dos filmes do gênero. Esse longa não foge da regra.
Esse novo suspense, com pitadas de comédia e ação, estreia dia 07 de outubro nos cinemas brasileiros. Chega ao Brasil com cópias em 3D também. A indicação vai para o clássico de Tom Holland, ganha de goleada desse. 
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05/10/2011

A Árvore do Amor - Cinema com Raphael Camacho

Um filme com uma pitada política. Um grande amor (daqueles que só vemos no mundo da sétima arte) e bons diálogos. Em seu novo trabalho, A Árvore do Amor, o diretor Zhang Yimou fala sobre pessoas e a interação dos mesmos com a ideologia política da época.

Na trama, uma jovem bastante delicada tem que sobreviver em meio à revolução cultural chinesa, não podendo cometer muitos deslizes por conta dos olhares governamentais em sua família. No meio dessa trajetória, a personagem se apaixona perdidamente pelo filho de um general. Daí nasce um amor, transformando o decorrer dos acontecimentos num drama com muitas cargas de emoção.

O entendimento da história é ajudado com citações freqüentes, em meio às sequencias de cenas. É um ótimo método para não fazer o espectador se perder durante às duas horas de fita. Recurso louvável.

A construção cênica é muito bem encaixada aos diálogos profundos, que volta e meia contornam a produção. É ótima a mensagem de que o amor nasce até dentro de ideologias maçantes e a partir desse sentimento puro, o conforto nos surpreende e vira uma válvula de escape para qualquer sentimento.

A talentosíssima dupla de atores Shawn Dou, Dongyu Zhou (os protagonistas da história, baseada no livro de Ai Mi) possuem uma ótima química em cena e são conduzidos de maneira cirúrgica pelas mãos talentosas do diretor.

Esse é para corações fortes, já que possui uma carga considerável de emoção.

O longa chinês estará no Festival de Cinema do Rio e terá as seguintes sessões:

DOM (9/10) 19:30 Cine Carioca
DOM (16/10) 19:00 Cine Sesc 2
TER (18/10) 13:40 Est Vivo Gávea 2 [GV256]
TER (18/10) 20:10 Est Vivo Gávea 2 [GV259]

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04/10/2011

Contágio - Cinema com Raphael Camacho

Com uma espécie de crítica ao que ficaria em torno de uma possível epidemia de escala global, principalmente, no modo como os governos lidariam com esse pânico da população é o argumento principal dessa boa trama que promete lotar as salas de cinema no mundo todo. O diretor Steven Soderbergh, dá um ritmo dinâmico à sua fita que é completado por uma trilha sonora freneticamente bem produzida (créditos para Cliff Martinez).

No longa, um vírus que é transmitido pelo ar chega rapidamente ao conhecimento da nação transformando especialistas e homens da ciência na única fonte de possibilidade para encontrar uma cura. Um caos domina o mundo e pessoas de todas as nacionalidades lutam pela sobrevivência.  

O filme relata também a exposição da comunicação, na era da tecnologia e das comunidades virtuais. O quão grande e rápido seria o vazamento da notícia e suas conseqüências. Passa nas mãos do personagem de Jude Law e seu carregado sotaque londrino (que na fita faz um blogueiro famoso) muito desse tema. A contextualização do poder das redes sociais e o poder de opinião de algumas pessoas trás a história para o nosso tempo.

Em muitas cidades um verdadeiro caos é instaurado. As ladeiras de São Francisco (cidade americana) nunca estiveram tão bagunçadas. Imagino como Adrien Monk, morador ilustre da cidade, estaria em meio a um caos dessa proporção (referência ao personagem de Tony Shalhoub , do seriado Monk, que possui problemas sérios de Transtorno Obsessivo Compulsivo).

A paranóia em volta da doença é mostrada com atitudes anti-sociais e pânico, gerado pela possibilidade de infecção.  Matt Damon (que está muito competente no papel) e seu personagem são os encarregados de nos passar isso, são os que mais sofrem na história. Com falecimentos na família, faz de tudo para proteger a única filha que lhe restou.

Classes trabalhistas, como as enfermeiras, através de greves e medo de contágio atrapalham a logística das soluções. Obstinados, homens e mulheres da ciência vão atrás da cura. Uma dessas pessoas é a Dra. Erin Mears, interpretada pela sempre sensacional Kate Winslet. Impressionante como essa talentosa atriz fica bem em qualquer papel.

