30/12/2011

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Faça-me Feliz

‘Faça-me Feliz’ é uma comédia quase romântica que tem uma essência muito parecida com a de ‘Um Convidado Bem Trapalhão’ (clássico, do genial Blake Edwards). Escrita e dirigida por Emmanuel Mouret, que também faz o personagem principal da trama Jean-Jacques, irá agradar muitos cinéfilos nas salas de todo o Brasil.

Na trama, uma enfermeira está com a pulga atrás da orelha após ouvir a história que seu namorado lhe contara sobre um bilhete e uma tentativa de aproximação com uma outra mulher. Não agüentando a situação, resolve pedir a ele que se envolva por uma noite com essa tal mulher para fazer com que o mesmo a esqueça e não fique perdido em ilusões. Ele, um inventor autônomo bastante desajeitado, resolve seguir o plano e se mete em engraçadas situações.

O começo é muito morno e demora um pouco para o público se envolver com o que acontece em cena. O artifício da comédia, em algumas cenas até trivialmente construídas, é o caminho que a fita toma e acaba se tornando uma boa pedida para arrancar risos frenéticos da platéia. A analogia evidente com o clássico filme de Edwards (onde o eterno Pantera Cor-de-Rosa, Peter Sellers, dá um show) irá incomodar alguns loucos por cinema, principalmente, porque irão haver comparações. Não acredito que isso seja um problema insuperável, mas realmente não tem comparação, o longa de 1968 é infinitamente superior.

A produção francesa, que foi finalizada em 2009, chegou aos nossos cinemas na última semana. É uma boa oportunidade para os cinéfilos assistirem a mais uma história divertida da terra do perfume!
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28/12/2011

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Top 10: Melhores Filmes de 2011

Bem galera, conforme faço todo ano, criei uma listinha com os ‘Top 10’ filmes que vi esse ano. Obviamente nem todos irão concordar, dirão que faltam filmes ou que alguns que estão nessa modesta lista não deveriam estar. Mas o que importa é sempre falar sobre o que mais amamos, a sétima arte! E o nosso ritual das listas é uma das partes mais legais, assim conhecemos filmes debatemos as escolhas e continuamos falando de cinema! J



Vamos à lista?

Toda Forma de Amor - Melancolia – Incêndios – Drive – Riscado - O Levante - Um Conto Chinês - A Pele que Habito - Take Shelter ( O Abrigo) - Árvore da Vida


Toda Forma de Amor
Um daqueles filmes que agradam pela sutileza de seus personagens, envoltos numa trama que mexe com a emoção a cada segundo. Sempre bom ver produções que te passam uma mensagem. O eterno aprendizado de um jovem casal, aprendendo a se amar a cada segundo é uma fórmula que dá certo em cena, além da ótima harmonia de todos que aparecem na telona.
Na historia, escrita e dirigida pelo sempre ótimo Mike Mills (‘Impulsividade’), um casal de jovens se conhece e logo surge uma paixão desse encontro. Aos poucos vamos vendo como um dos personagens chegou até ali, com os ensinamentos e o convívio do excêntrico pai gay (que saiu do armário aos 75 anos), e o namorado do mesmo. Todo essa interação, deixam lindas lições que o jovem aplica em sua vida.
Os atores interagem de maneira natural deixando a química rolar solta durante os 105 minutos de fita. Ewan McGregor faz o jovem protagonista Oliver que possui características de um homem deprimido mas que sempre tenta interagir positivamente com os que o cercam. O veterano Christopher Plummer faz Hal, o pai do protagonista, gay assumido, descobre uma doença fatal e recebe muita força de seu namorado Andy, interpretado por Goran Visnjic (ex-‘E.R’). Para completar o quadrado que dá ritmo à história, surge a carismática Anna, papel da sempre elogiada Mélanie Laurent, que se apaixona por Oliver e juntos vivem a crença e as desconfianças de um amor original, fruto de muito carinho e declarações de afeto.
Um ótimo programa para ver com alguém que você ama ao seu lado. Fez grande sucesso no Festival do RJ desse ano. Não é pra menos, com uma história boa dessas, qualquer cinéfilo abrirá um sorriso de orelha a orelha.


Melancolia

É certo que quando ele erra a gente se decepciona e perde um pouco a esperança de que ele voltará com uma outra obra-prima. Mas... quando ele acerta... não existe outra palavra para o criador do Dogma 95 do que G-E-N-I-A-L.
Em Melancolia, o abre-alas extraordinário nos leva a crer que o gênio está de volta. Aquela cena inicial é tão bem feita que você não sente uma única alma se mexer nas cadeiras dos sortudos críticos de cinema onde tive o privilégio de assistir a essa sessão.
A abordagem sempre muito sombria desse mago do cinema dinamarquês (e porque não dizer, mundial) nos mostra o caminho para uma viagem pelos cosmos e muitas vezes você, cinéfilo, se sentirá um pouco num dos trailers do novo filme do Terrence Malick, Árvore da Vida (juro que associei isso em alguns momentos da fita).
O elenco é bastante interessante. Kirsten Dunst amadureceu nas mãos desse diretor e vira uma peça importante para o quebra-cabeça sombrio de Lars Von Trier. Charlotte Gainsbourg, a outra irmã, nos leva ao extremo de nosso medo tornando a paranóia obsessiva em uma forma de analogia com contextos emocionais, isso tudo passado de maneira tão real que chega a comover em alguns momentos.Entre os coadjuvantes, ótimos nomes como John Hurt, Stellan Skarsgård, a outra Charlotte, a Rampling e Kiefer Sutherland. Esse último com seu personagem impaciente e mal-humorado (às vezes) contempla o expectador com algumas cenas cômicas durante o longa. 
O desfragmento do casamento e de todas as entrelinhas familiares é o ponto inicial de uma festa e a eminente colisão de dois planetas, um deles Melancolia. Com direito a “She” (música famosa de outro filme) com instrumentos de sopro durante uma cena e uma poderosa essência de sons, o fator musical também agrega à qualidade do filme.
Se de gênio e louco, todo mundo tem um pouco, Von Trier vai além e agrega luz à genialidade e loucura.


