13/09/2012

Crítica do filme: 'The Babymakers'



Com a tentativa de agradar aos cinéfilos, com um tema recorrente em Hollywood, "The Babymakers” apresenta como protagonistas dois atores que simplesmente não se encontram em cena. Com personagens longe de terem algum carisma e um entrosamento que não existe, levam todos nós a crer que estão em filmes diferentes. Falta muito sintonia à dupla Paul Schneider e Olivia Munn. Tudo parece robótico. Personagens sem alma, emoção, humor. Atiram para todos os lados e não acertam em alvo nenhum. Logo digo é o clássico filme chato. Entediantes 10 minutos iniciais já indicam a qualidade do longa de Jay Chandrasekhar (diretor também do horroroso "Os Gatões - Uma Nova Balada").

Na trama , conhecemos um casal que sofre muito (principalmente o homem) por não conseguir obter a gravidez tão esperada. Após muito escutar as fofocas nocivas alheias e meio já de saco cheio de ser dado como o grande responsável de não conseguirem engravidar o rapaz (que comprou o anel de noivado com dinheiro de masturbações) recebe uma grande ajuda de seus amigos com o único objetivo de ir até um depósito e roubar o esperma que ele deixou em um banco de esperma alguns anos no passado.

A premissa tinha potencial: ‘vida de casal é afetada por não conseguirem ter filhos’. A abordagem precisava ter um tempero original, coisa que não ocorre. Uma ou outra piada tem certa competência mas no geral os diálogos pecam muito caindo sempre nas armadilhas dos clichês que parecem ser procurados frequentemente pela câmera do diretor.

Não consegue agradar nem o mais otimista cinéfilo. Procure algum outro filme para ver, com tanto filme bom sendo lançado mundo à fora é quase um pecado perder seu tempo dormindo durante essa fita.

Continue lendo... Crítica do filme: 'The Babymakers'

12/09/2012

Crítica do filme: 'Resident Evil 5: Retribuição'


A deusa ucraniana, seu óculos Óticas do povo e o encontro para os fãs de um 3D vídeo game cinematográfico.

Dirigido pelo cineasta inglês Paul W.S. AndersonResident Evil 5: Retribuição” dá um show na sua abertura em slow down, trocando de perspectiva (totalmente inversa), de trás pra frente. São 5 minutos empolgantes, a desconstrução dos fatos é inteligente e marcante. Pena que de coisas boas (fora a presença sempre bela de Milla Jovovich), só isso. Lutando contra a extinção da raça humana, somos guiados por Alice a um mundo semi-real cheio de tiros, monstrengos e armadilhas. Cenas muito forçadas, tentativas de comédia totalmente sem noção e o raio-x de cada golpe são alguns pontos baixos do filme que passa longe de ser uma boa diversão para o grande público.

Na trama, voltamos a ser guiados por Alice (personagem da belíssima ucraniana Milla Jovovich) em uma luta, dessa vez, a favor de um movimento de resistência da raça humana contra os poderosos trunfos da Corporação Umbrella. Alice e sua roupa masoquista mais os humanos que restaram se envolvem em uma guerra implacável contra aliens, mortos-vivos, parasitas que soltam balas pelas unhas, clones e muitas outras criaturas do mal.

No começo há uma explicação rápida deixando o filme aberto a todos que nunca viram os quatro primeiros. Aos poucos, vamos entendendo que se trata (mais uma vez) de um grande vídeo game cinematográfico. A história teima em não acompanhar a qualidade dos efeitos, o que já afasta metade do público. Claramente foi optado pela preferência aos efeitos, ao invés da história. Em algumas sequencias o público é até envolvido mas, em geral, tudo é muito vago, criando um grande vazio existencial.

Não irá agradar a todo o público cinéfilo. Na verdade, o longa é somente indicado para quem curte filmes de ação e/ou se tornou fã da franquia. Para esses últimos, levem os joysticks, a aventura vai começar. Para os primeiros, levem os travesseiros o sono vai te pegar!

