21/06/2012

Crítica do filme: 'A Fada'


Usando a mesma dinâmica de “Rumba” os diretores Dominique Abel, Fiona Gordon, Bruno Romy tentam se encaixar no mercado cinematográfico de vez com o inusitado “A Fada”. Com carismáticos e performáticos personagens essa fita francesa tem um roteiro cheio de surpresas mas incomoda com a extensão da não-realidade nas sequencias, por mais que seja a base da proposta da produção.  

Na trama, um atrapalhado e azarado funcionário de um pequeno hotel, após inúmeras tentativas de mudar sua rotina (a impressão é essa) acaba encontrando em seu caminho uma fada que promete realizar três desejos sejam eles quais forem. Após completar 2/3 do prometido, desaparece fazendo com que o ex-azarado ronde a região do hotel em busca de sua fada.

Os personagens parecem que conseguem levar o público para dentro da trama. Cada movimento, cada ação peculiar, cada frase possui um certo impacto aos olhos cinéfilos. Por ter esse jeitão diferentão é que a fita se torna extremamente atraente, menos, quando exagera nos sentidos das ações e no seu complemento das lacunas por meio da ‘não-realidade’. É um filme que se você conseguir se conectar nos dez minutos iniciais achará o filme bom, senão, vai querer sair correndo de dentro do cinema. A história, longe de ser superficial, é deveras original elevando o grau de atenção do espectador de maneira leve e descontraída com um toque de alma e essência de cinema francês.

Se você gosta de filmes leves que possuem uma proposta diferente, não deixe de conferir esse filme. Caso contrário, mesmo sendo cinéfilo, pode não curtir. 
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17/06/2012

Crítica do filme: 'Amor Impossível'


Nada como uma boa história de pescador. Se o filme fosse bom brincaríamos com essa frase, mas infelizmente o longa dirigido pelo sueco Lasse Hallström (diretor do excelente “Regras da Vida (1999)”) é abaixo da média. Tinha tudo para ser um grande filme, com um ar agradável, leve e com um elenco muito competente “Amor Impossível” pecou quando tentou se estender nos detalhes .  O filme é um grande sonífero e foca nos assuntos mais chatinhos e desinteressantes que poderiam existir.

Na trama, uma autoridade no assunto ‘pesca’ é convidado por um sheik para ajudá-lo a tornar o exercício de ‘catar’ os peixes um esporte, isso, em pleno deserto. Assim, uma consultora (contratada pelo poderoso asiático) acaba sendo o elo entre esse dois homens e o público embarca em uma viagem inusitada de amor com pitadas de fé.

O personagem principal (interpretado pelo sempre excelente Ewan McGregor) é excêntrico até demais o quê desvia muito, em certos momentos, o foco da trama. Muitas vezes insensível, o desastrado Dr. Jones vive muitos problemas no casamento (difícil até dizer qual o mais grave deles) o que já deixa a lacuna para o seu desfecho totalmente óbvia do meio pra frente.  Emily Blunt vive Harriet, a consultora que acaba tendo forte influencia no destino de cada personagem, na trama.  Por mais que isso doa o coração de qualquer cinéfilo, a Srta. Blunt passa a impressão de não ter entendido seu personagem, fato que praticamente deixa o filme sem solução.  A única que realmente briga para que a fita não se torne um sonífero é a maravilhosa Kristin Scott Thomas. A veterana inglesa está nojentamente magnífica na pele de Patricia Maxwell, assessoria do governo.  Quem consegue se conectar quando Kristin entra em cena consegue não dormir até o fim do filme.

No longa, vemos sendo abordados a política, a pesca, o amor, a fé, o desdém, a tristeza mas isso tudo jogado no liquidificador não resultou em um pingo de emoção e isso é uma constatação que muitos chegarão ao final dessa cansativa jornada.  

