07/04/2012

Crítica do filme: 'John Carter - Entre Dois Mundos '

O diretor Andrew Stanton, do maravilhoso “Wall-E” e do simpático “Procurando Nemo”, volta às telonas para contar a história de um veterano da Guerra Civil que foi transportado para um outro planeta, assim é o novo longa da Disney, “John Carter - Entre Dois Mundos”.  Na pele do protagonista o jovem ator canadense,Taylor Kitsch, do seriado de sucesso “Friday Night Lights”.  Infelizmente a trama tem mais baixos que altos, é uma mistura de “Star Wars” (me desculpe George Lucas), “Indiana Jones” e “A Lenda do Tesouro Perdido” (só faltava aparecer o Nicolas Cage em Marte).

Na trama, o protagonista (que dá nome ao filme) vai parar em um outro planeta chamado Barsoom (para nós, Marte). Nesse novo planeta, monstrengos gigantes (a la “Avatar”, Jar Jar Binks estava por ali também, vocês não viram?) falando um idioma mais complicado que Esperanto. Após muitos conflitos, pulos gravitacionais e apanhar pra chuchu o guerreiro terráqueo começa a perceber que a sobrevivência desse novo lugar (e do seu povo) está em suas mãos. John Carter é uma espécie de Indiana Jones, longe do talento de Harrison Ford e Steven Spielberg.

Algumas cenas incomodam por não passar significado nenhum. Não dá para entender qualquer sentido em alguns casos. Na sequência em que o personagem principal tenta se estabilizar com a gravidade do novo planeta em que se encontra, a trilha de fundo lembrando alguns clássicos dos anos 50 não se encontra em nada do que vemos, ficou bem esquisito.

O espectador se sente lendo um livro de história daqueles bem complicados de se entender. Um dos piores filmes da Disney dos últimos anos. A qualidade do 3D não supera outras produções desse começo de ano.

O cinéfilo começa a desconfiar dos filmes que tem o Ciarán Hinds no elenco. O veterano artista irlandês já mostrou seu talento em longas como “O Espião que Sabia Demais” e “A Mulher de Preto”, porém, aparece consecutivamente em "Motoqueiro Fantasma: Espírito de Vigança" e "John Carter - Entre Dois Mundos", se perdendo completamente do papel nesses dois últimos. Bryan Cranston (o químico eletrizante de “Breaking Bad”) também dá o ar da sua graça como Powell, pena que o ator ainda não consegue pegar papéis interessantes nas telonas.

Com uma história fraca e personagens longe de serem carismáticos, a história não embala, deixando o cinéfilo em um chá de cadeira de mais de duas horas. É ver pra crer!
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06/04/2012

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Se ‘Cavaleiros do Zodíaco’ virasse filme, quem seriam os mais cotados para estrelar?

Querendo colocar mais indagações cinéfilas em sua mente, o jornalista Raphael Camacho resolveu sonhar o improvável, um eventual longa metragem hollywoodiano do maior sucesso dos animes, “Cavaleiros do Zodíaco”.  Imaginaram tal feito? Quantos recordes de bilheterias essa produção bateria mundo à fora? Uma legião de fãs cinéfilos lotando todas as sessões desse clássico de muitas juventudes.

A série exibida na televisão foi uma adaptação do ‘mangá’ homônimo criado por Masami Kurumada (gênio). A primeira exibição ao público foi feita pela Toei Animation no Japão na TV Asahi, no dia 11 de Outubro de 1986. Seu nome original é “Saint Seiya” e teve sua música de abertura gravada em português pela banda Angra, na poderosa voz de Eduardo Falaschi.

Para situar os que não conhecem tal saga magistral, basicamente falando, a história conta a trajetória de jovens guerreiros guiados pelas constelações, protetores da deusa da sabedoria, da paz e da guerra.  Assim, o grupo de cinco guerreiros místicos, lutam em nome da deusa Atena contra seres maléficos que pretendem dominar o mundo.


Agora que estamos ambientados com a história, vamos sonhar um pouquinho?



Saori Kido

A Jovem grega é adotada pelo milionário Mitsumasa Kido e criada como sua neta. Saori é a reencarnação da deusa Atena no século XX, que sempre retorna à Terra quando a humanidade se encontra ameaçada pelas forças do mal.

Quem deveria interpretá-la nos cinemas: Cate Blanchett

Porque: Para interpretar Saori Kido, uma das personagens emblemáticas da historia precisaríamos de uma atriz com presença de palco e que exale carisma por onde passar. A veterana atriz australiana (ganhadora do Oscar) ‘cairia como uma luva’ nesse papel. E, por favor, sem comparações com a Galadriel, obrigado.


Seiya de Pégaso

Órfão, foi separado de sua irmã Seika e forçado a se tornar um Cavaleiro. Após conseguir cumprir tal missão e muito motivado pela vontade de rever sua irmã, Seiya depois descobre seu destino com um dos soldados de Atena, protegendo-a por vários anos e renascendo cada vez que a deusa reencarna, para apoiá-la na batalha final contra o mal que consume a Terra.

Quem deveria interpretá-lo nos cinemas: Emile Hirsch

Porque: Para o papel de um dos mais adorados cavaleiros dessa história (quem nunca tentou soltar um “me dê sua força Pégaso” ?) o Californiano Emile Hirsch seria uma ótima escolha, já mostrou seu talento no filme “Na Natureza Selvagem”.


