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15/07/2024

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Pausa para uma série: 'Debaixo da Ponte: A Verdadeira História do Assassinato de Reena Virk'


As marcas da maldade na busca por aceitação. Criado por Quinn Shephard, inspirado no livro Reena: A Father's Story escrito por Manjit Virk, o seriado Debaixo da Ponte: A Verdadeira História do Assassinato de Reena Virk busca uma ampla análise social, através de um assassinato ocorrido no final da década de 90 no Canadá, sobre um assunto que é vivo até os dias atuais: o bullying. Com o uso constante de flashbacks, percorrendo pedaços de décadas, o projeto usa os porquês para o seu alicerce narrativo gerando reflexões que vão desde a rebeldia indomável que se sobrepõe à inconsequência, até o abandono.

Na trama, conhecemos Rebeca (Riley Keough), uma mulher que volta para casa, na cidade de Vitória, capital da Colúmbia Britânica no Canadá, para escrever um livro. Logo após sua chegada, um terrível assassinato é cometido, uma jovem de 14 anos chamada Reena (Vritika Gupta) é encontrada sem vida levando a policial Cam (Lily Gladstone), uma velha conhecida de Rebeca, para uma complexa investigação, repleta de telefone sem fio, que foca em outros jovens que viram a vítima pela última vez.

Amizades ruins, crueldade, manipulação, mentiras, inveja. Partindo de uma protagonista com traumas no passado que vê no trágico ocorrido uma oportunidade para se libertar de algumas marcas, Debaixo da Ponte: A Verdadeira História do Assassinato de Reena Virk contorna o bullying para abrir outras portas com dois pontos que se destacam: a compaixão como elemento de análise com variantes intercessoras e o abandono. Esse último ponto, visto sob algumas perspectivas que se associam aos deslizes da imaturidade.

O contexto familiar da vítima ganha bastante espaço, principalmente em um dos episódios centrais. Filha de descendentes indianos, religiosos ligados à Testemunhas de Jeová, Reena se sentia em conflito pelas regras da fé imposta, chegando até um conturbado relacionamento com a mãe e uma desesperada busca pela aceitação, um elo definitivo para o encontro com outros jovens que nunca a receberam de braços abertos. 

Cheio de bifurcações que adentram camadas poderosas associadas às subtramas, o início, o meio e o fim parecem se associar conforme os episódios passam, com o passado e presente apresentando fatos e trazendo respostas. Não esperem revelações surpreendentes, o objetivo por aqui é usar os porquês para o seu alicerce narrativo. Assim, passo a passo e com muitos detalhes espalhados de forma implícita, chegamos na maldade, na psicopatia, no fardo carregado que ninguém ajuda, na dor, no coração magoado, na necessidade de se sentir aceito.

Protagonizada pelas ótimas Riley Keough e a indicada ao Oscar Lily Gladstone, com um capítulo completando o outro, num total de oito episódios baseados em fatos reais, essa minissérie cheia de caminhos para nosso refletir está disponível na Disney Plus. Merece uma maratona!



 

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05/07/2023

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Crítica: 'Uma Babá quase Perfeita' (Revisão)


Um assunto de adultos na visão de todos. Camuflada de comédia mas com fortes traços de drama, principalmente sobre toda a problemática que gira em torno de um divórcio complicado, 30 anos atrás chegava aos cinemas um filme que marcou uma geração e marcou para sempre a carreira de um os mais artistas que o mundo da sétima arte já viu: Robin Williams! Dirigido por Chris Columbus e baseado na obra Aliás Madame Doubtfire, de Anne Fine, Uma Babá Quase Perfeita é um daqueles filmes sempre bom de rever!


Na trama, acompanhamos Daniel (Robin Williams), morador de São Francisco, na Califórnia, um ator com enorme coração mas sem emprego fixo, imaturo, também um pai que não consegue viver longe dos filhos após um doloroso divórcio. Sem saber o que fazer e já na linha do desespero, tem a inusitada ideia de se vestir de governanta mais velha e assim se candidatar a vaga de babá na casa da mãe dos filhos. Uma série de situações loucas acontecem e o protagonista passa por mirabolantes situações para manter o seu disfarce.


Profundo sem perder a ternura. Falar sobre divórcio é sempre complicado, principalmente em um roteiro que se aprofunda na visão dos filhos em relação a essa situação. Tudo é bem cirúrgico por aqui, se aproximando dos detalhes desse casal depois de uma década e meia juntos resolvem se separar, ela uma executiva e sócia de uma empresa de designer de interiores, ele um desajustado, imaturo que parece não levar a sério as responsabilidades do cotidiano. A dor, o sofrimento, o sentimento de mudança, o desespero ganham tons cômicos na figura de uma personagem que é o retrato de tudo que Daniel não conseguiu ser quando junto da esposa.


Vencedor do Oscar de Melhor Maquiagem em 1994, Uma Babá quase Perfeita teve na maquiagem um fator importante. Robin Williams levava cerca de quatro horas e meia para se vestir na sua personagem. Reza a lenda que para testar a eficácia da maquiagem e sua personagem, uma vez Williams foi até uma livraria fora das gravações e não foi reconhecido. Falar desse ator é sempre muito especial, durante as filmagens improvisos atrás de improvisos eram vistos e o diretor Chris Columbus chegou a filmar com várias câmeras a mesma cena pois não sabia o que podia vir da mente brilhante do humorista que deixa saudades até hoje. E nossa... que saudades do Robin! Uma outra curiosidade, é que o papel da filha mais nova quase foi de Blake Lively mas na audição final o papel ficou com Mara Wilson.


Emocionante e engraçado, Uma Babá Quase Perfeita é um filme que sempre ganha uma nova leitura a cada vez que assistimos mas uma coisa é certa: mostra que o laços de amor são a base de qualquer família.