Incêndios

Pega um roteiro bem elaborado + várias colheres de emoções + 30 minutos finais eletrizantes e surpreendentes == Incêndios (que pra mim, poderia ter facilmente levado o Oscar 2011 de melhor filme estrangeiro, por mais que eu ame a Suzanne Bier).
Essa produção canadense tem um começo muito lento e bastante confuso, com muitas partes perdidas que só se tornam trunfo se você prestar a atenção e ter fé de que o filme vai ficar muito bom e você vai precisar dessas primeiras informações para entendê-lo.
Na trama, uma matemática (detalhe eu gostei muito) e seu irmão gêmeo, recebem instruções da mãe, recém falecida, para procurar seu pai(que eles pensavam estar morto) e um outro irmão(que eles nem sabiam que existiam). Após uma breve hesitação, começa-se uma busca, em outro país, atrás desses entes.
O filme mostra os horrores da guerra e do meio pra frente você já não consegue mais tirar os olhos da tela com tantos acontecimentos bombásticos. O final é sensacional deixando todo o cinema em um burburinho sadio até o aparecimento dos primeiros créditos.


Drive

Dois jovens talentos do cinema + um roteiro construído de forma peculiar fugindo de muitos clichês que poderia encontrar pelo caminho + uma direção quase que impecável é, sem dúvidas, a grande fórmula de sucesso do tão esperado filme Drive, que fora baseado no livro homônimo de James Sallis.
Muita gente diz que ator bom não precisa nem falar muito durante a fita, tem que mostrar com ações e entendimento de sua personagem contando aquela história de maneira única e demonstrar que outra pessoa não se sairia tão bem quanto, no papel. Ryan Gosling é um artista diferenciado. A cada nova produção que faz parte, consegue dar um foco diferente a cada personagem. Um jovem gênio na arte de interpretar. Em Drive, Gosling tem cenas memoráveis, como no ato inicial, onde seu personagem fica mais de 9 minutos sem soltar uma palavra e mesmo assim é espetacular sua atuação!
Na trama, um jovem que é dublê, mecânico e à noite faz trabalhos como motorista de assaltos diversos, se aproxima de sua vizinha e começa a fazer parte de sua vida. Com a saída do marido da mesma da prisão, o personagem principal do drama tem que ajudar o rapaz (e ao mesmo tempo sua nova amiga) em um roubo que pode não sair como planejado, levando todas as conseqüências à um desfecho vingativo.
Carey Mulligan cada vez mais se consolida como uma das grandes jovens atrizes do mundo do cinema. Uma especialista em longas dramáticos (apesar que, eu tenho a certeza que ela se encaixa em qualquer tipo de produção), despontou no filme Educação para o estrelato. Nesse novo trabalho interpreta Irene uma jovem mãe que teve que criar o filho sozinha por conta da prisão do pai da criança. Sua personagem vai se construindo ao longo da trama e tem ótimas cenas ao lado do Driver.
Não perca essa boa produção comandada por Nicolas Winding Refn (que já havia dirigido o ótimo filme Bronson) que promete lotar as salas de cinema no mundo todo. Ótimo filme!


Riscado

Qual o tamanho do seu amor por sua profissão? No filme ‘RISCADO’, essa pergunta é declamada e respondida de maneira muito viva e emocionante. A trajetória de Bianca (interpretada de maneira intensa e expressiva pela excelente Karine Teles) pelos palcos da vida sem perder a esperança e sempre mostrando todo seu amor e paixão pelo ato de atuar é a base da trama de Gustavo Pizzi.
O vermelho predomina durante todo o longa e nos leva a um viagem de amor, sonhos, esforço e decepção. Acho muito legal o uso desse tom e suas almas, que caem muito bem na fita. Essa cor, para mim, reflete à paixão e o simples ato de sonhar. Conectou em mim dessa forma.
Quando a história bate na idéia do “sonhar” (a realização ou não desses), me senti conversando com minha mulher Renata sobre os textos de Jung. Esse “sonhar”, no longa, é tratado de maneira nua e crua.
Durante o filme vemos cenas que mostram um grande preconceito em relação à profissão cênica. Mostra também a dificuldade de se manter(financeiramente falando) na mesma. Ao mesmo tempo, é visível, uma certa esperança parece brotar em cada uma das cenas.
A protagonista (e também uma das mãos que assina o roteiro) Karine Teles tem uma atuação que espanta, te leva pra dentro de cena. Comove, sonha e sente dor junto com o espectador. Percorre todas as personagens (Marlyn Monroe, Betty Page, Carmem Miranda) em uma só. Adorei conhecer melhor essa talentosa atriz.
Muito me orgulha vir aqui e falar bem do nosso cinema. Queria que todas as vezes fosse assim.
Não risque esse filme da sua listinha de “Quero ver no cinema esse ano”.  Recomendo.