Mesmo com simpáticos personagens e belas paisagens a produção não consegue decolar. A analogia que se presta é a de um avião tentando correr na pista de decolagem para poder conseguir voar. No fim, acaba o combustível e não decola. Isso resume bem esse longa.
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13/06/2012

Mini-Crítica do filme: 'Madagascar'


Os simpáticos bichinhos dos outros filmes da franquia estão de volta. “Madagascar 3” chega aos nossos cinemas com força total para embalar nas bilheterias nacionais. Dessa vez mais agitados do que nunca, o quê de fato atrapalha a animação com tanto efeito para simples ações, os animaizinhos que todos amamos voltam a se meter em confusão em um longo caminho para casa, no Zoológico do Central Park em Nova Iorque.

Na trama, os queridos bichinhos que já conhecemos resolvem voltar para o lar doce lar deles. Deixando a África para trás eles fazem um ‘tour’ pela Europa, dando até uma voltinha na esplendorosa Monte Carlo.  Mas nem tudo são flores nessa aventura, quando começam a se meter em confusão são perseguidos por uma agente de controle de animais, madame DuBois, uma mulher autoritária que persegue a ideia louca de caçar seu primeiro leão e colocar como troféu em sua parede. Quando tudo parece perdido os nossos amiguinhos buscam ajuda de outros animais em um circo que percorre o mundo.

Com um elenco de famosos dando vida aos personagens (Ben Stiller, Chris Rock, Jada Pinkett Smith e David Schwimmer) o longa infantil promete animar a garotada sendo um prato cheio para os papais e mamães  que adoram um bom desenho. É um filme para todas as idades, parece que cada parte foi feita para determinada idade. Óbvio que a maioria das partes é feita para os pequenos jovens mas aposto que você adulto também irá se divertir bastante na poltrona do cinema.

Diverte mas tudo é exagerado. É indicado mas não é, nem de longe, a melhor animação da franquia. 
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12/06/2012

Entrevista com Cláudio Assis, diretor do filme "Febre do Rato"


Créditos foto: Daniela Nader

Nascido em dezembro de 1955, na cidade de Caruaru (Pernambuco), Cláudio Assis é um diretor único, realizador de um cinema que fala sobre a vida nua e crua. No começo de carreira, atuou no movimento cineclubista, ajudando a fundar os cineclubes em diversos lugares. Ganhou a atenção dos cinéfilos com o longa "Amarelo Manga" e anos mais tarde com o polêmico "Baixio das Bestas". Nesse ano, Cláudio Assis volta às telonas contando a história de Zizo, um poeta inconformado e de atitude anarquista que parece viver em um mundo particular até encontrar uma jovem e passar por um processo de transformação. Ganhador do Festival de Paulínia no ano passado, "Febre do Rato" estreia dia 22 de junho nos cinemas.

Por conta dessa aguardada estreia, batemos um papo rápido com o diretor. As respostas foram curtas mas com muita força onde demonstra todo o sentimento desse brasileiro que faz o cinema à seu molde.


1)   Poeta, amor, poesia. Como surgiu o projeto “Febre do Rato” em sua vida?
Cláudio Assis: Com a vontade de fazer cinema. Um cinema que fale sobre a vida e poesia!


2)   Conte como foi a escolha de elenco do filme “Febre do Rato”?
Cláudio Assis: Na verdade continuei com pessoas que já trabalham comigo, que formam essa família: o Irandhir (Santos), Matheus (Nachtergaele), Conceição Camarotti. Para os novos fiz um convite, não teve teste.


3)   O poeta Zizo tem falas marcantes durante todo o filme “Febre do Rato”. Você poderia dizer a sua preferida e por quê?
Cláudio Assis: "Ousadia não se compra na esquina" é a minha preferida, agora não tem porque eu explicar, né?! É isso! Do jeito que está!


4)   É difícil fazer cinema do jeito que você faz no Brasil? Há pouco ou muito incentivo? Ainda é muito difícil conseguir dinheiro (incentivo/patrocínio) para rodar um longa metragem no Brasil?
Cláudio Assis: É difícil, mas já melhorou muito para mim desde que fiz o “Amarelo Manga”, e para todos os cineastas.


