10/01/2012

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As Aventuras de Tintin – O Segredo de Licorne

Como está sua sede de aventura? Com uma história muito divertida, repleta de cenas de ação e peripécia, o diretor Steven Spielberg chega com uma das melhores animações de todos os tempos. Baseado na obra de Hergé, o personagem título é um simpático repórter que tem em seu ofício ir atrás de uma boa história. Repleto de figuras cativantes, ‘As Aventuras de Tintin – O Segredo de Licorne’, é um longa indicado para todas as idades.

Na trama, nosso ruivo e topetudo amigo é envolvido numa história de mistério e ação atrás de um dos maiores segredos da história. Para ter êxito nessa ‘caça ao tesouro’ conta com a ajuda de seu cãozinho Milu e do famoso Capitão Haddock. Enfrentando aviões desgovernados, uma longa caminhada no deserto e muitos perigos em um barco em alto mar, Tintin e sua turma precisam deter o inimigo da vez, Sakharine.

Na abertura já percebemos que teremos duas horas de muita diversão - é de tirar o fôlego! A produção milionária lançou mão de trajes com pontos eletrônicos para reproduzir os movimentos dos atores nos personagens digitais. O elenco conta com nomes conhecidos do grande público: o jovem Jamie Bell, que tem a responsabilidade de dar vida a Tintin, assim como Andy Serkis, Daniel Craig e Simon Pegg, que contribuem positivamente para a obra se tornar única entre as animações.

O longa impressiona pela qualidade: cada detalhe é muito bem feito, tornando impressionante o que vemos em cena. Além disso, o público que for ao cinema será contemplado com uma trilha sonora fantástica, do sempre brilhante John Williams.

Liguem os motores, virem a estibordo... O show vai começar! Dia 20 de janeiro nas salas de todo o Brasil. Embarque nessa aventura!




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08/01/2012

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Borboletas Negras - Crítica

Na história escrita por Greg Latter, a ficção e os fatos reais se misturam num clima literário e romântico. Com uma fotografia muito elogiada pela crítica e uma alta aceitação dos cinéfilos, ‘Borboletas Negras’ é aquele tipo de filme que todo mundo quer ver.

A trama conta a vida de uma Sul-Africana, com muitos problemas, que em seus momentos de lucidez é uma escritora muito famosa. Tem um relacionamento muito difícil com o pai (Abraham Jonker, muito bem interpretado pelo sumido Rutger Hauer), que começou a criação dela após a internação seguida de falecimento da mãe. Após ser salva no mar, bem no início do longa, começa um relacionamento com um escritor também muito famoso e juntos enfrentam os movimentos políticos da época, a bebida, o desejo sexual e a loucura que vão tomando conta da personagem principal de maneira intensa.

O longa dirigido pela cineasta Paula van der Oest é um drama carregado com base histórica. Em certos momentos a personagem principal, uma mulher muito a frente de seu tempo, perde um pouco de credibilidade com o público por conta dos seus atos. Com tantos problemas jogados na tela, o desfecho é eminente. É uma intensa, grandiosa e difícil atuação, méritos para a atriz Carice van Houten. Liam Cunningham faz Jack Cope, o amor da vida da jovem escritora. Faz de tudo para ajudá-la, até mesmo quando é abertamente prejudicado pelos atos impensáveis de Ingrid. É um amor de cinema, que eles vivem intensamente nas pouco mais de uma hora e meia de fita.

Com um orçamento que girou em torno de um milhão e duzentos mil dólares, a produção teve locações na Alemanha, na Holanda e na África do Sul. A beleza nas imagens se torna um dos pontos altos desse trabalho, tudo é muito bonito em cena.

Recomendado para aqueles que gostam de um bom filme do gênero drama.
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Julia

Até onde você iria para proteger seu filho? O filme de Erick Zonca, ‘Julia’, analisa essa questão de maneira invertida e coloca uma mulher, longe de ser a mulher mais perfeita do mundo, em uma situação onde sentimentos inexistentes nascem da maneira mais humana que existe, através do amor. A irresponsabilidade dos atos a levam num caminho árduo, tendo que superar obstáculos que ela mesma criou.