Continue lendo... Crítica do filme: 'Resident Evil 5: Retribuição'

11/09/2012

Crítica do filme: 'Abraham Lincoln - Caçador de Vampiros'


Abe, o tio presidente que Buffy não conheceu

Dirigido pelo cineasta cazaquistão Timur Bekmambetov (“O Procurado (2008)”), “Abraham Lincoln - Caçador de Vampiros” é um filme que possui um jeito fictício e inteligente de rever a história de uma figura emblemática de séculos passados. Baseado no livro de Seth Jared Greenberg (que também assina o roteiro), a produção surpreende pela qualidade acima da média. A parte técnica tem momentos eletrizantes e sequências muito bem feitas, beirando ao impecável. Mesmo um pouco acelerado em certos momentos, é uma ótima diversão para quem curte filmes do gênero.

Na trama, somos guiados pelos olhos do décimo sexto presidente americano a um mundo misterioso de sanguessugas que desejam tomar o lugar dos vivos. Desde a infância vamos acompanhando a trajetória de Abraham Lincoln, que recebe treinamento específico para se desenvolver e virar o maior matador de vampiros do planeta. Com muitas amizades pelo caminho e descobertas macabras, Lincoln vai chegando aos poucos ao poder, posição perfeita para liderar e comandar um exército contra os mortos vivos.

A ingenuidade do jovem Lincoln é um contraponto interessante para criar uma grande empatia com o público. Sempre demonstrando suas fraquezas, se desenvolve muito ao longo da trama descobrindo com o espectador todos os mistérios do mundo dos mortos vivos que bebem sangue.  A ideia de transformar Abraham Lincoln em um caçador de vampiros é bizarra, sim, mas porque não pode dar certo? Temerosos cinéfilos já criticam o filme mesmo antes de assistir, provavelmente por conta de um comentário ou outro, espalhados pela grande rede. Além de ser um bom filme “Abraham Lincoln - Caçador de Vampiros” tem um potencial gigante para virar um seriado de sucesso.

Conseguiram criar uma maneira inteligente de contar uma história que nunca existiu. Nessa versão de antigos fatos, Lincoln lutava não só por palavras e ideais mas com um machado poderoso (detalhado em prata) cortando cabeças e mais cabeças de vampiros sedentos por sangue. O filme é direto, entra rapidamente no núcleo dos assuntos fundamentais para preenchimento de eventuais lacunas. Todo o clima é preparado para a batalha final, para sabermos quem comandará a nação, os vivos ou os mortos. Em curtos flashbacks, entre uma cena e outra, vamos conhecendo o passado de alguns personagens. Essa maneira trivial de contar a história é fundamental para o sucesso do longa.

Se surpreenda, dê uma chance ao presidente contar uma história que não existiu mas que garante o divertimento do mundo cinéfilo!

Continue lendo... Crítica do filme: 'Abraham Lincoln - Caçador de Vampiros'

10/09/2012

Crítica do filme: 'O Legado Bourne'


"...Gavião aranha em busca de sua autonomia na terra do comprimido azul e verde..."

Inspirado no célebre personagem de Robert Ludlum e dirigido por nova iorquino Tony Gilroy (que conduziu o excelente “Conduta de Risco”), chegou aos cinemas de todo o Brasil na última sexta-feira (07) o novo filme da franquia Bourne, “O Legado Bourne”. Para quem esperava ver novamente Matt Damon na pele do protagonista, pode esquecer. Infelizmente para muitos, Jason Bourne parece um fantasma que é mencionado durante muitos minutos na fita. Quem comanda a história agora é o ator Jeremy Renner, com seu personagem Aaron Cross. O roteiro, deveras complexo, faz toda hora menções a acontecimentos nos outros filmes em forma de histórias que correm em paralelo à trama central. Pena que muita coisa não se encaixa (é um tal de comprimidos pra lá, comprimidos pra cá), os clichês tomam conta e assim o espectador vai se afastando aos poucos, mantendo a atenção apenas nas ótimas cenas de ação que recheiam o longa.

