21/09/2020

Crônicas de um Cinéfilo Solitário #1 – O Porteiro e o Cinéfilo


Andando com meu cachorro, Nicolas ‘Juca’ Cage pelas calçadas do bairro onde estou passando os longos e intermináveis dias dessa quarentena mundial inesperada, sempre percebo um senhor de bigode volumoso cinza, uniformizado com uma roupa bordada com os dizeres de onde trabalha, sentado em um banquinho, na frente de um prédio, observando e observando. A cada dia que faço aquele trajeto olho para esse batalhador do cotidiano selvagem carioca e penso comigo como que o observar é uma das razões mais simples e inteligentes de entender melhor a vida e seu sentido (se existe algum...).

Para nós cinéfilos, nos alegramos em observar cada detalhe de cada filme, buscando sempre alguma referência aos dias que já vivemos. Dos mais complicados aos mais simples. Por em imensa maioria sermos almas sensíveis e fáceis de sermos conquistados, o nosso banquinho é alguma cadeira com número e letra em qualquer sala de cinema disponível para uma sessão. Dos mais cults até os mais
bobos e repletos de clichês, todo filme te coloca de frente a duas portas: a da razão e outra da emoção. O divertido é sempre entrar em uma, voltar e entrar na outra. Mas nem todos os filmes dá vontade de fazer isso.  


A paralelo do título acontece também quando pensamos na solidão. Sentados em banquinhos ou não, por vezes nos sentimos tão sozinhos, já que o cinema é tão importante para nós mas nem todos entendem isso. Na verdade, é muito difícil entender essa nossa necessidade de assistirmos a um filme, pensar sobre ele e só assim, depois, compartilhar o que pensamos com os outros. Para agradarmos nossos convívios sociais até assistimos filmes que não queremos ver mas sempre com aquela vontade incansável de arranjar um tempo para ver aquele que estamos loucos para assistir.  O porteiro do bigode volumoso também precisa do oásis dele, depois de um dia de trabalho, observar a vida sozinho, um gás, para alguns inusitado, mas que é fundamental para a semana dele.


E o que tiramos disso tudo? A vida é um sopro mas merece ser observada sempre, de uma sala de cinema ou de um banquinho em um fim de expediente. Aprendemos melhor sobre o mundo observando e observando...podem ter certeza!

 

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20/09/2020

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #99 - Daniel Schenker


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.


Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, Mestre e Doutor em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e Bacharel em Comunicação Social pela Faculdade da Cidade. Daniel Schenker é crítico de cinema, um dos famosos bonequinhos do Jornal O Globo, e também crítico de teatro do blog danielschenker.wordpress.com. É autor do livro Teatro dos 4 – A Cerimônia do Adeus do Teatro Moderno (editora 7Letras). É professor de História do Teatro da Faculdade CAL de Artes Cênicas. Integra as comissões dos prêmios de teatro da Associação dos Produtores de Teatro (APTR), Cesgranrio e Questão de Crítica. Fez parte do júri da Fipresci nos festivais de Fribourg, Miami, Montreal e Rio de Janeiro. Integrou os júris da Abraccine nos festivais de Brasília, Gramado e Paulínia.


Obs: querido amigo Dani. Sempre muito bom o bate papo sobre cinema com esse grande adorador da sétima arte. Um grande incentivador das salas de cinema. Sempre o encontro em alguma sala espalhada pela cidade do RJ. Um grande cinéfilo, gente boa, que assiste a muitos filmes semana a semana. As vezes não concordo com alguma crítica dele quando leio às 6as o Jornal O Globo (rsrs) mas há sempre um grande respeito e admiração por esse grande crítico de cinema, referência para muitos de nós cinéfilos.

 


1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Difícil dizer uma só. As salas do circuito Estação e do Espaço Itaú, por permitirem ao espectador o contato com ótimos filmes realizados em diferentes partes do mundo. Mas também gostaria de destacar outras salas: Cine Santa e Cine Joia, que apresentam uma programação variada, voltada para filmes autorais e de pequeno porte, e Ponto Cine, centrada na difusão do cinema brasileiro numa região dominada pela violência no Rio de Janeiro.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

E.T – O Extraterrestre, de Steven Spielberg.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Krzysztof Kieslowski. Gosto muito de sua filmografia, em especial de A Dupla Vida de Véronique.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Limite, de Mario Peixoto. O diretor, bastante jovem na época, revela um domínio admirável das ferramentas cinematográficas.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ter um imenso prazer não só de assistir a filmes como de refletir sobre eles.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possui programação feita por pessoas que entendem de cinema?