O Levante

Eram pouco mais que 19:00 horas, no primeiro domingo do Festival do Rio de Cinema. Vestindo uma camisa roxa e com um discurso emocionado, o diretor Raphael Aguinaga comove a platéia antes do filme começar. Suas palavras interagem tão bem que torcíamos para que o longa tivesse ao menos metade dessa qualidade. Após a sessão, a certeza dessa co-produção Brasil-Argentina ser a grande surpresa do festival não restava dúvidas.
Um grupo de idosos, que vivem em um asilo, fica sabendo que a Igreja Católica clonou Jesus, ao mesmo tempo, que é substituída a enfermeira que cuida deles. Assim a história avança em cinco partes: Uma Notícia Espetacular, Um Acontecimento Desafortunado, A Terceira Casa de Marte, Operação Voo da Águia e O Apocalipse.
O filme é muito rico em detalhes e aos poucos vamos sendo apresentados aos simpáticos protagonistas. Dolores, uma das simpáticas personagens é sensacional, dominando as partes cômicas da trama. O dia-a-dia de um lar para terceira idade é mostrada de forma inteligente, original e muito engraçada. Os contornos na vida dos idosos são feitos com muitas conversas, que rendem ótimos diálogos durante a produção. A divisão em subtítulos ao decorrer da trama melhora a percepção do espectador para com a história.
Ambientado na argentina, O Levante é basicamente Hermano, porém com muitos toques brasileiros. O longa tem cenas emblemáticas, como: a do tango, muito bem conduzida pela câmera inquieta de Aguinaga.
Um sentido à vida é a busca constante, às vezes inconsciente, desses cidadãos abandonados e que se sustentam na amizade.  A empolgação do público é a prova da incrível simpatia que o longa transpira da telona até poltrona mais próxima. Certamente agradará muitos cinéfilos.  A mensagem que o primeiro longa metragem de Raphael Aguinaga deixa é a de que sempre brotará uma esperança dentro de nós.
Se emocione, divirta-se e surpreende-se! O Levante é garantia de qualidade! Até agora é a grande surpresa do festival!


Um Conto Chinês

Cuidado, vaca caindo do céu! Tal imagem surpreende a platéia já no início da nova fita de um dos grandes atores do cinema latino e mundial, o argentino Ricardo Darín.
Muito mal-humorado e recluso, o personagem a quem Darín dá vida foi combatente na Guerra das Malvinas, atualmente é dono de uma loja de ferragens e possui hobbys esquisitos, como: contar quantos pregos vem dentro de uma caixa e pegar uma cadeira de praia para reclinar-se ao acompanhar aviões pousando e decolando.
Um dia, ajuda um homem recém chegado da China (que não fala sequer uma palavra em espanhol) a encontrar o tio - seu único parente vivo. Os dois tentam se comunicar por sinais, fato que deixa o personagem de Darín muitas vezes furioso e, em alguns momentos, chamam o entregador de comida chinesa para auxiliá-los na tradução. Aos poucos vamos descobrindo um pouco sobre a vida desse argentino rabugento, que perdeu a mãe muito cedo e o pai com 19 anos, brilhantemente interpretado pelo grande astro hermano.
Em suma, Um Conto Chinês é uma história de duas pessoas, que às vezes parecem uma só, de diferentes culturas: um com um objetivo definido e o outro nem tanto. O longa é muito bem feito e passa uma mensagem positiva sobre os pilares da amizade. Muito interessante o final, pois acopla o início do filme e as excentricidades do personagem principal, surpreendendo o público.
Ricardo Darín e Ignacio Huang formam uma grande dupla nas telonas. Em atuações brilhantes, cada um a sua maneira, conseguem uma fórmula mágica de carismaticamente atrair o público.
Não percam mais essa grande obra do cinema latino. Lembrando que o filme é sucesso de público e crítica na Argentina, onde já teve mais de 1 milhão de espectadores.
Com certeza, um dos melhores longas do ano! Diversão garantida!


A Pele que Habito

Após o excelente Abraços Partidos (2009), o cineasta espanhol Pedro Almodóvar volta com brilhantismo, para delírio dos cinéfilos de plantão, com o longa A Pele que Habito. Tudo é cirurgicamente bem feito, um trabalho quase impecável do famoso diretor.
Na trama, um médico cirurgião adota, única e exclusivamente, a vingança como forma de vida após a morte de sua filha. Seu objetivo, é vingar-se do estuprador da mesma. A maneira que as peças se encaixam, até a sua conclusão, transformam o filme numa obra assustadoramente brilhante.
O roteiro é dinâmico, com aquele famoso vai-e-vem na linha temporal (clássico em alguns filmes do diretor espanhol) o quê ajuda o espectador a não desgrudar os olhos da telona. O detalhamento das cenas é algo esplêndido. As partes de interação entre os personagens, via câmera de circuito interno, praticamente nos transportam pra dentro da história. Há, também, presença marcante de muitas cores, como todo filme do gênio que dirige a trama. A beleza do corpo, muitas vezes é passada com a câmera, às vezes lenta, mostrando a sutileza contrapondo qualquer outro sentido.
Almodóvar nos presenteia com esse notável trabalho e demonstra mais do que tudo, o objeto de obsessão da sua vida, o cinema. Sua produção, inspirada no livro Tarântula (do autor francês Thierry Jonquet), é uma prova de admiração à sétima arte.
O drama, com pitadas de suspense, é recheado de boas atuações.
Antonio Banderas tem um desempenho admirável, chega a impressionar em alguns momentos. Seu personagem é um dos mais difíceis da produção. Impressionante como o marido da atriz Melanie Griffith sempre chega ao seu máximo, quando é dirigido por Almodóvar.
Marisa Paredes, a eterna musa de Pedro Almodóvar, faz o papel da intrigante Marilia e tem ótimos diálogos com o personagem de Banderas, Robert Ledgard, seu chefe. A veterana atriz espanhola deve marcar presença na première do longa (que abre o Festival de Cinema do Rio de Janeiro 2011) no Cine Odéon, na noite da próxima quinta-feira(06 de outubro).
Blanca Suárez aparece pouco, dando vida à filha do personagem principal, mas tem um papel impactante na história. Era preciso uma dotada artista para essa função, pois muito da tensão do filme gira em torno do acontecido em suas cenas. Blanca foi a escolha certa, ótima como Norma. Jan Cornet interpreta Vicente, a princípio é um coadjuvante qualquer, até que as reviravoltas da narrativa desmentem essa afirmação.
Completando o quinteto que dá sentido a história, a beleza e o talento de Elena Anaya (atriz espanhola que atuou em produções como Fale com Ela e Alatriste). O foco estava todo nela, no começo o espectador busca entender sua personagem, Vera, mas aos poucos vamos descobrindo enigmas inimagináveis sobre a mesma. Um desempenho louvável desse formidável talento da terra das touradas.
A música “Preciso Amar”, que é cantada magistralmente no longa, é belíssima. Fazendo com que cinéfilos e adoradores da mesma, torçam para o lançamento breve do cd da trilha sonora da produção.
Sem mais, corram para o cinema!