Julia é uma mulher amargurada pela vida. Busca compensação se divertindo, indo sempre muito arrumada aos bares populares e dormindo com homens que mal conhece. Vive a vida de maneira inconsequente, nutrindo cada dia que passa seu vício pelo álcool. Sem família e demitida do emprego, tem em seu único porto seguro a amizade com Mitc (Saul Rubinek), um homem também machucado por traumas que a bebida fez com seu passado. Aconselhada por esse amigo, Julia vai ao encontro dos Alcoólicos Anônimos e lá conhece uma jovem mexicana que a envolve numa história de seqüestro, roubo e muito drama, à procura de uma criança.

O longa consegue prender o espectador, mudando de foco a cada instante, provocando a análise dos diferentes prismas de um seqüestro. O comportamento da personagem principal (que dá nome a fita) é bastante polêmico e totalmente à margem de conseqüências. De Drama, a produção vira Thriller e, nesse ritmo alucinante imposto, o espectador não tira os olhos da telona. Com mais de duas horas e vinte de duração, algumas vezes vemos cenas desnecessárias, mas nada que incomode muito o público.

O grande destaque é para mais uma brilhante atuação da atriz Tilda Swinton. Impressionante o alcance emocional que consegue chegar com seus personagens, intensa e eletrizante nessa produção. Vale a pena ver todos os filmes dessa exuberante artista.

Altamente recomendado aos cinéfilos que gostam de filmes com muitas surpresas.


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06/01/2012

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Crítica do filme: 'Sentidos do Amor'

A grande virtude da humanidade é seguir em frente, haja o que houver. Com um raciocínio parecido com esse, o novo trabalho do diretor David Mackenzie explora ao extremo a maioria dos nossos sentidos, sob a ótica do amor. O comovente drama é um filme bastante original que leva o espectador a pensar em cima de tudo aquilo que está ocorrendo no planeta.

Na trama, uma cientista especialista em epidemias e um chef de cozinha (ambos vivendo na Inglaterra) começam a escrever uma história de amor após os traumas no passado de cada um deles. Porém, como prova dessa união, enfrentarão uma epidemia de escala global: as pessoas estão perdendo, um por um, os sentidos levando todos ao colapso de suas emoções. Será que esse amor é mais forte que tudo?

O ‘aprender a viver’ sob novas condições é o grande ponto de debate do filme escrito por Kim Fupz Aakeson. O primeiro sentido que se perde é o olfato, depois o paladar e os personagens ficam sem saber o que fazer. Alguns pensam positivamente, outros abandonam totalmente a ‘normalidade urbana’, um verdadeiro caos é montado em muitas cidades. Como Darwin falava em seus textos em séculos passados: Somente os mais fortes vão sobreviver. Mas será que há sobrevivência em um mundo sem sentido, literalmente falando?

Acompanhamos a história sob a ótica dos amantes Michael e Susan (Ewan McGregor e Eva Green). Assim que perdem o primeiro dos sentidos, mudanças ocorrem nas suas vidas. Oportunidades de conhecer novas coisas também, a cena na banheira onde comem creme de barbear e um sabonete exemplifica bem essa teoria. Conforme a raiva (sentimento que é uma espécie de interseção entre as perdas de sentido) chega, o casal apaixonado sabe que mais um sentido foi perdido e tem que recomeçar de novo, aprendendo novas maneiras de se viver.

A reflexão quando termina a fita é a prova que o filme toca em pontos importantes e de tamanho interesse pelo público. Não deixem de conferir a saga amorosa desses dois corações, aprendendo a viver num mundo sem sentido.


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05/01/2012

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Meu Querido Intruso

“Leve-me para a lua e Deixe-me brincar entre as estrelas, deixe-me ver como é a primavera, em Júpiter e Marte...” Quem de nós, meros mortais, já não sonhamos em voar até a lua? O longa de Lasse Hallstrom (diretor também do excelente ‘Regras da Vida’) nos aproxima dessa experiência ao som de uma canção muito famosa que se torna o grande destaque do filme. As confusões aprontadas por Sam são interpretadas de maneiras distintas pelo público, alguns entendem outros não.