Não. Na maior parte das vezes, os cinemas são programados de acordo com os interesses comerciais. Mas também é importante a existência de salas norteadas pela qualidade da programação. Vale, em todo caso, dizer que o interesse comercial e a qualidade não são critérios necessariamente excludentes.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acho que não. As pessoas com um pouco mais de idade são emocionalmente ligadas à atmosfera da sala de cinema. E tenho a impressão de que os mais jovens buscam a sala de cinema para assistir a blockbusters. A grandiosidade da tela permite que se desfrute dos atrativos tecnológicos.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

No Place To Go, de Oskar Roehler, filme excepcional que conta com uma interpretação impressionante de Hannelore Elsner.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não. Por se tratar de um espaço fechado, sem janelas, tenho a impressão de que seria arriscado.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Um cinema contundente e visceral, que tem revelado muitos talentos.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Não há um artista específico. Tenho ampla curiosidade em relação ao cinema brasileiro.

 

12) Defina cinema com uma frase:

É uma arte que, apesar de não ser realizada ao vivo, reverbera no espectador como se tudo estivesse acontecendo no instante imediato diante de seus olhos.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Não lembro de uma história particularmente marcante. Apenas incidentes habituais, como faltar luz no meio da sessão.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Não assisti. Mas, ao que parece, quem assistiu não esqueceu até hoje.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não necessariamente. A inspiração artística pode vir de outras fontes. Mas lamento que haja cineastas que não se interessem como espectadores pela arte que exercem.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

É muito difícil falar em pior filme que vi na vida. Certamente há muitos piores do que esse. Mas fiquei particularmente mal impressionado quando assisti a Duna, de David Lynch.

 

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19/09/2020

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #98 - Diego Freitas


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, diretor cinematográfico, roteirista e editor de filmes, séries de TV e documentários. Da nova geração de cineastas brasileiros que estudam bastante novas formas de produções cinematográficas, Diego Freitas sempre se interessou por narrativas desafiadoras, e um alto potencial estético e emocional. Seu primeiro longa-metragem foi O Segredo de Davi, uma trama repleta de enigmas e com um protagonista serial killer. Em 2019, dirigiu o curta A Volta para Casa tendo a honra de dirigir Lima Duarte. Diego é um grande cinéfilo e conseguimos enxergar muito de referências de lendários filmes em seus projetos.


Obs: Quase que eu distribuí o primeiro filme dele. Tinha o planejamento todo na minha cabeça mas por situações que acontecem acabei não podendo estar presente na equipe que lançou o filme. Desde a primeira vez que falei com Diego percebi o quanto é cinéfilo. Cinéfilo identifica cinéfilo rapidamente. Que o seu amor pelo cinema nos traga sempre filmes ótimos! 

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Gosto muito do Espaço Itaú Pompeia. Ele tem tantos filmes menos óbvios até um belo Imax pra tremer na cadeira.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Obviamente não foi o primeiro mas lembro de ter sido impactado de uma forma absurda quando assisti Cisne Negro. Bati palmas no final da sessão...rsrs

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Lana / Lilly Wachowski - Matrix é pra sempre meu filme favorito de todos.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Um empate entre Central do Brasil e Cidade de Deus. São obras primas.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ter uma postura analítica e sem preconceitos. Adoro ver todo tipo de filme, conhecer o processo, as técnicas, motivações do autor... É viver o cinema de forma mais profunda.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Geralmente não. São pessoas que entendem de lucratividade.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Duvido. Mas que muitos filmes deixarão de passar na tela grande, isso eu aposto.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Bound (Ligadas pelo desejo). Primeiro filme das Wachowski. Imperdível.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Quem tem que responder isso são cientistas e pessoas capacitadas, apenas eles.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

O cinema brasileiro é deslumbrante. Diverso e criativo. Sou fã.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Fernando Meirelles.

 

12) Defina cinema com uma frase:

A maior das artes.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Quando fui ver no cinema o relançamento de Matrix (comemorando os 20 anos) sentei ao lado de um rapaz completamente perturbado. Ele fazia barulhos estranhos, respirava ofegante e se mexia muito. Até que lembrei que em alguma sessão desse filme no lançamento original alguém levantou fogo contra a plateia. Comecei a ficar preocupado e mudei de lugar...rsrs

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

O verdadeiro clássico pop brasileiro!

