06/12/2011

Crítica - Moneyball - O Homem Que Mudou o Jogo

Até onde os números podem ajudar um time a ser vitorioso? Que influência os números possuem dentro do gerenciamento de um esporte? Essas e mais perguntas, além de suas respostas, vão moldando o enredo nas pouco mais de duas horas de fita, do novo longa ‘Moneyball’, adaptado do livro de Michael Lewis (‘Moneyball: The Art of Winning an Unfair Game’).

O filme conta a história de um manager (gerente) de um time de baseball que ao lado de um jovem funcionário economista desenvolve um método, baseado em um programa de estatísticas, para administrar o plantel. Mesmo ouvindo muitas críticas, o sistema criado é seguido até o fim pelo obstinado gerente.

O astro multifacetas Brad Pitt dessa vez encarna um manager de visão única (original) sobre a realidade por trás de um dos esportes mais famosos dos americanos, o Baseball. A construção de Pitt para seu personagem Billy Beane é um dos pontos altos da produção que é dirigida Benneth Miller (que também assinou a direção de ‘Capote’). O roteiro do longa ( a adaptação do mesmo) fica a cargo do veterano e craque Aaron Sorkin (‘A Rede Social’) e do também competente Steven Zaillian (‘A Lista de Schindler’).

O elenco de apoio, vulgos coadjuvantes, é rodeado de boas promessas e realidades idolatradas pelos amantes da sétima arte. Jonah Hill (‘Superbad)’, que vemos sempre em muitos filmes de comédia, dessa vez aceita o desafio de um papel mais sério e passa no teste com louvor. Philip Seymour Hoffman aparece completamente careca na pele do treinador do time de baseball gerenciado pelo personagem de Pitt. E falando nesse último, mais uma vez demonstra todo o seu talento na pele de um sofrido e idealista personagem.  Provavelmente Brad circulará pelas listas de possíveis ganhadores de prêmios ano que vem. 
Não considero esse seu melhor trabalho mas é uma atuação de respeito, do marido de Angelina Jolie.

Pelo seu contorno americanizado, o longa deve deixar uma parte do público brasileiro com certa ressalva, porém, conta com um grande astro do mundo cinematográfico, o que de fato, por si só, já enche salas em todo o mundo.

A trama poderia ter focado mais no núcleo familiar do seu personagem principal. Os melhores diálogos do filme são entre pai e filha. No livro esse detalhe não deve ter sido esquecido.

Gostando de matemática ou não o único número que tem que pensar é o sete. Mesmo não sendo a perfeição (como o número mencionado), a sétima arte convida para mais um bom longa que estréia em nossas terras em 2012.

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02/12/2011

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Tomboy - Cinema com Raphael Camacho

O novo longa da jovem cineasta francesa Céline Sciamma, ‘Tomboy’, aborda a infância, unindo o trivial ao complexo, dando lugar a uma interessante história que com certeza será tema de discussão em universidades de Psicologia mundo à fora. A forma como é conduzido, aliado a boas interpretações, transforma essa obra em uma das mais interessantes do ano. A busca pela verdadeira personalidade é a grande questão da produção, que tem meros 80 minutos.

Em um bairro francês, uma criança vive feliz com sua família em uma recém-comprada residência. Aos poucos vamos conhecendo melhor essa personagem que passa a interagir com os vizinhos de sua idade, fazendo muitas amizades. Mas nem tudo é o que parece: surpresas e um conflito surgem, levando à revelação da verdadeira história.

Laura vive em um lar muito feliz. Seu relacionamento com seus pais é excelente, assim como com sua jovem irmã, com a qual mantém cumplicidade única que chega a emociona o público: uma vê na outra um porto seguro, principalmente para os obstáculos da vida (dos mais simples aos mais complexos). Mas Laura não está feliz. Necessita expressar outra personalidade, não aquela com a qual nasceu, mas a que escolheu. A personagem é inicialmente mostrada ao público como
Michael e aos poucos a platéia vai descobrindo complexas verdades que constatam o grande conflito existente na mente da inocente criança.

