02/05/2017

4a Mostra Joias do Cinema Alemão

O Cine Joia Copacabana, em  parceria com o Instituto Goethe, começa a exibir a partir do dia 18 de maio, indo até o dia 31 de maio, sete filmes alemães inéditos em mais uma edição da Mostra Joias do Cinema Alemão. Nessa 4a edição, novamente com curadoria da equipe de Programação do Cine Joia, ganhadora de prêmios e reconhecida pelo público cinéfilo como uma das melhores da cidade, o projeto volta a trazer filmes alemães inéditos no circuito carioca e que nunca chegaram ao circuito exibidor brasileiro. A Equipe do Joia acredita que essa chance de exibição irá abrir portas para o público conhecer ainda mais o belo cinema feito na Alemanha.

Entre os destaques desse ano, o espetacular filme ’Night Will Fall’, de Andre Singer, que fala sobre arquivos de filmes da Segunda Guerra Mundial que são encontrados e viriam a se transformar em um documentário de Alfred Hitchcock e Sidney Bernstein sobre os campos de concentração nazistas;  a excelente comédia ‘Horizonte Bonito’ de Stefan Jager; o comovente drama ‘A Cor do Oceano’, de Maggie Peren; e um filme da década de 70, dirigido por Volker Schlöndorff, Baal (1970), que traz o grande Rainer Werner Fassbinder atuando e no papel principal.


Programação da 4a Mostra Joias do Cinema Alemão:


Horizonte Bonito (2013) - 90'

Direção: Stefan Jäger

Gênero: Comédia 

Classificação: 16 anos

Sinopse: Franz Arnold é um experiente e duvidoso cartola de futebol. O jovem Admassu sonha com uma carreira como jogador de futebol na Europa. Uma situação une esses dois universos e muito aprendizagem acontecerá nesse caminho par ambas as partes.


Night Will Fall (2016) - 75'

Gênero: Documentário

Direção: Andre Singer

Classificação: 16 anos

Sinopse: Arquivos de filmes da Segunda Guerra Mundial são encontrados. Os rolos viriam a se transformar um documentário de Alfred Hitchcock e Sidney Bernstein sobre os campos de concentração nazistas.


Ostwind (2013) - 105'

Direção: Katja von Garnier

Gênero: Aventura, Drama

Sinopse: Uma garota que acha que não se acha boa em fazer nada vai passar as férias com a avó em um estábulo de equitação. Lá, ela descobre seu interesse em cavalos e descobre mais sobre a vida.


Baal (1970) - 88'

Direção: Volker Schlöndorff

Classificação: 18 anos

Sinopse: Uma vez admirado, o poeta anarquista Baal se encontra rejeitado pela sociedade. Morando em um sótão, ele lê seus poemas para taxistas e vive perambulando pelas florestas e estradas, a procura de bebidas, cigarros, mulheres e homens. Impetuoso, suas escolhas terão consequências trágicas.

Bem-Vindo à Alemanha (2012) - 101'
Direção: Yasemin Şamdereli

Classificação: 16 anos

Gênero: Comédia

Sinopse: Depois da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha precisava de mão de obra estrangeira para sua reconstrução. A maior comunidade imigrante foi, sem dúvida, a turca. Em 1964, o imigrante de número "um milhão e um" chegou: Hüseyin Yilmaz (Fahri Yardim/Vedat Erincin). Mais tarde, ele trouxe a esposa e os filhos. Pelos olhos de sua neta, é contada a história de três gerações desta família, ao longo de 45 anos.



A Cor do Oceano (2013) - 91'

Direção: Maggie Peren

Gênero: Drama

Classificação: 16 anos

Sinopse: Um guarda de fronteira cínico e cético terá trabalho quando uma turista alemã se dispõe a ajudar refugiados que chegam à costa das Ilhas Canárias e são presos. Mas, ao escaparem, terão que enfrentar outros problemas.



Solino (2002) - 124'

Direção: Fatih Akın

Classificação: 16 anos

Gênero: Comédia Dramática

Sinopse: 1964. Uma família decide abandonar o povoado de Solino, no sul da Itália, e viajar para Alemanha, por causa do período do milagre econômico. Lá, eles abrem a primeira pizzaria da cidade, que se torna um grande sucesso. Mas os problemas começam quando os filhos crescem e se adaptam à vida no novo país, enquanto os pais se mantêm fiéis às tradições. Para piorar, os irmãos Giancarlo (Moritz Bleibtreu) e Gigi (Barnaby Metschurat) se apaixonam pela mesma mulher.


