Os ovos que não viram omeletes, a chocante morte do galo e a
lentidão que só ganha do Rubinho
Dirigido pelo cineasta chinês Ji Huang, "Ovo e Pedra"
chegou ao festival do Rio desse ano cotado para ser um dos belos trabalhos que
circulariam pelas inúmeras salas do circuito. Engana-se quem acreditou nisso. Com
seu estilo paradão, o ‘clássico filme Cult’ tem muito pouca explicação para um
público que não conhece a fundo aquelas tradições que são mostradas. Para você pelo menos achar um sentido em todas
as sequencias desse trabalho, você tem que ter uma mente muito aberta e estar
em dia com as problemáticas culturais na região onde se passa o longa.
Na trama, conhecemos uma menina imatura de 14 anos chamada
Honggui que está entrando na puberdade e vive os conflitos internos da idade, além
de ter que lidar com uma situação de abandono de seus pais que não voltaram da
busca de trabalho em outra região. Sem condições de melhorar a situação, vai
morar com os tios que deixam bem exposto a insatisfação com a situação.
Somos levados a um mundo de tradição pelo cineasta chinês Ji Huang. Sua direção é interessante
(talvez o ponto alto do filme), mesmo os atores não sendo profissionais
conseguem respeitar as marcações sempre tentando passar a maior veracidade
possível quando em cena. Mesmo com alguns elogios não podemos nos render ao
fato de que como um todo a fita passa longe de agradar o público. Quando você
precisa voltar à sinopse para entender o filme, tem alguma coisa de errada. Entre
carimbos que exaltam impaciência e desespero, o espectador se vê perdido quase
que o tempo todo.
Tem cenas que incomodam, geram um extremo desconforto ao
espectador. A sequencia do Galo é no mínimo chocante. Entre ovos e pedras o
olho adormece. Muita gente vai dormir, mexer no celular, no tablet, e se
desligar do filme facilmente. O que impressiona é que os segundos não passam.
Vai ter gente saindo do cinema achando que a fita durou 5 horas.
Tem tanto filme bom nesse Festival. Esse, não é um deles.