Shiryu de Dragão

Shiryu é o mais maduro e sábio entre todos os cavaleiros. Treinou na China para obter a Armadura de Bronze da constelação de Dragão tendo como mentor o Cavaleiro de Ouro de Libra. Sua armadura é conhecida por possuir surpreendentes propriedades ofensivas e defensivas, nas respectivas formas de punho e escudo.

Quem deveria interpretá-lo nos cinemas: Matt Dillon

Porque: Quem dirigiria esse filme tem fama de salvar carreiras de astros que ficaram esquecidos do imaginário cinéfilo. Matt Dillon é um bom ator, porém, volta e meia é esquecido pela memória cinéfila. Esse poderia ser o grande filme dele.


Hyoga de Cisne

Hyoga é o Cavaleiro de Bronze da constelação de Cisne e nasceu na Sibéria, que na época do lançamento do mangá, pertencia à União Soviética. Então, Hyoga é russo na verdade! Sua maestria do Cosmo lhe garante a habilidade de criar gelo e neve em temperaturas de zero absoluto. Calmo por natureza, demonstra um exterior sem emoções.

Quem deveria interpretá-lo nos cinemas: Ewan McGregor

Porque: Toda boa produção em cinema precisa ter a experiência de um grande ator entre os personagens. Ewan McGregor caracterizado poderia parecer muito com o Yoga. Para quem já dançou o Moulin Rouge o que seria soltar uns pós de diamante?



Shun de Andrômeda

Shun é o cavaleiro da constelação de Andrômeda e sua armadura possui correntes, utilizadas tanto para o ataque quanto para sua defesa. Misericordioso e gentil por ser essa a sua natureza, prefere resolver conflitos sem derramar sangue. É o irmão mais novo de Ikki.


Quem deveria interpretá-lo nos cinemas: Paul Dano

Porque: O jovem ator com mais de 18 produções no currículo, mostrou extrema competência em longas como: “O Bom Coração”, “Pequena Miss Sunshine” e “Sangue Negro”.  Poderia surpreender os que não acreditam nele e quem sabe até ganhar uma indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante.



Ikki de Fênix

Ikki é completamente o oposto de seu irmão Shun: solitário, frio e agressivo. Treinado na Ilha da Rainha da Morte, o então aspirante a Cavaleiro de Fênix é ensinado a cultivar o ódio e chega até mesmo a desejar matar o irmão, culpando-o pelo destino que teve. Ikki é um antagonista no início da série, mas logo se regenera e passa a proteger Atena e seu irmão dos perigos que o grupo enfrenta contra os seres do mal.

Quem deveria interpretá-lo nos cinemas: Joaquin Phoenix

Porque: O interessante ator Joaquin Phoenix adora surpreender o público com papéis diferentes e com bastante carga emocional envolvida. Daria o tom certo de sofrimento que esse personagem amargurado precisa. Provavelmente seria elogiado pela crítica e pelos fãs da saga.


Quem deveria ser o roteirista: Robert Rodriguez e Quentin Tarantino

Porque: Com essa dupla não tem erro. Show na telona!


Quem deveria assinar a trilha sonora: Angra

Porque: Nessa caso é preciso manter o que já se consolidou. A abertura brasileira de Cavaleiros do Zodíaco é um marco nos desenhos exibidos por aqui, sendo assim, porque não deixa os roqueiros brasileiros (que fazem um tremendo sucesso no Japão) assinarem a trilha desse filme?! Ia ser show!


Quem deveria ser o diretor: Quentin Tarantino

Porque: Meu Deus! Já imaginaram isso? Seria o desenho adaptado para a telona com os diálogos mais sensacionais da história do cinema. Um banho de sangue e inteligência na condução das cenas. Nesse caso a classificação do filme teria que ser elevada um pouquinho pois sabemos como o Tarantino adora cenas fortes. Concorreria ao Oscar com certeza.


E você? Quais seriam seus preferidos?

Fonte das histórias dos personagens: Wikipedia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Cavaleiros_do_Zod%C3%ADaco)
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05/04/2012

Coletiva do filme "Xingu" no RJ

Foto: André Romano (Agência Infoco News)

Livremente baseado em histórias reais e com uma beleza impressionante nas imagens (muito bem aproveitadas pela ótima condução do diretor), “Xingu”, chega aos cinemas no próximo dia 6 de abril. O trabalho do diretor Cao Hamburger transforma a saga dos irmãos Villas-Bôas em uma grande aventura.
Muito bem humorados e contando um pouco como foram as filmagens, como surgiram os nomes para a escolha do elenco, a questão ambiental envolvida além de outros assuntos, o elenco e o diretor se reuniram com os jornalistas em um luxuoso hotel na zona sul carioca na tarde da última segunda-feira (02/04).


Abaixo, o que de melhor aconteceu nessa simpática conversa com Cao Hamburger, Caio Blat, Felipe Camargo, João Miguel e o índio Tabata.


- Como foi a questão da logística para rodar o filme? Ocorreu algum imprevisto?