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Acho estranho. Tem que ver filme pra ter repertório - aprender o ofício. Acho estranho.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Todos os filmes são válidos.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Cabra marcado para morrer.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Além do Cisne Negro, lembro da sala inteira bater palmas no final de Hoje eu quero voltar sozinho - foi lindo. Na verdade, eu me empolgo muito com cinema de qualidade e sempre bato palmas... rsrs

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18/09/2020

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #97 - Eliaquim Junior


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

Nosso entrevistado de hoje é jornalista, curitibano e cinéfilo. Eliaquim Junior escreve sobre filmes desde 2009, já teve um blog, agora tem um perfil no Instagram, o Takes de Cinéfilo (@takes_de_cinefilo). É um apaixonado por cinema, séries e ficção científica. Sua primeira ida ao cinema foi para assistir a Lua de Cristal, e o último filme que viu numa sala foi 1917, e não vê a hora de voltar a ter essa experiência.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

O Itaú Cinemas e o Cine Passeio são as duas salas mais democráticas aqui na cidade, pois unem filmes comerciais com as obras mais independentes, estrangeiras, o Cine Passeio também realiza eventos especiais com convidados nacionais, como diretores, atores, além de workshops.

 

2) Qual o primeiro filme que você  lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Homens de Preto, de 1997, foi o filme que me marcou. Eu já tinha ido ao cinema antes, mas foi esse filme que me fez criar o hábito de ir ao cinema, fiquei maravilhado com a experiência e queria sentir cada vez mais aquela sensação de ser transportado para outros mundos.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Steven Spielberg. Cresci vendo seus filmes, suas aventuras, e aprendendo muito com os valores que ele pregava em suas obras. Contatos Imediatos do Terceiro Grau é o meu filme favorito, não canso de revê-lo. Foi Spielberg que me fez apreciar muito mais a ficção científica, meu gênero preferido, é culpa dele de eu gostar tanto de alienígenas. É um assunto que me fascina. Tenho que dizer que Hitchcock também é um dos meus favoritos.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Saneamento Básico - O filme, do Jorge Furtado.  O que mais gosto no filme é a metalinguagem construída, o fato dos personagens produzirem um filme, do roteiro até a exibição, acho muito educativo e me dá vontade de fazer um filme sempre que o vejo.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ser cinéfilo é extrair de um filme um aprendizado, seja para a vida ou para sua bagagem cinéfila; cinéfilo é aquele que enxerga no filme o que está além da superfície, é um estudioso e um apaixonado pela arte; é quem não vai abrir mão da experiência nas salas de cinemas.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Sim acredito, querem filmes que atraiam o público, é uma prática comercial, mesmo que tais pessoas entendessem de cinema dificilmente optariam por uma programação menos comercial. É preciso unir os dois mundos, agradar o público que quer ver filmes de super-heróis, e o outro que aprecia filmes fora do circuito hollywoodiano.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não. Assim como os livros que muitos diziam que acabariam, os cinemas nunca acabarão. É uma experiência singular, algo que o streaming não consegue substituir.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Cidade das Sombras, do Alex Proyas, um cult sombrio e esteticamente lindo que tem muitas ideias vistas em Matrix, lançado pouco depois.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Sim. As pessoas se aglomeram de qualquer forma, na praia, no transporte coletivo, ao menos na sala de cinema a distância será controlada, e com o uso da máscara, certamente será um ambiente mais seguro que em muitos lugares. Quem não achar seguro, não vá.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

O nosso cinema está melhor a cada ano. Gosto de como estamos produzindo filmes mais diversificados, experimentando gêneros como o terror, thriller de serial killer.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Daniel de Oliveira. Ele arrebenta em qualquer papel.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Cinema é a arte que revoluciona nosso modo de ver a vida e a nós mesmos.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Não lembro de algum fato inusitado, mas de alguns desanimadores. Por exemplo, no dia em que o funcionário do cinema acendeu as luzes da sala antes do filme acabar, arruinando toda a mágica e imersão. Fiquei muito irritado.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Não vi, não posso opinar rs.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não, cinema é arte, criar arte sugere um ato muito subjetivo e pessoal. O que importa é saber colocar em imagens a história que se deseja contar.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

São tantos, mas a saga Crepúsculo é inesquecível, de um modo nada bom rs.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Não tenho. Assisto poucos. No momento, não tenho nenhum que tenha me marcado.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Já, não consigo me lembrar para qual filme, mas lembro de qual sessão eu não bati palmas enquanto a sala inteira estava efusiva nos aplausos, era a sessão de Bohemian Rhapsody.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Con-Air e A Outra Face são o melhor do cinema de ação dos anos 90, auge do Nic, ele era um ótimo astro de ação.