5)   Qual a mensagem que você quer passar com esse seu novo trabalho?
Cláudio Assis: Que as pessoas façam o que quiserem! Que não sigam as regras! Que não sejam vendidos!


6)   O que é cinema para você?
Cláudio Assis: É uma tela grande, um filho de todas as artes projetado como um soco em uma grande parede branca.









Não deixem de conferir! "Febre do Rato" estreia dia 22 de junho nos cinemas.
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11/06/2012

Crítica do filme: 'Bel Ami'


Não é suficiente só ser amado? Em “Bel Ami somos jogados em uma história de sedução e desejos maduros muito bem executados pelos atores. Em seu recheio, ótimas atuações, uma trilha impecável e uma grata surpresa. O novo trabalho dos diretores Declan Donnellan, Nick Ormerod é cheio de características peculiares, tinha tudo para dar errado mas a dupla acaba acertando em cheio, neste simpático longa.

Na trama, adaptada do conto de Guy de Maupassant, o espectador é apresentado à ascensão de um jovem ao ‘poder’, em Paris. Contando com seu dom de manipulação e o charme que exerce sobre as mulheres mais influentes e ricas da cidade luz, consegue um por um seus objetivos. Mas será que ele tem algum preço a pagar?

Nessa sociedade francesa de séculos atrás, posições anti-governamentais são utilizadas pelo poder da impressa para instigar o povo contra os comandantes. O jogo político dita o ritmo necessário para que o longa (que tem o roteiro assinado por Rachel Bennette) se sustente até o fim, deixando poucas brechas para futilidades que poderiam sair dos relacionamentos dos personagens.

Robert Pattinson mostra um bom entendimento do complicado personagem. Não podemos negar que é um dos melhores (senão o melhor) trabalhos desse criticado ator. Esperamos com mais esperança “Cosmópolis” do Cronemberg, veremos. Mas voltando ao filme, em uma cidade onde as mulheres tem forte influência sobre as decisões de seus maridos, a ascensão em um tabloide dá à Georges Duroy (Pattinson) o status que buscava. Em meio à todas as mulheres que o cercam, começa a ficar perdido em relação as decisões que precisa tomar para alimentar seu lado gigolô-vingativo e ganancioso, que possui uma tremenda vulnerabilidade quando sob ataque. Duroy apronta de tudo e pede desculpas (para uma dama em específico). Parece contraditório, não é? Porém, se encaixa bem na trama.

O trio feminino (as coadjuvantes) é de dar água na boca de qualquer cinéfilo, executam seus respectivos personagens com toda elegância e charme que eles necessitam. Kristin Scott Thomas muito bem no papel da esposa influente do dono do jornal, existe algum papel que essa veterana não consiga executar? Uma Thurman dá um show na pele da ‘jogadora’ que consegue estar em todos os movimentos de clímax do filme, um dos melhores trabalhos da musa de Tarantino. E por último, e com o mesmo destaque, Christina Ricci que interpreta Clotilde de Marelle, que possui uma forte influência sobre as decisões do personagem principal na história.

Com uma trilha indutiva, que leva o público para dentro da história, “Bel Ami” marca a estreia de Robert Pattinson às críticas positivas. Creiam cinéfilos, é verdade! Não deixem de conferir.


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10/06/2012

Crítica do filme: 'Violeta foi para o Céu'


Anos de sofrimentos refletidos em canções. Dirigido por Andrés Wood (diretor do excelente “Machuca”), “Violeta foi para o Céu” é um drama que conta a história de Violeta Parra, uma cantora chilena que teve uma trajetória muito complicada. Ao longo dos 110 minutos de fita, percorremos muitas fases da vida dramática dessa artista. O roteiro é muito bem feito, a direção é competente mas o ponto alto da trama está na atuação de sua protagonista. A atriz Francisca Gavilán passa uma verdade impressionante com o olhar, uma atuação de tirar o chapéu.

