13/12/2015

Crítica do filme: 'Como Sobreviver a um Ataque Zumbi'

A amizade pode existir entre as pessoas mais desiguais. Ela as torna iguais. Depois de dirigir um dos filmes da franquia Atividade Paranormal (Atividade Paranormal: Marcados pelo Mal), o cineasta californiano Christopher Landon resolve falar do bastante requisitado universo dos zumbis, pena que não acrescenta muita coisa e Como Sobreviver a um Ataque Zumbi acaba no final das contas sendo mais um filme sobre mortos vivos. Por conta da expectativa, principalmente, a produção não deixa de ser uma decepção para os fanáticos por Walking Dead e filmes do gênero.

Na trama, conhecemos um trio de amigos, Ben (Tye Sheridan), Carter (Logan Miller) e Augie (Joey Morgan) que são constantemente zoados por fazerem parte do grupo dos escoteiros. Certo dia, após um bizarro/estranho acidente em um laboratório da cidade onde vivem, um vírus que transforma as pessoas em zumbis infecta toda a cidade e por incrível que pareça o trio de amigos pode ser a única salvação de um grupo que está em uma festa e não sabe da notícia de contaminação. Para chegarem em seus objetivos, o trio contará com a ajuda da garçonete Denise (Sarah Dumont).  

Cheio de momentos com interações usando sustos lógicos, típicos de filmes do gênero, piadinhas sem graça, personagens sem carisma, Como Sobreviver a um Ataque Zumbi possui um primeiro ato bem chato e mesmo melhorando um pouco com o passar dos minutos, principalmente quando a ação chega na trama, não consegue se sustentar. O roteiro é bem nos padrões de outras comédias ‘aterrorizantes’ norte-americanas, nada de novo. Há um dinamismo apenas raso, a partir do segundo ato, que é constantemente atrapalhado por diálogos levemente sem graça e litros e litros de sangue que saem dos zumbis (alguns ninjas, outros com a língua grande).


Falta criatividade no filme. O longa é repleto de exageros, alguns funcionam, outros nem tanto. Para quem ta precisando soltar uma risada ou outra, Como Sobreviver a um Ataque Zumbi pode até funcionar mas está longe de ser um bom filme. 
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Crítica do filme: 'Pecados Antigos, Longas Sombras'

É com muito terror que vemos a desunião das moléculas da nossa própria existência. Vencedor de 10 prêmios Goya (uma espécie de Oscar do cinema espanhol), o longa-metragem Pecados Antigos, Longas Sombras, dirigido pelo cineasta espanhol Alberto Rodríguez é um True Detective com sotaque hispânico. Um suspense com detalhadas pistas sobre as conclusões dos atos finais que faz o espectador não desgrudar os olhos da telona. Além de uma trama para lá de sólida, o filme possui uma fotografia belíssima.

Na trama, acompanhamos a saga de dois detetives de Madri, Juan (Javier Gutiérrez) e Pedro (Raúl Arévalo) com ideias, personalidade e ações sob pressão completamente diferentes, que são enviados a um pequeno povoado para resolver um caso intrigante de desaparecimento de duas jovens. Ao longo dos intensos 105 minutos, vamos descobrindo segredos, traições, e um grande mistério, muito maior que os assassinatos, que é aos poucos desvendado.

O longa-metragem estreou no circuito nacional faz alguns dias e já de cara conseguiu diversas críticas positivas e ótimas referências dos cinéfilos que já conseguiram assistir a este grande trabalho. O conflito entre as personalidades dos protagonistas é o ponto central da trama,é para onde vai a atenção do público logo nos primeiros minutos, muito também por conta do ato final onde escondidas situações chegam à luz. Este tipo de trabalho é um daqueles difíceis de escrever muita coisa, pois, há o receio de entregar alguma parte importante do filme (spoiler).


Estimado em 4 Milhões de Euros, essa bela fita espanhola tem diversos trunfos, a começar pelo roteiro (assinado pela dupla Rafael Cobos e Alberto Rodríguez) extremamente minucioso, também vale destacar a ótima dupla de protagonistas, a fotografia que beira ao espetacular, além da direção bem competente de  Alberto Rodríguez, pouco conhecido ainda no Brasil. Pecados Antigos, Longas Sombras é um dos melhores suspense lançado no Brasil esse ano. 
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Crítica do filme: 'O Clã'

Um revolucionário pode perder tudo: a família, a liberdade, até a vida. Menos a moral. Chegou ao Brasil na última quinta-feira (10) o mais novo filme do cineasta argentino Pablo Trapero, um diretor que adora colocar o dedo na ferida e deixar o público atônito com tantas sequências eletrizantes ao longo de toda sua carreira. Em O Clã, indicado pela Argentina ao próximo Oscar e que encerrou o último Festival do Rio de Cinema, Trapero vai pelo mesmo caminho, dessa vez entrando a fundo no universo da ditadura e tendo como primeiro plano uma história que aconteceu na realidade sobre uma família que era especializada em sequestros de pessoas ricas. Com uma atuação fantástica do veterano Guillermo Francella e um final para lá de arrepiante, O Clã é um dos grandes filmes argentinos do ano, sem dúvidas.