Na trama, conhecemos um homem programado para ser um soldado, a favor de uma grande nação, que passou pelo mesmo treinamento que Jason Bourne. Quando o programa Treadstone se coloca em problemas, todos os soldados que fazem parte dele precisam ser eliminados, só restando um único sobrevivente, Aaron Cross. Assim, ao lado de uma médica especialista em vírus, Cross precisa rodar o planeta atrás de um composto que complete a experiência a qual foi alvo além de fugir das tentativas de assassinato que volta e meia o rodeia.

Às vezes nos sentimos naqueles aulões de biologia que cursos preparatórios cansam de ministrar. É célula programada, reações físicas/químicas metabólicas, praticamente saímos do cinema (isso se você não dormir) PHD’S em Biologia. Será que não tinha uma maneira mais fácil de abordar algumas questões? O filme não consegue ser uma boa diversão para quem não viu os outros filmes. Por mais que a história tenha um novo protagonista, sem ter visto os outros filmes da franquia fica difícil analisar e entender o longa em sua totalidade. Então cinéfilo, fica logo a dica, veja os outros três filmes para sentar na cadeira do cinema e conferir essa quarta produção.

Será que o treinamento de Jeremy Renner foi para ser o novo Homem Aranha? O que o ator escala de parede (com a maior facilidade) não é brincadeira. Falta carisma ao ‘novo Bourne’. Jeremy Renner (que já fora indicado ao Oscar) se esforça, transpira, pula, luta mas não consegue criar aquela empatia que Matt Damon fazia sem esforço.

Cansativo, barulhento e decepcionante. Por favor, tragam o Jason Bourne de volta!  



Continue lendo... Crítica do filme: 'O Legado Bourne'

09/09/2012

Crítica do filme: 'Sexo, Mentiras e Videotape'


Sue Johanson, Dr. Jairo Bauer, até mesmo antes de Babi falar de sexo nos meios de comunicação, Steven Soderbergh brindou os cinéfilos com um drama que se propõe a ser um grande divã sexual, “Sexo, Mentiras e Videotape”. As desilusões além dos jogos emocionais contidos em um relacionamento que só existe no papel é o estopim para uma série de descobertas, atrações, sexo, muitas mentiras e inúmeros videotapes.

Na trama, conhecemos John Mullany (Peter Gallagher) e Ann Bishop Mullany (Andie MacDowell) um casal que está à beira do caos, muito por conta da vida sexual inexistente. John é um advogado, com um ‘ar poderoso’ que trai a mulher com a própria cunhada, Cynthia. Essa última, vive suas excentricidades onde sempre fica claro a necessidade de ser melhor que a irmã. Para o triângulo virar um quadrado, faltava um elemento. A chegada de um antigo amigo de John (Graham, interpretado por James Spader) abala as estruturas do que sobrara desses relacionamentos, uma atração contagiante vai tomando conta do ambiente, deixando Ann completamente envolvida com esse misterioso homem.

A personagem mais intrigante da história é Ann. Declarações que indicam uma frigidez são meramente especulações de seu furioso e infeliz marido. Começamos mesmo a entender a  personagem quando ela se encontra primeira vez com Graham. Ali começa o jogo de sedução que definitivamente consegue tirar aquela mulher da mesmice. A disputa com a irmã que antes era impossível agora se torna desleal tamanho o envolvimento de Ann com o novo personagem.

As construções dos ótimos diálogos dão consistência à trama. Sempre é muito complicado falar de sexo no cinema. Steven Soderbergh merece todo o crédito, pois, seu roteiro (sim, ele também assina o filme) é acima de tudo, inteligente e atemporal. As sequências de depoimentos no videotape são ótimas e entregam ao público um pouco de cada uma das pessoas que passam pela fita.

