05/07/2015

Crítica do filme: 'Paper Planes'

Produzido pelo ex-Hulk Eric Bana, com uma música na trilha sonora, Do or Die, escrita por Jared Leto e com o intérprete de Jake Sully no elenco, chega da Austrália um dos filmes mais água com açúcar do ano, Paper Planes. Quando você lê a sinopse já imagina como pode ser o filme, bobinho e cheio de elementos para fazerem emocionar o público. O filme é exatamente isso, um classificado ‘sessão da tarde’ made in terra dos cangurus.

Na trama, conhecemos Dylan (Ed Oxenbould), um menino que vive dificuldades em seu relacionamento com o pai após o falecimento precoce de sua mãe. Certo dia, se envolve em um concurso de aviões de papel e consegue uma surpreendente classificação para um torneio de esfera nacional. Assim, reunindo os poucos recursos que possui, tentando ter uma melhor relação com o pai e fazendo novas amizades, Dylan embarca em uma jornada que o levará até o campeonato mundial de aviões de papel, realizado no Japão.

Nem mesmo o bom jovem ator Ed Oxenbould consegue preencher todas as lacunas para classificar esse trabalho com um bom filme. É um filme feito para família, com inúmeros elementos fantasiosos mas que não conseguem criar um certo sentido dentro do atrapalhado roteiro. Talvez falte um pouco de coragem para tornar essa história um pouco mais real, ficando apenas a analogia na dificuldade entre pais e filhos como uma espécie de respiro do mundo real.  


Esse filme foi feito na Austrália, mas poderia ser feito em qualquer outro lugar do mundo. É o tipo de história simples e repleta de clichês, onde o espectador sabe desde o início como vai terminar a fábula. Os coadjuvantes são mal aproveitados, brilham raramente em alguns segundos, como alguns diálogos e situações com o avô do protagonista (interpretado pelo veterano ator australianoTerry Norris). Muito pouco para um filme que foi selecionado para Berlim este ano. 
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Crítica do filme: 'Muitos Homens num Só'

Com apenas um mês de filmagens, um tempo bem curto na média para um projeto de produção cinematográfica, Muitos Homens num Só é uma livre adaptação baseada no livro Memórias de um Rato de Hotel (1912), de João do Rio. Contando com uma direção que possui bons momentos, um roteiro que deixar a desejar principalmente quando resolve preencher as lacunas investigativas que a história pede por historinhas de amor novelescas e um elenco que desenvolve seus personagens de maneira consciente mas sem ser muito profunda, o filme vem fazendo uma carreira interessante no circuito nacional. Às vezes sendo suspense, às vezes sendo um drama romântico, Muitos Homens num Só comete um pecado capital: se perde em seu caminho que tinha tudo para ser vitorioso.

Na trama, conhecemos Arthur (Vladimir Brichta), uma alma inquieta, um homem com um olhar atento que faz provar a teoria de que a política da vida está no improviso de cada dia. No início do Século XX, Arthur se especialista em furtar pertences de moradores e turistas dos mais badalados lugares da cidade maravilhosa.  Certo dia, em um roubo em que se meteu para pagar uma dívida de um amigo, acaba se apaixonando por Eva (Alice Braga), uma desenhista que vai mudar de vez sua vida. Paralelo a isso, o investigador Félix Pacheco (Caio Blat) começa uma caça ao ladrão, utilizando alguns métodos inovadores para a época, como a impressão digital.

Arthur, tinha tudo para ser um dos personagens mais marcantes do cinema nacional neste ano. Não possui armas, somente a habilidade. Em uma sociedade machista de anos atrás se dedica ao exercício da vadiagem. Observa o que ninguém vê mas que está diante de nossos olhos. O motivo é simples, o mundo que o cerca é intrigante. Porém, o roteiro assinado pela dupla Leandro Assis e Nina Crintzs se perde no clichê de tentar preencher lacunas extras na historinha de amor que é projetada na história, deixando de lado a interessante investigação feita pelo ótimo personagem interpretado por Caio Blat, Félix Pacheco.