O longa-metragem, que ganhou o Leão de Prata de melhor direção no Festival de Veneza este ano, conta a história dos Puccios que por trás da rotina de uma típica família de classe média argentina, escondem um cotidiano repleto de segredos e alguns seqüestros de pessoas com muito dinheiro. Liderando o Clã, Arquímedes Puccio (Guillermo Francella), um senhor de idade, bastante rígido que pratica os maiores absurdos tendo toda sua família como cúmplice, principalmente seu filho Alejandro Puccio (Peter Lanzani). Ao longo dos anos, a família praticou diversas atrocidades, até um determinado dia onde tudo dá errado.

O Clã é um filme bem complexo onde os personagens prendem a atenção do público muito mais do que a história propriamente dita. Os arcos são bem equivalentes, sempre muito sólidos, entendemos um pouco mais sobre a família criminosa ao longo do tempo, como os filhos reagem aos atos do pai, como a mãe é completamente passiva e finge que não vê as escancaradas ações que acontecem na casa dela. Com a boa tática de apresentar uma cena importante do ato final e depois meio que rebobinar a fita para entendermos melhor o porquê daquelas cenas iniciais, Trapero brinda o público com uma forte história e uma direção brilhante.

O excelente ator argentino Guillermo Francella, muito conhecido por ótimas comédias, incorpora um papel diferente de tudo que tinha feito no cinema e convence do primeiro ao último minuto. Do andar calmo, quase baseado nos suspeitos dos livros de Agatha Christie, à frieza que chega a ser deveras cínico/debochado, a execução deste personagem é absolutamente fantástica. Merece muitos e muitos prêmios por essa atuação.


Esse ótimo drama/suspense, de aproximados 110 minutos, produzido por Pedro Almodovar, é um dos melhores filmes em cartaz atualmente no circuito brasileiro. Não percam!  
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11/12/2015

Crítica do filme: 'O Vale do Amor' (Valley of Love) (2015)

Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente. O Vale do Amor, trabalho do cineasta francês Guillaume Nicloux contém fortes diálogos com cargas emocionais constantes em cenas abertas que nos transportam para a situação central da trama a todo instante. A produção reúne dois dos grandes artistas da história do cinema francês: Isabelle Huppert e Gérard Depardieu.


Rodado, quase inteiramente, no Death Valley National Park, na Califórnia, Valley of Love (no original), conta a história de um ex-casal francês que inusitadamente voltam a se encontrar depois de certo tempo, após receberem uma carta do falecido filho dizendo que se eles fossem até um determinado local, o jovem reapareceria uma última vez para eles. Assim, entre as dores que nunca vão sarar e sem a menor perspectiva de algum final feliz, a dupla embarca numa jornada melancólica.
Pensem em um filme triste, multiplique por dois e multiplique por mais cinco. 

A produção de 91 minutos, que já foi comprada por uma distribuidora brasileira (isso quer dizer que entrará em circuito nacional em breve), fala sobre temas fortes que podem circular a lista de diálogos de uma relação duradoura. O modo com cada um dos personagens trata o assunto do suicídio do filho é bastante peculiar, parece que nunca se encontram nas desacreditadas buscas em encontrar alguma razão para o ocorrido. O trauma que algo assim pode gerar é bem retratado em cada camada de emoção dos personagens, a dupla Huppert/ Depardieu funciona muito bem.


É um filme que incomoda mas longas-metragens que incomodam também podem ser um bons filmes. É uma produção que pode não gerar interesse do público por conta do drama, que só de ler a sinopse o espectador já sabe que nada de muito feliz acontecerá nessa história. De qualquer forma, para os que tem corações cinéfilos fortes é um filme que merece ser visto, principalmente por mais uma aula de cinema de Barrigon Depardieu e da sempre elegante Isa Huppert.
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06/12/2015

Crítica do filme: 'Mistress America'

O cineasta nova-iorquino Noah Baumbach (A Lula e a Baleia, entre outros grandes filmes) não cansa de alegrar os corações cinéfilos. Seu novo trabalho, lançado há duas semanas no circuito brasileiro, Mistress America é um retrato do desenrolar da juventude do ponto de vista dos abalos que a vida pode provocar quando temos 20 e poucos anos. A personagem principal é uma jovem, cheia de energia, em busca do desapego da solidão. Mesmo o roteiro (escrito pela dupla Noah Baumbach e Greta Gerwig) sendo bastante objetivo, é impactante, e ao mesmo tempo profundo, para explorar a estrutura emocional de sua protagonista.