Take Shelter ( O Abrigo)

Uma das grandes surpresas do Festival de Cannes nesse ano, Take Shelter, é intrigante e deixa o espectador comprometido com os acontecimentos. Não sabemos se o que se sucede com o protagonista são fatos relevantes ou não, deixando sempre uma dúvida em torno das questões. Cada linha do roteiro, feito por Jeff Nichols (que também dirige o longa), é brilhantemente trabalhada e a execução é muito bem feita pelo elenco.
Na trama, um homem trabalhador vive com sua mulher e sua filhinha(que é surda) num pacata cidade americana. Em um certo momento passa a ser guiado por alucinações e fica a mercê da eminência de uma grande tempestade, gerando sérias conseqüências para ele e sua própria família.
Entre pesadelos e pensamentos assustadores a figura do pai, interpretado pelo ótimo Michael Shannon, consegue deixar o clima de suspense no ar. A busca de Curtis, seu personagem, para saber o que realmente está acontecendo com ele é o que, de fato, consegue atrair a atenção do público. Há uma certa negação por parte do mesmo em relação aos seus atos e a construção do abrigo, fora os atos inconseqüentes, vão levando-o para um limite físico e mental. O desespero e vontade de falar tudo que estava sentindo, fica claro, na cena do jantar na comunidade, que é a melhor cena do filme com uma baita atuação de Shannon.
Jessica Chastain (que vimos recentemente em ‘A Árvore da Vida’ como a mãe do Sean Pen)n, constrói Sam, sua personagem, de forma muito competente. As estranhas atitudes de seu marido na trama vão transformando sua personagem.
Aos poucos vamos nos perguntando: O que estamos vendo é um breve distúrbio psicótico? O que acontece com aquele bom homem pai de família?
O desfecho é emblemático e transforma essa fita numa das melhores produções do ano! Não deixem de conferir!

Árvore da Vida

Me diz porque o céu é azul. Me explica a grande fúria do mundo”. Essa passagem clássica do grande sucesso do nosso rock se encaixa como uma luva no novo filme do brilhante Terrence Malick.
Explorando bastante a relação pai–filho, o longa conta a história de uma família, com princípios herdados principalmente do pai, onde todos têm que superar uma grande perda. A data de lançamento aqui no Brasil será no dia certo - fim de semana do dia dos Pais.
Desde a primeira cena, o semblante dos personagens transpõe à tela. A platéia fica imóvel durante boa parte do filme e, sem o menor esforço, se conecta com esse drama fantástico.
Brad Pitt, Sean Penn e Jessica Chastain estão muito bem, principalmente o primeiro, que desde o sensacional Clube da Luta está merecendo a estatueta mais cobiçada do mundo do cinema.
Muitas cenas são metafóricas, o que é bastante bonito de se ver, e integram o conceito do longa. Os paralelos feitos com outras diversas formas de vida, a maneira inovadora na qual muitas vezes os atores são deixados em segundo plano e o modo como a tristeza é traduzida - gerada pela quebra da lei natural da vida: o pai morrer antes de seu filho -, fazem dessa uma produção ÚNICA.
A trilha sonora, assinada pelo sempre competente Alexandre Desplat, acopla-se de maneira correta a cada uma das passagens do filme, sendo um dos pontos altos da trama.
A minha expectativa era muito alta para esse longa e o mesmo conseguiu superá-la. Palmas, de pé, para o grande diretor e roteirista desse filme.
O “ato final” (últimos 15 minutos de fita) é uma das coisas mais lindas que já vi no mundo do cinema.
Recomendo muito e digo: é o melhor filme do ano, até agora.

Grande abraço, até a lista de 2012! J



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27/12/2011

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A Guerra está Declarada - Crítica de Cinema

O Indicado da França para o Oscar de melhor filme estrangeiro (2012) emociona os cinéfilos com uma trama comovente e que envolve o espectador do primeiro minuto até o último. O caminho para o final feliz dessa história vai se revelando uma maratona que ninguém consegue saber o tamanho do percurso. A presença do narrador torna a fita mais dinâmica, um ótimo elemento cênico usado pela diretora.

No longa (escrito pelos protagonistas), um casal jovem, feliz e apaixonado tem que enfrentar um tumor cerebral que é diagnosticado no filho deles. Roméo e Juliette são jogados em uma guerra diferente daquela dos célebres personagens de William Shakespeare. Aos poucos o pai começa a notar que a criança tem algum tipo de problema, quando procuram ajuda de uma especialista o resultado não é o esperado. O sofrimento visto em cena é desesperante, a câmera ágil da diretora é um personagem importante na transmissão dessa emocionante jornada em busca da cura.

O papel que aos poucos os pais, já bem mais maduros a essa altura dos acontecimentos, desempenham ao longo do tratamento da criança é o de positivistas que tentam blindar a família e buscam uma força sobrenatural dentro deles mesmos para tentar combater qualquer tipo de incerteza. A situação destroça aquela linda história de amor: param de trabalhar, se afastam dos amigos e após o período de “caça à cura” se separam, porém, sabiam que estariam ligados pelo resto da vida.

Os atores Jérémie Elkaïm e Valérie Donzelli tem uma harmonia fantástica em cena. Foi uma grata surpresa quando vi nos créditos que a segunda é a diretora e que ambos roteirizaram essa ótima produção.

Um retrato forte e honesto sobre o sofrimento de um casal com a doença rara de um filho.