Cao Hamburger: Foi um filme muito complicado em termos de logística porque nós quisemos filmar nas locações mais parecidas com onde a história aconteceu. A gente filmou no estado do Tocantins, que é vizinho ao Mato Grosso, bem perto de onde aconteceu a história e filmamos uma semana dentro do Parque de Xingu, lá fizemos as cenas de aldeia e as cenas nas ocas. A gente teve que se deslocar muito, nas 10 semanas de filmagens praticamente uma semana foi só de deslocamento, fizemos os ensaios em Palmas (capital do Tocantins) depois a gente foi ao interior do norte de Tocantins, em Jalapão, que é um lugar muito bonito bem preservado e só nesse deslocamento uns quatro veículos quebraram. Já tivemos de cara uma ideia do que estava esperando a gente. E assim foi até o final, quebrando carro, atolando, a gente teve um incidente com um avião (com o diretor de cenas aéreas) não chegou a ser um acidente, não aconteceu nada mais sério. Foi uma aventura, vocês já devem ter ouvido histórias de outros filmes de como foi filmar nessas condições, chegamos perto de alongar o tempo de filmagem. O Coppola, por exemplo, demorou mais de um ano para filmar “Apocalipse Now”. Nós chegamos perto de ter problemas mais sérios, mas pela competência da produção, pela entrega que a equipe e os atores tiveram, a gente conseguiu fechar o filme no tempo previsto.

- Como surgiram os convites para os atores?


Cao Hamburger: Essa coisa de formar família é uma dificuldade a mais, um desafio. Fazer família sempre tem essa questão a mais, além de procurar encontrar o seu ator para cada papel, um ator que tenha haver com o papel que você ta querendo. É muito subjetivo nessa hora mas além de tudo isso tem que formar uma família, é uma dificuldade maior. Não foi muito, vamos dizer, não teve muitas dúvidas assim. Eu já tinha trabalhado com o Felipe (Camargo) e o Caio (Blat) anteriormente, nunca tinha trabalhado com o João (Miguel) ainda mas sempre admirei muito o trabalho dele. Com o Felipe e o Caio além da admiração que eu sempre tive pelo trabalho e da certeza de que são atores de altíssimo nível para cinema, eu já tinha trabalhado. Então fui juntando as peças. É uma honra e um prazer trabalhar com eles, a gente ter três papéis principais e conseguir três atores nesse nível é muito raro no cinema brasileiro.

Foto: André Romano (Agência Infoco News)


- Estava definido quem cada um dos atores iria ser na história?

Cao Hamburger: Com certeza. O Felipe tem aspectos do Orlando na personalidade dele. O João tem aspectos do Claudio na personalidade dele. Do meu ponto de vista funcionou bem. No mínimo 60% do trabalho é a escolha, se você escolher errado eu acho que é muito difícil o filme chegar no nível que você quer. Nesse caso não tive nenhuma dúvida. São papéis, os 3,  muito difíceis para fazer no registro cinematográfico que a gente gosta. O papel do Claudio é um papel introspectivo, cheio de dramas, denso e silencioso. O papel do Orlando é o cara que faz a política, a divulgação, que é pragmático. O papel do caçula pode ficar num lugar muito confortável se for só focar naquele caçulinha desprotegido. São papéis de três homens complexos. Quando eu assisto o filme, eu ainda não consigo assistir direito, fico muito orgulhoso dos três atores e dos coadjuvantes, além, dos novos atores que encontramos no Xingu que foi uma grata surpresa para nós, como o Tabata que tá aqui.


- Em relação à questão ambiental, vocês levaram em conta essas questões nos cenários e durante o tempo de gravação na região?

Cao Hamburger: Sim. As mais práticas e óbvias como o lixo, nós éramos nossos próprios lixeiros. As madeiras que usamos para os cenários eram todas certificadas e todas trabalhadas com arte para virar madeira cenográfica. A gente usou uma estrutura pequena de iluminação graças à maestria do Adriano Goldman nosso fotógrafo, ele já trabalha assim naturalmente e nesse trabalho radicalizou um pouco mais, tem uma cena noturna que é filmada só com uma lanterna. Tivemos cuidado não só na execução mas na intenção do projeto, essa história me cativou e a toda equipe pelo aspecto contemporâneo e urgente que essa história tem nos dias de hoje, é uma história que não terminou.  


- Como chegou essa história até você? (pergunta feita ao diretor Cao Hamburger)

Cao Hamburger: A história caiu no meu colo, foi um presente que eu recebi do Fernando Meirelles (produtor do filme) que recebeu do filho de Orlando Villas-Bôas, que foi até o Fernando lembrar a história e dizendo que estava sendo perdida.  E o Fernando quando deu as primeiras olhadas e lidas no material do Noel Villas Bôas, achou linda a história e me chamou para fazer.


- Como foi o laboratório para a composição dos personagens?

