08/04/2016

Crítica do filme: 'À Três Vamos Lá'



Nas leis do amor, os limites são meros e delicados detalhes. Escrita e dirigida pelo cineasta Jérôme Bonnell, À Três Vamos Lá é quase que um conto de fadas com alternâncias entre a profundidade do amar e as crônicas que se pode esperar de um conflituoso porém extremamente simpático triângulo amoroso. Ao longo dos curtos 85 minutos de projeção somos testemunhas de uma história nem tão original mas com uma narrativa empolgante e uma direção para lá de competente. 

Com todas as filmagens ocorrendo na linda cidade de Lille, na França, o longa-metragem, que chega ao Brasil no próximo dia 14 de abril, conta a história de Mélodie (Anaïs Demoustier), uma jovem e valente advogada que se encontra em um dilema tanto na sua vida profissional, quanto em sua vida pessoal. Micha (Félix Moati) e Charlotte (Sophie Verbeeck), amigos de Mélodie, são um casal que faz meses que não se entendem e um dos motivos pode ser a própria Mélodie com que mantém um caso com cada um dos personagens. Alternando comédia e drama, este belo filme percorrerá com grande linha objetiva os caminhos de um relacionamento.

O roteiro é empolgante, consegue transformar três personagens em protagonistas sem que em nenhum momento haja algum tipo de conflito. As personalidades dos três personagens é algo muito bem trabalhado: Melanie e seu jeitinho doce mas que esconde uma personalidade forte que se encontra em um momento de conflito em vários campos de sua vida, Charlotte e suas eternas dúvidas sobre como amar e como descobrir uma maneira de renovar seu relacionamento, Micha com seu ar de tolo apaixonado que acaba amando e sofrendo duas mulheres cada uma de maneira completamente diferente. O legal desse conjunto é que torcemos o tempo todo para um final feliz para todos, tamanha a empatia contida em cena.

 Sem dúvidas é um filme com um toque de Nelson Rodrigues, não pela temática picante envolvida mas pela questão do olhar profundo que Bonnell consegue identificar ao olhar por trás da porta deste trio de jovens praticamente envolvidos em sua vontade de gritar pela liberdade do ato de amar.
Continue lendo... Crítica do filme: 'À Três Vamos Lá'

06/04/2016

Crítica do filme: 'Invasão a Londres'



Tem determinadas ideias que são somente as mesmas ideias de outros filmes. Dirigido pelo cineasta iraniano Babak Najafi e escrito por nada menos que quatro roteiristas, Invasão a Londres tem fortes chances de concorrer ao cobiçado Framboesa de Ouro. O roteiro beira à chatice, a direção é totalmente descontrolada e as atuações são uma das piores da carreira de Gerard Butler e Aaron Eckhart. É difícil encontrar alguma coisa que se salve nesse projeto que focou nos efeitos de explosões a todo instante e esqueceu de escrever uma trama mais envolvente.

Na trama, que segue como uma espécie de continuação de Invasão à Casa Branca (que faturou mais de 150 milhões de dólares nas bilheterias mundiais), voltamos a encontrar a dupla dinâmica: o presidente dos Estados Unidos, Benjamin Asher (Aaron Eckhart) e o agora chefe do serviço secreto Mike (o moço do 300), que dessa vez unem forças para conseguirem sobreviver a uma série de ataques ao primeiro, em solo britânico, após a ação maldosa de um grupo de terroristas que estão com raiva do planeta.

Olha, sendo bem honesto, fora os filmes do Nicolas Cage, é muito chato falar de filmes muito ruins. Invasão a Londres possui um roteiro previsível, personagens sem carisma e uma direção que se arrasta ao longo da projeção. Parece que as peças não se encaixaram, provavelmente será uma grande decepção para os que gostaram do primeiro filme dessa franquia. O projeto  não funciona como ação, se perde no drama e ainda tenta colocar alguns diálogos meio cômicos que encaixam muito mal. Há falhas nas subtramas, muitas não aproveitadas. Um dos caminhos para o filme dar certo passaria pelo sucesso dessas subtramas. Torcemos para que o filme acabe rapidamente, coisa que não acontece.

