14/12/2019

Crítica do filme: 'American Son'


O passado, o presente e o futuro podem ser caminhos diferentes para percorrermos. Meses atrás, estreou na Netflix o poderoso drama American Son, baseado em uma peça de teatro de grande sucesso na Broadway estrelada, nesse filme e no teatro, pelos ótimos atores Kerry Washington e Steven Pasquale. Em um cenário, que pode até ser considerado uma peça filmada, um desenrolar emotivo que dialoga em questões sobre preconceitos, medos e diferenças com poderosas atuações da dupla protagonista. Um belo achado na galeria da poderosa do Streaming mundial.

Na trama, conhecemos já dentro de uma sala separada de uma delegacia, a PHD em Psicologia Kendra Connor (Kerry Washington) que fora acordada no início da madrugada com o sumiço de seu único filho e do carro que ele dirigia. A partir da chegada da personagem, diálogos intensos com o plantonista da polícia é instaurado, fato que só se desenrola mais com a chegada do pai do jovem, Scott Connor (Steven Pasquale) um policial do FBI recém separado de Kendra. Conforme a noite vai passando e o dia amanhecendo, Kendra, que é negra, dialoga todos seus medos pela questão racial, entrando em conversas bastante atuais sobre nossa sociedade com Scott, que é branco.

Um impactante drama. Assim podemos definir esse ótimo filme. Nos faz pensar sobre muitas questões que enxergamos/lemos no lado de cá da telona. Kendra, transtornada pela forma que é tratada na delegacia e pelas escapadas preconceituosas do policial de plantão que a atende, somente quer saber do paradeiro do seu filho. Nessas horas que fica na sala aguardando atualizações de notícias, debates sobre o fracasso do casamento, o relacionamento agora distante de pai e filho, os preconceitos que sofreu no passado e os reflexos dessas questões se tornam uma grande bolha emocional que culmina com um final de rasgar o coração.

American Son é muito mais que um ótimo filme. Objetivo e falando bastante nas entrelinhas, nos mostra a necessidade que todos nós precisamos de estar atentos ao preconceito que ocorre dia a dia.

Continue lendo... Crítica do filme: 'American Son'

Crítica do filme: 'Esquadrão 6'


O que fazer quando não morremos de verdade mas não existimos mais para os outros? Lançado ontem (13.12) na Netflix, Esquadrão 6 é um show de clichês mal executados com atuações caricatas e personagens nem um pouco carismáticos. Além do ritmo frenético em um roteiro recheado de problemas, tudo fica muito confuso na tela. Dirigido pelo maior destruidor de cenários/motos/carros de cinema do planeta, senhor Michael ‘boom’ Bay, o filme recebeu um bom marketing no Brasil, trazendo até o astro canadense e protagonista do filme, Ryan Reynolds, para a concorrida CCXP que aconteceu em SP na última semana. Pena que o filme em si deixou bastante a desejar.

Na trama, que começa de maneira frenética, conhecemos Um (Ryan Reynolds), um bilionário que após viver de perto horrores contra inocentes, resolve ‘se matar’ de mentirinha e passar a viver escondido em lugares onde nunca fora visto. Além disso, começa um projeto de comandar uma equipe de pessoas sozinhas no mundo mas habilidosas em suas áreas que vão ajuda-lo a combater as mentes do mal pelo planeta. Cada um deles é conhecido por um número. Numa reunião de idas e vindas via flashbacks durante a ação principal, vamos conhecendo alguns recrutamentos e um pouco mais da história de toda a equipe.

Forte candidato ao framboesa de ouro, Esquadrão 6 peca na forma de contar a história, um básico dos roteiros. Arriscando tudo numa estratégia não linear, entre uma explosão e outra, o que conseguimos captar não é o suficiente para sairmos satisfeitos ao longo das mais de duas horas de projeção. É o tipo de filme que você não para de olhar para o relógio para saber se está acabando. Talvez se houvesse mais explicações sobre a origem da criação do grupo poderia ter se criado um elo maior sobre as consequências que vemos nas ações dos personagens, isso provavelmente não foi feito porque já fizeram o primeiro filme pensando em uma sequência.

Com muitas comédias no currículo, Ryan Reynolds resolve entrar de vez no mundo dos filmes de ação, principalmente após o sucesso de Deadpool. Mas não serão todas as vezes que vai acertar. Em Esquadrão 6, sua famosa mescla de comédia dentro dessas ações caem por água abaixo, falta força na história.  