Na trama, somos apresentados a um retrato dramático da famosa cantora chilena. A timidez na juventude é apenas um detalhe para o molde da personalidade forte e marcante que viria exercer em seu futuro.  A nossa jornada percorre as memórias, os amores e suas esperanças entre cantorias e mais cantorias (uma mais profunda que a outra) dessa artista que defendia suas canções sem nunca perder o orgulho da sua origem chilena.

O roteiro analisa muito especificamente cada fase da história da cantora. O Pai perdeu tudo no jogo, só deixando como herança um violão velho que vira um amuleto para continuar de cabeça erguida no rumo de sua vida. É nesse instrumento que Violeta encontra um conforto para sua sofrida trajetória. Esse papel (e alguns traumas) da sua família em sua vida, vira um detalhe que é interpretado de maneira diferente pelo público. Até onde os acontecimentos trágicos levaram Violeta a cometer a tragédia já no desfecho da história?

Entre uma sequencia e outra, muitas músicas compões à trama. As letras profundas, geram reações calorosas da plateia. A interpretação de Francisca Gavilán é absurdamente linda. Parece que Violeta veio do céu para iluminar essa tremenda atriz. Impecável atuação.

Mesmo com muitos pontos positivos, a duração é o calcanhar de Aquiles e deve gerar algumas observações dos cinéfilos. Da maneira que é contada essa história, o público demora um pouco para se conectar. Mesmo com o desfecho trágico, não precisava ser tão longo. A extensão da história só prejudica o elo com o espectador.

Agora só falta você conferir essa história, que tem alguns pontos negativos, mas merece sua análise, cinéfilo! Viva o cinema latino! 
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06/06/2012

Crítica do filme: 'Prometheus'


Qual o nosso propósito? Qual a nossa origem? Pensando nessa e em outras respostas, chega aos cinemas no próximo dia 15 de junho, o novo trabalho de Ridley Scott, “Prometheus”. Inserido até o último suspiro no gênero sci-fi, o longa futurístico conta a saga de cientistas em busca de respostas para a humanidade. Recheado de figuras esquisitas marombadas, gosmas melequentas e robôs que usam chinelo de dedo, a fita tem seu grande ponto positivo no roteiro inteligente e bem bolado que deixa qualquer cinéfilo feliz, claro.

Na trama, somos apresentados a uma equipe de exploradores que descobrem uma pista para a seguinte questão: a origem da humanidade na Terra! Isso acaba os levando a uma aventura interplanetária nos lugares mais complexos que habitam o universo. Chegando em seu destino, os tripulantes da "Prometheus" terão que enfrentar uma batalha cruel e dolorosa para tentar salvar o futuro da raça humana.

Já em seu início, “Prometheus” prometia (não riam, eu sei que foi sem graça). Tomando uma batida de maracujá incandescente um ser de outro planeta colocava o espectador para pensar logo na primeira sequencia. Será que aquela cena explicaria alguma coisa mais pra frente? O filme consegue exercer esse poder, o da ‘informação vital’ para o entendimento. Se você se afastar da história em algum momento, pensamentos esquisitos irão navegar em sua mente, como por exemplo, um em que o robô David é o Zordon dos Powers Rangers, entre outras maluquices. Agora, falando um pouco mais sério, alguns pontos interessantes são levantados pela história. O ser ‘mãe’, a curiosidade humana (em relação à evolução) contra a aceitação religiosa, a interação entre seres artificiais e os humanos entre muitas outras questões. No caso desse filme, uma exceção à regra, não escreverei a fundo em relação a esses detalhes, pois, certamente spoilers virão e estragarão a sua surpresa.

Para ajudar a contar essa história, o competente diretor chamou uma equipe de peso. Encabeçando a lista, no papel principal, Noomi Rapace, que após esse bom trabalho consolida de vez seus pés em Hollywood. Charlize Theron (cada vez mais parecida com a atriz Abbie Cornish), adotando um jeito “robótico vilanesca” cumpre com méritos sua função para com a história. Logan Marshall-Green, o sósia do Tom Hardy, deixa o público um pouco perdido com as variações de seu personagem mas não compromete nos principais momentos da trama. Mas, novamente esse ano, o show é do alemão! Michael Fassbender interpreta um ser bem peculiar e executa perfeitamente as características “humanas” que há nele. Seu robô David, que quem vos escreve apelidou o mesmo carinhosamente de “robô havaianas”, interage de forma misteriosa com os humanos às vezes reproduzindo frases de outros filmes ao longo da fita. Quem disse que só os humanos tem memória cinéfila? Resumindo, David é um personagem fundamental para o sucesso da história.  