Em seu desfecho, vejo o grande tema para debate: será que a mãe deveria ter tomado aquela atitude? Impossível aceitar aquela situação? O papel do pai é pouco menos explorado, porém, percebe-se que ele fica bastante confuso e sentido com todo o constrangimento que os atos de Laura causam.

O público se conecta à trama com muita facilidade, os personagens possuem certo carisma - não é à toa que ‘Tomboy’ já está sendo sucesso de crítica e público na Europa. Chega aos nossos cinemas no dia 02 de dezembro. E você, cinéfilo? Corra para assistir!

Raphael Camacho - Infoco News
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28/11/2011

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Histórias Cruzadas - Cinema com Raphael Camacho

Com uma história emocionante, baseada no livro de Kathryn Stockett (que aparece também como atriz no longa), ‘História Cruzadas’ é um provável indicado ao Oscar (em muitas categorias) do ano que vem. Com ótimas atuações e um roteiro competente, esse filme dirigido por Tate Taylor, vem se tornando um grande sucesso por onde passa.

Nessa ótima produção, vemos uma jovem jornalista (bastante rebelde), que resolve escrever um livro sobre as histórias das empregadas domésticas da cidade, preconceituosa, onde reside. Para isso, busca a ajuda de Aibileen Clark, uma das mais experientes empregadas e que tem muita história para contar. Muitos preconceitos da época são mostrados na produção. Um dos mais absurdos, o simples fato de alguma doméstica utilizar o banheiro é motivo para demissão. Contando histórias sobre o dia-a-dia exatamente da maneira que elas acontecem, a trama passa por momentos históricos como a morte do presidente Kennedy, entre outros.

Muitos novos talentos de Hollywood reunidos: Emma Stone, Jessica Chastain, Bryce Dallas Howard. Porém, as veteranas Viola Davis e Octavia Spencer ,dão um verdadeiro show em cena.

Emma Stone, sua voz marcante e seus novos cachinhos dão à Skeeter, sua personagem, um algo mais, mesmo que em algumas cenas ela pareça ser muito atual, o que pode distanciar da idéia inicial, porém, não compromete em nenhum momento. Hilly é uma personagem detestável, que leva o público à fúria por conta de todas as maldades que a mesma executa em cena. Sendo assim, a atriz que a interpretou foi competente no papel. Méritos para a filha de Ron Howard (famoso diretor), Bryce Dallas Howard, ótima atuação.  Jessica Chastain foge de seus outros personagens e dá muita luz e alegria à fita com sua Celia Foote. Srta. Celia e Minny (personagem que vamos falar nas linhas abaixo) tem ótimas cenas juntas. Oscar? É uma direção provável para essa talentosa artista.

Aibileen Clark narra a historia. Por meio dela começamos a entender como é a vida das esforçadas empregadas da cidade de Jackson (Mississipi) numa época de muito preconceito, que causava dor e sofrimento a todos os envolvidos. Para o papel da protagonista, a sempre ótima Viola Davis. Com uma atuação extremamente competente a artista deve figurar entre as indicadas ao próximo Oscar. A atriz americana que já fora indicada ao prêmio mais desejado do mundo do cinema no ano de 2008, por sua bela atuação no drama ‘Dúvida’.

A melhor personagem do filme, na modesta opinião de quem vos escreve, é sem dúvidas Minny, interpretada pela atriz Octavia Spencer. O jeito verdadeiro e comovente (divertido em muitas cenas) que é transmitido, por essa atriz desconhecida do grande público, chega a emocionar em alguns acontecimentos dramáticos. Já digo: Merece uma indicação ao Oscar!

Gosta de se emocionar vendo um bom filme? Nem pense duas vezes. Assim que estrear vá conferir! 