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17/09/2020

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #96 - Julie Gruppelli


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila e curitibana. Julie Gruppelli tem 23 anos e cursa a faculdade de psicologia. Seu amor por cinema vem desde pequena. Seu pai sempre foi apaixonado por cinema e isso refletiu nas suas memórias afetivas, até hoje ele é sua principal companhia para assistir filmes, maratonar séries e discutir sobre cinema. Depois que começou o curso de psicologia, sua visão sobre os filmes foi transformada e decidiu criar o instagram Psico com Pipoca (@psico_com_pipoca) para poder dividir com as pessoas um pouquinho das análises e das visões que a psicologia pode nos oferecer através das telas.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Com certeza Cinemark, além de ser bem próximo da minha casa, tem uma programação excelente e bem abrangente. 

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra, em 2003. Foi o primeiro filme que eu me lembro de ter visto no cinema, e mesmo criança, eu sabia que o cinema era um lugar que me encantava. 

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele? 

Tenho dois favoritos: Quentin Tarantino com o filme Django e David Fincher com Seven.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Apesar de eu gostar muito de O Auto da Compadecida, escolho um mais recente, Que horas ela volta, por misturar o humor com a crônica dramática. 

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É poder conhecer e ter amor por outras histórias, culturas, pessoas. É ser transformado por cada cena, tentar tirar reflexões de cada filme.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

 

Acredito que não, a programação é feita sendo voltada ao público daquele cinema.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Eu espero que não, de todo o coração. 

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Precisamos falar sobre o Kevin, de 2011.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não, nem pensar. 

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Cada vez melhor, o cinema brasileiro tem crescido em todos os sentidos. Acredito que o que falta é o reconhecimento desse setor. 

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Selton Mello.

 

12) Defina cinema com uma frase:

“O cinema é um modo divino de contar a vida” - Federico Fellini

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema

Eu não me lembro de nada específico, quando o filme começa eu desligo de tudo ao meu redor.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Eu nunca assisti.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo? 

Com certeza sim, acho que ter um conhecimento geral é fundamental. 

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Já assisti alguns filmes ruins, mas não me lembro de um específico.

 

17) Qual seu documentário preferido? 

Eu tenho um amor muito forte por documentários e acredito que minha resposta mudaria a cada semana, mas hoje eu escolho The Mask You Live in.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?   

Já, para alguns, mas tenho vergonha disso. O último foi Coringa. 

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Confesso que eu gosto bastante dos filmes com o Nicolas Cage, mas A Outra Face de 1997 com John Travolta é o meu preferido.

 

 

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16/09/2020

57 filmes de 21 países - Esse é o III ROCK HORROR FILM FESTIVAL! De 17 a 27 de setembro!

Depois de duas edições eletrizantes realizadas nos anos de 2018 e 2019 em algumas salas de cinema do Brasil, o Rock Horror Film Festival chega no dia 17 de setembro para sua terceira edição, dessa vez online. Sua seleção tem 57 filmes de 21 países competindo pelo troféu Calaca Rock nas categorias: Longas Sinistros, Médias Bizarros, Curtas Macabros, Brasil Assombrado, Pílulas de Medo, Documentários Estranhos e Animações Arrepiantes. Além dos filmes, lives de rock e mesas redondas de bate-papo também fazem parte da programação.

Entre os longas em destaque da edição, estão: Celebrity Crush (EUA) dirigido e estrelado por Oliver Robins que foi ator mirim em Poltergeist de Spielberg; Iris (EUA) da diretora estreante Diana Rodriguez e estrelado por Alice Kremelberg (Orange Is The New Black) e Grant MacDermott (Hustlers, Mr. Robot); Possessões (Brasil) dirigido por Tiago Santiago e com grande elenco: Marcelo Serrado, Fernanda Nobre, Antônio Pitanga, Marcos Pitombo; Diablo Rojo (Panamá) da diretora Sol Moreno e estrelado por Carlos Carrasco (Blood in Blood out, Speed); Mareld (Suécia) do diretor Ove Valeskog que participou da primeira edição do festival com Huldra – Lady of the Forest e que mistura documentário e ficção.