O longa estreia nesta quinta-feira e parece tentar manter a ideia de que os Estados Unidos são os sinistrões e que vencem todo mundo, sendo que toda essa ideologia é muito mal conduzida transformando o filme em um grande tédio.
Continue lendo... Crítica do filme: 'Invasão a Londres'

Crítica do filme: 'Absolutely Anything'



O mundo é um grande palco da arte do sonhar. Dirigido pelo cineasta galês Terry Jones Absolutely Anything é uma comédia britânica que mistura o feijão com arroz de um filme de comédia com um toque peculiar, tipo um tempero diferente, graças a sempre interessante entrega em cena do brilhante Simon Pegg. 

Sem previsão de estreia no Brasil, Absolutely Anything conta a história de Neil (Simon Pegg), um professor, que sonha em ser um escritor de sucesso, deveras infeliz que nutre uma quase paixão impossível, pela sua bela vizinha Catherine (Kate Beckinsale). Certo dia, tudo muda em sua pacata e sem expectativa vida. Graças a uma experiência de alguns alienígenas que estão em dúvidas sobre as qualidades na vida em nosso planeta , Neil ganha poderes de um Deus e precisa saber utilizar suas novas habilidades de maneira correta mas logo de início percebemos que isso será bem difícil. 

O longa-metragem, que estreou em agosto do ano passado nas terras britânicas, é um filme aguinha com açúcar que de bom mesmo fica somente a atuação de Simon Pegg que tem o poder de transformar diálogos fracos em piadas ótimas. Uma coisa honesta na trama é isso, o filme não tem muitas pretensões, o roteiro parece muito com outros filmes do gênero por mais que a dupla de protagonistas se sintam muito bem em cima. Há muitos improvisos da dupla, isso é nítido. 

Absolutely Anything cumpre parte de seu papel que é o de divertir, com uma certa qualidade imposta pelos atores em cena. Por outro lado, graças ao roteiro principalmente, o filme se encaixa também para futuras sessões da tarde, o roteiro é muito parecido com outros filmes que já foram exibidos nessa famosa sessão daquele famoso canal.  
Continue lendo... Crítica do filme: 'Absolutely Anything'

26/03/2016

Crítica do filme: 'Desajustados'

O homem nasceu para lutar e a sua vida é uma eterna batalha. Escrito e dirigido pelo cineasta francês Dagur Kári (diretor do ótimo O Bom Coração) Fúsi, no original, é uma grande fábula moderna sobre a solidão e o ato simples de recomeçar a vida. Muito definido em seus arcos, o roteiro navega com muita suavidade para dentro dos sentimentos do protagonista que são lapidados por características bastante peculiares e muito bem executadas pelo ótimo ator Gunnar Jónsson.  Desajustados é um daqueles filmes que entram no circuito de maneira discreta e surpreendem a gente.

Na trama, conhecemos o solitário Fúsi (Gunnar Jónsson), um ser humano que leva uma vida monótona em uma cidadezinha europeia. Fúsi trabalha no departamento de cargas e bagagens do aeroporto de sua cidade e quase diariamente sofre Bulliyng de alguns colegas de trabalho. O protagonista mora com sua mãe e seu padrasto, e certo dia, o segundo matricula Fúsi em uma aula de dança onde ele acaba conhecendo Sjöfn (Ilmur Kristjánsdóttir) e essa pode ser a grande chance dele descobrir uma nova vida.

O protagonista é repleto de curiosidades que fazem dele um ser humano único.  Se diverte jogando uma espécie de war com bonequinhos (Possui na sala de casa um modelo em miniatura da Batalha de El Alamein - durante a Segunda Guerra foi nesse campo de batalha que os aliados derrotaram pela primeira vez os nazistas), janta  no mesmo restaurante toda sexta-feira, quase toda noite liga para a rádio local e pede um heavy metal pesado para o apresentador do canal, além, de gostar de comer algo parecido com Nescau misturado no leite pela manhã, possuir um relacionamento até certo ponto distante com sua mãe e possuir uma capacidade fora do normal de agüentar as inúmeras pancadas que a vida lhe dá. 