Talvez o ponto mais positivo do filme, a trilha sonora é assinada pelo ex-guitarrista da Legião Urbana, Dado Villa-Lobos (que já havia composto a trilha de Malu de Bicicleta e O Inventor de Sonhos) é simplesmente ótima. Villa-Lobos deveria fazer essa incursão ao universo cinema mais vezes. De resto, Muitos Homens num Só é mais um filme nacional com potencial gigantesco que acaba naufragando. 
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Crítica do filme: 'Jogada de Mestre (Kidnapping Mr. Heineken)'

Baseado no livro homônimo de Peter R. de Vries, Jogada de Mestre (Kidnapping Mr. Heineken) é baseado em fatos reais e conta com certos detalhes o seqüestro de um dos chefões da cervejaria Heineken, que aconteceu na década de 80, na Holanda. Para dirigir essa explosiva história, foi chamado o cineasta sueco Daniel Alfredson (A Rainha do Castelo de Ar e A Menina Que Brincava Com Fogo) e para interpretar o representante da família Heineken Anthony Hopkins. Por mais que seja um projeto corajoso e com pontos positivos, existe uma falha óbvia nas sustentações dos personagens, Sam Worthington (Avatar) compromete bastante a trama e tem uma atuação bem abaixo da média. Jim Sturgess não brilha como poderia e Hopkins fica meio esquecido, não podendo contribuir com sua força cênica.   

Na trama, voltamos ao ano de 1983 na Holanda, onde o magnata holandês de cervejas Freddy Heineken (Anthony Hopkins) foi seqüestrado e ficou preso, junto de seu motorista, durante 3 semanas em um galpão.  Ambos só foram soltos depois do pagamento de 35 milhões de guilders holandeses (aproximadamente 21 milhões de dólares) aos criminosos, o valor mais alto da história pago por um sequestro. O bando de criminosos era comandando por Cor Van Hout (Jim Sturgess) um desiludido homem que a beira do desespero e com a esposa grávida resolve arquitetar este plano juntamente com outros quatro colegas.  

O roteiro tem fundamental importância para a baixa harmonia que vemos entre história e personagens. Em seu primeiro arco, resolve modelar todo o pensamento e os porquês por trás do seqüestro, apresenta características familiares dos envolvidos e as possíveis conseqüências de seus atos. Quando acontece o roubo e no momento onde tínhamos que conhecer melhor o ponto de interseção das histórias, O Sr. Heineken,   o filme praticamente esquece de modelar quem é esse personagem e mostrar mais dos dias dele em cativeiro. O foco quase total nos seqüestrados resolveria a questão da interação com o público caso esses personagens conseguissem ser empáticos ou bem desenvolvidos pelos seus intérpretes, fatores que não acontecem. Todos no elenco tem atuações apenas regulares ou ruins.


Assim, Jogada de Mestre (Kidnapping Mr. Heineken), se caracteriza como mais um filme mais ou menos que tem pessoas famosas no elenco. Não deixará lembranças na memória cinéfila e ainda e somente cutucará a curiosidade sobre mais elementos dessa história, já que, Peter R. de Vries, revelou em uma entrevista que não foi à première do filme por ter desaprovado a versão final do filme, afirmando que o mesmo ficou muito diferente do que realmente aconteceu. Será que numa segunda versão, o resultado como filme seria melhor?
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Crítica do filme: 'A Dama Dourada'

Podes ter de travar uma batalha mais de uma vez, para a vencer. Após o interessante Sete Dias com Marilyn, o cineasta britânico Simon Curtis volta à direção de uma longa-metragem, dessa vez para falar sobre uma história incrível de determinação e inteligência baseada em fatos reais. A Dama Dourada, passado na década de 80, na Califórnia, é um drama com cirúrgicas pitadas de humor, oriundo da interpretação digna de Oscar de uma das grandes atrizes britânica em atividade: Helen Mirren. No elenco ainda o excelso Daniel Brühl e a surpreendente atuação do ex-Lanterna Verde, Ryan Reynolds.

Na trama, conhecemos Maria Altmann (Helen Mirren), uma senhora inteligente e com muito bom humor, que por um longo tempo viveu os horrores da guerra. Sobrevivente do Holocausto e vivendo nos Estados Unidos a muito tempo busca a ajuda de um jovem e inexperiente advogado, neto de um grande compositor austríaco, Randol Schoenberg (Ryan Reynolds) para recuperar a obra de arte, Retrato de Adele Bloch-Bauer I, do pintor austríaco Gustav Klimt, que ficou mais conhecido como The Lady in Gold . Essa obra de arte pertencente à sua família e foi roubada pelos nazistas durante a guerra. Assim, o sonho dessa senhora é recuperar o quadro que está exposta em um museu na Áustria, para isso vai processar o governo austríaco e lutar pelos seus direitos.

Existe muito carisma em cena. Helen Mirren e Ryan Reynolds, surpreendentemente encontram uma química maravilhosa. O surpreendente referido, não é pela ótima Mirren mas sim pelo quase sempre fraco em atuações Reynolds. A competência de Simon Curtis é de fundamental ajuda para ficarmos sem conseguir tirar os olhos da telona. O roteiro é muito dinâmico/inteligente e fecha todos seus arcos explicando com cuidado e muita sapiência. Os coadjuvantes são muito bem representados por Daniel Brühl já que Katie Holmes, que interpreta a esposa de Randol Schoenberg (Reynolds) praticamente nem aparece em cena, sendo anulada completamente da história.