 

Celebrity Crush 2 - USA - Longa Sinistro

Na competição de curtas, Mommy’s Little Monster (EUA) de Patrick Green, estrelado por Jenny Pellicer (Puppet Master: The Littlest Reich) e Tate Birchmore (American Princess); Boomslang (EUA) de Trevor Ryan, estrelado por Ryan Vincent (Elizabeth Blue, Stumptown, Blonde) e com a participação de Tricia Rae StahlKey (Glee).

Limbo - Irã - Curtas Macabros


Estreando a competição Documentários Estranhos: Medium (Brasil) de Monica Demes; Sleeze Lake: Vanlife at its Lowest & Best (EUA) de Andrew J. Morgan & Nick Nummerdor e a cópia restaurada do clássico Nosferatu de F.W. Murnau's. Outra categoria nova no festival é Animações Arrepiantes que traz esse ano um punhado de animações inesquecíveis: I See You (Japão), 616 (México), Malakout (Irã) e Gholu (Reino Unido).

Essa edição do Rock Horror Film Festival também tem uma forte presença feminina no cinema de gênero com 13 diretoras no comando de várias produções que valem a pena ser conferidas, além de um recorde de protagonistas femininas, entre vilãs e mocinhas, brilhando na tela.

 

Para saber mais sobre esse festival, acesse o site oficial WWW.ROCKHORRORFILMFESTIVAL.COM

 

Informações sobre as sessões e eventos:

 

SESSÕES DE FILMES

Serão 12 sessões de filmes diárias de 2h de duração com a exibição de diversos títulos. Ingressos 2,50 direto na plataforma: https://bit.ly/2EAQYYh

 

ENCONTROS DE CINEMA

O festival contará com a presença de profissionais de gabarito internacional oferecendo palestras e workshops online em várias áreas como produção, fotografia, direção, atuação, maquiagem, trilha e outros.
Inscrições a partir de R$50,00 no Sympla: https://bit.ly/3gxfV4c

 

MESAS REDONDAS

Mesas com a participação de diretores, atores e convidados. Serão 3 mesas diárias em Espanhol (12h30), Inglês (15h30) e Português (19h30).
Inscrições R$50,00 no Sympla: https://bit.ly/3gxfV4c

 

LIVES DE ROCK

As 12 lives de rock acontecerão no canal do festival. https://bit.ly/3jneUgJ

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #95 - Jefferson Batista


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

Nosso entrevistado de hoje é um cinéfilo de Rio Branco, Acre. Jefferson Batista é graduado em Psicologia, e desde a infância gosta de desenhos, filmes e séries, quando foi crescendo o gosto foi amadurecendo e cada vez mais foi se encantando por histórias mais complexas, e por entender como funcionava o mundo fantástico do cinema. Até que decidiu criar em conjunto com a sua esposa a página no instagram Pipoca com Brigadeiro (@pipocacombrigadeirooficial), (sempre comemos pipoca e brigadeiro quando assistimos qualquer coisa srsrs), e mais recente começou também com um canal no YouTube.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Na minha cidade, apesar de ser capital, só temos uma rede de cinema, que fica no único shopping da cidade, então meio que não temos muita opção e nem critério de comparação, mais ainda bem que tem pelo menos essa.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

O primeiro filme que eu vi no cinema foi Homem-aranha 3, então meio que não vale como experiência positiva, mas o primeiro filme que eu me lembro por ter me impactado foi A.I. Inteligência Artificial, assisti provavelmente com uns 13 ou 14 anos e foi a primeira vez em que eu senti o peso de uma história, com questionamentos como, "o que é vida" ou "o que define a consciência", e eu entendi quais sentimentos e emoções que o cinema pode trazer, e como essa experiência pode ser transformadora.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Difícil responder, gosto e acompanho tantos diretores, mas hoje em dia gosto muito do Christopher Nolan, acho incrível a forma como ele traz assuntos complexos para seus filmes, fazendo o grande público, que está acostumado com Blockbusters, sair do cinema falando sobre viagem no tempo, buracos negros e coisas assim.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