Detalhista, a câmera do diretor faz questão de transportar o espectador para qualquer variável que se apresente na trajetória do protagonista. A solidão é muito bem desenvolvida nesta linha do detalhe. Na cena do restaurante, onde a lente da câmera aponta para o guardanapo e talheres que são retirados, já que Fusi jantará novamente sozinho, é delicada e abre espaço para o segundo ato. A questão dos detalhes aponta ainda para uma inteligente analogia entre um campo de batalha e as dificuldades do nosso dia a dia.

Nomeado para alguns prêmios internacionais, Desajustados, diretamente da Islândia, chega ao circuito brasileiro nesses próximos dias e merece muito ser conferido.

Continue lendo... Crítica do filme: 'Desajustados'

25/03/2016

Crítica do filme: 'Pai em Dose Dupla'

Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe. Dirigido pelo experiente em filmes de comédias, Sean Anders, Pai em Dose Dupla estreou há algumas semanas em nosso circuito de cinema trazendo mais uma vez a possibilidade do público assistir a um filme de sessão da tarde antes dele estrear na própria sessão da tarde. Misturando raros momentos interessantes com um show de trapalhadas ao estilo Os Trapalhões, o longa-metragem que tem a dupla Will Ferrell e Mark Wahlberg como protagonistas é mais um daqueles projetos que vamos esquecer rapidamente até o final do ano.

Na trama, conhecemos Brad (Will Ferrell), um homem certinho que vive uma vida confortável ao lado da esposa e dos dois filhos dela. Brad não é o pai biológico das crianças e seu grande sonho é que elas o respeitem como pai. Certo dia, o pai biológico das crianças, Dusty (Mark Wahlberg), volta depois de muito tempo sem aparecer e Brad precisará enfrentar as inúmeras tentativas dele em atrapalhar o cotidiano de sua família.

 Se o filme conseguisse se livrar das inúmeras besteiras que o roteiro apronta, o ponto principal da história não seria tão mal desenvolvido. Falar sobre paternidade é sempre interessante, quando o assunto é tratado com mais criatividade. Jogar ‘dois pais’ em cenas fazendo milhares de bizarrices para provar quem é melhor, é uma das ideias mais vistas em longas metragens hollywoodianos em toda a história do cinema. A falha principal é essa, não ser criativo na hora de desenvolver uma trama já vista em muitos outros filmes.

Outro fato que chama a atenção é o não desenvolvimento do personagem de Will Ferrell ao longo do longa, de protagonista inicial vira um coadjuvante quase imperceptível voltando a ter luz apenas nos momentos onde se precisa de dois personagens para executar alguma cena bizarra, seja andando de moto e ficando preso em uma parede, seja sendo constrangido por um médico especialista em fertilidade.


Pai em Dose Dupla em seu resumo final se propõe a divertir o público com a mesma fórmula de outros filmes. Será que consegue? 
Continue lendo... Crítica do filme: 'Pai em Dose Dupla'

16/03/2016

Crítica do filme: 'Truman'



Um amigo se faz rapidamente, já a amizade é um fruto que amadurece lentamente. Vencedor de alguns prêmios na última e famosa premiação Goya, o novo longa-metragem do cineasta espanhol Cesc Gay, Truman, é um projeto que transborda emoção, delicadeza e reúne dois dos grandes atores deste planeta, Javier Cámara e Ricardo Darín. Ao longo dos 108 minutos de fita, somos envolvidos, já nos primeiros minutos, por essa linda história.

Na trama, conhecemos o pacato Tomás (Javier Cámara), um homem de meia idade que mora no Canadá e convencido pela esposa embarca em um vôo para a Espanha onde irá encontrar o seu melhor amigo de toda uma vida, Julian (Ricardo Darín) um ator que está à beira do falecimento por conta de tumores que se espalharam por seu corpo e busca um novo e futuro lar para seu fiel companheiro, Truman. Ao longo de poucos dias, a dupla viverá situações inesquecíveis, misturado a um tsunami emocional, que se juntarão ao grande álbum de amizade que colecionam durante anos.