Continue lendo... Crítica do filme: 'Esquadrão 6'

Crítica do filme: 'O Rei'


Os laços de guerra e ternura de um soberano a frente de seu tempo. Atualmente no catálogo da Netflix, O Rei, de David Michôd (do ótimo Reino Animal, que hoje em dia virou até seriado), é um projeto bastante interessante que navega em indagações e até certo ponto paradigmas para definir a personalidade marcante de Henrique V. Jovem e obstinado, busca a todo instante seguir os caminhos menos violentos mas sempre preparado para manchar a mão de sangue se necessário. Ao lado de amigos e inimigos, traições também marcam a saga, acompanhamos os detalhes da guerra entre a Inglaterra e a França. Timothée Chalamet é o protagonista e mais uma vez prova que chegou para ficar na galeria dos ótimos artistas de sua geração. Destaque também para a curta aparição de Robert Pattinson, caricato e profundamente impactante.

Escrito pelo próprio diretor e o ator Joel Edgerton (que atua no filme também), baseado em obras de Shakespeare sobre o tema, O Rei conta a saga de Hal (Timothée Chalamet), um boa vida que passa seus dias se divertindo em Gales e praticamente sem nenhum contato com seu pai, o rei da Inglaterra. Quando seu pai adoece, pessoas próximas o aconselham a visitá-lo. Após a morte do rei e de seu irmão, Hal passa a ter que assumir o reinado e é nomeado Henrique V. Assim, ainda jovem mas mostrando seus dons para comando e batalha, precisará liderar a Inglaterra contra uma forçada guerra contra a França no fim dos anos 1300.

The King, no original, consegue prender a atenção do público a todo instante. Somos testemunhas do desenvolvimento/construção de Hal ao longo de todo o processo até as consequências da Guerra contra a França. Buscando colocar suas visões nem de longe tiranas quanto de seu pai Henrique IV (interpretado pelo excelente Ben Mendelsohn), aprende na força que o ambiente político da época é cheio de cobras e precisa lidar com isso se quiser seguir com sua índole. Parece somente confiar em John (Joel Edgerton), seu fiel escudeiro e amigo de bebedeiras. O roteiro tem o mérito de encontrar respostas objetivas e rápidas para situações complexas, isso funciona porque o protagonista é muito bem definido e executado em cena pelo ótimo trabalho de Chalamet.

Para quem curte filmes sobre guerras e reinados europeus antigos, esse filme é um prato cheio. Além da ótima direção, roteiro e atuações, somos colocados a enxergar uma visão bem detalhista do cenário da época, de como pensavam e como agiam, fora as dúvidas e caminhos seguidos de quem comandava.

Continue lendo... Crítica do filme: 'O Rei'

12/12/2019

Crítica do filme: 'Ford vs Ferrari'

O ego, o marketing e o início de uma lenda das disputas automobilísticas. Chegando sem muita força no circuito exibidor brasileiro faz poucas semanas, o longa-metragem estrelado por Matt Damon e Christian Bale nos leva décadas atrás onde houve uma disputa de poder entre duas grandes lendárias escuderias. Misturando as razões e as emoções, cada um em uma ótica, os executivos e o marketing, a paixão e entendimento por pilotar, Ford Vs Ferrari é um filme bem construído que deve agradar aos amantes da velocidade.

Com um orçamento que beirou aos 100 milhões de dólares, Ford Vs. Ferrari conta a história real de um ex-piloto de carros de velocidade, Carroll Shelby (Matt Damon) que recebe a incrível missão de assumir um projeto na Ford para derrotar os carros até então imbatíveis da Ferrari na famosa 24 Horas de Le Mans na década de 60. Sem poder dirigir por um problema no coração, resolve chamar o incrível mecânico e piloto Ken Miles (Christian Bale) para assumir o cockpit e juntos vão lutar contra todos seus gênios e contra a física para tentar criar o carro mais rápido.

O roteiro é bastante interessante, abre margem profunda para entendermos melhor os personagens, mesmo recheado de clichês, não incomoda e nos faz parar para pensar sobre ganância e amor pelo esporte sobre diferentes óticas. O que mais chama a atenção é a interseção que o personagem de Damon caminha, tendo que conviver com executivos que não entendem nada de corrida de carro e o lado mágico de sua equipe que ama o que faz, assim abre portas sobre heróis e vilões deixando o público definir suas lacunas. Há muita crítica as ações da época e a fita ganha pontos pela sua coragem de encostar na margem da apuração dos fatos que realmente aconteceram, a famosa verdade atrás de uma vitória.