O Auto da Compadecida, eu o assisti diversas vezes desde a infância até hoje, e a cada vez esse filme traz algo novo, mescla magistralmente o humor, drama, críticas sócias, e é um recorte incrível do povo brasileiro.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É ser apaixonado pelo cinema, e tudo que permeia essa arte, sabendo aproveitar todas suas vertentes e gêneros, e com isso acaba vendo elementos em cada obra, que as vezes as outras pessoas não enxergam, é também apreciar a experiência de se assistir a um filme de uma forma única.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não, principalmente aqui na minha cidade, o cinema prioriza o que traz lucro.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Eu espero que não, mas pelo menos no contexto que estamos, acho que vai haver uma diminuição dos números de salas e das ofertas de filme, mas eu ainda acho a experiência de ir ao cinema tão única, que talvez isso possa manter o cinema vivo por muito tempo.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Acredito que o próprio A. I. Inteligência Artificial, apesar de ser um diretor conhecido, eu acho que o filme não chegou no grande público, e é uma história tão incrível, nos faz refletir.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não, pelo menos não aqui no Brasil, como as coisas foram conduzidas, não temos garantias e nem protocolos eficientes que possam garantir a segurança dentro de uma sala de cinema.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

O cinema brasileiro evoluiu bastante no quesito de qualidade e até mesmo competitividade com os filmes estrangeiros, mas eu acho que o pior erro para o cinema nacional é tentar imitar a forma de Hollywood em seus filmes, o cinema nacional precisa trazer sua identidade, seja um filme de comédia ou um drama, tem que ter a cara do brasileiro, com personagens que poderiam ser vistos na rua.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Selton Mello, ele é um ator muito versátil, e os filmes com ele sempre são sutis na forma como trazem a emoção.

 

12) Defina cinema com uma frase:

A imersão na experiência.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Quando eu fui assistir o primeiro Hobbit, eu fiquei com vontade de ir ao banheiro nos primeiros 30 minutos de filme, e ele tem quase 3 horas de duração, uma semana depois fui assistir novamente quando deu 30 minutos de filme, novamente fiquei com vontade de ir ao banheiro, então me desesperei, mas fiquei até o fim do filme.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Nunca vi, mas quero vê só pelo meme.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Acredito que um diretor consegue fazer um filme somente usando as técnicas, mas em qualquer tipo de arte a referência é a bagagem que isso traz, pode pesar bastante.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Difícil dizer, já vi tanto filme ruim, que eu acabo esquecendo dos nomes, e eu costumo fugir daqueles famosos filmes bizarros com violência, sangue morte e histórias esquisitas. (Centopeia Humana).

 

17) Qual seu documentário preferido?

 

Conversando com um Serial Killer: Ted Bundy. Gosto muito de história que falam sobre a mente, e esse documentário mostra tanto os fatos como cria um perfil sobre o criminoso, e é bem completo.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Já sim, algumas vezes, acho interessante quando isso acontece, porque parece que todos ali naquele momento estão conectados agradecendo a experiência.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Cidade dos Anjos. É meio clichê de comédia romântico, mas gosto dele, acho que por causa da mensagem de o quanto as experiências vividas ao lado de quem amamos são importantes.

 

 

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Crítica do filme: 'Breslin and Hamill: Deadline Artists'


A simplicidade da origem do impactante jornalismo nova-iorquino de décadas passadas e as imensas transformações dessa profissão aventureira e ainda pouco valorizada. Buscando resgatar a história marcante de dois dos maiores colunistas de jornais impressos dos Estados Unidos, que escreveram para diversos jornais de Nova Iorque, Jimmy Breslin e Pete Hamill, os diretores Jonathan Alter, John Block, Steve McCarthy conseguem em pouco menos de duas horas passar com bastante informação sobre fatos marcantes da história norte-americana que tiveram os dois jornalistas citados na linha de frente entre público e notícia. Produzido pela  HBO.

Nesse documentário dinâmico, divertido e com uma certa linha sentimental embutida nas histórias que são contadas, conhecemos melhor o trabalho de Breslin e Hamill, dois amigos, que já trabalharam juntos e foram rivais. O primeiro era um grande observador da classe trabalhadora nova-iorquina, com um olhar preciso e sempre em defesa dos negros contra o racismo forte que até hoje existe nos Estados Unidos. Colecionador de inimizades, incluindo grande parte do departamento de polícia de NY, Breslin escrevia em forma de romance colocando sempre sua forte opinião na ponta da caneta. O segundo veio para somar aos olhos dos leitores com pensamentos elegantes e firmes, sem formação acadêmica e dono de um texto fantástico, Hamill gostava mesmo era de ser editor e entre suas histórias, amores com Shirley MacLaine e Jacqueline Kennedy.