Os arcos são delimitados, um a um, por um dedilhado sonoro encantador. A trilha sonora é um elogio à parte, tamanha delicadeza e encaixe perfeito chega em nossos corações como uma flecha repleta de emoção. Os diálogos entre os velhos amigos são ótimos, repletos de nostalgia, humor peculiar, carinho, afeto e uma curta chama de esperança. A direção de Cesc Gay é segura e prefere explorar todos os curtos planos da maneira mais simples possível, dando muita veracidade e emoção às sequências. 

Reunindo todo tipo de sentimentos e reações das pessoas que Julian encontra nesses últimos dias aproximam o filme de uma realidade e naturalidade que impressiona. O personagem tinha tudo para ser caricato por conta das inusitadas ações que se assegura, mas Darín é Darín. Com uma potência impressionante na arte de prender a atenção do público um dos melhores atores do mundo não deixa também de se auto homenagear interpretando um ator e contracenando nos palcos dos teatros. Grande e conhecida paixão deste tremendo artista. Javier Cámara também brilha bastante, em um papel muito difícil que executa com grande brilhantismo. Reunir dois espetaculares atores dá nisso, um filme inesquecível e comovente que deixará até os corações mais frios, bastante emocionados.

Continue lendo... Crítica do filme: 'Truman'

06/03/2016

Crítica do filme: 'Min så kallade pappa'

A força da maternidade é maior que as leis da natureza. Lançado na Suécia em setembro de 2014, o longa-metragem Min så kallade pappa (ainda sem tradução para o Brasil) é um daqueles belos filmes que infelizmente quase certo de eu nunca veremos por aqui. O projeto conta com o grande ator sueco Michael Nyqvist e é dirigido pelo experiente diretor Ulf Malmros. Utilizando bem a realidade e os pés nos chão para contar uma história que tinha tudo para ser um filminho de sessão da tarde, Min så kallade pappa é um filme que você precisa conferir.

Na trama, conhecemos a futura mamãe e professora do jardim de infância Malin (Vera Vitali), uma mulher com garra e atitude que está passando por um momento de separação com o futuro pai de seu primeiro filho. Definida a tomar atitudes corajosas sobre seu futuro, resolve ir em busca do pai que nunca conhecemos, Martin (Michael Nyqvist), um veterano ator de teatro que nunca fez questão de procurar notícias de sua única filha. Durante o inusitado encontro, Martin sofre uma espécie de derrame e perde parte da memória. Assim, é a grande oportunidade de Malin se aproximar de seu desconhecido pai.

 O fato que mais chama a atenção nesta fita sueca é a forma realista que o diretor apresenta os fatos e segue as linhas dos diálogos neste forte drama. Martin e sua personalidade forte, parece lutar contra seu passado a todo instante, até quando perde a memória. Malin vive todos os atos do filme atormentada por um passado que se mistura com o presente, sentindo que o futuro filho vai sofrer da mesma forma como sofreu quando seu pai a rejeitou quando criança. A linha de raciocínio para entendermos melhor a profundidade das características de cada personagem é feita de maneira brilhante.


Min så kallade pappa é para corações fortes, se aproxima um poucos das duras realidades mostrada por Susanne Bier e um pouco da poesia melancólica dos trabalhos de Isabel Coixet. Ao longo das cerca de duas horas de projeção o público se emociona e torce pela sofrida personagem a todo instante.  Min så kallade pappa é um belo filme que mescla uma realidade quase que infinita e uma linda poesia quase que melancólica. 
Continue lendo... Crítica do filme: 'Min så kallade pappa'

Crítica do filme: 'Zootopia'

Faça cada aventura de sua vida valer a pena. Desde fevereiro, um grande sucesso na Itália, França, Argentina, a nova aventura utilizando as técnicas de animação Zootopia é uma das grandes histórias voltadas ao público infanto-juvenil deste ano. Com muita intelecção e personagens cativantes consegue ensinar diversas lições para a criançada. Pelo trailer, a animação parecia ser até certo ponto bobinha e sem muitas novidades mas quando você assiste ao filme percebe o quão profundo e brilhante uma aventura pode ter ao nossos olhos.