O filme ainda está nos cinemas até essa data mas com cada vez menos sessões. É um projeto para ouvir o ronco do motor dentro das ótimas salas de cinema que temos, os efeitos são ótimos. Para quem se interessar, há um documentário na Netflix também sobre esse tema e praticamente homônimo a essa fita.

Continue lendo... Crítica do filme: 'Ford vs Ferrari'

Crítica do filme: 'História de um Casamento'


O fio que nunca acaba de uma história passa sempre pelo amor que segue uma trajetória. Abrindo as portas de um relacionamento de altos e baixos ligado a artes, amizade, família e a educação de um filho pequeno, o excelente cineasta Noah Baumbach (dos ótimos A Lula e a Baleia e Frances Ha) escreve e dirige esse retrato de um iminente divórcio definitivo, todos os seus ciclos e conflitos interpretados pelos excelentes Scarlett Johansson e Adam Driver. Produzido e atualmente no catálogo da Netflix, o projeto é bastante parecido com o filme A História de Nós Dois (onde eu descobri o quão ótimo é o Bruce Willis atuando).

Filmes com mais indicações ao Globo de Ouro 2020, 6, e prováveis indicações ao próximo Oscar, História de um Casamento conta a vida de Nicole (Scarlett Johansson) e Charlie (Adam Driver), um casal que vive seus dias agitados em Nova Iorque entre um espetáculo e outro, já que ambos trabalham em uma companhia de teatro onde a primeira é a atriz protagonista das peças e o segundo o diretor. O casal possui um filho que é muito amado por ambos. Quando Nicole recebe uma oferta irrecusável de trabalho em Los Angeles (lugar bem distante de NY), o casamento afunda em uma crise sem retorno. Alguns meses se passam, Nicole se estabelece em Los Angeles e a luta dos dois agora é pelos acordos do divórcio que se submetem.

É muito bem definido no roteiro de Baumbach o misto de óticas que acompanham os personagens, seus medos são expostos através de lembranças de momentos felizes além das incertezas de como seguir em frente sem quebrar laços que se construíram de maneira regada pelo amor. A imaturidade, que todo o casal possui em algumas questões, se aflora nessa fita deixando o lado jurídico ganhar força quando poderiam eles mesmo tentarem se resolver. A batalha jurídica é bastante franca, onde novos adjetivos para personalidades são jogados a mesa, sempre envoltos na questão da guarda do filho.

As atuações são ótimas. Johansson e Driver possuem uma química impressionante e superficialmente podemos afirmar que é o que segura o filme nos longos 136 minutos. Há uma busca pela originalidade, essa assunto de separação é bastante abordado ano após ano no cinema, encosta em certo ponto com outros filmes do gênero, não conseguindo ser tão original como pretendia ser. De qualquer forma, é um bom trabalho que merece ser visto.

Continue lendo... Crítica do filme: 'História de um Casamento'

11/12/2019

Crítica do filme: 'Fratura'


O desconhecido mundo da mente humana. Disponível recentemente no catálogo da Netflix, Fratura é uma jornada em volta da consciência em um roteiro que esconde suas surpresas até os últimos minutos do arco final com bastante portas a se abrirem mas que acabam deixando o desfecho mais confuso por algumas pequenas falhas no roteiro. Dirigido pelo cineasta Brad Anderson (O Operário, Expresso Transiberiano), Fratura abusa do clímax, em um plot twist confuso onde o espectador precisa ficar atento aos detalhes.  Quem curte filmes de suspense, essa fita estrelada pelo eterno Avatar Sam Worthington pode até agradar.

Na trama, conhecemos Ray, um pai de família que está voltando da casa de seus sogros com a esposa e a única filha. Após uma pequena discussão, que mostra que o relacionamento de marido e mulher está em alta crise, eles resolvem parar em lugar no meio da estrada onde acontece um acidente em que se machucam o pai e a filha do casal. Correndo ao primeiro hospital mais próximo, chegam lá e várias coisas estranhas começam a acontecer quando a mulher e sua filha somem.

O clima instaurado em Fratura é interessante, personagens ambíguos, muito giro de câmera para buscar nossa atenção aos detalhes, mas isso tudo é uma técnica para tentar confundir e deixar o cenário final pronto para nos surpreendemos, ou não, sobre o que realmente relata uma história. Os suspenses psicológicos, em sua maioria, buscam uma certa originalidade, mas possuem várias características em comum, principalmente a elevação do tempo de clímax na tela, o que pode ser visto como uma coisa positiva quando roteiro está redondo, o que não é o caso desse. A falta de profundidade dos personagens atrapalha, o foco do relação entre marido e mulher deveria ter sido mais amplo para podermos caminhar com mais ferramentas lógicas para entendermos tudo que estava por vir pela frente.