As situações apresentadas dentro de ambientações na época para o decorrer dos fatos daquele tempo, transportam o espectador para dentro de uma história repleta de drama sobre uma família, que assim como milhares, sofreram os horrores da guerra, tendo seus bens roubados e principalmente suas vidas alteradas para sempre. Nesta bela fita, que estreia aqui no Brasil em agosto, há muita delicadeza e atuações acima da média para tratar de um tema tão pesado como as ações dos nazistas na mais famosa das guerras mundiais. 
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03/07/2015

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Crítica do filme: 'Meu Verão na Provença'

A verdadeira felicidade está na própria casa, entre as alegrias da família. Depois do ótimo Amor é Ódio no já distante ano de 2010, a cineasta Rose Bosch volta a direção, dessa vez em um filme muito bonito que mostra todas as fases de uma família contada de uma maneira deliciosa. Somando-se a isso, o longa-metragem que estreou no circuito brasileiro na última quinta-feira (02.07), conta com uma atuação maravilhosa do excelente ator francês Jean Reno.

Na trama, conhecemos três irmãos de personalidades diferentes, entre eles um jovenzinho com deficiência auditiva, que partem, forçadamente, de férias para a bela cidade de Florença, na Itália, logo depois de um abalo na estrutura familiar que estavam acostumados. Meio sem saber o que será do destino deles, chegam à casa de Paul (Jean Reno) e Irene (Anna Galiena), seus avós que não viam a muito tempo. Por conta de brigas familiares, não conheciam direito seu avô, um idoso rabugento que vai aprender com a juventude a sorrir novamente.

A primeira vista, parece que Meu Verão na Provença não passa de um filme bobinho, aguinha com açúcar, que avançará por clichês durante todos os 105 minutos de duração. Bem, o filme é muito mais profundo do que isso. O entrosamento dos atores em cena é um dos pontos de sustentações da história, que contém uma premissa bem simples, um conflituoso choque de gerações oriundos, em partes, de escolhas do passado. O desenvolvimento desses personagens ao longo do filme é delicado e só realmente percebemos o quanto que a história é cativante no arco final. Alguns podem até achar alguns diálogos bobinhos mas garanto a vocês, de bobinho esse filme não tem nada.


O foco da trama gira em torno do personagem de Jean Reno, Paul, um quase velhinho amargurado, rabugento, que na verdade sofre internamente com saudades de seu passado underground onde passava dias e dias viajando numa levada Hippie. Como em time de futebol, no cinema acontece a mesma coisa, quando você tem um super talento na sua equipe você joga a bola para ele que o mesmo resolve. Jean Reno, com muita habilidade em cena consegue agarrar o espectador do primeiro ao último minuto e o melhor de tudo: não decepciona! Sem dúvidas, uma das melhores atuações deste grande astro do cinema mundial.
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28/06/2015

Crítica do filme: 'Phoenix'

Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente. Dirigido pelo cineasta alemão Christian Petzold (do ótimo Barbara), o longa-metragem Phoenix possui uma narrativa bastante lenta, um ritmo próprio que deixa o público um pouco com sono, conta com uma ótima atuação de sua protagonista e uma direção apenas boa de Petzold. Esse longa-metragem, que estreia no Brasil no mês de julho tem coisas muito boas e coisas que deixam a desejar, principalmente quando falamos em roteiro.

Na trama, ambientada no ano de 1945, acompanhamos a saga de Nelly Lenz (Nina Hoss), uma sobrevivente dos campos de concentração nazistas que, apesar de ter escapado do sofrimento que passou, sofreu vários ferimentos e seu rosto ficou totalmente desfigurado. Sem qualquer terror, vê a desunião das moléculas de sua própria existência, até que chega em sua vida, Lene Winter (Nina Kunzendorf), funcionária de uma agência judaica, que toma como missão cuidar e ajudar ela de todas as maneiras que é capaz. Junto com Lene, chega também a possibilidade de Nelly reencontrar seu marido. Mas será que ele vai reconhecê-la? O que será do destino dessas almas?

Nina Hoss interpreta com maestria sua sofrida Nelly Lenz. A agonia desta bela personagem somente é compreendida no segundo arco. E no arco final, já no desfecho da trama, carregada de emoção, surpreende o público com uma cena muito bem executada e que explica muito de todo o contexto da trama. O elenco, que leva o filme nas costas, ainda conta com Nina Kunzendorf e Ronald Zehrfeld, ambos inspirados em seus papéis.