 


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31/10/2022

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Crítica do filme: 'Reflect'


Se aceite e seja feliz! No ritmo da leveza e da delicadeza, o curta-metragem Reflect, disponível no catálogo da Disney Plus, nos leva a refletir sobre a aceitação do nosso corpo. Se formos pensar mais profundamente, encontramos uma relação com a sociedade que ainda massacra as emoções criando traumas através de um padrão. O trabalho é assinado por Hillary Bradfield, em seu primeiro projeto como diretora, antes ela realizou inúmeros trabalhos no departamento de artes em filmes como: Encanto, Frozen 2 e mais recentemente no aguardado filme de James Cameron, Avatar: O Caminho da Água. Reflect apresenta a primeira protagonista plus size da história da Disney.


Na trama, que explora os conceitos de disformia corporal, acompanhamos uma bailarina que tem um grande problema com o espelho por não se sentir bem com seu corpo. Nas aulas de balé, se sente com vergonha mas acaba descobrindo uma maneira de encarar essa situação quando se aprofunda nesse conflito. Ela se projeta para dentro de uma metáfora sobre o medo percebendo que pode reverter toda sua não aceitação e a jogar para escanteio.


A perspectiva é a de uma bailarina, uma grande ideia do roteiro. A importância da dança, uma arte cultural, chega quando pensamos que a personagem está em um ambiente em que ela tem que olhar para si, mesmo não querendo. Interessante aqui a questão do espelho, mesmo não querendo olhar para si, ao redor seus reflexos, o conflito chega e a protagonista precisa entrar em uma jornada de encarar esse trauma. Podemos ler que o sentido de corpo nesse projeto é um compartimento de emoções, muitas vezes conflituosas, deixando nas entrelinhas as verdades sobre o caminho do viver e que os momentos ruins vão existir mas a aceitação está dentro da gente.


Impressionante como alguns curtos minutinhos nos fazem pensar sobre traumas, aceitações, dentro de uma metáfora objetiva e com uma mensagem super positiva: Se sentir feliz é uma grande arma contra qualquer medo.


 

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23/01/2022

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Pausa para uma Série: 'Gavião Arqueiro'


O complemento da história de um herói bastante família. Chegou ao streaming da Disney recentemente o seriado Gavião Arqueiro que se passa pouco tempo depois dos acontecimentos de Vingadores: Ultimato, nos apresentando um amargurado Clint Barton buscando seguir em frente com sua família após a perda da grande amiga, a viúva negra. Buscando elementos que façam paralelos com a época natalina, o projeto não se esquece das ótimas cenas de ação dentro de um drama quase existencial. Um dos méritos é conseguir deixar seu protagonista como coadjuvante em muitos momentos fazendo brilhar todas as subtramas de outros ótimos personagens que chegam (alguns reaparecem) ao universo Marvel.


Na trama, voltamos a encontrar o maior arqueiro do mundo, Clint Barton (Jeremy Renner), também conhecido como Gavião Arqueiro, super herói da formação clássica da Marvel nos cinemas, que durante a aniquilação de metade do mundo em Vingadores: Guerra Infinita acabou mostrando seu lado sombrio dando vida ao que ficou conhecido como Ronin. Mas aqui nesse seriado que se passa após a derrota de Thanos, Clint vai seguindo sua vida feliz com sua família, mesmo tendo que conviver com marcas tristes do passado. Ele resolve levar os filhos para um passeio em Nova Iorque e após descobrir que a fantasia de Ronin estava sendo usada por outra pessoa, manda as crianças de volta pra casa e vai investigar. Ele acaba assim conhecendo a também arqueira Kate Bishop (Hailee Steinfeld), uma jovem rica que descobre segredos que envolvem pessoas que Clint conhece muito bem. Assim, a dupla de super-heróis precisarão combater criminosos implacáveis pelas ruas de nova Iorque.

Os primeiros dos seis episódios que compõem esse projeto são dedicados para uma raio-x completo do estado emocional (e também físico) de Clint. Amargurado, com aquele olhar tristeza, se culpa a todo instante por não ter encontrado uma solução que não precisasse do sacrifício de Natasha. Sem super poderes expressivos como seus amigos Hulk, Thor, Capitão América entre outros, sempre teve que ser muito criativo para levar vantagem em cima dos vilões com suas criativas flechas certeiras. Querendo ficar longe de encrencas, sua grande alegria no presente (talvez única), seja sua família. Quando ele se depara com Kate mesmo não querendo percebe que precisa virar uma espécie de pai/mentor da jovem que pode ser nos filmes seguintes figura importante dentro do Universo Marvel nos Cinemas.


Kate, a protagonista do seriado, rouba a cena em muitos momentos. Uma jovem protagonista feminina, usa sua inteligência e pontaria para ir atrás dos bandidos. Por não ter muita experiência na função de super heróina, desliza no campo emocional e impulsivo, o que o seriado mostra em muitos momentos como os grandes conflitos da forte personagem.


A essência da família, os valores e questões são abordados a todo instante. Os conflitos oriundos dessa questão acabam moldando ações e consequências transformando o projeto em um rico e reflexivo entretenimento. Voltado a todos os públicos, Gavião Arqueiro consegue com muita simplicidade ser profundo e objetivo.

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05/01/2022

Crítica do filme: 'Encanto'


As diversas maneiras de falar sobre família. Super candidato a ser o ganhador do próximo Oscar de Melhor Animação, o longa-metragem da Disney, Encanto, é uma fábula bastante superficial e com pouco carisma que busca a todo instante tocar no assunto família e seus desenrolares. Dirigido pela dupla Byron Howard e Jared Bush, além de músicas assinadas pelo gênio da Broadway Lin-Manuel Miranda, o projeto se embala em um roteiro onde assume os riscos em que a descrição precisaria ser concreta mas começa com o conceito (extremamente complicado de entender) antes de construir sua protagonista.


Na trama, conhecemos a história da família Madrigal, que vive em uma vila onde todos sabem que moram em uma casa mágica e quase todos os habitantes da família possuem poderes que chegam em determinados dias de suas vidas. A exceção é a jovem Mirabel que durante sua cerimônia para saber seu poder acabou não recebendo nenhum, sendo, de alguma forma, deixada de lado por grande parte de sua família. Mas tudo isso muda quando quase que inexplicavelmente ela percebe que a casa onde gerações de sua família moram está perdendo força, assim parte em busca de respostas e soluções.