Continue lendo... Crítica do filme: 'Fratura'

10/12/2019

Crítica do filme: 'Kardec'


A eterna vontade do destino em nos guiar por onde nunca imaginaríamos caminhar. Impulsionado pela grande atuação do sempre ótimo Leonardo Medeiros (vejam o filme Não por Acaso), Kardec surpreende pela seu ritmo e detalhes que ultrapassam as barreiras de quem acha que só quem é adepto ao espiritismo vai gostar dessa obra.  O roteiro se baseia em uma busca pelas minúcias que transformaram a vida do prestigiado professor francês Hypolite Leon Denizard Rivail, mais tarde conhecido por Allan Kardec. Um dos bons filmes nacionais lançados no cinema esse ano.

Na trama, conhecemos o professor Leon (Leonardo Medeiros), um educador de uma prestigiada escola francesa que após perder a paciência pela interferência em sua método de ensino, acaba sendo chamado a conhecer uma nova maneira de enxergar o mundo através de reuniões quase que escondidas onde outros, de outros planos, fazem contato através de outras pessoas. Impactado e no início totalmente descrente do que é aquilo que vivencia nessas reuniões, acaba sendo convencido a ser um dos porta vozes através de textos impactante de pessoas que não estão mais em nosso plano.  Lutando bravamente contra a força contrária da igreja católica e contra a absurda censura a liberdade de expressão, agora já conhecido como Kardec, leva o que escuta para olhos de todo o mundo.

O filme se torna mais instigante para quem não conhece Kardec e sua obra. O trabalho de pesquisa foi muito bem feito e mesmo com as licenças poéticas contidas no filme, o francês pelo português entre outros, essa obra nacional se torna ao longo de sua minutagem avançada em um produto de conhecimento e entretenimento. Afinal, saber mais sobre o que existe fora das nossas janelas também se torna uma forma de entendermos melhor o que tem dentro de nossas casas.

Continue lendo... Crítica do filme: 'Kardec'

Crítica do filme: 'Rambo: Até o Fim'


Esquecer o passado? Para certas pessoas isso nunca vai acontecer. Completando uma mão inteira de filmes emblemáticos desse gênero (ação), que causa saudade dos anos 80 e 90, Rambo: Até o Fim fala muita das consequências de uma vida inteira entregue para a batalha de um dos personagens mais carismáticos do universo do cinema de ação. Imortalizado pela lenda Sylvester Stallone, acompanhamos dessa vez um John Rambo em fim de carreira, já bem cansado das lutas que teve e em busca de algum oásis para relaxar sua racionalidade distante da emoção. Para os fãs da saga, Stallone e Cia entregam um bom filme que nos faz viajar para nossas memórias cinéfilas mais distantes.

Nessa nova caminhada do protagonista, acompanhamos John completamente distante dos agitos das grandes cidades, quietinho em um rancho que possui uma irada caminhada subterrânea, uma espécie de esconderijo do herói, afinal, nunca se sabe se ele precisará usar suas estratégias de guerra a qualquer momento. Ele vive com uma senhora a quem ajudou e sua neta, adestrando cavalos e vivendo como nunca viveu. Certo dia, a jovem resolve ir procurar o pai no México e acaba sendo sequestrada por criminosos ligados ao tráfico de mulheres na região. Assim, Rambo volta a caça por justiça e está disposto a tudo para devolver a jovem a seu lar.

Lançado no fim de setembro desse ano nos cinemas brasileiros, Rambo: Até o Fim é pura nostalgia, aliada a um carga dramática e as verdades do envelhecimento de um homem que lutou bravamente como um soldado durante anos. Com o terreno de personalidade fixado lá na década de 80 com o primeiro filme da saga: Rambo: Programado para Matar (esse, adaptado de livro do escritor David Morrell), somos testemunhas das perguntas e respostas que o personagem principal se faz a cada instante, principalmente quando seu faro aguçado por problemas sabem os caminhos que levam a determinas escolhas. Desde o Vietnã e seus traumas abordados nos outros filmes, vemos nessa nova história os mesmos espelhos, nesse caso uma abdicação a uma vida nova em paz e o retorno instantâneo pelo seu desejo de vingança usando o que nasceu para fazer.