Na trama, uma jovem sonhadora vai em busca de uma nova oportunidade de trabalho numa cidade longe de sua família. Como é muito ligada aos pais, se sente muito solitária no começo, até conhecer Sam, um homem mais velho e com ele viver uma intensa e divertida história de amor. No começo as experiências são positivas mas a peculiaridade de como Sam vive sua vida geram graves problemas de relacionamento com a família de sua noiva.

O grande ponto que o filme toca é o relacionamento familiar e a chegada desse novo membro à família. Muitos atritos, oriundos principalmente da ‘demasia do agrado’ imposta pelo novo genro, e confusões ganham contornos muitas vezes dramáticos. O longa escrito por Malia Scotch Marmo diverte e emociona ao mesmo tempo. O engraçado, para quem não leu a sinopse, é que o rumo da história em muitos momentos parece que será outro. O personagem excêntrico de Richard Dreyfuss gera uma certa incógnita durante boa parte dos 100 minutos de duração da fita.

Com um ótimo elenco e uma história cheia de amor e sentimentos, que giram ao redor de relacionamentos em tons de comédia e drama, ‘Meu Querido Intruso’ agrada a qualquer tipo de público. É uma ótima dica para alugar na locadora mais próxima!
  

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Woddy Harrelson! Ator que sempre consegue fazer o público se identificar com seus personagens

Hoje falaremos de um dos atores mais queridos pelos cinéfilos mundo à fora. Dono de uma técnica cênica bastante peculiar consegue fazer o público se identificar com seus personagens com uma facilidade impressionante. É defensor da legalização do uso da maconha e é militante em causas ecológicas, apoiando alguns grupos ambientalistas. Estamos falando do ator texano, Woddy Harrelson.

Woody nasceu em Midland, no Texas no final do mês de junho, no ano de 1961. Seu pai, Charles Harrelson Voyde, era um assassino de aluguel que foi preso pelo assassinato do juiz federal John H. Wood. Sendo condenado tempo depois, morreu durante a sua sentença de prisão perpétua. Que doideira não é mesmo pessoal? Daria um belo roteiro de filme essa história, não acham?

Em 1973 se mudou com sua mãe e seus irmãos para a cidade de Ohio. Estudou, viveu a adolescência e trabalhou em um parque de diversões. Em 1983 se tornou bacharel em Artes Cênicas e Inglês.
Seu primeiro trabalho de expressão na Tv foi no seriado ‘Cheers’, Sitcom americano que durou mais de 10 temporadas e revelou alguns atores para o cinema. Durante o tempo em que estivera trabalhando em ‘Cheers’, Harrelson começou a buscar uma carreira no mundo cinema. Seu primeiro trabalho foi há 25 anos atrás, em ‘Wildcats’, uma comédia de futebol que é do ano de 1986, onde contracenou com a famosa atriz Goldie Hawn. Após esse trabalho, fez seis filmes ‘Made for Tv’ até assinar para fazer o personagem Hank Gordon em ‘Dr. Hollywood’, comédia estrelado por Michael J. Fox.

Conforme o tempo ia passando, Woody Harrelson foi começando a fazer muitas amizades no mundo do cinema. Harrelson se tornou amigo de Wesley Snipes e em 1992 estrelaram o sucesso de bilheteria 'Homens Brancos Não Sabem Enterrar'. A comédia mostra a rivalidade entre brancos e negros nas quadras de basquete de Los Angeles. Até que uma dupla de jogadores (Woody Harrelson e Wesley Snipes) começa a aplicar vários truques durante as partidas. O longa rendeu muita visibilidade ao artista e a carreira no mundo cinematográfico estava começando a decolar. Logo depois da comédia de sucesso, em 1993, foi convidado para ser o par romântico de Demi Moore no filme ‘Proposta Indecente’. O público gostou mais a crítica caiu em cima do ator que até ganhou o indesejável Framboesa de Ouro na categoria ator coadjuvante.