Ao longo de quase 100 minutos de projeção vamos buscando nos encontrar em um quebra-cabeça complicado de entender com assuntos mágicos e inusitados que buscam apresentar, traçar paralelos dentro de sentidos existenciais. Os diálogos são oásis dentro de um contexto mal desenvolvido, sem criatividade, algo raríssimo de se conferir em filmes da Disney. A relação familiar, através do ter ou não ter um poder (e qual o sentido disso?!), pode ser um caminho para o espectador que se esforçar para criar uma ponte de conexão com o filme, mesmo assim há lacunas que não ficarão preenchidas, vagando muitas vezes no vale perdido do achismo.


Falta carisma nos personagens. Dentro do drama, já que animação é apenas uma técnica, a aventura se mistura causando problemas em explicar os porquês dos conflitos de seus personagens, fator chave para qualquer roteiro. Por esse e outros motivos apresentados aqui, chegamos a triste conclusão que essa é uma das mais decepcionantes animações da competente Disney de toda sua história.




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08/09/2021

Crítica do filme: 'Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis'


As descobertas e redescobertas em uma homenagem à cultura oriental. Explorando o universo das artes marciais, suas doutrinas, seus sentidos e suas conexões, chegou aos cinemas nas últimas semanas o primeiro filme de mais um herói da nova geração do Universo Cinematográfico da Marvel, Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis. Dirigido pelo cineasta Destin Daniel Cretton (do espetacular Short Term 12), o filme é um show de coreografias, cenas de ação de tirar o fôlego, com personagens muito carismáticos e atuações poderosas.


Na trama, conhecemos o jovem Shaun (Simu Liu), um manobrista sonhador descendentes de chineses que mora em São Francisco (EUA). Ele e sua inseparável amiga Katy (Awkwafina) vivem seus dias entre o trabalho, as reuniões familiares na casa de Kate e muitos karaokês. Até que certo dia, em um acidente durante uma viagem de ônibus, Shaun precisa revelar que na verdade chama-se Shang-Chi e precisa voltar à China urgente para avisar sua irmã Xialing (Meng'er Zhang) que ambos correm perigo porque o pai dos mesmos, Xu Wenwu (Tony Chiu-Wai Leung), está atrás deles. Assim, todos esses personagens embarcam em uma aventura sobre segredos, família, escolhas e muitas batalhas.


O que mais chama a atenção é como o filme, que tem pouco mais de duas horas de projeção, consegue se conectar rapidamente com o público. Há carisma por todos os lados, mesmo nas reflexões culturais que estão sempre presente nas linhas do roteiro, o que de fato leva o filme para uma profundidade dramática, a maneira como se lidam com os mais variados assuntos, principalmente os que envolvem família, é feita de maneira leve e com mensagens chegando rápidas ao nosso campo de reflexão. Como todo primeiro filme onde estão nos apresentando um herói (passamos por isso ao longo de todos esses anos com a chegada de todos os Vingadores) a busca pelos detalhes é importante e o preenchimento da tela com atores e atrizes fantásticos, (como Tony Leung Chiu-Wai, vencedor do prêmio de melhor ator do Festival de Cannes por seu papel no inesquecível filme de Wong Kar-Wai, Amor à Flor da Pele) é fundamental para esse sucesso.


O protagonista é trazido para a realidade do trabalhador e sonhador que vive em solo norte-americano criando uma espécie de contraponto cultural principalmente quando pensamos na riqueza de sua origem, com a fabulosa história de como seus pais de conheceram e como sua mãe fora figura chave na formação de sua vida, suas escolhas. Tudo acaba fazendo muito sentido no final, principalmente quando olhamos da ótica de Shang-Chi , seus conflitos com o pai, a irmã, em busca de sua identidade que acaba sendo o elo perfeito para chegar até aonde todo mundo queria saber como chegaria: a equipe dos vingadores. Ótimo filme! Vale a pena conferir!

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27/06/2021

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Crítica do filme: 'Luca'


As descobertas da amizade, dos valores harmônicos das primeiras sabedorias sobre a felicidade. Lançado no canal de Streaming da Disney (Disney +), o longa-metragem de aventura com técnicas de animação, Luca, parece ter uma história bobinha, superficial mas acabamos o filme com lindos pontos de reflexão para pensar sobre, tamanha a profundidade que alcança seus ensinamentos, principalmente sobre a amizade. O roteiro também abre espaço para fazer poesias filmadas com os sonhos de um carismático protagonista que adora descobrir as novidades de um mundo cheio delas ao seu redor. Belo filme dirigido pelo cineasta Enrico Casarosa.


Na trama, conhecemos o jovem ser aquático Luca que vive com sua mãe, pai e avó debaixo d’água sendo ensinado desde cedo que não deve de jeito nenhum tentar chegar a superfície por conta dos perigos. Certo dia, consumido por uma curiosidade tamanha, fica mais distante de casa chegando perto da beira do mar quando encontra um outro jovem que nem ele, chamado Alfredo, descobrindo assim que quando sai da água ele vira um ser humano não aquático que nem todos os outros. Assim, acaba embarcando em uma grande aventura em busca de sonhos e de ganhar um super prêmio numa gincana da região. Para tal, receberá também a ajuda de Giulia, uma jovem de sua idade.


Navegando um pouco sobre a cultura italiana, o que é sempre enriquecedor em filmes para todas as idades, Luca mistura o inusitado com o universo do sonhar tendo ainda uma reta na paralela, que acompanha toda a aventura, que aborda a força da amizade, seu valores. Alguns momentos peixe, outros momentos ser humano que nem a gente, o modo construtivo de pensar sobre o que ainda não conhece se junta ao momento chave na vida de todos nós quando começamos a ligar os pontos da vida. Dentro de um uma linda paisagem, sendo a porta de entrada para seu sonhar, o protagonista descobre a força do amor pelos livros, pela amizade, através também do sofrer.


Dos criadores de Toy Story e DivertidaMente, o projeto está disponível na Disney+, um ótimo divertimento para baixinhos e altinhos, todo mundo que sabe toda a força que possui o sonhar.