Título Original: La guerre est déclarée - França
Diretor: Valérie Donzelli
Roteiristas: Jérémie Elkaïm e Valérie Donzelli
Elenco: Jérémie Elkaïm, Valérie Donzelli
Duração: 100 min.
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26/12/2011

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Deus da Carnificina

Reunindo um grande diretor e um elenco bastante competente, ‘Deus da Carnificina’ é uma dramédia com ótimos diálogos e excelentes desempenhos. Nessa fita curta (menos de 80 minutos de duração), baseada na peça teatral ‘God of Carnage’ de Yasmina Reza (que também assina o roteiro ao lado do diretor), vemos pais desesperados para resolver uma situação desagradável ocorrida com os filhos.

O novo longa de Polanski começa com sua introdução genial ao fundo dos créditos iniciais. Na trama, dois casais que se conhecem a partir da agressão do filho de uma das partes, tentam resolver uma conversa que é totalmente desviada do foco principal.

Depois de algumas tentativas de irem embora uma corretora de investimentos e um advogado (Winslet e Waltz) tentam chegar à conclusão do ocorrido com os pais do outro lado envolvido, um comerciante e uma dona de casa que ajuda em algumas publicações (Reilly e Foster). Nessa sala, recheada de ganhadores do Oscar, em meio a conversas sobre culturas, tipos de educação, remédios, hamsters e indigestões estomacais, o destempero vai tomando conta do ambiente.

Cada artista, com seu personagem específico, dão um show à parte.

O folgado Alan, interpretado por Christoph Waltz, passa a maior parte do tempo atendendo ligações ‘importantes’ de trabalho. A personagem de Jodie Foster (Penélope) tenta ser a mediadora do papo dos adultos.  John C. Reilly e seu Michael Longstreet vão endoidando e mudando de personalidade ao longo dos minutos. Nancy Cowan tenta ser a mais calma de todos no início mas termina como a explosiva da história, mais uma bela atuação da rainha dos cinéfilos Kate Winslet.

O renomado diretor do longa, o polonês Roman Polanski (‘O Bebê de Rosemary’) é muito hábil com sua câmera, enquadra em marcações certeiras, aproximando o público do espetáculo. Como na hora em que o ‘debate de idéias’ vira uma briga entre homens e mulheres.

Um cenário, quatro ótimos artistas mais um enredo afiado fazem de ‘Carnage’ um filme que precisa ser visto pelos amantes da sétima arte. Recomendo!
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25/12/2011

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Martha Marcy May Marlene

Enredo com uma dinâmica e locações parecidas com o filme ‘A Vila’, além de lembrar um pouco o grego aterrorizante ‘Dentes Caninos’.  É uma fita que choca mas não é tão exagerado, todas as informações chegam ao espectador de forma lenta e gradativa. Martha Marcy May Marlene é a redescoberta de uma atriz já conhecida.

 Com uma grande atuação nessa produção, Elizabeth deve ser rosto presente em muitas produções esse ano. Muito bom redescobrir talentos que jamais imaginávamos já estarem dentro do mundo do cinema, ainda digo mais, na minha modesta opinião: Poderia figurar facilmente na lista final do Oscar para concorrer ao prêmio (muito concorrido desse ano) de melhor atriz.

O que fazer após se revoltar com sua vida? A pergunta é respondida logo no começo da película quando somos apresentados à personagem Martha. Para entendermos melhor a trama percorremos o passado da jovem até o dia que ela resolveu entrar para uma espécie de sociedade alternativa com regras e conceitos bastante rígidos e sem nenhuma normalidade. Toda a problemática experiência da protagonista é despertada mesmo já estando longe daquele lugar. O longa toca em pontos importantes principalmente na relação da jovem com sua família. Os traumas emocionais sofridos pela jovem protagonista levam o longa para a estrada do drama, sendo pouco criativo em determinados momentos, mas aconselhável a ser visto por quem vos escreve.

Em relação ao restante do elenco, o destaque vai para John Hawkes, ator que consegue interpretar de maneira natural seu personagem, líder da ‘seita’.

Esse é o primeiro longa de Sean Durkin, que faz um bom trabalho na direção.

Mesmo não sendo o melhor filme de drama do ano que passou, eu recomendo!
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24/12/2011

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'O Caminho' - Crítica de Cinema

Você realizaria um último desejo de uma pessoa querida mesmo não sabendo o que viria pela frente (interrogação) O drama, ‘The Way’, fala sobre perdas, esperanças e a busca de um pai para entender seu filho. O conhecido dos cinéfilos Emilio Estevez, produz, roteiriza e dirige esse drama que tem como protagonista Martin Sheen (pai de Emilio).

Na trama, um pai que possui uma relação conturbada com o filho (após o falecimento da esposa) tem que encontrar forças para superar a perda do mesmo, que fazia o tão conhecido Caminho de Santiago. Então, levando apenas a mochila que pertencia a seu filho e sem nenhuma preparação, embarca em uma viagem para completar o tão longo caminho. Ele não sabia, mas a viagem mudará para sempre sua maneira de ver o mundo. O californiano Tom é um oftamologista um pouco rabugento que aos poucos vai entendendo melhor seu filho através dessa jornada.

Como já era de se esperar ótimas paisagens compõem o longa. A fotografia é muito bem feita e lindas imagens são capturadas pelas câmeras do diretor. O público é levado para dentro de conversas sobre a história dos peregrinos e o Caminho de Santiago, propriamente dito. Nosso personagem se encontra com pessoas de todo o mundo, pelo trajeto e em albergues de todos os tipos. Faz amizades, principalmente com Jost (um holandês que está fazendo o caminho para perder uns quilinhos e agradar a esposa e o médico que tanto o pedem), que vira uma espécie de escudeiro nessa grande trilha conhecida no mundo todo. Outros personagens, com seus particulares dramas, entram aos poucos na história recheando a fita de emoção.

Segunda vez que vemos esse ano um filme que tem o Caminho de Santiago como palco de fundo. O primeiro foi o longa nacional dirigido por Bruna Lombardi, ‘A Procura da Felicidade’.