O bacharel em artes não se abateu com as críticas e emendou 3 filmes no ano de 1994. O último deles, dirigido por Oliver Stone, se tornaria um marco em sua carreira, ‘Assassinos por Natureza’. A harmonia com Juliette Lewis em cena era demais, na história que falava sobre um casal altamente violento que rodou várias cidades fazendo dezenas de vítimas e virando assim atração da mídia sensacionalista. Um filme que vale a pena ser conferido pelos cinéfilos!

No ano seguinte voltou com a parceria com seu amigo Wesley Snipes e juntos protagonizaram mais um sucesso de bilheteria, ‘Assalto Sobre Trilhos’, filme que também tinha Jennifer Lopez no elenco.
Mas para Harrelson ser um astro de Hollywood, uma grande interpretação deveria fazer parte de seu currículo.  Dois anos mais tarde, sua obra-prima estava prestes a ser contemplada, o polêmico e eletrizante ‘O Povo Contra Larry Flint’. No filme, que é o melhor da carreira desse ótimo ator, Woody interpretou Larry Flint, homem que tornou a pornografia explícita de sua revista (Hustler) nos EUA dos anos 70. Esse filme cinéfilos, é pra ter na sua cabeceira! Até hoje não se sabe porque ele não venceu o Oscar daquele ano.
Indo para frente com sua carreira, após o grandioso sucesso de 1996, o ator fez bons filmes como: ‘Welcome to Sarajevo’, ‘Mera Coincidência’, ‘Crime em Palmetto’, ‘Além da Linha Vermelha’, ‘Ed TV’, ‘Tratamento de Choque’, ‘Onde os Fracos não Têm Vez’, ‘Sete Vidas’ e muitos outros.
Em 2009 voltou a figurar no gosto cinéfilo!  Concorreu ao Oscar por sua excelente interpretação no filme de Oren Moverman, ‘O Mensageiro’. Interpretou um maluco com pinta de super-herói no aclamado pelo público ‘Defendor’. Ainda, para fechar o ano com muito estilo, deu vida ao ótimo personagem Tallahassee no filme adorado por todos, ‘Zumbilândia’.

No ano passado (2011) estrelou o longa ‘Rampart’ (ainda não lançado no Brasil) que conta a história do veterano policial Dave Brown (Woody Harrelson), o último dos policiais renegados, que trabalha para cuidar de sua família, e luta pela sua própria sobrevivência. Esse é um filme aguardado por todos, mais uma explosiva atuação de Harrelson, não resta dúvidas.

Em 2012 será lançado o último filme que participou, ‘Jogos Vorazes’, longa que gera tremenda ansiedade dos cinéfilos por todo o planeta. O roteiro adaptado do livro de Suzanne Collins se passa em um futuro apocalíptico, onde dois adolescentes precisam competir em um reality show de sobrevivência.

É Aguardar para conferir!

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Sobre


O criador e único membro deste blog chama-se Raphael Camacho, analista de sistemas, economista, jornalista morador do Rio de Janeiro, tem 26 anos. Cinéfilo desde que se conhece por gente, tem esse blog a mais de três anos onde publica quase que diariamente.

Atualmente escreve sobre a sétima arte em algumas editorias de cinema na internet: Cinepop, Cinema.com.br, Salada de Cinema, Portal Plus TV, Infoco News e Revista Gypsy. Além de ter uma coluna mensal na revista da PUC-RJ (‘Pilotis’, até a presente data), ainda é colunista do Jornal ‘Folha Zona Sul’ e da Revista ‘Básica’. Publicou dois livros sobre a sétima arte: ‘Guia do Cinéfilo – Volume 1’ e ‘2’, respectivamente. Vendeu os dois volumes, todas as cópias, pela internet usando o grande volume de pessoas que o seguem nas redes sociais (mais precisamente: Twitter e Facebook).

Totalmente viciado em cinema europeu e asiático. Fã de David Lynch, Alexander Sokurov, Christopher Nolan, Darren Aronofsky e Gus Van Sant.