Recomendado!

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27/11/2011

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Like Crazy - Cinema com Raphael Camacho

Um amor inteligente em um desenvolvimento original. A futura jornalista, o futuro designer de móveis. Um sentimento forte nasce desses dois corações e faz a platéia se emocionar esperando para que lado o vento vai levar essa relação. O novo longa do diretor Drake Doremus (confesso que não vi nenhum outro filme dele), poderia ter sido mais um feito nesse gênero tão visto que é o ‘drama recheado de amor’. Mas a maneira como vemos o desenvolvimento da história é deveras interessante e transforma essa produção numa grata surpresa a todos os cinéfilos.

Na trama uma jovem inglesa vai para os EUA estudar, lá se apaixona por um rapaz. Juntos, vivem uma intensa paixão. Quando tudo está indo muito bem, uma problemática com o visto da jovem coloca em xeque esse forte sentimento. Eles acabam tendo que enfrentar um arriscado relacionamento à distância. Será que esse amor é maior que qualquer obstáculo que a vida impõe?

Os atores possuem uma harmonia em cena e desenvolvem bem seus personagens. Anna e Jacob são muito bem interpretados pelos competentes Felicity Jones e Anton Yelchin. A primeira passa um carisma logo nas primeiras cenas e faz o espectador sofrer com ela quase que em todo o filme, boa dinâmica e ótima atuação. O segundo é um ator russo que já vimos em mega produções como ‘Star Trek’ (2009) e ‘O Exterminador do Futuro – A Salvação’ (2009), porém, nunca enxergamos essa veia dramática que Anton consegue transmitir com esse novo personagem. Um belo trabalho da dupla.

Ainda falando em atuações, Jennifer Lawrence aparece (sempre linda) como Samantha, uma jovem que se envolve com Jacob e acaba tentando ser uma espécie de lado, num triângulo que não pode existir.

O longa bate na tecla de como pequenos detalhes se transformam numa relação de amor e afeto, sem deixar de lado um ar juvenil sobre o conceito desse forte sentimento. Por conta da distância, do fuso-horário, dos novos trabalhos... resumindo... pelas barreiras impostas pela vida, a melancolia toma conta dessa paixão. 
Aos poucos, o ciúmes toma conta da história. ‘Simons e Samanthas’ contornam o imaginário dos protagonistas e os levam a um caos emocional. A trilha muito boa de Dustin O'Halloran tem forte presença  em todas essas reviravoltas.

Um desfecho é proposto, gerando inúmeras interpretações para o público, que com certeza, deve ver esse bom filme.


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22/11/2011

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Um Dia - Cinema com Raphael Camacho

Numa história recheada de emoções, baseada no livro de David Nicholls, os atores dominam os personagens com competência tornando essa trama um drama consistente. A ótima direção da dinamarquesa Lone Scherfig vale a pena ser mencionada, essa mesma artista foi a responsável pelo excelente longa ‘Educação’ (que revelou a jovem Carey Mulligan).

Na trama, um homem e uma mulher se conhecem nos tempos da escola e vamos acompanhando a história desses dois corações sempre no mesmo dia, 15 de julho, só que em anos diferentes. Com o passar do tempo, muitas coisas acontecem mas o grande sentimento, confuso para ambos, sempre esteve presente ali.  O desenrolar desse destino eminente é intenso, às vezes injusto e recheado de surpresas que deixam o público de lenço na mão.