Em diversas partes o documentário nos coloca ponto de vistas de quem estava próximo da história, como nas mortes de John Kennedy e depois de Bobby Kennedy, esse último era grande amigo de Hamill. O relato de Hamill sobre o atentado às torres gêmeas é algo intenso e profundo. O foco na maior parte do tempo é o debate sobre a transformação do jornalismo norte-americano, a saudade é imensa de como era uma redação nas décadas de 70/80/90, todos os entrevistados indicam isso. Para quem curte documentários e jornalismo é um prato cheio!

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Pausa para uma série: #12 - Away


A solidão dos laços de família e o equilíbrio de mentes brilhantes buscando o brilhantismo em busca de um alvo nunca alcançado pela humanidade. Lançado nesse início de setembro pela Netflix, Away é um seriado que nos mostra cinco astronautas de países diferentes que possuem um único desejo e objetivo: conseguir pousar em marte. Seus conflitos, suas escolhas e quem deixam para trás, principalmente em torno da vida da capitã da expedição interpretada pela duas vezes ganhadora do Oscar de Melhor Atriz Hilary Swank (ótima no papel), contornam os intensos episódios.  É um drama profundo disfarçado de sci-fi. Destaques para as interpretações de Josh Charles e Talitha Eliana Bateman.

Rodado em sete meses na cidade de Vancouver, Away conta a história de Emma Green (Hilary Swank) uma mulher guerreira, inteligente, mãe que treinou a vida toda para ser astronauta. Sua grande chance finalmente chega e lhe é designada para ser a comandante de uma inédita expedição com quatro outros astronautas que irá pousar em Marte. Casada com o engenheiro da NASA Matt (Josh Charles) e com a filha Alexis (Talitha Eliana Bateman) chegando na adolescência, Emma precisará equilibrar bem suas escolhas já que ficará alguns anos fora longe da Terra. Além dos conflitos intensos e tensos dentro da aeronave, Emma precisará ser esposa e mãe, mesmo que a distância.

Há complexos paralelos quando pensamos em emoções familiares e paradoxos perceptíveis do melhor estilo homem x humanidade. O primeiro é o recheio de uma grande parte dos arcos dos episódios, o foco na maior autoridade dentro da nave se completa com boas subtramas dos outros personagens. Parece que cada episódio de alguma forma é dedicado à algum desses bravos astronautas rumo a uma viagem inédita na corrida espacial. Sobre os paradoxos, pontos interessantes em buscarmos argumentação chega muitas vezes como explicação, quase uma desculpa, dos porquês das escolhas deles estarem ali naquela situação, a favor de um bem maior para a humanidade.  

Alguns podem reclamar do ritmo, lento mas com ótimo grau de detalhes e nunca se tornando maçante. Os pequenos elementos são na verdade peças para decifrarmos um pouco o elaborado panorama emocional criado, remodelado, construído e descontruído. É uma boa série. Redonda. Com boas reflexões sobre relacionamentos.

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15/09/2020

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #94 - Bella Rocha


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

Nosso entrevistada de hoje é cinéfila e brasiliense. Bella Rocha é formada em Rádio e TV desde 2008 e tem pós-graduação em Marketing. É atriz/dubladora, locutora publicitária e audiodescritora. Ama o universo do cinema e agora não vive sem os streamings, sua página no Instagram @bellarochadubs é voltada a assuntos sobre dublagem, mas principalmente críticas de filmes, séries e documentários, pois todos os dias assiste a pelo menos um filme ou um episódio de uma série (cumprindo uma de suas metas de 2020). Escreve também para o Portal Refil (www.portalrefil.com.br) que foi criado por amigos ainda mais cinéfilos que ela.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Gosto de ir ao Cinemark, tem muitas salas, muitas opções de filmes e horários variados, som e imagem bons, poltronas boas, pipoca excelente, porém muito cara =(