Serviço:

Local: Cine Joia Copacabana
Endereço: Avenida Nossa Senhora de Copacabana 680 - Subsolo
Telefone: (21) 22365624
Horários: Consultar programação da mostra
Ingressos: R$ 8 Reais 
Lotação: 87 lugares
Bilheteria: de Segunda a Domingo, das 12:30h às 22h
Período: 18 a 31 de Maio de 2017.
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Crítica do filme: 'Corra!'

Longa de estreia do ator nova iorquino Jordan Peele na direção(que também assina o roteiro), Get Out, no original, é antes de tudo um filme com um atmosfera eletrizante onde a tensão comanda cada segundo da projeção. O sensacional roteiro faz um retrato angustiante que vai desde o preconceito racial até a psicopatia de elementos de uma família pra lá de macabra. Com um orçamento modesto de 4.5 milhões de dólares, o filme virou sensação nos cinemas mundo a fora e estreia aqui no Brasil em meados desse mês de maio.

Na trama, conhecemos o jovem e apaixonado Chris (Daniel Kaluuya) que possui um relacionamento intenso com sua namorada Rose (Allison Williams) e adora fotografia. Certo dia, Rose convida Chris para conhecer sua família em uma cidade do interior. Chegando lá, é apresentado a família da namorada e coisas estranhas começam a chamar sua atenção e aos poucos o protagonista vai percebendo que nada é o que parece nessa família.

Do primeiro ao último minuto, um clima de tensão é imposto e não desgruda dos olhos atentos do público que acompanha os passos do protagonista nessa angustiante viagem rumo a descobertas inacreditáveis. A questão do preconceito racial é bastante explorada assim como as loucuras e experimentos que o protagonista é submetido, seja por meio da hipnose, seja por meio dos abalos emocionais sofridos pela situação caótica que vive. As surpresas ao longo do filme são inúmeras sempre preenchidas com uma carga satisfatória de adrenalina.

Corra! tem tudo para ser o melhor filme de terror/suspense do ano. Para os amantes do gênero, é um prato cheio de emoções e reações. Corra! Aos cinemas.


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01/05/2017

Crítica do filme: 'O Cidadão Ilustre'



Vencedor do prestigiado prêmio Goya esse ano na categoria melhor filme Iberoamericano e nomeado ao disputado Leão de Ouro na categoria melhor filme no Festival de Veneza do ano passado, o longa metragem argentino O Cidadão Ilustre mescla o desenrolar da reclusão às cômicas e inusitadas consequências de um retorno para o primeiro lar transformando as duas horas de projeção em momentos tragicômicos que ficarão na memória dos cinéfilos mundo a fora. Oscar Martínez, que interpreta o protagonista dessa história, merece muitos créditos pela sua bela interpretação. 

Na trama, conhecemos o recluso e porque não dizer rabugento escritor argentino Daniel Mantovani (Oscar Martínez), um senhor de idade que mora a cerca de 40 anos na Europa e ganhou recentemente o grande prêmio Nobel de Literatura. Certo dia, recebe um convite da prefeitura de sua cidade natal, Salas, na Argentina, para ser homenageado. Depois de muito pensar, acaba aceitando o convite e embarca em uma jornada alucinante onde colocará em prova tudo o que representa para os habitantes do local e alguns velhos conhecidos.

O roteiro, assinado por Andrés Duprat (do ótimo O Homem ao Lado), é cirúrgico. Consegue prender o espectador do primeiro ao último minuto. A história está longe de ser um show de simpatia dos personagens, pelo contrário, o protagonista enfrenta todo tipo de opinião sobre sua pessoa, que vão desde de um pai pedindo ajuda para seu filho deficiente (como se fosse a obrigação do escritor ajudar) até o curioso secretário ligado às artes que o persegue por conta de um veto de Daniel em um simples concurso de pintura. O filme arranha um novelão quando um antigo amor aparece mas consegue driblar qualquer dramalhão mexicano com situações para lá de engraçadas, uma em particular,ótima, envolvendo a filha de sua ex-amada.

A mudança na maneira de pensar acompanha o protagonista do segundo arco em diante quando acaba cedendo em algumas situações, muito provocado por dívidas que são criadas com seu passado. O lado emocional do famoso escritor acaba tendo uma virada, sem saber o que esperar quando chega na cidade, acaba percebendo em alguns momentos que virou alvo de seus próprios contos. No resumo de sua história, podemos afirmar que um homem percorre o mundo inteiro em busca daquilo que precisa e volta a casa para encontrá-lo: uma boa história para contar.

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Crítica do filme: 'Colossal'



A gente repete que quer, mas não busca. E, de um modo abstrato, se ilude que fez. Exibido no último Festival de Sundance, nesse ano de 2017, Colossal, escrito e dirigido pelo cineasta espanhol Nacho Vigalondo é um filme bastante imaginativo, que respira o abstrato a todo instante para contar uma história sobre desilusões de uma protagonista em crise. Protagonizado pela queridinha de Hollywood Anne Hathaway, o projeto estreia no Brasil em meados do mês de junho. 