Na trama, conhecemos Tracy (Lola Kirke), um jovem estudante que tende à solidão por não conseguir se socializar com os jovens ao seu redor. Certo dia, é orientada por sua mãe a conhecer sua mais nova meia-irmã que está morando na mesma cidade que ela. Assim, ela conhece Brooke (Greta Gerwig) e sua vida começar a ter algum sentido, guiada pelas ações e pelo modo de viver a vida da meia irmã, que possui um positivismo do sonhar, típico de toda uma geração.

A relação das irmãs é uma das forças do filme, é algo como mestre e discípulo. Há uma admiração escancarada e até certo ponto meio que obsessiva, em alguns momentos mútua. Há de interseção um intenso desejo em ser livre e fazendo o que se ama no lado profissional, meio que seguindo a regra do custe o que custar. Brooke é tudo que Tracy (Lola Kirke) queria ser, mesmo que talvez de outra forma, outra maneira.


O impacto da chegada da ex-Frances Ha e sua deliciosa personagem Brooke é marcante. A partir daí os olhos estão voltados a mais esse excêntrico e delirante personagem dessa ótima atriz. Reza a lenda que um filme bom tem que chamar sua atenção em até 15 minutos iniciais. Em Mistress America, cerca de 12 minutos bastam para você já estar fisgado pela história. Não deixem de conferir mais esse belo trabalho de Baumbach.
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Crítica do filme: 'Taxi Teerã'

As pessoas do cinema são pessoas em quem se pode confiar. Com estreia no saudoso 65º Festival de Cinema de Berlim (onde ganhou o prêmio de melhor filme), neste ano, o novo projeto do criativo diretor iraniano Jafar Panahi (O Balão Branco), Taxi Teerã, pode ser considerado um conjunto instigante de histórias, espontâneas ou não, que contém muito da cultura e censura de um país que vive fechado em tradições antigas. Vencedor também do prêmio Fipresci, da Federação Internacional de Críticos de Cinema, este longa metragem é um daqueles que você não pode deixar de assistir.

Uma sobrinha tagarela que não faz idéia de que está sendo filmada, um camelô especializado em clássicos do cinema estrangeiro (que não são permitidos no Irã), uma professora e um profissional autônomo que discutem arduamente sobre as punições aos crimes no país em que vivem, uma dupla de senhoras totalmente devotas de suas peculiares crenças, entre outros. Ao longo de 82 minutos de projeção, vamos acompanhando uma série de personagens e assim conhecendo melhor o Irã, através do olhar clínico de Jafar Panahi.

Pelo Táxi de Jafar, vamos sendo impactados pelas diferentes e ricas histórias que vão sendo contadas. Utilizando somente seu dinâmico olhar e uma câmera escondida, bem ao estilo ‘Táxi do Gugu’, o mundialmente conhecido cineasta de 51 anos traz ao público relatos/depoimentos chocantes. Em Duas das partes mais marcantes, ficamos atentos e surpresos. Em uma cena rápida e intensa, entra um homem ferido no táxi acompanhado de sua desesperada mulher que pede para Jafar fazer um vídeo como se fosse uma espécie de testamento do marido ferido. Em outra parte, fala-se muito do que o Sr. Panahi já sofrera, a censura, quando sua sobrinha (de longe, a melhor personagem do filme) declama uma lista de regras impostas por sua professora de cinema para que um filme, no Irã, seja ‘distribuível’.


Quando chega em seu surpreendente desfecho, já bate instantaneamente uma saudade de alguns personagens que acabamos de conhecer. Gugu Panahi nunca deixe de andar com seu táxi por aí. Entendemos melhor o mundo pelos seus olhos.
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21/11/2015

Cine Joia inaugura sua nova filial em Jacarepaguá - Cine Joia Rio Shopping!

O histórico cinema de rua Cine Joia chega agora à Zona Oeste com programação premiada, um hall de 300 metros quadrados super interativo, três salas com equipamentos de última geração, além da famosa simpatia no atendimento ao público. O bairro escolhido foi a Freguesia, em Jacarepaguá, lugar que nunca teve um cinema que levasse os filmes de arte ao público.