Caio Blat: Na verdade a gente conseguiu ter uma preparação, passamos uma semana lá no Xingu, praticamente sozinhos, sem produção (Caio e o João).  A partir daí ia ter uma preparação que estava prevista para acontecer em SP, durante um mês, e de repente muito sabiamente essa preparação foi transferida para o Tocantins, então eu e João passamos um mês no Tocantins, foi um processo muito intenso, a gente passava a manhã toda saindo pra mata com os sertanejos que compunham a expedição e logo se juntaram a nós os índios Caiabis que vieram do Xingu, então a gente passava a manhã inteira fazendo trilha, entrando pela mata, conversando. No período da tarde entravam os índios nas salas de ensaios para improvisar e interpretar com a gente. A gente passava metade do dia entrando no universo deles e na outra metade eles que entravam no universo do filme.
João Miguel: Foi fundamental esse processo, tanto da busca dos personagens em sala de ensaio quanto o convívio com eles. A construção do Claudio foi feita durante as filmagens.
Felipe Camargo: Pra mim foi muito angustiante. Eu tava fazendo uma novela, eu até pedi autorização à emissora para deixar a minha barba crescer, pois, eu tinha que me caracterizar de Orlando. Tivemos dois ensaios antes em SP, teve um encontro, mas muito pequeno. Aí, quando acabou a novela eu consegui passar quinze dias lá no Xingu.


Foto: André Romano (Agência Infoco News)


- Como foi para os índios participar do filme?

Cao Hamburger: A gente fez uma oficina bem grande com os atores indígenas. Depois de escolhido o elenco que ia fazer o filme, o Christian e a Marina (dois preparadores de elenco), foram para o Xingu e fizeram oficinas lá, depois trouxemos eles para o Tocantins e lá continuaram as oficinas e juntamos todos depois para fazer os ensaios. Foi um processo longo.


- O que vocês aprenderam com os índios durante o processo de filmagem?

Felipe Camargo: A questão da ansiedade. O índio que vive lá no Xingu ele não tem essa palavra, não faz parte do dicionário deles. Eles vivem o dia-a-dia, caçam, pescam, não tem ambição, não tem medo de perder as coisas, não tem medo de assaltos. Eles tem honra, que é uma coisa que tá difícil de se encontrar por aí. Na verdade nós temos muito o quê aprender com os índios. Tem uma coisa que o Tabata falou outro dia sobre o problema da água no Xingu. Eles não são donos da nascente do rio, eles não são donos da origem da água, isso é gravíssimo. O rio é o supermercado deles.


Você não pode deixar de conferir esse ótimo longa nacional que ficou em terceiro lugar na 14ª edição do Prêmio do Público, para os títulos da mostra Panorama do Festival de Berlim.

Viva o cinema nacional!
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04/04/2012

Crítica do filme - 'Xingu'

Livremente baseado em histórias reais e com uma beleza impressionante nas imagens (muito bem aproveitadas pela ótima condução do diretor), “Xingu”, chega aos cinemas no próximo dia 6 de abril. O trabalho do diretor Cao Hamburger transforma a saga dos irmãos Villas-Bôas em uma grande aventura.

O filme conta a trajetória corajosa de Claudio, Orlando e Leonardo. O irmãos, que estudaram em bons colégios, tinham bons empregos e resolveram largar tudo pela vida na mata. Desde os primeiros passos e os começos de contato com as tribos indígenas, “Xingu”, detalha esse encontro que mudou a vida deles para sempre. Descansando em redes improvisadas, fazendo fogueira, caçando animais, eles lutaram pela primeira terra indígena homologada pelo governo federal. Fato que ocorreu, em 1961, e que completa 50 anos em 2011. Até hoje, irmãos Villas-Bôas são considerados os grandes defensores dos índios no Brasil.

Para dar vida aos protagonistas, foram escolhidos três bons nomes do nosso cinema. Claudio Villas Bôas é interpretado por João Miguel, personagem intenso que muitas vezes age mais pelo coração do que pela razão, mais uma ótima atuação desse ótimo ator. Orlando Villas Bôas é o mais político dos três irmãos, volta e meia frequentando as salas arrumadas do governo (tentando sempre algum tipo de benefício para os índios) tem papel importante para o desfecho positivo da história. Felipe Camargo faz muito bem esse papel.  Leonardo Villas Bôas é o personagem de Caio Blat, o mais jovem do trio, um dos mais inconsequentes também, deixou a história cedo, sendo expulso pelos irmãos por engravidar uma índia durante a trajetória. Blat, sempre que em cena com seu personagem, ajuda muito bem a guiar a história.

A relação com os índios, desde o primeiro momento é uma mescla de surpresa e descoberta, na maioria das vezes bastante amistosa. Entre um cigarro e outro, os carismáticos irmãos entram mata à dentro tentando se aproximar de muitas tribos indígenas nunca antes contactadas. Enfrentam muitas dificuldades e orquestram uma batalha nas terras e foras delas para consolidar a reserva indígena prometida. Os índios nunca tiveram fronteiras, mas naquele momento era o melhor que podiam ter. Com o governo de olho na Amazônia, os irmãos Villas-Bôas tinham que correr contra o tempo para consolidar o plano de proteger as tribos indígenas.

Com boas atuações, uma direção muito segura e imagens maravilhosas, “Xingu”, é uma ótima pedida! Um dos melhores filmes nacionais do ano, até agora. Vá acompanhar essa aventura dos irmãos que foram indicados ao prêmio Nobel e fizeram um trabalho excepcional que muitas vezes fora esquecido pela memória brasileira.
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03/04/2012

Se tivesse um filme do desenho “Caverna do Dragão” quem seriam os mais cotados para os papéis?