Na curiosa trama, conhecemos Gloria (Anne Hathaway), uma jovem inconsequente e sem sonhos que leva a vida de festa em festa, dia a dia. Morando com seu namorado Tim (Dan Stevens) em uma grande cidade norte americana, vê sua vida virar de cabeça pra baixo com o rompimento do namoro, assim é obrigada a se reconstruir e voltar para a casa onde viveu quando criança em uma cidadezinha no interior dos EUA. Chegando lá, reencontra o velho amigo Oscar (Jason Sudeikis) que agora é dono do maior bar da cidade. Após alguns dias em sua ‘nova vida’, Gloria e o mundo são surpreendidos por um gigantesco monstro que surge na cidade de Seul (na Coreia do Sul), e, para deixar esse roteiro mais louco, Gloria começa a suspeitar e provar que seus problemas estão ligados aos ataques desse monstro que estranhamente imita os movimentos dela.

Tudo é bastante estranho nessa história principalmente quando percebemos que o monstro que aparece na Coreia é mero coadjuvante. O longa é moldado para sermos os olhos e ouvidos da protagonista e assim cumpre seu papel com eficiência em certos momentos, mesmo com inúmeras cenas pouco criativas para mostrar o desinteresse e falta de expectativa de Gloria. As pessoas que a cercam nesse curioso caso, que parece bastante com algum conto perdido de Stephen King, também tendem ao peculiar e algumas com papel importante no desfecho e conclusões do filme. 

Após um primeiro arco totalmente monótono e sem brilho, a continuidade dessa saga rumo ao imaginário esquisito possui bons momentos mas que nunca chegam à conclusão que correspondem a expectativa criada. O desequilíbrio psicológico toma conta dos personagens, somos reféns de inúmeras cenas de bebedeiras, inconsequências severas e um raso movimento de destaque ao feminismo representado pelas ações heroicas e de liberdade da protagonista. Esse Sci-fi disfarçado de thriller psicológico com raspas de mistérios dirá muita coisa para uns e nada para outros.  
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Crítica do filme: 'Sobre Viagens e Amores'



A verdadeira amizade é aquela que nos permite falar, ao amigo, de todos os seus defeitos e de todas as nossas qualidades. Escrito e dirigido pelo cineasta e um dos maiores reprodutores de emoções profundas para a telona, o italiano Gabriele Muccino, L'Estate Addosso, no original, é um filme que fala sobre a maturidade com que lidamos com as intensas emoções que nos chegam, as vezes com grande surpresa, a qualquer hora de nossos dias. Vencedor do prêmio de Melhor Trilha Sonora no Festival de Veneza 2016, o projeto marca o retorno de Muccino ao mercado europeu, após famosos filmes no universo hollywoodiano. 

Na trama, conhecemos Marco (Brando Pacitto), um jovem que acabou de cursar o ensino médio e não tem a mínima ideia do que será de seu futuro. Após ser indenizado por um acidente com sua lambreta em uma rua movimentada na congestionada Roma, percebe que possui uma oportunidade de descobertas e assim entra em contato com um amigo nos Estados Unidos e consegue que um casal o receba para seu tour na América. Só que sua viagem é colocada em interrogação quando uma amiga distante da escola, Maria (Matilda Anna Ingrid Lutz) acaba embarcando junto. Ao longo do tempo, em meio a intensos diálogos sobre a vida e os pré requisitos da felicidade, Marco e Maria terão ensinamentos que levarão para toda vida.

Após um primeiro arco bastante água com açúcar, o longa cresce bastante com a chega dos jovens protagonistas a terra do Tio Sam. Sexualidade, preconceito, escolhas, amores, amizades são alguns dos temas que são detalhadamente explorados na visão de cada um dos jovens. A falta de maturidade, principalmente antes da viagem, é bastante clara. O roteiro vai aos poucos mostrando a maneira de pensar dos personagens e cada situação que vivem, além mesmo o famoso choque cultural europeu quando visita a América. A chegada da maturidade é nítida mostrando os ensinamentos e descobertas que moldam suas próprias escolhas.

O poder da amizade é onde circula o clímax, a diferença entre o amar e o gostar, da amizade e do amor, são tabus que os personagens enfrentam sempre seguindo suas intuições. Nem tudo pode dar certo, a vida que escolhemos são somatórios das escolhas que vivenciamos. O filme se aproxima muito da realidade, a porta para o final feliz clássico dos filmes norte americanos estava escancarada mas Muccino escolhe o caminho mais honesto com o que vamos desse lado da telona.

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