O desfecho do longa é emblemático, então, não corram dos cinemas antes do filme realmente terminar, senão, você perderá a principal cena e que praticamente consolida uma grande ponte e raciocínios complexos desse e de outra sequencia bastante conhecida pelo público.

Na telona, a jornada começa em 2089. Para você começa dia 15 de junho. Não deixem de anotar na agenda, vale muito a pena.
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05/06/2012

04/06/2012

Crítica do filme: 'Branca de Neve e o Caçador'


Com um orçamento que beirou aos 100 milhões de dólares, “Branca de Neve e o Caçador”, tenta conquistar o público com uma adaptação bastante sombria sobre o conto famoso da Branca de Neve e os Sete Anões. Para essa ‘dark’ missão, foi convocado uma vencedora do Oscar e um elenco basicamente de jovens que estão em alta no mercado Hollywoodiano. A consequência disso é um filme muito irregular, com atuações que beiram ao ridículo.

Na trama, após muitos anos de felicidade, o reinado do Rei Magnus chega ao fim de forma dramática. Sua filha, a princesa Branca de Neve, consegue fugir da tirania da Rainha Má e vai procurar refúgio em um lugar muito perigoso. Para capturá-la de volta, a vilã da trama manda o ‘caçador’ para a missão, prometendo-o ter sua mulher de volta caso tenha êxito. Mas o jovem acaba tornando-se protetor e mentor da bela princesa e juntos planejam uma missão para derrotar a Rainha Má.

A narração do caçador já dava a pequena impressão do pesadelo que viria pela frente. Branca de neve encarna um espírito de William Wallace em busca da liberdade sua e de seu povo. Completamente sem carisma, os personagens são introduzidos na trama de maneira esquisita e sem nenhuma ponte criada com o espectador.  A proposta comercial, que claramente vemos nas sequências, atrapalha o ritmo do filme que estranhamente se prolonga quase que eternamente, dando um ‘stop’ com mais de duas horas de sacrifício cinéfilo.

A escolha de Kristen Stewart para o papel da protagonista e de Chris Hemsworth para o papel secundário (do caçador) foi um grande equívoco cinematográfico. A primeira não consegue se conectar com nenhuma cena de sua personagem, parece que está em outro filme (não sei se vocês sentiram também essa impressão), já o segundo é muito irregular nas sequências e erra demais quando tenta deixar eu personagem engraçado, chega a ser constrangedor em alguns momentos.

Tem ponto positivo? Tem sim. A ótima trilha do craque James Newton Howard. Mas é muito pouco para um longa que prometia ser um dos melhores do ano. Na telona, simplesmente, não acontece. O que era pra ser diversão vira chatice em forma de cinema.





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03/06/2012

Crítica do filme: 'Em Busca da Felicidade' (2007)


Escrito e dirigido pelo desconhecido Brad Isaacs, “Em Busca da Felicidade”, é um como tantos filmes que não conseguiram espaço para aparecer aqui no Brasil. É um daqueles tesouros que achamos empoeirados e escondidos nas prateleiras das locadoras (das que ainda existem) ou vendidos à 9,90 em um DVD duplo (dividindo espaço com outra produção).  Um drama que tem um ‘começo, meio e fim’ bem estruturados, o que deixa o espectador confortável com a bela história contada, em pouco mais de 80 minutos de fita.