É ótimo assistir a filmes de ação com tanta força (talvez por conta dos outros filmes), mesmo trazendo rostos conhecidos. Stallone vive seus Rockys e Rambos sempre com muita força e carisma e tem o mérito de conseguir se reinventar sem perder a essência dos personagens.

Continue lendo... Crítica do filme: 'Rambo: Até o Fim'

09/12/2019

Crítica do filme: 'O Genro da Minha Vida'


Os exageros do amor pela família. Dirigido pelo cineasta François Desagnat com roteiro adaptado da obra de Jeff Morris, O Genro da Minha Vida é o típico filme sessão da tarde mas com a qualidade de boas pitadas cômicas. O longa navega aos olhos de um pai que reflete suas atitudes pela necessidade de mudar as mágoas do passado através do seu provável e, perfeito para ele, futuro genro. Essa comédia francesa, que não teve a chance de ganhar as telonas dos nossos cinemas, navega pelo amor de maneira doce se tornando um bom passatempo para quem quer se divertir.

Na trama, conhecemos Stéphane (o ótimo Kad Merad), um médico dedicado e bem sucedido, sócio de uma clínica especializada em gestações. Sua grande frustração na vida, foi nunca poder ter tido um filho homem para poder dividir tudo que conquistou. Mesmo assim, é um pai muito amoroso para suas três filhas. Assim, quando a mais jovem da família embarca em uma romance improvável com um astro do rúgbi francês, Stéphane fará de tudo para ela não terminar com ele.

Longe de ser um filme perfeito mas com bordas recheadas de ternura, esse projeto francês é encaixado dentro de uma fórmula francesa bastante usada para conquistar parte do público que adora o cinema feito nesse país da Europa. Carisma dos atores e piadas secas se encontram para transformar um simples roteiro em um pouco a mais que isso. Para os mais exigentes, O Genro da Minha Vida passará longe da perfeição ou de ser inesquecível, há arcos melhores definidos que outros, mas o que mais chama a atenção é o exagero e personagens mal encaixados na trama.


Continue lendo... Crítica do filme: 'O Genro da Minha Vida'

06/12/2019

Crítica do filme: 'Midway - Batalha em Alto-Mar'


Ataques e contra ataques, o mar não esquece os seus. Não é de hoje que temos blockbusters de guerra sendo lançando nos cinemas e logo depois ganhando as telinhas da tv aberta brasileira. Num primeiro momento Midway é um recorte confuso, repleto de subtramas que não são bem explicadas, nos arcos próximo ao fim, apostam na chegada de rostos conhecidos dos cinéfilos, o que não ajuda muito ao roteiro picotado nessa grande batalha naval que é instaurada. A versão norte americana dos fatos, se torna uma grande viagem barulhenta, forçando a tudo o que acontece virar algo heroico aos olhos do público.

Dirigido pelo famoso cineasta alemão Roland Emmerich (Independence Day, entre outros filmes no currículo), o longa metragem que fora lançado no Brasil semanas atrás, relata um lado da versão dos fatos de uma das batalhas em alto mar mais importantes para as definições da Segunda Guerra Mundial em favor dos aliados. A partir desse foco, várias histórias de oficiais são contadas, no céu, no mar e terra.

Há uma grande força no roteiro de tentar ir mais profundo possível em como os japoneses devem ter agido em seu clímax, mas através dos olhos dos norte americanos. Além do parêntese de importância para a equipe de inteligência doa aliados, a relação dos oficiais com suas famílias não passa da superfície, preferindo pegar um gancho para fortalecer o entendimento na amizade de alguns personagens, mesmo nem todos estando conectados. Os efeitos especiais são muito bem feitos (nisso não há dúvidas que Hollywood sabe fazer muito bem) e a principal característica dos personagens principais é quase um total descaso com a segurança pessoal não importando se possuem família ou não.  

A trilha sonora assinada pela dupla Harald Kloser e Thomas Wanker é pavorosa. Da dor de cabeça só de lembrar escrevendo esse texto. O filme cisma em não terminar, o último arco é especialmente ruim, com personagens sem emoção, robóticos ou fazendo cover de outros personagens de outros filmes que abordam temática parecida. Para quem curte filmes de guerra pode até ser uma boa diversão mas como cinema faltou muito para Midway - Batalha em Alto-Mar convencer.

Continue lendo... Crítica do filme: 'Midway - Batalha em Alto-Mar'