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01/01/2021

Crítica do filme: 'Soul'


Se você pudesse ver toda sua vida até aqui e além disso refletir sobre ela, você viraria uma pessoa melhor? Lançado na plataforma Disney+ , ainda sem chances de tela de cinema, Soul é um inteligente drama com pitadas cômicas de aventura usando a técnica de animação. Emocionante, foca no inusitado universo das almas, o curioso espaço entre o físico e o espiritual. Não importa sua religião, esse é um projeto, dirigido pela dupla Pete Docter e Kemp Powers, que nos apresenta a esperança e a importância dos valores emocionais para qualquer ser vivo. É uma animação para grandinhos mas onde também a criançada pode aprender bastante de forma muito divertida. Não ganhou as telonas do cinema (ainda, quem sabe...) mas ganhou nossos corações.


Na trama, conhecemos o músico e professor de música no colégio Joe (Jamie Foxx – dubla na versão original), um homem solitário que tem a paixão pela música e mais especificamente o Jazz como motores de sua felicidade. Certo dia, consegue a grande chance de sua vida e tocar em um quarteto de uma grande diva do Jazz. Só que Joe acaba sofrendo um acidente e acaba indo parar em uma espécie de pré-paraíso, um mundo das almas, onde conhece 22 (Tina Fey – dubla na versão original) uma alma descrente sobre a vida. Enquanto seu corpo está respirando por aparelhos no hospital, Joe e 22 embarcarão em uma aventura para tentar levar Joe de volta a seu corpo e também fazer com que 22 muda suas ideias pré conceituais do mundo.


Há muitas portas abertas para se refletir sobre esse lindo projeto. Sonhar não mata fome de ninguém mas é imprescindível nessa vida louca e repleta de obstáculos que nós vivemos. O sonho é motor importante para o protagonista, as vezes um pouco ingênuo sobre as questões mundanas mas tendo a música como elemento que o integra de certo forma as relações sociais. Passando pelo universo das habilidades vamos caminhando em teorias animadas e bastante sensíveis sobre nossa existência, além disso, O filme pode se tornar uma bela e gratuita sessão de terapia para aquelas almas que ao assistirem a esse filme encherem seus corações de sentimentos variados. Vale a menção que esse é o primeiro filme da Pixar com um protagonista negro.


O roteiro é maravilhoso, dentro da narrativa existencial, surpreendentes paradoxos caminham com Joe e 22 e dão muito sentido ao que os personagens estão vivendo em suas reflexões, como o protagonista receber conselhos amorosos de uma alma que nunca nasceu. Soul é um projeto recheado de boas intenções que rouba nossos corações do primeiro ao último minuto. Viva a vida!

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24/12/2020

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Crítica do filme: 'Três Solteirões e um Bebê' (Revisão)


Há mais de 30 anos atrás, uma comédia atemporal e que transpira carisma chegava a vista dos cinéfilos. Dirigido pelo eterno Spock, Leonard Nimoy (sim, ele mesmo!), Três Solteirões e um Bebê fala de forma leve e engraçada sobre a paternidade na visão de três adeptos do ‘solteirismo’ que precisam readequar suas vidas quando um bebê de poucos meses é deixando na porta de onde moram. Disponível no streaming Disney+ (assim como sua continuação), o longa-metragem de enorme sucesso é protagonizado pelos ótimos Tom Selleck, Steve Guttenberg e Ted Danson. A trilha sonora, com a música chiclete Bad Boy, segundo single lançado pela banda americana Miami Sound Machine liderada por Gloria Estefan, é excelente.


Na trama, conhecemos três amigos muito bem sucedidos que moram em uma cobertura em Nova Iorque. Peter (Tom Selleck) é arquiteto, Michael (Steve Guttenberg) é desenhista e Jack (Ted Danson) é ator, todos eles são adeptos da vida boa e cultivam sua solteirice como modalidade de vida. Tudo muda quando um bebê é encontrado na porta da casa deles dizendo ser filha de Jack. Como o papai viajou para a Turquia para rodar um filme, Michael e Peter precisarão passar dias muito intensos, confusos e engraçados tentando cuidar da nova hóspede.


O foco principal é a paternidade em uma visão muito bem elaborada dentro de um roteiro simples onde a própria história ganha seu brilho através das lentes de Nimoy. Os personagens são ótimos, se encaixam com perfeição dentro de um contexto importante para a época mas a história não deixa de ser atemporal mesmo após mais de três décadas. O relacionamento pais e filhos pode ser mostrado de muitas formas, Três solteirões e um Bebê nos apresenta uma forma muito descontraída que o amor de quem cuida é o que vale no final das contas.

 

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17/07/2020

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Pausa para uma peça de teatro filmada (Pro-Shot): #1 – Hamilton


E se ganharmos nossa independência? Ampliando a criatividade de levar ao público de todo o mundo uma das peças de teatro da Broadway mais badaladas dos últimos anos, a Disney, no seu streaming Disney+ lançou o Pro-shot (em curta explicação, seriam gravações de números teatrais compondo um filme) do badalado musical Hamilton. Ao longo de quase três horas de duração, vamos por meio de textos cantados em forma de rap conhecendo a história de Alexander Hamilton, um dos criadores dos Estados Unidos e que inclusive dá rosto à cédula de dez dólares. No papel principal, o grande criador do espetáculo (baseado na obra do historiador Ron Chernow), o Hors concours das mentes criativas atuais quando pensamos em musicais, Lin-Manuel Miranda. Pulsante, inovador e beirando ao extraordinário, Hamilton, do primeiro ao último minuto, mostra ao que veio. Não desperdiçou sua chance, chance.

Nessa história cheia de situações políticas e decisões que colocaram um novo rumo, desde a independência norte americana até os primeiros governantes dessa hoje potência mundial, acompanhamos a trajetória pouco comentada de Alexander Hamilton (Lin-Manuel Miranda), um órfão que veio de navio de uma das ilhas do caribe para se tornar em pouco tempo figurinha carimbada nas rodadas políticas de independência e depois dos bastidores das escolhas dos primeiros que assumiram o poder. Repleto de escolhas, de uma traição dolorida, duelos de armas, inveja, amizades, lealdades somos testemunhas de uma grande história de um dos pais fundadores dos Estados Unidos.