A programação eleita a melhor da cidade em 2014, pela Associação de Críticos de Cinema do Rio, chegou na última quinta-feira (19), à Zona Oeste. O grupo Vilacine, responsável pela administração do Cine Joia de Copacabana, assumiu a programação das três salas do RioShopping, em Jacarepaguá, e inaugurou, o Cine Joia Rio Shopping, espaço voltado para o cinema e a realização de outros projetos culturais.

O Cine Joia Rio Shopping leva à Zona Oeste uma opção diferente da oferecida pelas grandes redes de cinema. Com a experiência do trabalho de revitalização do Cine Joia, em Copacabana, que tem 45 anos, o grupo Vilacine vai levar às salas do RioShopping  filmes de qualidade que não costumam entrar no circuito das grandes redes. O espaço vai servir também como um verdadeiro polo cultural, com festivais inéditos, saraus de poesia e outras atividades para fomentar a cultura da região. Cineclubes de surfe, mostras internacionais exclusivas e um programa de educação que passa filmes brasileiros gratuitamente para alunos das escolas públicas também estarão na nossa nova casa.



Por si só, o novo Cine Joia Rio Shopping já é uma expressão de arte. A decoração do espaço, com peças retrô, graffiti e uma simulação do púlpito do Oscar convidam o espectador a viver uma experiência diferente. O bar do espaço vai, inclusive, servir cerveja dentro das salas, para dar ainda mais conforto ao público.  No novo Joia, as pessoas vão poder, além de ver o filme, interagir com a decoração, ter um bar que lhe dê conforto. A ida ao cinema vai ser uma experiência diferente desde antes do filme. Isso tudo por um preço camarada no ingresso e com combos a partir de 10 reais.



Para interação com o público, o Cine Joia Rio Shopping já conta com uma página no Facebook, com o mesmo nome. Lá, os interessados podem saber mais detalhes sobre a programação e enviar mensagens diretas para o cinema, com sugestões, reclamações e outros interesses.

O Cine Joia Rio Shopping fica localizado no Rio Shopping, na Estrada do Gabinal, 313, na freguesia, em Jacarepaguá.
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14/11/2015

Crítica do filme: 'Labirinto de Mentiras'

Provável indicado ao Oscar de Melhor filme Estrangeiro na próxima grande festa do cinema, o longa-metragem alemão O Labirinto de Mentiras (livremente baseado em fatos reais) possui um grande recheio de qualidades que vai do seu roteiro muito bem produzido até as grandes atuações que vemos em cada segundo desta bela fita européia. Retratando a busca por justiça para histórias sem punição, envoltos em um passado aterrorizante durante a grande guerra, o diretor italiano Giulio Ricciarelli (em seu primeiro longa-metragem da carreira) encontra uma fórmula cinematográfica muito eficiente em mostrar ao público cada detalhe desta intrigante e comovente história.

Na trama, ambientada no final da década de 50, conhecemos o determinado advogado Johann Radmann (Alexander Fehling, em uma excelente atuação) um jovem procurador que fica responsável em investigar crimes terríveis cometidos por nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Conforme vai encaixando as peças nesse aterrorizante quebra-cabeça, Radmann vai encontrando dificuldades para concluir seu trabalho, muito pela pressão incansável que sofre de parte do alto escalão alemão.

Qualquer filme que fale sobre os horrores das guerras mundiais já gera certa expectativa. Apesar de muitos longas-metragens não adicionarem muito no que já vimos em outras películas. Um dos pontos mais positivos desta bela produção, exibida no último Festival de Toronto, é exatamente essa de mostrar novas facetas intrigantes, no caso, focado em uma busca implacável aos nazistas que fizeram crueldades em Auschwitz. Além disso, mostra com eficácia a pressão que o procurador responsável pela investigação sofreu do alto escalão alemão ao longo de todo o processo.

Um fato a se destacar dentro das características do personagem principal é a determinação de suas convicções e quando essas entram em cheque quando ele descobre que conhecidos também eram ligados ao nazismo. Tentando entender todos os argumentos que escuta, o próprio personagem passa por um conflito interno tendo apenas como porto seguro o amor que brota por uma jovem costureira. O público embarca na empatia do personagem a todo momento.   

Com estreia marcada para o dia 17 de dezembro, O Labirinto de Mentiras é um grande filme com grandes atuações. Você não pode perder!