A produção de 2010 é interessante porém um pouco longa demais, mesmo assim, recomendo!
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Warrior - Crítica de Cinema

O universo do MMA mais uma vez vira pauta de um longa esse ano. Para nos guiar por essa história foram escalados dois atores que tiveram, com certeza, que passar por uma série de treinamento específico para compor seus personagens. Tom Hardy (‘A Origem’) e Joel Edgerton interpretam os irmãos que lutam (literalmente falando) por objetivos diferentes. Os bastidores do evento, os estilos de luta... parece que estamos ligados naquele famoso canal de Tv a Cabo, ao vivo, vendo uma transmissão desse esporte que irou febre no mundo todo.

Na trama, vemos a historia de uma família que tem na sua essência a alma da luta. Aos poucos vamos vendo o presente de cada um dos membros: um dos filhos é professor de física (do ensino médio americano) com sérias dificuldades financeiras, o outro filho é um ex-fuzileiro naval que sofrera um trauma com sua unidade durante uma de suas missões no Iraque. Ambos, ao decorrer da fita, vão sendo aos poucos jogados de volta ao octagon (cenário onde ocorrem as lutas dessa modalidade esportiva). Um deles guiado pelos conselhos profissionais do pai, que antes fora um grande treinador de luta olímpica, o outro busca forças na sua esposa que o apóia mesmo não gostando que ele lute.

O grande destaque do longa, dirigido por Gavin O'Connor, é o veteraníssimo ator americano Nick Nolte. Com seu personagem Paddy Conlon, um ex-dependente alcoólico que tem muitos problemas na relação com sua família no passado, consegue explorar todos os aspectos que rondam esse intenso papel. Sempre bom ver experientes artistas representando bem seus personagens.

É um filme interessante para quem gosta do esporte que mais está em grande ascensão no Brasil.
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22/12/2011

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Top 10: Piores filmes de 2011

Olá cinéfilos! Analisando as críticas dos filmes que vi esse ano, resolvi montar um ranking com os dez piores filmes de 2011. Confesso que vi muito mais longas bons do que ruins, nesse bom ano para o cinema. Nessa triste lista temos bons atores fazendo filmes tenebrosos!
Bem, chega de papo. Vamos mostrar um por um, os piores desse ano!



 Eu Queria ter a sua Vida
O novo longa de comédia estrelado por Ryan Reynolds e Jason Bateman tem alguns momentos desnecessários e diálogos sem graça, dirigido por David Dobkin (que fez também a comédia ‘Penetras Bons de Bico’) bate o recorde de clichês em uma produção nesse ano.
Jason Bateman é um ator que possui boas atuações no curriculum, mas brincar com crianças na tela, ninguém supera Jim Carrey e sua “garra” (referência ao filme O Mentiroso). Sempre que há uma cena semelhante é inevitável essa comparação.
Em vários momentos, parece que Ryan Reynolds volta à pele do personagem que ficara famoso no filme O Dono da Festa, Van Wilde. Uma grande decepção essa atuação, desse bom ator. Ele tinha evoluído muito desde seu primeiro filme, recentemente Enterrado Vivo provara isso.
Olivia Wilde (que está fazendo muitos filmes esse ano, pegando carona no sucesso de sua personagem no seriado House) aparece como coadjuvante e par romântico de um dos amigos na história. A personagem não aparece muito e Olivia ainda continua à espera de uma grande chance como protagonista.
Alan Arkin e Leslie Mann completam a lista dos coadjuvantes. O primeiro poderia ter sido muito melhor aproveitado e a segunda soma mais um filme tenebroso em sua carreira.

A Coisa
O longa dirigido por Matthijs van Heijningen Jr. Poderia ter sido chamado de ‘Pique-Esconde na Antártida’. Problemas técnicos são notados a todo instante, principalmente em relação à efeitos especiais e ao som. A protagonista Kate Lloyd, interpretada pela atriz Mary Elizabeth Winstead, não tem um pingo de carisma. Uma atuação para se esquecer. Não tem outra maneira de começar falando sobre esse novo filme de suspense.
O monstro, ou A Coisa (como preferirem), tem aspectos de tentáculos e parece que foi projetado pelo Doutor Octopus (referência ao clássico vilão do Homem-Aranha).
Não é possível entender como o ótimo artista dinamarquês Ulrich Thomsen, de filmes magníficos como Brothers e Festa de Família, fez esse filme. Um grande ponto negativo em sua gloriosa carreira.
No longa, tem uma parte em que há uma seleção para saber quem tem obturação ou não. Quem tem obturação é humano, quem não tem pode ser um alienígena. Isso quer dizer que quem não escova os dentes é humano com certeza e quem escova pode ser uma alienígena? Esquisito não?

Dylan Dog e as Criaturas da Noite
Um filme de monstros, de roteiro bem fraco e com um protagonista sem carisma algum. Assim começo falando sobre essa esperada adaptação dos quadrinhos de Tiziano Sclavi.
Brandon Routh é um péssimo protagonista, não envolve o público e deixa a desejar. Muito difícil entender o porquê dessa escolha pela produção do longa. A probabilidade de dar certo era ínfima. O resultado foi um filme que ficou descaracterizado, tendo bons momentos apenas quando o companheiro de aventuras de Dylan aparece transformado em Zumbi - algumas cenas parecem aquelas provas de comida do programa de televisão Hipertensão.
As maquiagens das “criaturas da noite” são bizarras, não gostei nenhum um pouco. Algumas são bastante estranhas. Me lembraram muito dos vampiros de Angel e Buffy.