O filme todo é modelado em atos recheados que vão melhorando conforme descobrimos mais sobre os personagens. A narrativa lenta que se destaca no início do filme, acaba deixando o andamento da história um pouco arrastado, muito porque acaba acontecendo uma certa sonolência pela falta de informação. É difícil ter empatia pelos personagens quando eles simplesmente são jogados em cena, mesmo assim as atuações dos artistas são acima da média deixando que pelo menos o suspense seja interessante para o respeitável público. 
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10/06/2015

Crítica do filme: 'Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros'


Os animais são todos iguais, mas uns são mais iguais que outros. Aquela trilha sonora nostálgica, marcante (dessa vez assinada por Michael Giacchino), aquela tensão que um bom blockbuster pode provocar, o desejo do espectador de ser transportado para uma história criativa e cheia de efeitos mas com conteúdo. Esse mundo fabuloso de animais adorados por muitos, mereciam um filme do tamanho do carinho que toda essa franquia conquistou ao longo desses últimos anos. E conseguiram.  Dirigido pelo desconhecido cineasta californiano Colin Trevorrow, Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros, além de tudo que os efeitos especiais podem comprar é uma experiência inteligente que faz o espectador pensar sobre a origem das espécies a cada instante.

Na trama, acompanhamos a aventura de dois irmãos em um parque de diversão cheia de dinossauros tentando lutar pela sobrevivência após a fuga de um dinossauro geneticamente manipulado. Para ajudá-los, a administradora do local Claire (Bryce Dallas Howard) contará com a ajuda do domador de dinossauros Owen (Chris Pratt), especialista em terópodes que viveram aproximadamente a 75 a 71 milhões de anos atrás, também conhecidos como Velociraptors.

O roteiro é bem amarrado, causas e consequências bem exploradas, personagens bem definidos dentro da trama e ótimos diálogos. Além de tudo, e talvez o mais interessante de todo o contexto que cerca esse blockbuster, faz uma viagem ao complexo mundo das engenharias genéticas, é criado um híbrido geneticamente temido até pelos próprios dinossauros. Há também um paralelismo no instinto dos animais muito bem embasada, com vários argumentos fazendo o público imaginar e  tirar suas próprias conclusões sobre as ações dos personagens.

Falando em personagens, esses exalam carisma, está no Dna dessa fabulosa história. O sucesso do novo parque, gera desejos ambiciosos de quem o controla. Claire (Bryce Dallas Howard) é um ponto importante da trama. Controladora, certinha, possui uma jornada muito interessante dentro da história e se torna a personagem que mais se aproxima de uma realidade próxima à nossa. O ótimo ator indiano Irrfan Khan (do espetacular The Lunchbox) é o novo dono da festa, pena que sua participação foi encaixada na margem de segurança de todo filme norte-americano chamada clichê.  Talvez o mais querido de todos seja mesmo Owen (interpretado pelo iluminado ,mais uma vez, Chris Pratt), um intrigante personagem que descobriu uma maneira de fazer alguns dinossauros o obedecerem.

Você se arrepia, você fica em estado de tensão, você se diverte. , Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros é um filme imperdível. Vale o ingresso.
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07/06/2015

Crítica do filme: 'Segunda Chance'

Não é de hoje que o cinema dinamarquês vem conquistando a atenção dos cinéfilos mundo à fora. A qualquer novo trabalho, as atenções se voltam de novo a essa intensa escola e ao seu  modo de contar uma história. Assim, começamos falando da cineasta Susanne Bier e a sua marca registrada em preencher a tela com emoções à flor da pele por meio das histórias tristes, e muitas vezes sem rumo, de seus personagens. Não há delicadeza no cinema de Bier, o ser humano é exposto aos seus mais profundos limites. As fraquezas são mostradas da forma mais nua e crua. Porém, neste trabalho, diferente de sua grande maioria passada, infelizmente, tudo dá errado e o filme vai se tornando tão ou mais sonolento do que assistir a um jogo de futebol narrado pelo Galvão Bueno.

Na trama, conhecemos o policial Andreas (Nikolaj Coster-Waldau), um sujeito boa praça que sofre um grande trauma em sua vida quando durante a noite seu único filho para de respirar. Desesperado e sem saber o que fazer, acaba escolhendo uma alternativa arriscada quando resolve trocar seu bebê por um outro. Essa escolha irá traçar para sempre seu destino.