Intenso, provocante e com ar de genial. Não deixem de conferir essa atemporal obra de Steven Soderbergh.
Continue lendo... Crítica do filme: 'Sexo, Mentiras e Videotape'

08/09/2012

Crítica do filme: 'Os Infiéis'


Festival de bundas, chá verde e infidelidade da turma que comanda o ‘boi’

Reunindo dois ótimos atores franceses, uma boa direção e um roteiro com altos e baixos, “Os Infiéis” estreou no circuito nacional nessa última sexta-feira (07). Dirigido por Emmanuelle Bercot, Fred Cavayé, Alexandre Courtès, Jean Dujardin, Michel Hazanavicius, Jan Kounen,Eric Lartigau,Gilles Lellouche o longa é dividido em muitas partes (esquetes), como se fossem pequenos pedaços, que giram ao redor (em relação à temática) da trama que começa e termina o filme. Mesmo parecendo confuso à primeira vista, a produção é muito interessante tendo partes brilhantes e outras nem tanto assim.  Jean Dujardin e Gilles Lellouche interpretam cinco personagens cada um, os dois estão excelentes em cada um desses, risos e mais risos chegaram até o cinéfilo muito facilmente.

Na trama conhecemos diversos personagens que estão em dívida amorosa com suas parceiras por serem infiéis. Tem a dupla de amigos que pegam várias mulheres em uma simples balada e com um sonho de ir pra Las Vegas curtir a vida, tem o masoquista que gosta de velhinhas, tem o ‘educadinho’ que não consegue se segurar e trai sua mulher o tempo todo, tem o dentista que pega uma ninfeta mas não consegue acompanhar a geração dela, entre tantos outros.

O filme tem um ritmo que vai se modificando ao longo da fita. Mistura histórias de flagras, discussões sobre traição e o pesar da consciência que volta e meia paira sobre a cabeça de alguns personagens. O grande mérito é abordar as diversas maneiras de traição de forma simples, objetiva e muito engraçada. As sequências das reuniões dos ‘traidores anônimos’ é riso na certa (Guillaume Canet, marido de Marion Cotillard, está espetacular na pele do hilário Thibault)! A trilha sonora também merece destaque, consegue ter um espaço marcante no meio dos risos e dramas que o longa aborda, méritos para Pino D'Angiò e Evgueni Galperine.            

O show mesmo vai para os 10 personagens interpretados pela dupla dinâmica do cinema francês Jean Dujardin e Gilles Lellouche. Cenas hilárias e muito bem dirigidas são vistas em cada uma dessas sequencias. O entrosamento dos dois é algo que impressiona, fator muito visto no teatro, quando os atores estão sempre trabalhando à longo prazo.

Como em toda comédia tem seus exageros, como o momento ‘Mel Gibson’ e um festival de bundas que aparecem sem nenhuma necessidade. O fato de ser muito ‘cortado’ atrapalha um pouco o andamento do filme, é como se fosse perder pontos naquela categoria de votação das escolas de samba, evolução. Mas nada que atrapalhe a diversão do espectador.

Quer se divertir? Não perca tempo, corra para o cinema e veja essa agradável película francesa! 
Continue lendo... Crítica do filme: 'Os Infiéis'

05/09/2012

Crítica do filme: 'O Quarto do Filho'


'...um retrato devastador de uma família após uma tragédia...'

Até aonde vai a dor de uma família após uma tragédia devastadora? Em meados de 2002 estreou em nossa terra verde e amarela o longa italiano “O Quarto do Filho”. Escrito, dirigido e interpretado por Nanni Moretti, o filme vai além de todas as questões levantadas em produções semelhantes focando do início ao fim em um homem e as escolhas que fizera em uma tarde agradável ao que parecia ser mais um fim de semana como todos os outros.  O longa é profundo, entra no drama de uma família e seu modo de viver diferente após uma enorme tragédia.

Na trama, somos apresentados a um psicanalista chamado Giovanni e a sua simpática família. Sua linda mulher é uma profissional ativa, extremamente carinhosa com os dois filhos do casal. Giovanni trabalha em casa, em uma área reservada para atender seus pacientes, e sempre que pode tenta interagir à sua maneira com os filhos. Logo de início, o psicólogo é chamado à escola por conta de uma acusação à seu filho. Sequencias mais tarde percebemos que o relacionamento dos dois não é muito próximo, fato que se complica e se torna irreversível após uma triste situação que abala toda essa família para sempre.