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Crítica do filme: 'Evereste'

A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitória propriamente dita. Dirigido pelo bom cineasta islandês Baltasar Kormákur (O Sobrevivente), o blockbuster Evereste é o típico cinema pipoca onde se reúnem um grupo de atores, enchem de efeitos e que acabam transmitindo um grupo de emoções muito rasa juntamente com não preenchimentos de lacunas importantes para entendermos melhor os personagens.

O roteiro assinado por Simon Beaufoy e William Nicholson foca mais na aventura do que na história. Para se chegar a uma modelagem de roteiro perfeita, deveriam ter encaixado melhor os personagens coadjuvantes, pois, esses preencheriam lacunas que ficaram soltas durante toda a trama. Como vamos nos envolver com uma história se não sabemos direito certas características dos personagens?

Falando em personagens: Jason Clarke é um dos protagonistas, infelizmente não conseguem criar nenhum tipo de empatia para seu personagem. Jake Gyllenhaal parece que nem está no filme, colocar o nome dele no crédito é quase um absurdo. Josh Brolin, como quase sempre, parece interpretar o mesmo personagem, impressionante, passa desapercebido quase a todo instante.


Estimado em cerca de 55 Milhões de Dólares, a fita norte-americana ficou pouco tempo em cartaz aqui no Brasil. Parece que não fez tanto sucesso. Porque será né?
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27/10/2015

Crítica do filme: 'O Último Poema'

Gosto dos versos do senhor que a minha professora de literatura não aprecia. Dirigido por Mirela Kruel, O Último Poema é um daqueles documentários bem interessantes, que parece tentar inovar na maneira como apresenta a história ao espectador, falando sobre uma grande figura da literatura brasileira, Carlos Drummond de Andrade. Por meio de lembranças, vamos entendendo melhor esta história de amizade, ternura e muita poesia.

Um documentário que busca em sua narrativa criativa nos contar um pouco da influência do grande escritor Carlos Drummond de Andrade na vida de fiéis leitores. Por meio de paralelos que nos trazem uma curiosa história de uma troca de cartas com uma assídua leitora, Helena Maria Balbinot Viccari, vamos sendo transportados para o delicioso mundo da poesia.

Declamações de lindos trechos, relatos pessoais sobre a época, reflexões sobre a vida e a sociedade que vai se desenvolvendo ao longo dos anos, curiosidades sobre a mente brilhante por trás dos textos mais do que marcantes. Ao longo dos curtos 70 minutos de projeção e com uma trilha sonora bastante especial, O Último Poema, mostra a latente sensibilidade literária de Drummond.


O cinema, assim como a poesia, é alimentada das nossas camadas mais secretas. Esse belo documentário atinge exatamente esse ponto: nos faz sonhar e querer conhecer cada vez mais a obra deste grande escritor.
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25/10/2015

Crítica do filme: 'Férias Frustradas' (2015)

O segredo da felicidade é escolher a comédia e largar o drama. Dirigido pela debutante dupla John Francis Daley e Jonathan M. Goldstein, Férias Frustradas é quase uma espécie de continuação do homônimo clássico dos anos oitenta estrelado pelo lendário Chevy Chase. Dessa vez, com muitas situações constrangedoras, diálogos que vão ao extremo em segundos e uma série de sequências muito loucas, essa comédia parece não ter tanta personalidade como o primeiro filme mas com certeza faz o espectador rir bastante durante toda a fita.

Na trama, somos rapidamente apresentados ao casal Rusty Griswold (Ed Helms) e Debbie Griswold (Christina Applegate) que resolvem viajar de férias com os dois filhos para um lugar que nunca foram. Ao longo dessa jornada, vão se meter em muitas confusões com direito a natação no esgoto, um inusitado resgate de uma montanha russa e diversas situações constrangedoras.

Férias Frustradas (2015) é o tipo de tentativa de voltar com as antigas narrativas de filmes de comédia onde tudo dá errado no objetivo dos personagens e várias cenas que envolvem constrangimentos e situações sem noção. É um molde que conhecemos também como ‘filmes sessão da tarde’, em sua maioria, produções feitas para você se divertir sem pensar.

Estimado em mais de 30 Milhões de Dólares, a comédia, que estreou no Brasil esse mês, é o típico filme do gênero ‘enlatado norte-americano de fazer rir’. Só que nesse caso (e ainda bem) há uma empatia pelos personagens captada logo de início. Isso faz com que o filme tenha um certo sentido, por incrível que pareça. Talvez seja pelas expressões dos protagonistas, talvez seja pelo trivial roteiro que nos leva a uma série de situações inusitadas que fogem muito de uma comum realidade. É uma fórmula que funciona mesmo que não tanto quanto no clássico dos anos 80.



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