02/05/2017

Crítica do filme: 'The Discovery'

A imaginação é mais importante que a ciência, porque a ciência é limitada, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro. Escrito e dirigido pelo cineasta californiano Charlie McDowell (do inusitado The One I Love) volta para trás das câmeras dessa vez para um filme exclusivo do canal de streaming Netflix, o bom drama mesclado com suspense The Discovery. Falando sobre a vida após a morte e toda a consequência que uma comprovação como essa pode ter em um mundo tão globalizado como o de hoje, o projeto traça um raio x de uma família onde cada elemento representa uma linha de pensamento diferente sobre os fatos apresentados.

Na trama, conhecemos Will (Jason Segel), uma alma perdida de meia idade que viaja rumo a casa de seu pai, o cientista Thomas Harbor (Robert Redford) que vive recluso em uma ilha e após inúmeros experimentos descobriu que existe vida após a morte. A repercussão da descoberta causa uma onda de suicídios no mundo todo e Will se sente claramente culpado. Ao longo dessa viagem de volta para casa, o protagonista encontrará pelo caminho Isla (Rooney Mara), a variável amor que não havia conhecido.

O roteiro é muito interessante mas seu entendimento completo, principalmente o desfecho, é complexo. O espectador precisa estar de olhos atentos as passagens dos personagens. Cada elemento da família representa um ponto de vista sobre os experimentos de Thomas Harbor, que de tão cheio de regras e obsessões acaba se camuflando como seita quando o cientista resolve abrigar pessoas que tentaram se suicidar em sua casa. A visão do protagonista Will sobre tudo isso gera mais argumentos contrários ao que seu pai faz para viver mesmo que o início dessa obsessão seja o amor que tinha pela mãe falecida dele, variável que encontra e passa a entender melhor quando a bela Isla entra em sua vida  e divide com ele seu passado repleto de mágoas.


Por mais que possa parecer, The Discovery não abre um debate tão amplo sobre vida após a morte, e sim, um debate profundo sobre a importância da vida através de personagens intrigantes.
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4a Mostra Joias do Cinema Alemão

O Cine Joia Copacabana, em  parceria com o Instituto Goethe, começa a exibir a partir do dia 18 de maio, indo até o dia 31 de maio, sete filmes alemães inéditos em mais uma edição da Mostra Joias do Cinema Alemão. Nessa 4a edição, novamente com curadoria da equipe de Programação do Cine Joia, ganhadora de prêmios e reconhecida pelo público cinéfilo como uma das melhores da cidade, o projeto volta a trazer filmes alemães inéditos no circuito carioca e que nunca chegaram ao circuito exibidor brasileiro. A Equipe do Joia acredita que essa chance de exibição irá abrir portas para o público conhecer ainda mais o belo cinema feito na Alemanha.

Entre os destaques desse ano, o espetacular filme ’Night Will Fall’, de Andre Singer, que fala sobre arquivos de filmes da Segunda Guerra Mundial que são encontrados e viriam a se transformar em um documentário de Alfred Hitchcock e Sidney Bernstein sobre os campos de concentração nazistas;  a excelente comédia ‘Horizonte Bonito’ de Stefan Jager; o comovente drama ‘A Cor do Oceano’, de Maggie Peren; e um filme da década de 70, dirigido por Volker Schlöndorff, Baal (1970), que traz o grande Rainer Werner Fassbinder atuando e no papel principal.


Programação da 4a Mostra Joias do Cinema Alemão:


Horizonte Bonito (2013) - 90'

Direção: Stefan Jäger

Gênero: Comédia 

Classificação: 16 anos

Sinopse: Franz Arnold é um experiente e duvidoso cartola de futebol. O jovem Admassu sonha com uma carreira como jogador de futebol na Europa. Uma situação une esses dois universos e muito aprendizagem acontecerá nesse caminho par ambas as partes.


Night Will Fall (2016) - 75'

Gênero: Documentário

Direção: Andre Singer

Classificação: 16 anos

Sinopse: Arquivos de filmes da Segunda Guerra Mundial são encontrados. Os rolos viriam a se transformar um documentário de Alfred Hitchcock e Sidney Bernstein sobre os campos de concentração nazistas.