Escrever o que acontece para a mudança da história é praticamente estragar o filme para você leitor, saiba apenas que é algo muito triste e que essa situação impacta efetivamente na mudança dos personagens a partir do ocorrido. O longa tenta mencionar a família mas claramente é focado no pai desse lar de classe média. Todos os movimentos da trama giram aos olhos de Giovanni: seu relacionamento deveras difícil com seus pacientes, sua relação com a mulher e a falta de entendimento com o filho, além, do pequeno (porém evidente) distanciamento para com a filha. Assim, entramos na vida dessa família. Tristezas intrínsecas vão tomando conta da trajetória, a possibilidade de felicidade, a partir da catástrofe, se torna uma tentativa cada vez mais distante. O cinéfilo se pergunta: será que eles vão conseguir superar?

Um retrato devastador de uma família após uma tragédia, não há outra maneira definir essa maravilhosa fita italiana. Um dos detalhes marcantes que vemos é uma direção iluminada de Nani Moretti. Pra quem tem coração forte e gosta de filmes bons, recomendado fortemente.
Continue lendo... Crítica do filme: 'O Quarto do Filho'

03/09/2012

Crítica do filme: 'Bernie'


'Cuidado bigodinho! Se o apartamento da megera falasse...'

Um erro fatal é passivo de perdão? Com uma espécie de filme trágico/cômico o texano Richard Linklater (que dirigiu o inesquecível “Antes do Amanhecer”) retorna às telonas, após um descanso de 3 anos, com seu novo trabalho “Bernie”. Nesse drama que se mistura na comédia, sempre em medidas certas, agrada pela simplicidade e nos carismáticos personagens, principalmente seu protagonista, um homem com muitas facetas e talentos que possui um ‘status’ alto dentro da comunidade onde vive mesmo após um terrível assassinato cometido.

Na trama, conhecemos o educado Bernie Tiede um homem altruísta e querido por todos na região onde mora. Certa vez conhece Marjorie Nugent uma idosa com muito dinheiro que passa a tratar Bernie como um grande amigo. Só que, após algum tempo de relação, Marjorie mostra sua verdadeira face (conhecida por todos na região): megera, chata, insuportável essa personagem da veterana Shirley Maclaine. Não agüentando mais a situação em que vive, Bernie, em um ato impensável mata Marjorie e esconde por algum tempo o fato na cidade. O ponto alto do filme é depois do ocorrido e a descoberta do mesmo. A mobilização da cidade a favor do protagonista é um trunfo poderoso que as autoridades, representadas pelo promotor Danny Buck (Matthew McConaughey), tentam a todo instante combater.

Jack Black canta, dança e interpreta de maneira muito segura seu pacato personagem. A liberdade de criação para o intenso artista é controlado sabiamente pelo diretor (que também o dirigiu no sucesso “Escola do Rock”). Consegue ter o personagem em suas mãos o tempo todo se tornando um dos melhores trabalhos do ator californiano.

Por meio de entrevistas conhecemos um pouco a opinião das pessoas que conviveram com Bernie. Os coadjuvantes idosos, aqueles que aparecem por meio dessas entrevistas, são ótimos. Preenchem as lacunas do roteiro com humor, simplicidade e sutileza.

Para grande surpresa, ao final do longa, sabemos que se trata de uma história real. Imagens do verdadeiro Bernie são mostradas (até um encontro dele com o ator que o interpreta nesse filme, Jack Black).

Não deixem de conferir esse bom filme que garante ótimos minutos de diversão.
Continue lendo... Crítica do filme: 'Bernie'

02/09/2012

Crítica do filme: 'Os Mercenários 2'


'...o epicentro do riso são auto-piadas de personagens de outros tempos...'

Dirigido pelo cineasta inglês Simon West (diretor de “Con Air – A Rota da Fuga”), “Os Mercenários 2” é um filme de ação que conta com um recheio generoso e nostálgico de comédia onde o epicentro do riso são auto-piadas de personagens de outros tempos que também foram interpretados por esses famosos atores de longas de ação. Empolga a platéia gerando risos aos montes, vai agradar uma legião de cinéfilos.