Na trama, que é situada na década de 60, dois jovens (interpretados pelos excelentes Cayden Boyd e AnnaSophia Robb) vivem uma história mágica, embarcando em uma aventura, com muitas descobertas, para encontrar novos pais e escapar da vida triste em que viviam. Um longa que fala sobre violência, mas não é com aquela abordagem e nem daquela maneira em que estamos acostumados a ver no mundo do cinema. A violência em questão é emocional. A nulidade que os pais do jovem protagonista exercem sobre o mesmo é algo de dar lágrimas nos olhos e um desejo de que isso nunca possa acontecer no mundo real.

Ótimos personagens vão aparecendo ao longo do filme e cada um deles contribui para o saldo positivo do que vemos nas sequências. Os pais do protagonista, um adorador de barcos e a outra viciada em artistas de Hollywood, são os grandes vilões da trama e impactam no jovem filho o desejo de mudança.  

O longa comove com a sutileza que agrega à situações extremamente dolorosas, que poderiam causar um verdadeiro caos emocional no coração de uma criança. O personagem principal é dotado de uma maturidade única e consegue forças para sair daquela relação distante com seus pais, indo buscar sua própria liberdade com a ajuda de sua nova amiga. O caminho é de descobertas e isso torna a produção muito simpática e interessante.

Um material rico como esse não pode deixar de ser visto pelos cinéfilos.  Recomendado.
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02/06/2012

Top 5 - Piores e Melhores - Liam Neeson


Sir William John Neeson nasceu no ano de 1952, é um ator irlandês. Filho de uma cozinheira e um zelador. Seu nome é a forma irlandesa e escocesa, do nome William (Aqui no Brasil ele se chamaria William Neeson, por exemplo).  Vindo de uma família pobre, com menos de dezoito anos já trabalhava como operador de grua ao mesmo tempo que mantinha uma carreira de pugilista amador. Com 11 anos, Neeson andou pela primeira vez no palco. Sua professora de Inglês lhe deu o papel principal numa peça da escola, que ele aceitou porque a menina se sentiu atraído seria protagonista. A partir de então, ele continuou atuando em produções escolares para os anos seguintes.  

Foi estudante de física e estudante de graduação de ciência da computação na Universidade Queen de Belfast em Belfast, Irlanda do Norte, antes de sair para trabalhar para a cervejaria Guinness. Ele descobriu um talento para o futebol na Universidade de Queens, quase seguindo na carreira de jogador profissional. Após alguns anos assim resolveu partir para a cidade de  Belfast para tirar o curso de professor. Contudo, em 1976, sentindo-se tentado pela carreira de ator, inscreveu-se numa companhia de teatro de Belfast.
Em 1980, o cineasta John Boorman o vi no palco, atuando como Lennie Pequeno em “Of Mice and Men”, e ofereceu-lhe a parte de Sir Gawain no filme Artur, “Excalibur”. Depois de “Excalibur”, Neeson se mudou para Londres, onde continuou a trabalhar no palco, filmes de orçamento pequeno e séries de televisão. Em 1987, Neeson tomou uma decisão consciente para ir para Hollywood, a fim de estrela em papéis de alto perfil.

A grande oportunidade de Neeson surgiu quando Steven Spielberg, de visita a Londres, ficou impressionado com o seu talento em palco e com as suas aparências físicas com o personagem do projeto que tinha em mãos. Imediatamente convenceu-o a aceitar o papel de Oskar Schindler, industrial alemão que salvou perto de um milhar de judeus das garras dos comandantes SS dos campos de concentração em “A Lista de Schindler”, 1993. Após o grande trabalho nesse filme virou figurinha carimbada de muitos filmes grandiosos e marcou de vez sua presença no concorrido mundo Hollywoodiano.

Abaixo analisaremos os cinco melhores e os cinco piores trabalhos desse ator que foi nomeado oficial da Ordem do Império Britânico por Rainha Elizabeth II, na Lista de 1999. Serei muito breve nos comentários dos filmes – assim, o artigo não fica muito grande e ninguém usa a desculpa de que ficou com preguiça de ler (rs). Ainda assim, peço desculpas a todos.