Ostwind (2013) - 105'

Direção: Katja von Garnier

Gênero: Aventura, Drama

Sinopse: Uma garota que acha que não se acha boa em fazer nada vai passar as férias com a avó em um estábulo de equitação. Lá, ela descobre seu interesse em cavalos e descobre mais sobre a vida.


Baal (1970) - 88'

Direção: Volker Schlöndorff

Classificação: 18 anos

Sinopse: Uma vez admirado, o poeta anarquista Baal se encontra rejeitado pela sociedade. Morando em um sótão, ele lê seus poemas para taxistas e vive perambulando pelas florestas e estradas, a procura de bebidas, cigarros, mulheres e homens. Impetuoso, suas escolhas terão consequências trágicas.

Bem-Vindo à Alemanha (2012) - 101'
Direção: Yasemin Şamdereli

Classificação: 16 anos

Gênero: Comédia

Sinopse: Depois da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha precisava de mão de obra estrangeira para sua reconstrução. A maior comunidade imigrante foi, sem dúvida, a turca. Em 1964, o imigrante de número "um milhão e um" chegou: Hüseyin Yilmaz (Fahri Yardim/Vedat Erincin). Mais tarde, ele trouxe a esposa e os filhos. Pelos olhos de sua neta, é contada a história de três gerações desta família, ao longo de 45 anos.



A Cor do Oceano (2013) - 91'

Direção: Maggie Peren

Gênero: Drama

Classificação: 16 anos

Sinopse: Um guarda de fronteira cínico e cético terá trabalho quando uma turista alemã se dispõe a ajudar refugiados que chegam à costa das Ilhas Canárias e são presos. Mas, ao escaparem, terão que enfrentar outros problemas.



Solino (2002) - 124'

Direção: Fatih Akın

Classificação: 16 anos

Gênero: Comédia Dramática

Sinopse: 1964. Uma família decide abandonar o povoado de Solino, no sul da Itália, e viajar para Alemanha, por causa do período do milagre econômico. Lá, eles abrem a primeira pizzaria da cidade, que se torna um grande sucesso. Mas os problemas começam quando os filhos crescem e se adaptam à vida no novo país, enquanto os pais se mantêm fiéis às tradições. Para piorar, os irmãos Giancarlo (Moritz Bleibtreu) e Gigi (Barnaby Metschurat) se apaixonam pela mesma mulher.


Serviço:

Local: Cine Joia Copacabana
Endereço: Avenida Nossa Senhora de Copacabana 680 - Subsolo
Telefone: (21) 22365624
Horários: Consultar programação da mostra
Ingressos: R$ 8 Reais 
Lotação: 87 lugares
Bilheteria: de Segunda a Domingo, das 12:30h às 22h
Período: 18 a 31 de Maio de 2017.
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Crítica do filme: 'Corra!'

Longa de estreia do ator nova iorquino Jordan Peele na direção(que também assina o roteiro), Get Out, no original, é antes de tudo um filme com um atmosfera eletrizante onde a tensão comanda cada segundo da projeção. O sensacional roteiro faz um retrato angustiante que vai desde o preconceito racial até a psicopatia de elementos de uma família pra lá de macabra. Com um orçamento modesto de 4.5 milhões de dólares, o filme virou sensação nos cinemas mundo a fora e estreia aqui no Brasil em meados desse mês de maio.

Na trama, conhecemos o jovem e apaixonado Chris (Daniel Kaluuya) que possui um relacionamento intenso com sua namorada Rose (Allison Williams) e adora fotografia. Certo dia, Rose convida Chris para conhecer sua família em uma cidade do interior. Chegando lá, é apresentado a família da namorada e coisas estranhas começam a chamar sua atenção e aos poucos o protagonista vai percebendo que nada é o que parece nessa família.

Do primeiro ao último minuto, um clima de tensão é imposto e não desgruda dos olhos atentos do público que acompanha os passos do protagonista nessa angustiante viagem rumo a descobertas inacreditáveis. A questão do preconceito racial é bastante explorada assim como as loucuras e experimentos que o protagonista é submetido, seja por meio da hipnose, seja por meio dos abalos emocionais sofridos pela situação caótica que vive. As surpresas ao longo do filme são inúmeras sempre preenchidas com uma carga satisfatória de adrenalina.

Corra! tem tudo para ser o melhor filme de terror/suspense do ano. Para os amantes do gênero, é um prato cheio de emoções e reações. Corra! Aos cinemas.


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