Musical raiz, daqueles onde todas as linhas do roteiro são cantadas pelos artistas em cena, Hamilton estreou anos atrás no off-broadway, com as rápidas críticas positivas de crítica e público passou a ser apresentado na galeria principal das ruas da broadway se tornando um fenômeno artístico poucas vezes visto nos últimos anos. Sua mistura de história antiga, com raps, misturas equilibradas de palavras em contextos antes complexos de explicações por todo o blá blá blá político, além de um elenco inspirador e extremamente competente transformam essa saga de Hamilton em uma experiência única.

Em uma época de pandemia inesperada, um pro-shot simbólico, de um dos maiores sucessos da história da Broadway, pode ser o caminho para muitas outras ótimas peças de teatro, musicais ou não, conseguirem chegar até o público através das plataformas de streamings.

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02/07/2019

Crítica do filme: 'Free Solo'


Uma vida sem desafios não vale a pena ser vivida. Contando a impressionante saga, e o grande desafio, de um dos mais habilidosos escaladores solo do mundo, Free Solo, o documentário vencedor do último Oscar é uma jornada eletrizante por dentro das emoções de um homem e seu desejo peculiar. Tudo é muito bem feito nesse filme, as imagens são de tirar o fôlego, você se emociona, se diverte e não consegue tirar os olhos para saber como termina essa impressionante aventura. Um dos melhores documentários dos últimos tempos, vencedor de 23 prêmios internacionais.  

O enredo desse Doc. é simples, somos apresentados a Alex Honnold, um escalador norte americano que pratica a escalagem sem cordas por meio de diversas paisagens enormes do chão ao topo. O sonho desse corajoso jovem é escalar ‘solo’, sem qualquer outro equipamento de segurança, as falésias de granito do El Capitan, no Parque Nacional de Yosemite que fica nas montanhas da Serra Nevada, na Califórnia, EUA. Mas a missão não será nada fácil, acompanhando o preparo mental e físico de Alex ao longo de um grande período, além do seu recente relacionamento que modifica demais o pensar do protagonista, o filme vai nos guiando em uma aventura inesquecível.

Os componentes que envolvem essa saga são de, seus amigos, sua família e sua namorada vão preenchendo as lacunas que ficam soltas, já que Alex é uma pessoa muito tímida e que pouco se abre. A partir do novo relacionamento com sua namorada, parece que há uma mudança no modo de pensar, medos inexistentes começam a surgir bem claramente a sua frente e por um triz todo o projeto de realizar essa escalada não tem um desfecho mais triste.

Produzido pela National Geographic, Free Solo, é antes de mais nada uma grande experiência, não só marcante na vida de Alex mas também para aqueles que tiverem a oportunidade de assistir a essa história marcante.

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16/06/2019

Crítica do filme: 'Dumbo'


A amizade está contida em qualquer lugar onde tenha boas almas que busquem o sonhar. Baseado no livro de Helen Aberson, que foi imortalizado pelo famoso desenho de décadas atrás que conquistou plateias de todo o mundo, Dumbo, agora dirigido pelo genial Tim Burton, consegue manter a mesma atmosfera emocionante adicionando um tom equilibrado entre as alegrias e a tristeza que o pequeno elefantinho e seus amigos vivem ao longo de toda a aventura. Burton consegue novamente criar um filme empolgante e com mensagens tão lindas para todas as gerações.

Na trama, acompanhamos o retorno ao Circo, após a guerra, de Holt Farrier (Colin Farrell) onde vive com os filhos após o falecimento da esposa. O circo está passando por grandes dificuldades e Farrier acaba sendo designado para cuidar de um elefante recém-nascido com orelhas enormes. Sem saber direito como ajudar, junto com seus filhos, descobrem que o pequeno e carismático animal pode voar, se tornando em pouco tempo uma grande sensação do circo.

Um dos fatos inusitados desse belo trabalho é quem assina o roteiro, Ehren Kruger, conhecido pelos roteiros de O Chamado e outros filmes e seriados do universo do terror/suspense. Todas as linhas de suas escritas viram mágica nas mãos do inspirado Burton. Os atores também conseguem cumprir, cada um à sua maneira, para que a história mantenha um ótimo ritmo, indo e voltando em temas importantes como o maus tratos aos animais, a ganância, a amizade, a força da família e muitos outros.  

Com um orçamento de 180 milhões de dólares, Dumbo foi um sensação nos cinemas de todo o mundo e deve ficar pra sempre na memória dos que já o conheciam e dos que foram ao cinema conhecê-lo.

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23/01/2018

Crítica do filme: 'Viva - A Vida é uma Festa'

Falar sobre outras culturas é algo mágico que o cinema transforma em inesquecível. Grande favorito para conquistar o próximo Oscar de Melhor Animação, a aventura Viva - A Vida é uma Festa é um daqueles filmes que realmente nos fazem emocionar com uma narrativa empolgante, personagens carismáticos com inúmeras mensagens do bem transmitida para todas as idades. O cineasta norte americano Lee Unkrich (de sucessos como Toy Story 3) leva a magia e a beleza de uma cultura rica em elementos transbordarem em carisma do lado de cá da telona.

Na trama, conhecemos o menino sonhador Miguel, um jovem que adora música mesmo sua família não gostando da ideia, pois, anos atrás um parente abandonou a família pela carreira musical e nunca mais voltou para casa. Durante uma pequena investigação descobre segredos desconhecidos da família e após tocar uma canção com um violão mágico, acaba indo para em uma terra dos mortos. Lá, descobre, nesse mundo fantástico e cheio de parentes que nunca conhecera, descobre mais sobre sua família e um novo segredo se torna um objetivo em sua busca constante em voltar para o mundo dos vivos.