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Titanic. Eu fiquei chocada com 3 horas de filme e acho que nunca tinha me sentido tão envolvida em um filme como foi com esse, eu tinha uns 13 anos e me tornei cinéfila a partir desse filme.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Eu adoro Tim Burton, adoro todos que ele faz, mas acho que Edward Mãos de Tesoura é um que vi há tanto tempo, mas tenho ele fresco na mente... acho que pode ser meu favorito.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Carandiru - eu também vi a muito tempo e ele me marcou muito, tinha lido o livro do Drauzio Varella e quando fui ver o filme materializou tudo do jeito que eu estava pensando, gosto de ver histórias reais no cinema, então acho que este é meu brasileiro favorito.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É gostar de cinema, é se divertir com isso, é falar sobre, é ter a arte como combustível de vida, é ter como hobby ver filmes... pra mim é isso.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acredito que a maior parte seja bem voltado ao comercial, ao blockbuster, ao mercado audiovisual mesmo... é difícil encontrar salas com filmes mais autorais, mais cult, que não sejam hollywoodianos, são poucos, cinemas pequenos e independentes, que infelizmente com a pandemia devem ter até fechado =(

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Eu espero que não... na pandemia muitas sofreram com a "interdição", tiveram que demitir funcionários, sem perspectiva de volta, porém eu acredito que quando isso passar, as salas voltarão com toda a pompa que o cinema sempre teve... eu estou louca pra voltar a um cinema, era minha "baladinha" favorita de fim de semana.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Viver Duas Vezes é um filme espanhol, muito bem feito, extremamente sensível e que aborda a chegada da doença de Alzheimer num jovem senhor ativo e essa descoberta de uma "nova vida" envolve todo o seu passado e sua família.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Acredito que seja um pouco perigoso colocar centenas de pessoas confinadas numa sala fechada, por mais que cuidados sejam tomados, algumas pessoas ainda são irresponsáveis, irão tirar a máscara, irão sentar próximos, irão ao cinema mesmo com sintomas de gripe... mesmo quando não havia a COVID 19 eu ficava desconfortável quando alguém espirrava ao meu lado no cinema, agora então, acho que não ficaria apenas desconfortável mas sim preocupada.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Cada vez mais os diretores brasileiros estão melhorando as produções tanto em conteúdo, quanto em técnica. Sou formada em Rádio e TV e quando saí da faculdade ainda usávamos material analógico, de repente a tecnologia se desenvolveu tanto no início dos anos 2000 que hoje é bem mais fácil de adquirir repertório de outros países, de outras culturas, além da tecnologia mais acessível, então acompanhamos o mercado e melhoramos em muitos aspectos.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Gosto muito do Fábio Porchat, do Porta dos Fundos, então consumo bastante as produções deles, seja filme, série, sejam os vídeos na internet, acredito que o humor brasileiro é o melhor do mundo.

 

12) Defina cinema com uma frase:

 "A cada cena uma nova experiência de vida!"

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

 

Quando fui assistir Titanic com minhas amigas, tínhamos 13 anos e fomos com toda a escola, então foi um dia inesquecível, lotamos o cinema da cidade que foi fechado para receber os alunos. Lembro que choramos tanto que até chegamos a dividir um lenço (nojento né, mas isso é amizade + emoção + cinema).

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Um pouco da cultura brasileira.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não é pré requisito, mas como tudo nessa vida, quanto mais você experimenta, vive, pratica, melhor você fica, então acho que seria um diferencial que os diretores fossem realmente amantes da sétima arte para poderem fazer cinema com paixão e não apenas por dinheiro.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Artista do Desastre (2018) - James Franco atua e dirige - é um filme tosco que fala sobre a produção de outro filme mais tosco ainda (The Room, 2003, que foi literalmente um fracasso), eu acho os dois terríveis.

 

17) Qual seu documentário preferido?

The Mask you Live in - A Máscara em que Você Vive - fala sobre a masculinidade exigida dos homens pela sociedade, que não permite que um homem chore, demonstre fragilidade, insegurança, medo ou qualquer outro sentimento que seja considerado fraqueza, ou "coisa de mulher", é lindo, é sensível, é libertador e muito esclarecedor, todos deveriam ver para aprender com a experiência e as histórias documentadas.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Ah, com certeza, e meus amigos também, eu até me emociono quando fazem isso e eu me junto ao coro de palmas... eu sou muito emotiva!

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

O único que gostei foi Senhor das Armas.

 

 

 

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