Durante muito tempo, o jornalista que vos escreve, esteve pensando em uma maneira de falar para vocês leitores sobre um de seus desenhos preferidos durante a infância, “Caverna do Dragão”. Após muito relutar e analisar como esse sucesso dos anos 80 (que teve três temporadas e 27 episódios, sem um final) poderia correr em paralelo com o mundo do cinema, um dia, a lâmpada acendeu em uma madrugada. Já que nenhum produtor se mobilizou (ou se mobilizou e não se concretizou) para fazer a versão cinematográfica desse clássico, vamos tentar dar uma ajudinha, pensando em quem seria os atores, o diretor, o roteirista que se encaixariam como uma luva nos carismáticos personagens dessa grande história.

Lembrando que essa não é, nem de longe, uma idéia tão original assim. Se você procurar pela internet, verá outros sites fazendo algo parecido. Mas prometo a vocês que os nomes abaixo são frutos de grande pesquisa feita por esse maluco ligado à sétima arte.  Antes de analisarmos os personagens e seus melhores artistas para interpretá-los, vamos contar rapidamente a história para quem não conhece. Sim, é possível que alguém não conheça!

A curta sinopse (que você encontra parecida em qualquer site que fala sobre o seriado) é a de um grupo de jovens amigos que estão num parque de diversões e acabam embarcando em uma montanha russa. Durante esse passeio, um portal se abre e leva-os à um outro mundo. Nesse outro lugar, ganham roupas e armas mágicas de um anão velhinho chamado Mestre dos Magos. Após o susto e de se estabilizarem no novo ambiente, buscam desesperadamente o caminho de volta para casa. Mas não é tão fácil assim, aos poucos vão descobrindo muitas dificuldades, além, de volta e meia entrarem em atrito com o vilão da série, Vingador, um ser maléfico que deseja dominar por completo esse novo lugar em que eles estão.


Agora que estamos ambientados com a história, vamos sonhar um pouquinho?

                                                    
Hank

O líder do grupo. Nutre uma paixão por Sheila e se sente muito culpado por ter convencido seus amigos a entrar no carrinho da montanha russa. Seu poder é um arco que cria flechas energéticas e muitas vezes até corda esse arco vira.

Quem deveria interpretá-lo nos cinemas: Ryan Gosling

Porque: É o grande ator do momento (e esse momento ficará por bastante tampo). É capaz de fazer uma árvore ou um deprimido que se apaixona por uma boneca inflável de maneira espetacular. Talvez o único ator do planeta que poderia transformar “Cinderela Baiana” em um filme ‘assistível’. Imaginem ele contracenando com a Carla Perez. Brincadeiras à parte, seria a grande chance de ver Gosling e Fassbender em um filme juntos.


Eric

Com sua roupa de cavalheiro, Eric, é um dos mais chatinhos personagens (isso não quer dizer que não o adoramos). Especialista em colocar o grupo em perigo, muito por sua arrogância e egoísmo. Seu poder é um escudo que protege uma pequena área ao seu redor quando acionado.

Quem deveria interpretá-lo nos cinemas: Christopher Mintz-Plasse

Porque: Além de já ter provado competência no adorado “Kick-Ass”, não existe pessoa no mundo do cinema mais parecida com Eric do que esse jovem ator.



Diana

A grande atleta do grupo, elasticidade é o seu forte, ajuda muito ao grupo com suas acrobacias. É uma das personagens mais confiantes da trama e possui como poder um bastão que é muito usado em acrobacias e que regenera caso quebrado.

Quem deveria interpretá-la nos cinemas: Paula Patton

Porque: Além de ser uma bela atriz, a talentosa Paula Patton mostrou muitas habilidades em cenas de ação, no filme “Missão Impossível: Protocolo Fantasma”. Sem dúvidas daria uma excelente Diana.


Sheila

É irmã de Bobby. Sempre procura proteger o corajoso irmãozinho das confusões que o mesmo se mete. Seu poder é uma capa que possui um capuz o que da invisibilidade quando preciso.

Quem deveria interpretá-la nos cinemas: Carey Mulligan

Porque: Uma das mais talentosas atrizes da nova geração, Carey Mulligan, tem o tom certo para essa personagem que além de guerreira tem que ser uma espécie de mãe e irmã ao mesmo tempo. Seria uma ótima oportunidade de refazer a dobradinha com Ryan Gosling (“Drive”) e Michael Fassbender (“Shame”).



Presto

A insegurança em pessoa. Tem um dos poderes mais interessantes: um chapéu de feiticeiro. Pena que o jovem de óculos não controla direito o poder recebido se atrapalhando em muitas situações. É um típico nerd que tem em todo grupo de jovens.

Quem deveria interpretá-lo nos cinemas: Daniel Radcliffe

Porque: Quer melhor maneira de fugir do rótulo de ser o eterno “Harry Potter” do que dando vida a um personagem de uma saga como essas? É uma chance que o Daniel agarraria na hora e nem pensaria duas vezes. Obs: O óculo que deverá ser usado, não pode ser nem um pouco parecido com o do Harry Potter, caso contrário, pensaremos que estamos em outro filme.



Bobby

O mais jovem dos amigos, sem dúvidas, o mais corajoso do grupo. Com um temperamento extremamente inconseqüente, cansa de colocar a todos em perigo. É o irmão caçula de Sheila. Seu poder é um tacape (igualzinho ao usado pelo “Capitão Caverna”) muito poderoso que ajuda e muito o grupo a sair de enrascadas (muitas vezes em situações criadas por ele mesmo).