Entre seus preferidos: 'Um Sonho de Liberdade', 'A Vida Secreta das Palavras', 'A Regra do Jogo', 'Corações Livres', 'Um Lugar ao Sol', 'A Arca Russa', 'Veludo Azul', 'Brothers', 'Crepúsculo dos Deuses', 'Ben-Hur' e muitos outros.
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04/01/2012

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O Cinema Genial de Nicolas Winding Refn! Viva a Dinamarca! Viva o Cinema!

Rio de Janeiro, 02:42, do dia 04/01/12 - Hoje após perder o sono vim aqui humildemente fazer o que mais gosto nessa vida que é escrever sobre cinema. Vagando pela madrugada à dentro e pensando sobre o quê falar, um post no Facebook de um amigo, me deu à luz que eu precisava. As linhas abaixo demonstram o porquê que o cinema dinamarquês é sempre vivo nas memórias de nós cinéfilos.  


O dinamarquês Nicolas Winding Refn é um nome ainda um pouco conhecido pelo grande público, que freqüentam as salas de cinema de todo o mundo. Seus filmes são diferentes, possuem alma, paixão e um propósito como visão única para a violência.  Refn nasceu em Copenhagen no início da década de 70 e se mudou com menos de 10 anos para Nova York, lá viveu até antes dos 18, quando voltou para a terra natal para terminar o ensino médio.

Quando se formou, voltou à famosa cidade americana aonde tinha vivido e um episódio bastante peculiar marcou para sempre a vida desse jovem cineasta: Quando freqüentava a Academia Americana de Artes Dramáticas, Refn, simplesmente jogou uma mesa em uma parede da sala de aula e foi expulso da Academia (sinistro, né?). Após esse lamentável episódio, voltou para a Dinamarca.

Com a chance de um curta-metragem de sua autoria passar numa Tv à Cabo Local, o talento tinha sido descoberto, pouco tempo depois Nicolas Winding Refn escrevia sua obra-prima, o violento ‘Pusher’. O filme que fala sobre o submundo do crime em Copenhagen (e acabou se tornando a primeira parte de uma trilogia) ganhou fama no mundo todo e Nicolas começou a ser chamado para outros projetos. Alguns anos depois, estreou em Sundance seu novo filme ‘Medo X’, que tinha no elenco o grande ator americano John Turturro e que conta a história de um homem que por meio de visões vai chegando à solução do misterioso assassinato da esposa.

Após mais esse sucesso, em apenas dois anos conseguiu escrever, dirigir e produzir as duas seqüências para ‘Pusher’, Pusher II (2004) e Pusher 3 (2005).

Em 2008, quando os fãs já estavam carentes de sua genialidade, Refn lança o aclamado ‘Bronson’, com o até aquele momento desconhecido ator Tom Hardy. Esse filme cinéfilos, é um daqueles que vocês precisam ver, comprar e colocar na cabeceira. Na trama surreal, criada pelo genial artista dinamarquês, um homem bem ‘cabeça-quente’ assalta uma agência dos correios e é preso, sendo condenado a mais de 7 anos de prisão, mas acaba cumprindo uma pena mais de três vezes superior (e a maior parte do tempo trancado na solitária) e nessa loucura um alter-ego é criado, Charles Bronson. Reza a lenda que Tom Hardy (que veríamos depois em ‘A Origem’) teve que fazer 2.500 flexões por dia, durante cinco semanas, para fazer o papel.

Após o estrondoso sucesso de ‘Bronson’, Refn faz o seu filme mais fraco (na opinião de quem vos escreve), ‘Valhalla Rising’ (2009) (sem tradução para o português) , que tem no elenco o famoso ator conterrâneo de Nicolas, Mads Mikkelsen. A trama fala sobre um escravo mudo, cego de um olho e com força sobrenatural que tenta fugir de um grupo que o dominava. Como vocês perceberam a história não é, digamos, das mais chamativas.