Os 5 Melhores de Liam Neeson
A Lista de Schindler – Kinsey - Café da Manhã em Plutão - Rob Roy - Os Miseráveis

5+ “Os Miseráveis” (Les Miserables, 2008) de Bille August
Uma das melhores adaptações do célebre livro de Victor Hugo. Bille August tem uma direção muito inteligente e uma visão muito interessante sobre essa história que está no imaginário de muitos. Liam Neeson é um ótimo Jean Valjean.


4+ “Kinsey - Vamos Falar de Sexo” (Kinsey, 2004) de Bill Condon
Um filme muito agradável que conta a história de Kinsey, levantou dados sobre o comportamento sexual de milhares de pessoas. Liam dá um show no papel do protagonista.


3+ “Café da Manhã em Plutão” (Breakfast on Pluto, 2004) de Neil Jordan
Um dos grandes trabalhos do excelente Cillian Murphy é essa fita dirigida pelo também competente Neil Jordan. Contando a história do travesti amargurado ‘Kitten’, “Café da Manhã em Plutão” é um filme sensível que precisa ser conferido por todos os cinéfilos.


2+ “Rob Roy - A Saga de uma Paixão” (Rob Roy, 1995)  de Michael Caton-Jones
Na pele do herói escocês que dá nome ao filme de Michael Caton-Jones, Liam Neeson provou mais uma vez porque é um dos atores mais talentosos de sua geração. Seu dueto com Jessica Lange é inesquecível. Filme para ver e rever.


1+ “A Lista de Schindler” (Schindler's List, 1993) de Steven Spielberg
A obra-prima de Liam Neeson. A principal atuação de sua carreira e sem dúvidas o melhor filme que já participou. Uma obra inesquecível do diretor das multidões Steven Spielberg.



Os 5 Piores de Liam Neeson
Fúria de Titãs - Esquadrão Classe A – Cruzada - Um Tira à Beira de uma Neurose - Fúria de Titãs 2



5- “Um Tira à Beira de uma Neurose” (Gun Shy, 2000) de Eric Blakeney
Misturando colapso nervoso e sessões de psicologia, “Um Tira à Beira de uma Neurose” tem um roteiro muito embolado. É o famoso caso de ótimo material humano não muito bem aproveitado. Um dos piores filmes do currículo de Liam.


4- “Cruzada” (Kingdom of Heaven,2005) de Ridley Scott
Um terrível filme sobre o tema. Merece ser desossado e analisado item por item mas não é o caso para agora. Umas das piores produções de Ridley Scott. História tediosa que não se encaixa, muito por conta da falta de carisma de Orlando Bloom.


3- “Fúria de Titãs 2” (Clash of the Titans, 2012) de Jonathan Liebesman
Em tempos de guerra, se você tem poder, então você tem dever. Seguindo essa linha de chamada de guerreiros que estavam aposentados, temos o pontapé do novo trabalho do Sul-Africano Jonathan Liebesman (“Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles”), “Fúria de Titãs 2”. Na eminente guerra, onde Deuses e homens são afetados, quem acaba sofrendo é o público com atuações muito fracas e uma história apenas superficial. Pode ser até que vire um grande jogo de vídeo game, mas como filme deixou, novamente, muito à desejar.


2- “Esquadrão Classe A” (The A-Team , 2010) de Joe Carnahan
Baseado em série de TV de sucesso, “Esquadrão Classe A”, conta a história de um grupo de soldados que fora condenado por um crime que não cometeram. Não dá para entender o que é pior no filme, as atuações ou a direção. Até para quem gosta de filmes do gênero vira um programa tediante ver esse filme.


1- “Fúria de Titãs” (Clash of the Titans, 2010) de Louis Leterrier
Tinha tudo para ser um dos grandes filmes sobre mitologia já feitos, infelizmente passou longe disso e acabou se tornando um dos piores. Nada se encaixa e a mitologia praticamente não existe. Lamentável em muitos sentidos.



Menção Honrosa ou Horrorosa: No filme "Simplesmente Amor" o veterano ator homenageado nesse Top 5 mostrou toda habilidade emocional cênica ao lado de outros grandes artistas.  
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