Quem deveria interpretá-lo nos cinemas: Haley Joel Osment

Porque: O famoso garotinho de “O Sexto Sentido” cairia como uma luva na papel do valente Bobby. Mesmo estando mais velho, não tenham dúvidas que ele ficaria perfeito como o jovem herói.



Mestre dos Magos

Figura presente em quase todos os episódios, é uma espécie de guia do grupo. Figura bastante controversa até pelos fãs da série. Não se sabe se ele está ali para ajudar mesmo ou para atrapalhar (como ocorre em alguns episódios). Tem o poder de irritar os jovens quando fala algo ambíguo e desaparece instantaneamente.

Quem deveria interpretá-lo nos cinemas: Bruno Ganz

Porque: Bruno sabe muito bem dar a carga de mistério que o personagem precisa. Mostrou seu talento em filmes extremamente difíceis e papéis desafiadores. Tenha a certeza: daria muito certo! Talvez, até um Oscar acabaria na estante da casa dele.



Uni

Um filhote de unicórnio com um chifre poderoso que tem um carinho especial por Bobby (e vice-versa). Tem alguns poderes mágicos não muito bem controlados. É marcado por um episódio em que por sua causa o grupo acaba não voltando para casa.

Quem deveria interpretá-lo nos cinemas: Andy Serkis

Porque: Andy Serkis é perito em dar vida a seres computadorizados. Ninguém no planeta faz isso com tamanha maestria como o veterano ator inglês que já foi o traiçoeiro Smeagol (Gollum) na saga “Senhor dos Anéis”. 



Vingador

Como toda boa história tem que ter um vilão emblemático, no caso de “Caverna do Dragão” o papel fica com Vingador. Com muitas habilidades (todas usadas para o mal), seu único objetivo é possuir as armas poderosas do grupo de jovens e ampliar seus poderes no reino.

Quem deveria interpretá-lo nos cinemas: Michael Fassbender

Porque: O sensacional ator alemão  está dando o que falar por suas repetidas boas atuações em filmes como: “Um Método Perigoso”, “X-Men – Primeira Classe” e “Shame”. O ator, que usa muitas suas expressões faciais, não deixa muitas dúvidas que faria um vilão inesquecível. Você duvida?



Quem deveria ser o roteirista: Aaron Sorkin, Zack Snyder, J.J. Abrams
Porque: Nas mãos desses três, sinônimo de coisa boa com certeza viria.


Quem deveria assinar a trilha sonora: Alexandre Desplat
Porque: É o melhor ‘trilheiro’ atualmente. Chegará em breve ao patamar de John Williams.


Quem deveria ser o diretor: David Lynch
Porque: Seria a maior loucura da história do cinema, bizarramente genial. Abusaria de figuras esquisitas, cenários psicodélicos somados a genialidade de um dos maiores diretores da sétima arte. Imaginem o final desse filme? A pessoa ia ter que voltar aos cinemas 20 vezes para entender! E isso não seria de forma alguma ruim e sim, maravilhoso!




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02/04/2012

Viena nunca mais foi a mesma

Quem nunca imaginou uma grande história de amor? O diretor texano Richard Linklater consegue a proeza de dirigir um filme que se baseia única e exclusivamente nos diálogos muito interessantes entre os dois protagonistas, Jesse e Celine, que desfrutam de um amor ingênuo daqueles que só a sétima arte pode produzir.

Considerado por muitos cinéfilos um dos grandes trabalhos no gênero romance, “Antes do Amanhecer”, foi lançado no ano de 1994 e conta o começo de uma grande história de amor entre dois jovens que se conhecem em uma viagem pela Europa e vivem algumas horas juntos em um lugar mágico chamado Viena. Impressionam as atuações de Ethan Hawke e Julie Delpy, os dois nasceram para fazer esses personagens.
Houve uma continuação, nove anos depois, e o mais impressionante acontece: a química entre os personagens continua a mesma. “Antes do Pôr-do-Sol” é um filme tão bom quanto o primeiro. Nessa história entendemos melhor o que aconteceu com os dois apaixonados, na deixa dada pelo primeiro longa. 

Os personagens, bem mais maduros, não perderam aquele brilhar nos olhares e a harmonia nos diálogos (grande marca do filme).  Mesmo com uma carga maior (há uma certa tensão/apreensão) que fica evidente logo quando se reencontram, a emoção chega ao seu ápice já no desfecho, deixando os corações mais frios com lágrimas nos olhos. Um hino de amor aos corações cinéfilos apaixonados.

Recentemente o ator Ethan Hawke falou a alguns veículos de comunicação sobre a real possibilidade de um terceiro filme, o que deixaria os adorados dessas obras com um sorriso de orelha a orelha.

E aí cinéfilo? O que você acha dessa grande história de amor? 
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01/04/2012

Crítica do filme - 'A Toda Prova' (2012)

Até aonde você iria para buscar sua inocência? Com um roteiro de Lem Dobbs, que mescla muitas sequências de luta e que deixa os destinos dos personagens cheios de saídas, o novo filme do famoso diretor Steven Soderbergh, “A Toda Prova”, é a prova viva de que você pode fazer um longa de ação protagonizado por quem é perito no ramo.