Depois desse último trabalho, parte dos cinéfilos começavam a ficar desconfiados. Será que a criatividade acabou? Bem, a volta por cima não poderia ser melhor. No ano passado (2011) nosso amigo dinamarquês, agora com quase 42 anos lança o sensacional ‘Drive’. O longa que tem como protagonista Ryan Gosling (que dá um show no filme) entrou em cartaz e rapidamente alcançou ótimas críticas e saudosos comentários do grande público. Na trama, um jovem que é dublê, mecânico e à noite faz trabalhos como motorista de assaltos diversos, se aproxima de sua vizinha e começa a fazer parte de sua vida. Com a saída do marido da mesma da prisão, o personagem principal do drama tem que ajudar o rapaz (e ao mesmo tempo sua nova amiga) em um roubo que pode não sair como planejado, levando todas as conseqüências à um desfecho vingativo. Um trabalho único, que merece aplausos de pé.

E no futuro? O que podemos esperar? O próximo projeto de Refn será mais um em parceria com Ryan Gosling. ‘Only God Forgives’ (que está em Pré-produção) contará a história de um tenente da polícia e um gangster resolvendo suas diferenças em uma partida de boxe tailandês. O elenco também conta com a presença da ótima Kristin Scott Thomas

É aguardar e conferir!
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03/01/2012

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Sherlock Holmes – O Jogo das Sombras

Preparem as gargalhadas e o fôlego, o detetive mais famoso do mundo literário está de volta às telonas, para delírio de fanáticos pelas grandes histórias de mistério que o mesmo enfrenta. O longa começa a ‘200 km/h’ e não perde esse ritmo em nenhum momento. Com uma fórmula objetiva de manter tudo que deu certo no primeiro filme e utilizar da criatividade para apresentar novos elementos, o diretor inglês Guy Ritchie, conta ainda com a ótima harmonia em cena de Robert Downey Jr. e Jude Law.

As vésperas do seu casamento, o Dr. Watson se junta ao seu fiel amigo Holmes e ambos embarcam em mais uma aventura recheada de cenas de ação contra uma mente tão brilhante quanto o célebre personagem de Conan Doyle. Entre Goulash de Ouriços, lutas calculadas e experiências químicas no pobre Gladstone, Holmes e Cia rodam a Europa enfrentando o mais difícil dos inimigos, o Professor Moriarty (interpretado pelo competente Jared Harris), um matemático brilhante que deseja criar um colapso na civilização ocidental.

Aproveitando a deixa do primeiro longa, Guy Ritchie e sua câmera frenética levam o espectador para dentro do espetáculo. A sequência de ação na floresta, já no desfecho da trama, é de tirar o fôlego. O famoso diretor consegue realizar um filme ainda melhor que o primeiro.

Em ‘O Jogo das Sombras’, Downey Jr. e seu modo único de interpretação, novamente convence o público com uma atuação de se tirar o chapéu. O veterano artista Nova-Iorquino consegue explorar muito bem a maldição de Holmes, ‘a arte de observar’. Arranca risos freqüentes da platéia e rouba a cena sempre que aparece. O ator americano está chegando ao Brasil na próxima semana para participar da pré-estréia brasileira do longa, que ocorrerá em um cinema na zona sul do Rio de Janeiro.
Em relação ao roteiro, o longa deixa a desejar nas resoluções dos mistérios. Tudo é resolvido trivialmente e acaba sendo um ponto negativo nessa mega produção. Faltou uma maior interação com o público nesse aspecto.

Com um final instigante e muito engraçado, ‘Sherlock Holmes – O Jogo das Sombras’, deve agradar aos cinéfilos. O filme estréia por aqui no dia 13 de janeiro e com certeza levará um grande público para as salas de cinema de todo o Brasil.

Não deixem de conferir mais uma divertida historia do clássico personagem!


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02/01/2012

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Românticos Anônimos - Crítica de Cinema

A apresentação do sentimento mais puro que temos, para duas pessoas longe da normalidade, é feita de maneira bem recheada com açúcar, nessa simpática fita francesa. Na emocional história dirigida por Jean-Pierre Améris, que promete agradar a muitos cinéfilos, o mundo dos doces volta a ser tema de uma comédia romântica.