O filme transborda alegria, tristeza, é um drama envolvente mas bastante delicado. Somos guiados pelas ações do forte protagonista, em busca de seus sonhos e não compreendendo restrições para ir em busca do que mais ama. As reviravoltas são ótimas e nos deixam cada mais apaixonados por essa singela trama que explora a cultura de uma parte do continente americano que pouco vemos na tela grande. Um dos trunfos dessa produção, elogiadíssima por cinéfilos mundo à fora, é conseguir envolver públicos de todas as idades. Há mensagens lindas de amor e família embutida em cada sequência dessa pequena obra prima. Impossível não se emocionar.  
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02/01/2018

Crítica do filme: 'O Rei do Show'

O espetáculo de um sonhador que nunca desiste. Tentando sair do papel a cerca de dez anos, o musical The Greatest Showman, no original, finalmente ganhou sua oportunidade e estreou recentemente no circuito brasileiro de exibição. Contemplando a estreia na direção de um longa metragem do agora cineasta Michael Gracey, O Rei do Show é um musical empolgante, que narra uma história de uma época pelas entrelinhas de um sonhador e sua busca constante em surpreender seu público. No papel principal, um dos maiores atores showman do circuito hollywoodiano/Broadway, o australiano, eterno Wolverine, Hugh Jackman, que mais uma vez mostra que consegue emocionar numa tela grande.

Na trama, situada no início de 1800, conhecemos o esforçado, vindo de família humilde, P.T. Barnum (Hugh Jackman) que faz de tudo para sobreviver e dar uma vida digna para sua esposa Charity (Michelle Williams) e suas duas filhas. Mas o protagonista é um grande sonhador com veia empreendedora e logo após ser demitido de um trabalho burocrático, resolve investir tudo o que possui e criar uma espécie de museu de curiosidades, tendo como foco diversos e peculiares artistas. Assim, consegue aos poucos reunir a atenção de muitos e vai se consolidando como um grande empresário nacionalmente conhecido.

Um dos méritos do roteiro, assinado por Bill Condon (Kinsey - Vamos Falar de Sexo) e Jenny Bicks (Rio 2), é tratar de todo um preconceito forte da época, representado pelo pai de Charity que nunca aceitara o casamento da filha, e por parte do público que se manifestava violentamente em relação aos astros do show de Barnum. Como todo musical, O Rei do Show é repleto de músicas encantadoras, com performances espetaculares de seus intérpretes. É um filme bem cantando mas sem perder o sentido e direção, toda música explica uma situação, uma emoção, recurso adotado com louvor pelos carismáticos personagens.


Longe de ser longo demais, provoca emoções instantâneas, há uma proximidade muito grande do público com o que acontece em cena. Ótima oportunidade para quem nunca viu um musical, ou apenas diz que não gosta, conferir esse belíssimo trabalho que pode ganhar alguma indicação no Oscar 2018. 
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22/01/2017

Crítica do filme: 'Estrelas Além do Tempo'

A força sem inteligência é como o movimento sem direção. Baseado no livro Hidden Figures, de Margot Lee Shetterly, Estrelas Além do Tempo fala sobre o preconceito na época da corrida espacial, com o foco em três grandes mulheres negras que ajudaram a mudar o rumo das descobertas norte americanas nesse período. Com ótimas atuações e uma trilha sonora assinada pelo craque Pharrell Williams, o longa-metragem dirigido pelo cineasta Theodore Melfi (Um Santo Vizinho) é um daqueles belos filmes, nessa época corrida de muitos lançamentos de prováveis indicados ao Oscar, que você não pode perder.

Na trama, conhecemos três mulheres fortes e determinadas que trabalham em um departamento específico de matemática dentro da toda poderosa Nasa. A matemática brilhante e mãe de três filhas Katherine G. Johnson (Taraji P. Henson, em mais uma bela atuação), a engenheira e dona de duas graduações na área das exatas Mary Jackson (Janelle Monáe) e a primeira supervisora mulher e negra da história da Nasa Dorothy Vaughan (Octavia Spencer, em mais um grande trabalho no cinema). Cada uma na sua área de atuação mas todas dentro do mesmo departamento, com um foco maior em  Katherine, vamos descobrindo ao longo dos 127 minutos de projeção todo o preconceito e obstáculos que as jovens precisam enfrentar para poder ajudar seu país em uma importante disputa com a Rússia no domínio das navegações espaciais.

O filme começa com um belo arco inicial, focando no cotidiano profissional das três amigas e toda a luta para conquistarem seus reconhecimentos. Tendo que viver com uma segregação racial absurda, onde até os banheiros e refeitórios da Nasa eram divididos pela cor das pessoas, as três brilhantes em suas carreiras profissionais precisam ser valentes e lutarem por seus merecidos direitos a todo instante. O filme retrata bem essa época e faz uma grande reflexão também com os dias atuais e a merecida valorização da mulher no mercado de trabalho.  A matemática é o alfabeto com o qual Deus escreveu o universo, as leis dos senos e cossenos, além de diversas fórmulas complexas, ajudam as três protagonistas a encontrem seu espaço em um planeta que sofre até hoje com atitudes preconceituosas.

A física é a poesia da natureza. A matemática, o idioma. Já no segundo arco, o filme ganha contornos matemáticos profundos, com introdução de uma das personagens a famosa linguagem de programação Fortran (já que uma das jovens precisa entender a programar um enorme computador da ainda pouco conhecida, naquela época, IBM), tentativas de cálculos para levar um norte americano a dar sete voltas completas pela órbita da Terra. Também, nesse segundo arco, um embate jurídico para conseguir freqüentar uma faculdade que só entravam brancos por uma das jovens que sonhava em ser engenheira contratada da Nasa.


A história é muito bem contada, tem a força de sua leveza com os arranjos cinematográficos que ficam encaixados matematicamente perfeitos no grande carisma que as personagens possuem.  Estrelas Além do Tempo estreia na primeira quinta-feira de fevereiro nos cinemas brasileiros e você não pode deixar de conferir esse belo filme. 
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19/01/2017

Crítica do filme: 'A Rainha de Katwe'

A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras. Baseado em fatos reais, narrados no livro Queen of Katwe, de Tim Crothers, chegou aos cinemas brasileiros, de maneira quase desapercebida, o lindo longa metragem A Rainha de Katwe, produzido pela Disney, que fala sobre as problemáticas enfrentadas pela população de um pobre país na África além de lições sobre o relacionamento profundo e carinhoso de uma mãe com seus filhos, tudo isso em volta ao mundo do xadrez que abriu lindas portas e possibilidades para a forte protagonista. Dirigido pela cineasta indiana Mira Nair, o filme promete emocionar bastante.