Na trama, uma linda mulher procura vingança depois que é traída durante uma missão. O filme não foge de sua proposta em nenhum momento, é honesto com o espectador, mostrando a saga de uma mulher altamente treinada militarmente em busca de sua inocência. O roteiro tenta ser uma espécie de tabuleiro de quebra-cabeças onde todas as peças se juntam perfeitamente no final, mesmo que em alguns casos o desfecho seja bem óbvio.

A bela lutadora de MMA, Gina Carano, estrela esse filme que tem ação do início ao fim. Aproveitando a beleza da jovem e das suas habilidades físicas, o longa tem cenas de lutas muito bem executadas e, com toda certeza, são o grande ponto alto do filme. Gina usa e abusa da sua competência no Jiu-Jitsu, Boxe, Luta Greco Romana e outras especialidades em artes marciais. Seria a veterana lutadora a nova ‘Jackie Chan’ dos cinemas? Em muitas cenas, dá para perceber que ela mesma faz as difíceis sequências sem ajuda de dublê.

Um elenco de nomes conhecidos no mundo do cinema, atualmente e do passado, dão o ar de sua graça nesse interessante filme de ação: Antonio Banderas, Michael Douglas, Ewan Mc Gregor, Michael Fassbender, Channing Tatum. Cada um deles consegue contribuir, à sua maneira, para o bom andamento da trama. Não existe um destaque maior que Gina Carano.   

Será uma boa diversão para todos que gostam de ação, intriga, aventura, suspense e politicagem jogados no liquidificador. Recomendável para aqueles que curtem adrenalina na telona!   
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Crítica do filme - 'Como Agarrar meu Ex-Namorado'

A diretora Julie Anne Robinson (“A Última Música”) volta ao mundo do cinema para apresentar o seu segundo longa, “Como Agarrar meu Ex-Namorado”, que conta com a famosa atriz do seriado “Grey’s Anatomy”, Katherine Heigl, como protagonista. Uma pena que a história é vazia, clichês e mais clichês aparecem a cada minuto além de personagens sem carisma. Resumindo em um filme muito sem graça.

O filme não consegue se encaixar em nenhum gênero, tem a proposta de uma comédia romântica mas parece ser mesmo um drama existencial. Será que foi um problema de adaptação? Talvez. Parece que sempre está faltando alguma peça para ter aquela boa conexão com o espectador.

Logo no início somos apresentados a Stephanie Plum (Heigl), mulher de meia idade, bonita, desempregada e recém divorciada. Em dificuldade para pagar as contas e manter o carro na garagem consegue um emprego na empresa do seu primo como caçadora de recompensas, onde sua primeira tarefa é ficar na trilha de um policial procurado, com quem teve um passado romântico. O longa é baseado no livro (homônimo) de sucesso da escritora Janet Evanovich.

Katherine Heigl e o irlandês Jason O'Mara tem uma total desarmonia em cena. O filme segue a lógica de outro longa, “Caçador de Recompensas”, que tinha Jennifer Aniston e Gerard Butler no elenco. A diferença entre as duplas é exatamente o carisma, os últimos citados transbordam isso em cena diferentemente da Katherine e Jason.

Quando Katherine Heigl vai virar realmente uma atriz? Após seu meteórico sucesso em um seriado (já citado) de sucesso no mundo inteiro a artista de 33 anos tenta já há alguns anos se manter com êxito no mundo da sétima arte, porém, vem seguidamente tentando se estabelecer num único gênero (comédia romântica) deixando de ser aproveitada em outros tipos de filme o que poderia elevar sua carreira. As pessoas vão conferir os filmes dela muito por conta do legado que a personagem dela (do seriado) deixou lá atrás. Se Nicolas Cage lidera o ranking dos atores com mais filmes ruins feitos em sequência, Katherine Heigl é a líder do ranking feminino. Os dois juntos em um filme seria um armagedon cinéfilo.

A Partir do dia 13 de abril, vá aos cinemas é a sua chance de tirar suas próprias conclusões. Será que vão concordar com as palavras acima? Veremos! 
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31/03/2012

Crítica do filme - 'Beleza Adormecida'

(Reprodução)

Dirigido e roteirizado pela estreante Julia Leigh, “Beleza Adormecida”, é um drama que tem uma atmosfera esquisita, e mostra uma jovem completamente inconsequente que arranja um novo emprego bem suspeito. A trama tenta ser detalhista mas acaba sendo insuportável, a vontade pegar no sono ou sair da sala do cinema baterá em sua cabeça a todo instante.

Na história, temos um retrato assustador da vida de uma jovem estudante universitária que é envolvida em um mundo misterioso do prazer e sexo escondido quando arranja um emprego freelancer para trabalhar como garçonete, que tem como ‘modelito’ uma lingerie insinuante. A jovem não sabe mas é drogada com soníferos fortíssimos e toda noite é acompanhada de velinhos que se aproveitam da situação, cada um a sua maneira.

O filme não tem propósito, não tem emoção. Aos olhos da protagonista tentamos entender uma trama que é um absurdo completo. Com direito a um nu frontal (totalmente desnecessário) de um senhorzinho de mais de 70 anos de idade, o filme se torna indigesto e bem cafona em quase todas as sequências da ‘bela adormecida’.