A dupla protagonista dá um show de entrosamento. Confesso que aguardava o dia que em uma crítica minha, eu comparasse algum casal à Ethan Hawke e Julie Delpy em ‘Antes do Amanhecer’/ ‘Antes do Por-do-sol’, bem, esse dia chegou. De maneira arrebatadora transmitem cada sentimento envolvido nas ações, nas conversas, na vida de seus personagens.  Anne Hathaway vem crescendo nitidamente em sua carreira emplacando um trabalho melhor que outro. Já nem lembramos mais daqueles tempos de princesa (referência a um dos seus primeiros trabalhos no cinema, ‘Diário de uma Princesa’).  Já o ator inglês Jim Sturgess (do eletrizante ‘Fifty Dead Men Walking’) , sempre muito competente, toma o filme para ele em alguns momentos e se torna peça chave para a interação com o público. Playboy, debochado e mesmo assim carismático, seu personagem Dexter, é um dos melhores de sua carreira. Completando o elenco, vale o destaque para a experiente Patricia Clarkson, que faz Alison, mãe do personagem de Sturgess. Delicada e sempre com muita presença consegue comover o público nas conversas difíceis com seu filho na trama.

Nós cinéfilos, sempre temos um certo receio de adaptações. Porém, nesse caso, o roteiro é um fator bastante positivo para a fita. É montado um quebra-cabeça interessante e somos guiados pelas próprias peças cênicas ao longo dos anos. O fato do criador da história ter feito o roteiro com certeza ajudou para o êxito do filme.

Vale a pena acompanhar a linda história de Dexter e Emma, que um dia se conheceram...e aí.... Veja o filme e vai saber! :)



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Muppets - Cinema com Raphael Camacho

O começo pouco criativo tenta fugir dos clichês de maneira sonolenta e não apresenta nenhum atrativo interessante. Por sorte, após os caóticos 15 minutos iniciais (imaginem-se dentro de um avião em turbulência durante 20 minutos.  É mais ou menos essa a sensação que quem vos escreve sentiu), a trama se ajeita e recupera toda a magia do famoso seriado americano ‘Muppets’. Sempre bom ver de volta velhos conhecidos da televisão mundial.

Conforme o texto começou, o início é assustador. Com direito a números de musicais com indumentárias que vão de Sapatinhos Fred Astaire à roupinhas ‘a La ‘Rain Man’’, parecia que o filme não decolaria. Muito por conta da quantidade de informação que é apresentada de maneira rápida, o que dificulta o espectador a entender o que está acontecendo na telona.

Nessa animação da Disney,conhecemos Walter, um grande fã dos Muppets que faz uma viagem ao lado dos amigos Gary e Mary. Chegando lá encontram o antigo teatro onde os carismáticos bonequinhos faziam seus shows. Com a eminência da demolição desse teatro, por meio de um homem cruel que só pensa no petróleo que está embaixo do mesmo, Walter resolve reunir de volta a velha turma para tentar recuperar a grande história deles. No musical, a beleza angelical de Amy Adams, veterana quando o assunto é esse, e o comediante Jason Segel (que assina o roteiro ao lado de Nicholas Stoller) são os responsáveis de conduzir a realidade por dentro da fábula.

Algumas músicas dos anos 80 acompanham a trama até o seu desfecho. O craque Christophe Beck comanda a trilha sonora do filme.  O longa faz menções ao clássico dançante ‘Dirty Dancing’, fato que está ocorrendo com bastante freqüência em fitas esse ano. Será uma homenagem ao Patrick Swayze?

Emily Blunt, com uma rápida aparição, volta a ser uma secretária de uma chefona da moda. Lembram de algum filme? O grande astro do seriado ‘The Big Bang Theory’, Sheldon Cooper  faz a alegria dos amantes da série com uma aparição hilária ao piano. Jack Black, Whoopi Goldberg,  Zach Galifianakis,Neil Patrick Harris, Selena Gomez, John Krasinski são alguns dos outros famosos que aparecem no filme.

Os vencedores do Oscar, Chris Cooper e Alan Arkin também dão o ar de sua graça nessa animação. O primeiro cantando ‘hip-hop/pop music’, talvez seja a pior cena de musical nesse ano, chegou a ser constrangedor.