As Viagens de Gulliver
Chega a ser deprimente ver um ator carismático como o Jack Black chegando, literalmente, ao fundo do poço com mais um filme sem sal e totalmente fora de sintonia com a historia de Gulliver. Jonathan Swift (autor da obra original) deve estar se revirando para todos os lados de seu túmulo com essa enfadonha adaptação.
Tudo no filme é muito ruim. Jason Segel, o qual, eu considero um bom ator de comédias tem uma atuação que chega a ser irritante. Amanda Peet é amigona do Jack Black para aceitar um papelzinho mixuruca daqueles.  Emily Blunt tem decretado seu pior filme do currículo, muito chato dizer isso porque eu a adoro como atriz.
A cena e a maneira como o personagem principal, Gulliver, vai parar na terra dos “pequenos seres” é extremamente mal feita, cafona e sem criatividade nenhuma.  Uma das piores cenas que já vi na minha vida.

Sexo sem Compromisso
Em tempos de super estrela e excelentes prosas da critica especializada , Natalie Portman põe em risco tudo isso com o lançamento desse filme que vos falo. ‘Sexo sem Compromisso’, tem um início arrasadoramente tenebroso com diálogos dignos de um adolescente totalmente confuso em relação a sua vida. A roteirista, tem muitas parcelas de culpa nesse assombroso (no mal sentido mesmo) longa. Eu não consigo acreditar como uma atriz como a Natalie Portman (que esta tão delicada e arrebatadoramente sedutora em ‘Cisne Negro’ e ‘Closer’) se deu ao luxo de fazer uma produção tão porcaria como essa. Ivan Reitman (‘Ghostbusters’) também outra grande decepção, uma direção preguiçosa que não consegue entreter como em outros trabalhos. Em relação ao Asthon, o quê dizer? Não consegue ser diferente em seus trabalhos e pra mim já virou sinônimo de filme ruim! Se eu pudesse dar um conselho a esse último, seria voltar a fazer produções com roteiros interessantes, caso de ‘Efeito Borboleta’.

Reféns
O que falar de mais uma produção contestada do ex-grande ator Nicolas Cage? Mais um filme para ser esquecido. Depois dizem que eu implico com ele...
Você vai lembrar de ‘O Quarto do Pânico’ logo nas primeiras cenas, a dinâmica é bastante parecida. O que se diferencia é que Kyle Miller (personagem do vencedor do Oscar por ‘Despedida em Las Vegas’, Nicolas Cage) vira um personagem enigmático em cena. Sem sabermos o que realmente é verdade, os diálogos vão acontecendo e não conseguimos prever o que ocorrerá após os mesmos. Tinha tudo para ser um ótimo personagem senão fosse o final pífio que arranjaram ao peculiar Kyle!

Apollo 18
Parece uma espécie de documentário feito sem edição e com sequências um tanto quanto bizarras, que me lembraram muitos filmes. A analogia cinéfila mais clara é com certeza da mistura entre Atividade Paranormal e Alien - O Oitavo passageiro. Passou muito longe de ser considerado um filme bom. Com direito a corridas na lua (isso mesmo) e uma trama mais bagunçada que o meu quarto, ‘Apollo 18’ com certeza figurará na lista dos piores de muitos veículos que falam de cinema.

The Resident
Que eu gosto da Hilary Swank como atriz, é verdade. Mas tenho que confessar que nem tudo que ela faz é bom.  Depois de sair maravilhado com a atuação dela em ‘Conviction’ fui com fé para ver o seu mais novo filme, ‘The Resident’. Juro que não li uma vírgula qualquer sobre o filme, nem comentários do povo cinéfilo pelo Twitter ou Facebook, o que me fez querer acreditar mais ainda na história que iria ver.
Porém, o filme me decepcionou.  Uma trama uniforme, sem momentos de tensão, nem aquele frio na barriga você sente. É como se tivesse vendo um filme sem emoção, e no gênero terror, uma produção sem emoção ou calafrios, não sobrevive à ira cinéfila! Como assim o Christopher Lee aparece poucos minutos e some do filme sem explicação. Justamente ele, que tinha o maior potencial de fazer a gente sentir algum tipo de mal estar emocional.
Jeffrey Dean Morgan tenta fazer um papel sombrio psicologicamente...sem sucesso. Talvez ele deve pedir para voltar a ser o pai da dupla de Supernatural(seriado).....
O diretor Antti Jokinen tenta inventar demais e aos 25 minutos consegue rebobinar a fita para vermos as ações em outra linha de visão...ficou péssimo. Me senti vendo ‘Ponto de Vista’.
Muito pouco para um filme que tem uma atriz com 2 oscars, e que, definitivamente não combina com filmes desse gênero.

Waiting for Forever
Tudo dá errado nesse novo filme da atriz Rachel Bilson, que ficou conhecida como umas das riquinhas fúteis do seriado ‘The O.C’
Na trama uma jovem artista(uma espécie de atriz/apresentadora) volta pra casa após seu pai ficar debilitado, em contrapartida, um homem obcecado por ela vai em busca (bizonhamente falando) do amor da vida dele. Eu juro que eu não entendi como uma pessoa consegue ser tão esquisita o filme todo e o ator parece que está se divertindo, comprando aquela idéia maluca que ninguém que tem o mínimo de inteligência consegue absorver. A Srta. Bilson ta com aquele “ar de Bella” (Saga dos Vampirinhos) o filme todo. Sem expressões, parece a mulher gelo e extremamente forçada em muitas cenas, deixando a produção insuportável para qualquer pessoa. O diretor, James Keach, já havia feito o horroroso “Blind Date” com o Chris Pine, e agora consegue fazer um bem pior. Ladeira abaixo é muito pouco para expressar o caminho dele no cinema como diretor.

A Casa dos Sonhos
O esperado novo longa de Jim Sheridan tenta surpreender com a dinâmica de outro filme famoso (cujo nome é melhor não revelarmos para não estragarmos algumas surpresas dessa fita), mas não conta com uma trama sólida e nem personagens que envolvem o público, se tornando uma grande decepção.
Estranho ver Daniel Craig rindo nos filmes, já que geralmente encarna o estilo “Bronco Bad Boy”, como quando interpreta James Bond e outros personagens. Naomi Watts faz o papel da enigmática Ann, vizinha do novo casal, a famosa atriz está irreconhecível e faz um dos piores longas de sua carreira.
É um suspense cheio de reviravoltas que confundem muito o espectador. As atuações são fracas e não condizem com os nomes em questão. A soma de tudo isso é uma saldo bastante decepcionante. Resumindo, a ‘Casa dos Sonhos’ acaba se revelando um pesadelo da sétima arte.