Na trama, conhecemos Phiona Mutesi (Madina Nalwanga, em sua estreia no mundo do cinema) uma jovem corajosa que vive a beira da miséria ao lado de sua mãe Nakku Harriet (interpretada pela excelente atriz Lupita Nyong'o) e seus irmãos. Sem ter muito o que fazer, a não ser trabalhar, em seu cotidiano, acaba se juntando a um grupo de aprendizes de xadrez, organizado pelo engenheiro Robert Katende (David Oyelowo). Assim Phiona desenvolve seu dom que não sabia que tinha e sonha em ser uma Grande Mestre do Xadrez.

O filme é uma grande lição de vida. O roteiro é ótimo, consegue ser cirúrgico quando mostra todas as dificuldades que a família da protagonista enfrenta quase que diariamente em uma região carente de básicos recursos e ficando reféns da miséria. O ponto alto é a relação de Phiona com sua mãe, que é linda, emocionante. O amor e os princípios ensinados por Harriet são fortes e impressionam, mesmo na dificuldade que muitos de nós não conseguimos ter noção real e exata, Harriet faz de tudo para dar uma boa educação e passar o que acha que é de correto no ato de viver e conviver.

O xadrez acaba sendo um charme a mais para a trama. Mistura de inteligência e coragem o paralelo dos tabuleiros entre reis, peões, bispos, cavalos, torres e rainhas chega delicadamente para ser o paralelo com a vida que Phiona leva com sua família em um país praticamente esquecido pelo planeta. O papel de Robert Katende também é importante para o amadurecimento da jovem, um homem que é muito mais que o treinador de Phiona, um homem que o mundo também precisava conhecer.

A Rainha de Katwe ficou pouquíssimo tempo em cartaz no circuito brasileiro e deve ser adicionado às novas plataformas de filmes em breve. Assim que tiver a oportunidade, não deixe de conferir. Esse filme é muito bonito! 
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14/12/2016

Crítica do filme: 'Rogue One - Uma História Star Wars'

Confiança não é questão de luxo, e sim de sobrevivência. Um dos mais aguardados, senão o mais, blockbusters do ano enfim desembarca nos cinemas de todo o Brasil nessa quinta-feira (15), Rogue One - Uma História Star Wars. Reunindo um elenco bastante competente, cenas de ação de tirar o fôlego e um roteiro extremamente competente, o filme promete agradar fãs de todas as idades em mais um trabalho competente do universo Star Wars. A forte personagem feminina também ganha destaque, belíssima atuação da ótima atriz Felicity Jones na pele da emblemática e empolgante Jyn Erso.

Na trama, voltamos no tempo na cronologia da série, já que Rogue One - Uma História Star Wars é ambientado antes dos eventos de Star Wars: Episódio IV - Uma Nova Esperança (1977), primeiro filme lançado nos cinemas. Assim conhecemos a jovem Jyn Erso(Felicity Jones), uma sobrevivente que busca objetivos para sua vida após ser separada do seu pai, o cientista Galen Erso (Mads Mikkelsen) na infância. Quando seu pai envia uma mensagem via um piloto que se rebelou contra o exército do temido Darth Vader, Jyn encontra um grupo de rebeldes e juntos partem para uma missão praticamente suicida.

Esse Spin-off da franquia Star Wars deixará o público arrepiado, tudo é muito bem feito deixando margens para pouquíssimas críticas. Ao longo dos 133 minutos de projeção (você nem sente o tempo passar), as referências aos outros filmes da sensacional franquia são inúmeros. O público irá se divertir com os diálogos nada amistosos e mesmo assim hilários entre o simpático robô K-2SO e a personagem principal, ficará surpreso com a intensidade e força dos amigos combatentes de Jyn (destaque para o ótimo Chirrut Îmwe), se emocionará em cenas emblemáticas com referências a famosos personagens da saga. Rogue One - Uma História Star Wars é um filme emocionante, mexe com o nosso coração.

A complexidade dos personagens também ganham destaques. A protagonista é uma mulher amargurada pelos acontecimentos de seu passado e basicamente vive tentando sobreviver em seu cotidiano nômade não só de moradia mas de objetivos e emoções positivas. O grupo de combatentes criado é espetacular, começando pelo corajoso Cassian Andor (Diego Luna), passando pelo enigmático Saw Gerrera (Forest Whitaker) e ainda tendo a dupla simpatia Chirrut Îmwe (Donnie Yen)  e Baze Malbus (Wen Jiang). Mas como todo filme de aventura tem que ter os vilões emblemáticos, além de Vader que - despensa comentários – vale o destaque para o ótimo Orson Krennic (interpretado pelo sempre excelente Ben Mendelsohn), baita personagem que adiciona demais à trama.


Rogue One - Uma História Star Wars chega para adicionar mais imaginação aos corações de fanáticos, nerds ou não, amantes do bom cinema, espectadores que adoram uma grande aventura e inesquecíveis personagens. E nunca se esqueçam: em todas as lágrimas há sempre uma esperança. Não percam esse filme! 
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06/03/2016

Crítica do filme: 'Zootopia'

Faça cada aventura de sua vida valer a pena. Desde fevereiro, um grande sucesso na Itália, França, Argentina, a nova aventura utilizando as técnicas de animação Zootopia é uma das grandes histórias voltadas ao público infanto-juvenil deste ano. Com muita intelecção e personagens cativantes consegue ensinar diversas lições para a criançada. Pelo trailer, a animação parecia ser até certo ponto bobinha e sem muitas novidades mas quando você assiste ao filme percebe o quão profundo e brilhante uma aventura pode ter ao nossos olhos.