Com alguns pontos negativos, outros positivos o longa é recheado de Realidade, fábula e muita música! Fozzy, Gonzo, Kermit (conhecido aqui como ‘Caco’), Animal, Miss Piggy te aguardam nos cinemas no dia 02 de dezembro!  


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21/11/2011

Operação Presente - Cinema com Raphael Camacho

Com uma ótima dinâmica e personagens extremamente cativantes, ‘Operação Presente’ se torna uma das melhores animações do ano e promete fazer grande sucesso com a garotada nas salas de nossos cinemas nessa véspera de natal. Em seu primeiro trabalho em um longa metragem, a diretora Sarah Smith consegue ter grandes êxitos ao leme da produção.

O longa da Sony conta a história de Arthur, filho do Papai Noel, que possui um cargo na época natalina, ser o encarregado de receber os pedidos e responder a todas as crianças que mandam cartinhas para o bom velhinho. Após um dos presentes não ser entregue por uma falha de um dos ajudantes elfos da grande figura natalina, Arthur corre contra o tempo e conta com a ajuda de seu avô (um antigo Papai Noel) e da elfa, especialista em embrulhar presentes, Bryony (dublada pela atriz Ashley Jensen) para fazer essa última entrega restante. Juntos, embarcam numa super aventura pelo mundo, todos à bordo de um trenó antigo, que é bastante especial.

É fácil a percepção, análoga, há muitos blockbusters famosos, principalmente nas cenas de entrega dos presentes pela equipe especial de elfos. ‘Missão Impossível’, ‘Matrix’ são alguns dos vários longas, que vemos clara referência, ao longo da fita.

Muitos atores conhecidos do grande público dão um show de carisma fazendo as vozes dos simpáticos personagens.

James McAvoy (‘X-Men: First Class’) empresta suas habilidades para o protagonista da trama, Arthur.  O ator escocês de 31 anos já havia trabalhado em ‘Gnomeo e Julieta’, onde emprestou sua voz ao protagonista. O ‘Dr. House’, Hugh Laurie, é Steve, filho mais velho do Papai Noel (futuro ocupante do posto) que adora aplicativos de web e tecnologia. Muitas referências a modelos digitais de gerência de projetos nas cenas dele são visíveis. Para ser o bom velhinho nessa animação, os produtores resolveram chamar o bom ator inglês Jim Broadbent (que recentemente fez o belo longa ‘Another Year’).  A voz da Vovó Noel fica a cargo da veterana e sempre ótima atriz Imelda Staunton (do excelente ‘O Segredo de Vera Drake’)que tem mais uma vez a chance de dublar uma personagem no mundo da animação. A artista inglesa já emprestou sua voz para alguns projetos, como: ‘Alice no País das Maravilhas (2010)’ e ‘The Mr. Men Movie (2010)’. E finalmente, o mais engraçado da história, o Vovô Noel, ganha muito jogo de cintura na voz do talentoso Bill Nighy (‘Simplesmente Amor’). Algumas falas do ex-papai Noel são hilárias e este velhinho hilário deve ser o preferido do público adulto que deve comparecer acompanhando a garotada.

Não percam tempo! Dia 2 de dezembro já para os cinemas! Recomendado para todas as idades!
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18/11/2011

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Gato de Botas - Cinema com Raphael Camacho

Com menções à filmes de faroeste e ao lendário Zorro, ‘Gato de Botas’, é uma grata surpresa! Integrando ótimos diálogos e cenas muito bem escritas (os clichês ocorrem, mas são menos que coadjuvantes nesse caso), a produção dirigida por Chris Miller (diretor também de ‘Shrek Terceiro’) é alegre, dançante e pronta para fazer sucesso com pessoas de todas as idades. Ao final da projeção o primeiro pensamento que vem à mente de quem vos escreve é: ‘Uma das melhores animações do ano, sem dúvidas!’.