Bem galera, essa foi a lista! Concordam? Discordam? Comentem! J Viva o cinema!
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21/12/2011

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O Espião que Sabia Demais - Crítica de Cinema

Adaptado do livro de John Le Carrè (autor de ‘A Casa da Rússia’ entre outros títulos), essa trama de espionagem, bem ao estilo dos filmes do gênero, apresenta um elenco talentoso e um roteiro minucioso que demora a ser digerido pela platéia. ‘O Espião que Sabia Demais’ tem ótimas atuações de atores que estão no auge de suas habilidades cênicas, porém espectador luta, em alguns momentos, para manter a atenção as detalhadas cenas e diálogos.

O veteraníssimo artista inglês John Hurt e o seu personagem Control comandam as ações em muitos flashbacks e muitos deles, acontecem com o mesmo em evidência. Sempre bom rever grandes atores em cena. Mark Strong é Jim Prideaux, com uma cena de ação daquelas bem feitas, basicamente abre a trama e a partir dos fatos ocorridos naqueles primeiros minutos temos a real noção de estar vendo um clássico filme do gênero. Strong interpreta seu personagem de maneira bastante firme e se torna um dos pontos altos do longa. Tom Hardy aparece com um papel importante para a história e demonstra todo o talento visto em películas como: ‘Bronson’ e ‘A Origem’. O atual vencedor do Oscar, Colin Firth, interpreta Bill Haydon, um dos suspeitos de ser o traidor. Mais uma ótima atuação do grande ator.

Mas o destaque vai para um ator que vimos em ‘Harry Potter’ e ‘O Profissional’. Grande papel, grande atuação! Gary Oldman, nosso eterno Comissário Gordon (analogia à ‘Batman’) é George Smiley, um homem inteligente que é encarregado de uma missão muito difícil. Por trás de seus óculos de grau elevado se esconde a mente que pode juntar todas as peças corretamente e achar o traidor. Merece ser indicado ao Oscar por esse papel.

Com uma introdução à La Poirot, o novo longa de Tomas Alfredson (simplesmente o diretor da fantástica fita sueca ‘Deixe Ela Entrar’) nos apresenta George Smiley, um homem com um legado que tenta decifrar uma terrível rede de intrigas que apontam um traidor/espião no lado britânico. Os elementos dessa inteligente trama vão interagindo aos poucos, via flashbacks. E em seu desfecho uma grande expectativa é gerada no anúncio do nome que todos procuram.

Décadas passadas, carros pequenos... é muito legal ver isso tudo de volta em meio a sotaques britânicos. O Thriller de espionagem, também,  faz várias analogias à tabuleiros e peças de xadrez. No cinema vemos muito disso, essas comparações denotam o exercício correto da mente, inteligência e coisas afins. Pelo menos é o que muitos acreditam.

No confronto final a revelação do traidor é mostrada de forma eletrizante. O público nem suspira para ouvir cada justificativa do traidor.

Quem é O Espião que Sabia Demais? Não vou dizer, vá conferir! A partir de 20 de janeiro nos cinemas.
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19/12/2011

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Compramos um Zoológico - Crítica de cinema com Raphael Camacho

Um homem que viveu muitas aventuras com o seu trabalho de escritor/jornalista resolve ter a maior de todas elas. Com um enredo baseado em fatos reais, o diretor Cameron Crowe reúne um elenco de nomes conhecidos do público e dirige com maestria essa grata surpresa, ‘Compramos um Zoológico’.

Na história, que tem o roteiro adaptado assinado por Crowe e Aline Brosh McKenna, vemos um pai de família dedicado que busca uma saída para a solidão na sua vida e na de sua família após o falecimento de sua mulher. Resolve então procurar um novo lugar para viver com os filhos. De tanto procurar acaba encontrando um lugar especial e inusitado, um zoológico. Aos poucos, ao lado das crianças, vai aprendendo a administrar e viver essa nova vida que reserva muitas surpresas como um novo amor.

O solitário personagem de Damon, Mr. Mee, resolve comprar um zoológico e com isso muda também a vida de seus dois filhos. A pequena Rosie é a estrela do filme. Maggie Elizabeth Jones é uma pequena grande atriz, dá um verdadeiro show em cena, roubando as atenções. Com certeza veremos muito ela no cinema. Já o filho mais velho de Mr. Mee, faz desenhos assustadores onde explicam o sofrimento emocional do jovem por conta da perda da mãe. O personagem principal tem uma relação complicada com o filho de 14 anos.

Como em toda história de alegria e felicidade tem que ter um vilão, o papel é preenchido pelo ator John Michael Higgins que faz Walter Ferris um inspetor que precisa aprovar as obras feitas no zoológico para ele poder funcionar normalmente.

Falando sobre os rostos conhecidos: Scarlett Johansson é Kelly Foster, uma espécie de Zookeeper que se apaixona pelo personagem de Damon. Thomas Haden Church, mais uma vez, faz parte do núcleo cômico, nessa produção faz Duncan Mee, irmão do protagonista. Suas ótimas cenas fazem os adultos se divertirem.

A trilha sonora é muito boa e ajuda a compor muito bem as cenas desse longa. Cameron Crowe sabe fazer um filme para todas as idades.

Imagens belíssimas conseguem ser captadas pela câmera sempre muito inteligente do veterano diretor. Lembranças magoam mas a felicidade contida nela ajudam o novo dono do zoológico a superar as tragédias, nesse momento, a emoção toma conta da telona.

Um filme muito legal que vale a pena ser conferido por platéias de todas as idades. Recomendo!
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