Com direção dos cineastas Byron Howard (Enrolados) e Rich Moore (Detona Ralph), na trama de Zootopia, conhecemos a sonhadora coelhinha Judy Hopps que sonha em ser uma grande policial e defender o planeta do mal. Quando uma série de desaparecimentos pairam sobre a cidade de Zootopia, a agora recruta da polícia Judy percorre cada espaço da cidade atrás das pistas para resolver esse grande mistério. A simpática personagem contará com a ajuda da debochada raposa Nick Wilde.

Um dos grandes ensinamentos deste belo trabalho são os entendimentos bem didáticos sobre o mundo dos animais. Zootopia é uma espécie de cidade habitat, onde os animais meio que se dividem sem nunca esquecer que podem conviver juntos como se fossem uma só espécie. A protagonista, uma coelinha, é forte, inteligente e quebra qualquer raciocínio sobre a fragilidade que um coelho pode ter em nossa realidade. A grande vilã da trama (sem dizer quem é para não entregar spoilers), é de uma espécie que nunca imaginaríamos fazer algum mal. Essa quebra de paradigmas é muito interessante e traz vários ensinamentos.


No segundo ato em diante a trama ganha mais contornos profundos e parte dos mistérios começam a ser descobertos. Saímos de um filme fofinho para uma trama bem aos contornos de Agatha Christie. Toda essa força do roteiro, assinado pela dupla Jared Bush e Phil Johnston (Detona Ralph),  é fabulosa e faz a criançada não tirar os olhinhos da telona. Zootopia estreia no Brasil daqui duas quinta-feiras (17) e promete ser mais um grande sucesso de um dos estúdios que mais emocionam o coração de todos nós. 
Continue lendo... Crítica do filme: 'Zootopia'

05/03/2016

Crítica do filme: 'A Vingança está na Moda'



A vingança nos torna igual ao inimigo. O perdão nos torna superiores a ele. Será? Após um longo hiato, de exatamente 18 anos, desde seu último filme como diretora, a cineasta australiana Jocelyn Moorhouse (Colcha de Retalhos) volta às telonas dessa vez para contar uma história que flutua levemente em vários gêneros com muita personalidade. A Vingança está na Moda é um filme que deve agradar demais aos fanáticos fãs da excepcional atriz Kate Winslet, que mais uma vez dá seu conhecido show em cena.

Na trama, somos rapidamente apresentados a Myrtle 'Tilly' Dunnage (Kate Winslet), uma elegante costureira que conseguiu que seu trabalho fosse reconhecido na conhecida Paris. Tilly está voltando para casa, lugar onde não tem boas recordações. Quando pequena, foi acusada de causar um acidente, que teve como conseqüência o falecimento de um menino, e assim foi enviada para fora da cidade rural australiana onde vivia. Mas agora, anos se passaram e Tilly está de volta e busca sua redenção misturada com vingança sobre todos que conspiraram para o grande abalo que sofrera sua família.  Assim, Tilly contará apenas com a ajuda de Teddy (Liam Hemsworth), um simpático morador da esquisita cidade, do hilário sargento Farrat (Hugo Weaving em grande atuação) e de sua mãe, a complicada Molly Dunnage (Judy Davis, excelente no papel).

Um dos grandes destaques do filme é a força do seu elenco. Moorhouse consegue com muita inteligência aproveitar cada um dos personagens em cena, principalmente os coadjuvantes que dão todo o charme e elevam a protagonista sempre com ótimos diálogos. O filme tem um ‘q’ de Twin Peaks, talvez pela força peculiar das características dos personagens, talvez por ser uma micro cidade praticamente isolada do planeta, talvez pelas ações inconseqüentes e, no mínimo, estranhas de muitos dos personagens. A fita navega em diversos gêneros, sempre com muita margem para explicar detalhadamente as ações dos personagens, talvez por isso o filme tenha ficado um pouco longo demais (118 minutos) mas nada que atrapalhe excelentes cotações para este belo trabalho. 

Sempre reclamamos das traduções dos títulos de muitos filmes que chegam ao circuito anualmente. Dessa vez, o título caí como uma luva em relação a todo o contexto da trama. Baseado no livro The Dressmaker, de Rosalie Ham, A Vingança está na Moda estreia no Brasil este ano ainda e promete agradar bastante.
Continue lendo... Crítica do filme: 'A Vingança está na Moda'