Ao mesmo tempo à busca pelo paciente zero (que deu origem a epidemia) é feita muito pela personagem de Marion Cotillard. Um destino interessante é dado à mesma. Sequestrada, vira professora de um vilarejo (que também é uma espécie de refúgio) e moeda de troca para recebimento de vacina.

Conflitos éticos são muito bem abordados durante todo o decorrer da história. Laurence Fishburne interpreta o Dr. Ellis Cheever, responsável por expor esses conflitos e chegar à uma redenção perto dos créditos finais.

A dor de não poder enterrar seus entes queridos (por conta do medo de contágio), cobaias de origem animais usadas desesperadamente por especialistas em busca de mais informações sobre a doença, o desespero por comida (questão básica de sobrevivência), atendimento de serviços de segurança à população(o famoso 911) com opções para quem quer remover um corpo, são amostras do que é passado ao longo dos 100 minutos da produção.

Já vimos o Passageiro 57 em outros verões. Esse número volta ao imaginário cinéfilo dando o nome à vacina com possibilidades de cura. 

Imaginando uma versão brasileira dos fatos, se tivesse um filme nacional com essa temática, a música A Cura do Lulu Santos, cairia como uma luva.

O filme estréia por aqui no dia 28 de outubro. Lave bem as mãos e vá ao cinema!



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03/10/2011

Um Homem Engraçado - Cinema com Raphael Camacho

Reunindo um ator do aclamado Brothers, com coadjuvantes de altíssimo nível, o novo longa do diretor Martin Zandvliet, por mais que tenha uma duração um pouco grande demais, deve agradar aos gostos cinéfilos nas salas em que for exibido.

A grande expectativa em torno da produção, acontece, por conta do histórico recente do cinema dinamarquês, sempre com boas produções. O Roteiro é bem estruturado, bem ao estilo da “escola dinamarquesa”. Porém, ao longo da fita percebemos que o ator principal é o grande impulsionador para que o filme dê certo.

O ator Nikolaj Lie Kaas (que interpreta Dirch Passer, principal estrela do longa) dá um show, literalmente, do início ao fim da trama. Conhecemos esse grande talento de filmes como Brothers e Corações Livres. Esse último, uma obra da sétima arte memorável. Nikolaj parece, esteticamente, um mistura de Fábio Assunção e Thomas Haden Church (que fez o ótimo Sideways). Nesse filme ele dança, canta e interpreta de maneira eletrizante deixando os amantes da sétima arte com um grande sorriso na cara. O veterano ator, teve uma tarefa complexa ao interpretar muitos papéis nessa biografia cinematográfica. O personagem era difícil, com muitas incertezas e pouca confiança sobre seu trabalho, além de ter uma vida pessoal que era uma bagunça tremenda: Mulheres, bebidas, todo tipo de situação conflituosa. Aos poucos, vemos sua decadência pessoal em meio ao sucesso estrondoso de qualquer show que faça.

A história fala sobre o dom da comédia. A busca de um ator por atuações em outros tipos de trabalho. A trama, que é passada nos anos 60, na Dinamarca, é baseada em fatos reais nos narrando a história do comediante Dirch Passer, que por mais que fosse um gênio no que fazia, tinha sérios problemas pessoais e desejos não apoiados, profissionalmente falando.

Uma dupla no teatro é uniforme tecnicamente e emocionalmente falando. Dirch tinha um show com seu parceiro Kjeld Petersen que era um grande sucesso. A eminência à ruptura da dupla, por conta dos donos do show, enfraquece a amizade, deixando o personagem principal completamente sem rumo.

Um Homem Engraçado tem muita coisa positiva. A cena do sofá invertido é bem feita e produz risadas do espectador. A última sequência é muito bem dirigida e maravilhosamente interpretada por todos os atores.

O filme foi selecionado e passará no festival do Rio de Cinema desse ano, que começa no dia 06 de outubro, atenção às sessões dele na mostra:

SAB (8/10) 17:20 Est Sesc BarraPoint 1 [BP108]
QUI (13/10) 14:00 Kinoplex Fashion Mall 1 [KF025]
QUI (13/10) 19:00 Kinoplex Fashion Mall 1 [KF027]
SEX (14/10) 14:30 Est Sesc Rio 2 [ER244]
SEX (14/10) 21:15 Est Sesc Rio 2 [ER247]

Compre seu ingresso nas bilheterias, prestigie nosso festival e veja um ótimo filme! 
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02/10/2011

Eu Queria ter a Sua Vida - Cinema com Raphael Camacho

O novo longa de comédia estrelado por Ryan Reynolds e Jason Bateman tem alguns momentos desnecessários e diálogos sem graça, dirigido por David Dobkin (que fez também a comédia Penetras Bons de Bico) bate o recorde de clichês em uma produção nesse ano.