Uma moça com um dom de criar maravilhas de sobremesas através do chocolate e um gerente de uma fábrica com dificuldades. Duas almas perturbadas por uma série de conflitos emocionais. Como unir esses dois corações? O amor está presente em cada calda, cobertura, pedaço do filme e a maneira como chegamos até a união desse casal é a grande sacada do longa escrito por Jean-Pierre Améris e Philippe Blasband.

Uma fábrica de chocolates, que anda mal das pernas, contrata uma jovem muito simpática para ser a nova consultora de vendas. Por trás de toda essa simpatia esconde-se uma pessoa que sabe lidar pouco com as tensões da vida. Aos poucos essa nova consultora vai se relacionando, de forma bem peculiar, com o gerente da fábrica. Assim, nasce um amor onde todos se entendem e ninguém se compreende. Ambos utilizam o auxílio de terceiros para resolverem seus conflitos internos: ela é integrante dos Emotivos Anônimos e ele desabafa todos os seus traumas com seu psicólogo. O amor vai nascendo da maneira mais singela. As neuroses, por serem semelhantes, vão encurtando os obstáculos do amor.

Um filme curto (aproximadamente 71 minutos) com ótimos diálogos que você deve assistir! 
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01/01/2012

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Precisamos Falar Sobre o Kevin - Crítica do Filme

O novo trabalho de Lynne Ramsay é um daqueles filmes que precisam ser vistos pelos amantes da sétima arte. Um relato aterrorizante sobre o relacionamento entre mãe e filho que deve figurar com algumas menções nas premiações que o sucedem.

Na história, baseada no livro Lionel Shriver, somos apresentados (logo nas primeiras cenas) à Eva Khatchadourian, aparentemente atormentada por algum acontecimento no passado. Se escondendo e muito mal tratada nas ruas por onde passa, têm sua casa toda pintada de vermelho. Conforme os minutos vão passando, começamos a interagir com determinadas fases da vida dessa mulher e aos poucos pelos olhos dessa angustiada personagem descobrimos os acontecimentos que a levaram a tal situação. A cada segundo que passa, o espectador se pergunta: O que aconteceu com a família daquela mulher?

O longa demora um pouco para acontecer, nós cinéfilos, jornalistas e estudantes da sétima arte sabemos que demora em média uns 20 minutos para o filme apresentar sua história e o espectador começar a se envolver com o que ocorre em cena. Esse atraso na relação com público pode incomodar algumas pessoas, então, para essas, peço que aguardem e dêem uma chance a essa trama.

Eva é uma solitária e amargurada mulher, luta para conseguir um emprego e não tem vida social, mora numa casa simples e aparentemente não tem família nem amigos. O motivo de viver assim vem do seu passado, da época em que foi casada com Franklin (interpretado por John C. Reilly) com quem teve duas crianças, um menino e uma menina. O filme foca basicamente no relacionamento de Eva e seu primogênito Kevin (interpretado de maneira espetacular por Ezra Miller e Jasper Newell) . É um relacionamento extremamente desgastante entre mãe e filho, desde a infância. Após tantos episódios de desentendimentos paternais a eminência não era positiva mas o desfecho dessa relação é mais perturbador do que todos imaginávamos.

Tilda Swinton tem uma atuação fabulosa e marcante. Não é de hoje que a vemos interpretar com bastante firmeza personagens carregados de emoções e com altos graus de dificuldade. Com certeza, por mais esse excelente trabalho, seu nome estará na lista das indicadas ao próximo Oscar na categoria Melhor Atriz.

Com ótimas questões levantadas, esse novo longa é mais que um simples drama, é uma chance para mais debates sobre educação entre pais e professores. O quanto de culpa uma mãe tem na educação de um filho? Essa pergunta envolve o público já em seu final e deve ser tema de muitos desses debates que vão haver.

Não deixe de conferir essa fita de quase duas horas que conta com ótimas atuações e uma história que incomoda mas precisa ser vista.
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