No papel principal temos a jovem Emily Browning (“Sucker Punch - Mundo Surreal”), que interpreta Lucy (ou Melissa, ou Sara), uma jovem que trabalha como garçonete, ajudante administrativa e servente sexy de festas de senhores com grana. Personagem um tanto quanto não regulada da cabeça, dorme no chão do escritório, queima cédulas de seu salário, vai para o bar quase toda noite se insinuar aos marmanjos de plantão, que chegam a apostar uma transa com ela no cara e coroa. O trabalho da atriz australiana é muito prejudicado por uma história completamente vazia onde sua personagem tem a difícil missão de preencher muitas lacunas, fato que não ocorre.

Muitos acharão a produção metafórica e encontrarão entendimento nesse audacioso trabalho. Mas a verdade é que as peças desse quebra-cabeça não fazem parte do mesmo jogo. Como nos últimos filmes de Nicolas Cage: Fujam para as montanhas!  


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30/03/2012

Crítica do filme - '12 Horas'

O que fazer para provar um fato que ocorreu com você e que ninguém acredita? Dirigido pelo pernambucano Heitor Dhalia, “12 Horas”, é um suspense que narra a saga de Jill (papel de Amanda Seyfried), personagem assustada (com um pé na paranóia) que luta Jiu-Jitsu e anda armada por conta de um passado traumático que envolve um serial killer que nunca foi descoberto.  O roteiro é bastante desarmônico e os diálogos muito esquisitos, em alguns momentos tensos você chega até a rir do que é dito por alguns personagens, é uma sensação estranha.

Na trama, conhecemos duas irmãs (Molly e Jill) que vivem em uma casa repleta de trancas. Uma delas é viciada em estudo (Molly), a outra é garçonete em um bar na cidade e no passado fora presa por um sequestrador num buraco (literalmente falando), sendo alimentada com comida de gato. Quando Molly desaparece, Jill está convencida de que o serial killer que a raptou há alguns anos voltou à cidade e assim ela se prepara para capturar seu sequestrador, contando mentiras e mais mentiras para conseguir informações que a coloquem na trilha do criminoso.

O início é caracterizado por um belo climão tenso, imposto pelas imagens, ações dos personagens e música características de um filme do gênero thriller, méritos para Dhalia. Mas, conforme a fita anda, somos levados para um jogo (que parece a princípio ser psicológico) de gato e rato onde as peças demoram para se encaixar. O papel dos coadjuvantes poderia ser um bom fio condutor dessa história, porém, são muito mal aproveitados. Peter Hood (Wes Bentley) e Sharon Ames (Jennifer Carpenter), por exemplo, pouco adicionam ao longa e poderiam facilmente contribuir muito mais. Amanda Seyfried tem atuação esforçada, tenta passar para a personagem toda a aflição de uma mente perturbada, não é um mal trabalho da artista de 26 anos que ficou conhecida no Brasil por seu trabalho em “Mamma Mia!”.

O que incomoda muito na fita é o fato de todo mundo que aparece na frente da personagem principal possuir memória de elefante, enchendo a jovem de informações certeiras. Se ela fosse malandra perguntava logo os números sorteados do próximo sorteio da mega sena.  

O filme tinha que estrear no dia primeiro de abril (dia da mentira), a protagonista solta uma mentira a cada sequencia. Mas a data de lançamento certa é 20 de abril. Mesmo com alguns pontos sem nó, muita gente pode gostar desse suspense que tem uma mão brasileira no comando. 
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Crítica do filme - 'O Babá(ca)'

Reunindo algumas crianças e a velha história da babá que se mete em muitas confusões quando está tomando conta dos pequenos, o diretor americano David Gordon Green (o mesmo que assinou a direção de “Segurando as Pontas”) apresenta seu novo trabalho “O Babá(ca)”.  Com alguns personagens irritantes e que tiram poucas risadas do espectador, o longa se torna uma grande decepção aos olhos dos amantes da sétima arte.

Na tentativa de comédia, um estudante universitário (que está suspenso) é indicado por sua mãe para ser babá de três crianças numa noite.  Ele só não contava estar totalmente despreparado para a noite maluca que vinha pela frente ao lado desses três jovens com personalidades completamente diferentes.
Para uma história batida dessas, a única solução é tentar ser criativo e tentar ao máximo driblar todos os futuros clichês que obviamente irão existir. Os roteiristas Brian Gatewood e Alessandro Tanaka não se preocuparam com isso e só acentuaram a quantidade de clichês possíveis por sequência. Daqui a alguns anos estará naqueles programas, na hora do chá, que conhecemos muito bem. É muita bobagem em pouco tempo o que influencia na qualidade do trabalho, com toda a certeza.

Impressionante como o nível de atuação de alguns artistas caíram drasticamente nesse filme, potenciais enormes sendo gastos num longa muito ruim.  Jonah Hill decepciona após concorrer ao Oscar de melhor ator coadjuvante (merecidamente, diga-se de passagem) pelo filme “Moneyball”, totalmente sem graça com piadas que não dão certo tem uma atuação lamentável. Sam Rockwell e seu personagem Karl, excêntricos por si só, esquecem o roteiro e improvisam muito, deixando as sequências em que aparecem completamente loucas e sem rumo.

Ainda bem que tem menos de 85 minutos de fita. E outra coisa...isso é nome para se dar pra filme? Com licença!

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