Na trama, dois amigos (que vivem a vida de maneira bem diferente) conseguem, a partir de um pedido a uma fonte, que suas vidas sejam trocadas. Para o desespero dos cinéfilos e entusiastas de boas atuações, isso acontece, transformando a fita numa desorganizada confusão com direito a cenas bem cafonas e um desejo para que o mesmo termine o mais cedo possível.

O contexto geral do filme e principalmente a cena da ‘troca’, lembram muito o longa Quero ser Grande.
Jason Bateman é um ator que possui boas atuações no curriculum, mas brincar com crianças na tela, ninguém supera Jim Carrey e sua “garra” (referência ao filme O Mentiroso). Sempre que há uma cena semelhante é inevitável essa comparação.

Em vários momentos, parece que Ryan Reynolds volta à pele do personagem que ficara famoso no filme O Dono da Festa, Van Wilde. Uma grande decepção essa atuação, desse bom ator. Ele tinha evoluído muito desde seu primeiro filme, recentemente Enterrado Vivo provara isso.

Olivia Wilde (que está fazendo muitos filmes esse ano, pegando carona no sucesso de sua personagem no seriado House) aparece como coadjuvante e par romântico de um dos amigos na história. A personagem não aparece muito e Olivia ainda continua à espera de uma grande chance como protagonista.

Alan Arkin e Leslie Mann completam a lista dos coadjuvantes. O primeiro poderia ter sido muito melhor aproveitado e a segunda soma mais um filme tenebroso em sua carreira.

Para os cinéfilos que ainda tem esperança, Eu Queria ter a sua vida, estréia em nossas salas de cinema no dia 07 de outubro.

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01/10/2011

Uma Professora Muito Maluquinha - Cinema com Raphael Camacho

Começo falando como é ótimo ver Suely Franco e Chico Anysio em cena. Esse último é um craque nas atuações, sempre tem uma grande presença e originalidade.
Mas o novo longa de Andre Alves Pinto e César Rodrigues, não agrada de uma maneira geral. O filme tem algumas atuações fracas e que comprometem em determinadas cenas. Falta um certo carisma para alguns desses. O Roteiro é muito corrido e deixa a continuação da trama com muitos erros, sendo difícil a ligação espectador/história.

Na trama, uma jovem professora tem a missão de ensinar um grupo de crianças, com regras e maneiras que fogem do tradicional da época.

O conceito para o que vemos nas telonas parece ser idealizado a partir de filmes: como Mr.Holland e Escritores da Liberdade. É uma espécie de Sociedade dos Poetas Mortos para criança. Só faltou algo, do tipo: “Oh Teacher, My Teacher...”

O vislumbramento das crianças com à sua mestre é feito de maneira um tanto quanto forçada. Paola Olivera tenta quebrar o recorde de sorrisos forçados em um filme que pertence à carismática Julia Roberts.

Durante uma das cenas (com um visual muito bonito, diga-se de passagem) encaixam a música “As Time Goes  by” totalmente fora de contexto. Mexer com músicas, filmes clássicos é um grande problema pois gera uma inevitável comparação. Me senti vendo “Casablanca for the Kids”. O longa também faz menção ao clássico Cleópatra(1934) da lendária Claudette Colbert.

A caracterização das personagens é feitas de maneira bem indutiva, sendo adotados cortes de cabelos tenebrosos nas personagens “Vilãs”; e maravilhosos vestidos e cabelos arrumados nos “Bonzinhos”.

O formato é muito mais voltando para mini-série do que para cinema, propriamente dito.

Ziraldo (autor da história) aparece como Seu Floriano, dono do cinema da cidade.

A parte musical é o ponto mais alto do filme. Canções bem legais compõem à trilha.

Esse nova produção brasileira estréia nos cinemas dia 07 de outubro e deve levar muitas crianças para às salas de cinema.


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