Extremamente carismático, o personagem principal, domina as cenas logo nas primeiras aparições. Muito por conta da dublagem dinâmica do astro espanhol Antônio Banderas (ator que recentemente foi muito elogiado pelo seu último filme, ‘A Pele que Habito’). O veterano artista consegue passar ao Felino famoso uma essência e alma latina.

Na história, o gato de olhos verdes (um eterno sedutor e aventureiro) precisa recuperar os feijões mágicos que estão em posse de Jack e Jill (dublados respectivamente pelos atores Billy Bob Thornton e Amy Sedaris). Para isso, conta com a ajuda de seus amigos Humpty Dumpty e Kity Pata Mansa. Juntos irão enfrentar muitos obstáculos para conseguir alcançar seus objetivos, sempre com muitas piadas e muita ação!

Personagens coadjuvantes cativantes recheiam muito bem à trama. Destaque para o velho amigo do felino dos olhos claros, o ovo, Humpty Dumpty (dublado pelo comediante Zach Galifianakis). As habilidades e os diálogos de Kity Pata Mansa (que recebe a voz sensual de Salma Hayek) também não ficam para trás. Com seus olhos sedutores (azuis da cor do mar), a principal representante feminina da trama ajuda a dar conteúdo ao roteiro, principalmente nas partes de aventura.

O 3D transmite uma sensação única. A animação é projetada para deixar o espectador interagindo o tempo todo com todos os personagens e as rotineiras cenas de ação que compõe a mesma. O take do “Duelo de Dança”, entre os felinos principais, é muito divertida e muito bem feita, e torna-se um dos grandes destaques da fita.

Não percam essa animação! Tem um chamado à cinéfilos de todas as idades. Estão escutando?  MIAUUU!!

Raphael Camacho - Infoco News
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16/11/2011

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O Garoto de Bicicleta - Cinema com Raphael Camacho

Um garoto e sua bicicleta numa comovente busca pelo paradeiro de seu pai. Já viram alguma história parecida? Não se preocupem, os irmãos Dardenne conseguem ser muito originais na composição dos personagens e conseguem fazer um trabalho muito bom na frente das câmeras dessa fita selecionada para o Festival de Cannes do ano vigente.

A trama segue os passos do jovem Cyril Catoul (muito bem interpretado pelo jovem ator Thomas Doret), um pequeno rapaz que vive em um orfanato e usa sua bicicleta para se locomover pela cidade. Abandonado precocemente pelo seu pai (após a morte de sua avó), não consegue desistir da idéia de que o mesmo não o abandonou. Assim, parte numa tentativa de descoberta, comovente e intensa, do paradeiro dele. O deslumbre pela figura paterna, fica evidente desde o primeiro minuto do longa. O menino tenta se ligar ao pai de todas as maneiras mesmo não tendo todo esse amor correspondido. Aos poucos, com a entrada de outros personagens, vemos essa esperança do protagonista desaparecer.

Os ótimos diretores (Jean-Pierre e Luc Dardenne), e que também assinam o roteiro, trabalham muito bem essa relação de substituição da figura paterna. A partir de duas vertentes vemos como certas escolhas podem levar a melhor escolha ou a pior.

Cecille de France é Samantha, uma espécie de figura materna (alguém que o jovem passa a confiar), que entra na vida do jovem Cyril após um encontro, no mínimo inusitado, dentro do consultório de um ortopedista. Cabeleireira de profissão, a bela loira se sente comovida pela situação de abandono do rebelde garoto. Após muita revolta e situações extremas após conhecer essa mulher, o protagonista começa a soltar os poucos sorrisos que vemos ao longa da fita. Porém, quando o menino faz uma amizade bastante suspeita geram-se conseqüências que vão guiando a um desfecho comovente e que transmite uma mensagem.

Uma película curta, cerca de 80 minutos compõe a história, que emociona e faz o público ficar com os olhos abertos torcendo para um final no mínimo satisfatório, que acontece.

Recomendado!

Raphael Camacho - Infoco News
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