Parece que falta alguma peça para somar a história. Não é toda hora que a famosa diretora dinamarquesa consegue prender a atenção do público com seus melodramas. Em Corações Livres, Depois do Casamento e Em Um Mundo Melhor Melhor a fórmula funciona bem melhor, nesse novo trabalho, que chegou aos cinemas brasileiros no último dia 04 de junho, não dá certo.


Mesmo com os ótimos Nikolaj Lie Kaas e Ulrich Thomsen, falta desenvolvimento dos personagens dentro da trama. Tudo é muito gratuito e muitas vezes confuso. É difícil aceitar essa fábula melodramática. Segunda Chance é um filme bem irregular que chega a ser chato em muitos momentos, acaba pagando por uma fórmula que nem sempre dá certo. Por tudo que já fez no cinema, Bier merecia uma segunda chance de fazer um filme decente. 
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Crítica do filme: 'Rainha e País'

Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer. Com mais de 30 trabalhos como diretor, seja em curtas, medias ou longas metragens, o cineasta britânico John Boorman volta a falar sobre o universo que cerca uma guerra com esse novo drama Rainha e País. A fita tem alguns arcos bem chatos, o roteiro flutua entre mostrar dramas pessoais com certa profundidade, criar uma novela mexicana com a adição de paixões e a descoberta do amor. Uma fórmula muito cheia de clichês e que se mostra ao longo de todo a projeção bem sonolenta.

O filme, protagonizado pelo ator Callum Turner traz de volta o personagem Bill Rohan que já vimos em Esperança e Glória (1987), também dirigido por Boorman. Agora, já mais velho, é convocado para o exército britânico, onde ele e seu melhor amigo, o maluquinho Percy (Caleb Landry Jones), invocam uma particular briga contra seus superiores cheios de regras na base onde servem e, entre uma boa briga e outra, acabam descobrindo o amor.

Esse longa-metragem, que vem fazendo números bem baixos ao longo do mundo todo (bilheteria), poderia ter adotado a tática do não exagero na hora de transmitir uma mensagem. O personagem Percy, por exemplo, é uma peça importante para que o filme não consiga um ritmo, uma evolução que encha o público de expectativa. Suas artimanhas e malandragens se tornam uma fórmula batida e chata pois dominam a tela não significando muita coisa para a história. O protagonista é esquecido ou passa desapercebido em muitos momentos. Isso atrapalha demais.


Rainha e País é recheado de boas intenções mas que jogados na telona não funciona em nenhum momento. O que prende mais o público são os dramas pessoais , principalmente o vivido pelo carrancudo Sargento Bradley (interpretado pelo ótimo David Thewlis) e a misteriosa personagem Ophelia (Tamsin Egerton) que acaba sendo uma obsessão na vida do personagem principal. Quando paramos para pensar, o protagonista na verdade é um coadjuvante de suas próprias histórias, seja pela fraca atuação de Callum Turner, ou, seja pela falta de força do personagem ao longo da projeção. 
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Crítica do filme: 'Kamikaze'

Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente. Dirigido pelo cineasta, debutante em longas-metragens, Álex Pina, o drama Kamikaze tem boas pitadas de comédia, prefere seguir a linha do superficial e se aproveitar da ótima atuação do excelente ator argentino Eduardo Blanco (O Clube da Lua). É um drama, de fato, mas a premissa se inverte quando percebemos que o reviver aflora no caminho do protagonista. A leveza da fita gera uma grande empatia do público em relação a história.

Na trama, conhecemos o traumatizado Slatan (Álex Garcia) um homem que perdeu tudo em um evento traumático provocado pelo governo Russo. Agora, ele está disposto a se explodir a bordo de um avião que sai de Moscou com destino a Madrid, porém seu objetivo é desviado quando, devido a uma tempestade de neve, o vôo é cancelado . Assim, é enviado (junto com os restantes dos passageiros) para um hotel longe de tudo, para aguardar um novo vôo, onde o protagonista terá a oportunidade de conhecer melhor as pessoas quem iria machucar.

Você começa a ver o filme e logo a mente cinéfila faz analogias com Paradise Now ou algum outro tipo de filme que fala sobre atentados suicidas. Mas, Kamikaze desce em um escorrega rumo à comédia, que chega até a ser meio inusitado.  Colocaram no liquidificador o pesado tema com muitas referências a outros filmes do gênero e adicionaram uma lista de ótimos atores que tendem à comédia transformando esse trabalho em uma experiência muito interessante. Você chora, ri, e principalmente é fisgado por tudo que acontece em cena.


Estimado em cerca de 4 Milhões de dólares, esse filme espanhol dificilmente chegará às telonas brasileiras. O que é uma pena. É um filme com potencial de agradar a todo tipo de público. 
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