Com direção dos cineastas Byron Howard (Enrolados) e Rich Moore (Detona Ralph), na trama de Zootopia, conhecemos a sonhadora coelhinha Judy Hopps que sonha em ser uma grande policial e defender o planeta do mal. Quando uma série de desaparecimentos pairam sobre a cidade de Zootopia, a agora recruta da polícia Judy percorre cada espaço da cidade atrás das pistas para resolver esse grande mistério. A simpática personagem contará com a ajuda da debochada raposa Nick Wilde.

Um dos grandes ensinamentos deste belo trabalho são os entendimentos bem didáticos sobre o mundo dos animais. Zootopia é uma espécie de cidade habitat, onde os animais meio que se dividem sem nunca esquecer que podem conviver juntos como se fossem uma só espécie. A protagonista, uma coelinha, é forte, inteligente e quebra qualquer raciocínio sobre a fragilidade que um coelho pode ter em nossa realidade. A grande vilã da trama (sem dizer quem é para não entregar spoilers), é de uma espécie que nunca imaginaríamos fazer algum mal. Essa quebra de paradigmas é muito interessante e traz vários ensinamentos.


No segundo ato em diante a trama ganha mais contornos profundos e parte dos mistérios começam a ser descobertos. Saímos de um filme fofinho para uma trama bem aos contornos de Agatha Christie. Toda essa força do roteiro, assinado pela dupla Jared Bush e Phil Johnston (Detona Ralph),  é fabulosa e faz a criançada não tirar os olhinhos da telona. Zootopia estreia no Brasil daqui duas quinta-feiras (17) e promete ser mais um grande sucesso de um dos estúdios que mais emocionam o coração de todos nós. 
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16/01/2016

Crítica do filme: 'O Bom Dinossauro'

Falando sobre amizade e a descoberta da maturidade na adolescência, além dos mais primitivos instintos de sobrevivência, a nova animação da Disney O Bom Dinossauro é mais um daqueles filmes lindos usando a técnica de animação que comovem e fazem os olhinhos da criançada brilhar. O Bom Dinossauro dirigido pelo cineasta Peter Sohn, em seu primeiro longa-metragem, possui um roteiro bem básico, seguindo as regras de sucesso de outras animações. O longa-metragem, que estreou no circuito na última quinta-feira (07) não apresenta nada de novo, nem impactante, mas não perde o brilho e a emoção, características básicas das animações da Disney.

Na trama, ambientada dentro da hipótese de que na fase pré-histórica do planeta Terra um asteróide não caiu por aqui e os dinossauros não foram extintos, conhecemos a família do jovem dinossauro Aldo que luta diariamente para sobreviver em paz em um planeta selvagem cheio de animais enormes. Certo dia, o pai de Aldo acaba falecendo numa situação extrema e o jovem dinossauro resolve fazer uma expedição para conhecer melhor o planeta onde vive. Buscando uma coragem que não sabia que tinha e fazendo novas amizades, principalmente com o humano Spot, Aldo amadurecerá bastante nessa longa caminhada de descobertas.

O longa-metragem, que teve uma troca na direção, atrasando o filme em quase um ano, é um bom filme. Mesmo quando prefere não tentar atingir ao espetacular, adotando a não profundidade nos personagens e acreditando buscar pontos de interação através da fofura dos animais que percorrem todo o filme. Mesmo assim, a animação lançada no último dia (07) é repleta de emoção sugando todo o carisma de Arlo, o atrapalhado mini Dino protagonista.


Produzido por John Lasseter, diretor de animações da sequência Carros, o filme expõe boas lições sobre amizade, família e coragem. Fora do Oscar deste ano, O Bom Dinossauro é fofinho mas pode ser que seja facilmente esquecido, não possui nenhum características para ser marcante, mesmo assim é um bom filme.
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30/08/2015

Crítica do filme: 'Homem-Formiga'

Depois de dirigir inúmeras comédias, algumas boas outras ruins, o cineasta norte-americano Peyton Reed ganhou a chance de dirigir o filme de um super-herói nem um pouco badalado (você leitor pode até nem nunca ter ouvido falar dele) mas que poderia ganhar o carinho dos cinéfilos nerds mundo à fora por conta da simpatia. O resultado final é exatamente esse. Homem-Formiga é um filme que muita gente não esperava muita coisa, talvez só a mesma historinha chata de super-herói, mas o longa-metragem que tem Michael Douglas e o eclético Paul Rudd como protagonista surpreende positivamente com muito ritmo em suas cenas de ação e uma construção muito divertida de toda a história do personagem título.

Na trama, conhecemos o recém saído da prisão Scott Lang (Paul Rudd), um engenheiro elétrico perito em roubos específicos e elaborados. Tentando recompor sua vida, tenta a todo custo voltar a poder visitar sua única filha Cassie. Certo dia, já no desespero de poder conseguir uma vida melhor, Scott rouba um traje de super-herói em uma casa. Mal sabia ele que tudo fazia parte de um plano organizado por Dr. Hank Pym (Michael Douglas), um homem com um passado de super-herói que agora precisa treinar um novo pupilo.

O filme é recheado de bons momentos que explicam bem objetivamente cada personagem e os porquês de suas ações. A personalidade bem descolada e amável de Scott Lang, ajudam de cara o personagem a ter uma explosão de empatia na telona. Até as piadinhas sem graça funcionam como uma luva nos ótimos diálogos que o longa-metragem possui. Talvez, o único personagem que não tenha sido bem definido ou pelo menos não conseguimos entender por completo é o vilão Darren Cross, interpretado pelo ator Corey Stoll. Mas mesmo com um vilão fraco, o Homem-Formiga consegue se superar.


Para quem curte o universo Marvel, o filme deve agradar bastante. Para quem nunca ouviu falar no personagem título, também. Homem-Formiga é um daqueles bons filmes de super-heróis que resgatam um personagem até então desconhecido para quem não conhece os quadrinhos a fundo, para torná-lo um dos personagens mais carismáticos. Em breve, Homem-Formiga em mais filmes da Marvel. Que bom!
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