Na trama, novamente somos guiados por Barney Ross e sua gangue de sanguinários mercenários bonzinhos a mais uma missão vingativa que envolve um terrorista que pretende vender plutônio para pessoas com intenções perversas. Após a contratação de mais um integrante à equipe, Bill, os mercenários seguem uma missão atrás de outra conseguindo com êxito eliminar seus objetivos. Mas, quando uma das missões falha e o jovem Bill é capturado pelo vilão ‘Grande Dragão’, Barney e seus amigos partem um busca de vingança e contam com a ajuda de John McClane, do ‘Terminator’, além de Braddock.  

O filme consegue ser superior ao primeiro em muitos aspectos. O roteiro não é nada diferente do que já vimos em outras fitas de ação, a grande sacada é a maneira como as ‘piadinhas’ conseguem um grande efeito nos diálogos dos personagens. É como se ‘Os Mercenários 2” fosse uma grande união de antigos astros falando: ”Nós estamos mais velhos mas sabemos fazer um filme deste tipo”!

Muitos podem dizer que é um longa de ‘ação/pastelão’ mas não é bem assim. Tem história, tem fortes personagens, tem uma boa direção. É muito mais do que uma simples reunião de atores que marcaram uma geração. É uma grande oportunidade para uma recente geração conferir nas telonas esses vovôs que sempre prendem a atenção quando aparecem! Diverte e por isso vale a pena ser conferido!  
Continue lendo... Crítica do filme: 'Os Mercenários 2'

01/09/2012

,

Crítica do filme: 'Cosmópolis'


'...A inteligência de uma viagem ultrareal da Próstata assimétrica...'

Baseado em um livro de Don DeLillo, chega aos cinemas no próximo 7 de setembro o novo filme do cineasta canadense David Cronenberg, "Cosmópolis". Metáforas e mais metáforas em diálogos profundos e deveras inteligentes marcam o longa que é estrelado pelo vampiro (de outros filmes terríveis) Robert Pattinson. Falando sobre o tempo e os avanços da tecnologia, em suas elucubrações sobre o destino da sociedade, Cronenberg cria uma fita feita para ser atemporal. Pela profundidade de seus ótimos personagens, o filme pode gerar desconforto ao espectador por conta da variedade de informações a cada minuto.

Na trama, conhecemos Eric Packer (Robert Pattinson) que faz uma viagem de descobertas perigosas, a bordo de uma limusine, para conseguir um corte de cabelo - ter ameaças contra sua vida traz ao personagem a sensação de liberdade. Seguindo rumo a seu objetivo, encontra os mais excêntricos e brilhantes personagens que, de certa forma, contribuem para que mudanças ocorram no seu entendimento sobre a vida e a sociedade.

Com muitas personalidades e uma alta profundidade nos diálogos, este é um longa para quem gosta e entende o cinema de Cronenberg. A história gira em torno do supracitado personagem principal: um bilionário, inconsequente, que gosta de números e ‘ama’ muitas mulheres nessa sua caminhada. Para dar vida a tal excentricidade, qualquer ator poderia ter sido escolhido. Pattinson se esforça, mas quem comanda o show é o veterano diretor David Cronenberg.

Mesmo que você goste e entenda as ideias originais do cineasta, alguns diálogos dificultam o entendimento da trama, às vezes mais difícil que definir a extensão do número PI (destaca-se a alma matemática deste roteiro). Rumores são gerados para definir as conclusões de ações e seus impactos. São conversas profundas, difíceis de digerir; se faz necessária muito atenção a cada detalhe. Uma dica, se você se sentir perdido pense: o impacto da tecnologia é destrutivo, esse é o cenário!

Síndromes x Complexos. Esse combate, proposto brilhantemente já no desfecho da trama, leva o público a entender melhor o protagonista, de ‘próstata assimétrica’, e o mundo de desespero em que os outros vivem, não ele. Sua debochada alienação à realidade faz nascer importante revolta dentro do mesmo, trazendo-lhe um espírito de liberdade totalmente inconsequente.

Tecnicamente excelente, “Cosmópolis” receberá muitas críticas negativas, mas sem dúvidas é um dos grandes trabalhos desse visionário diretor canadense.
Continue lendo... Crítica do filme: 'Cosmópolis'