As surpresas de um homicídio contadas através de uma família disfuncional. Ao remexer traumas familiares, mostrando a bagunça da verdade de um assassinato através de personagens moralmente ambíguos, a nova série da prime video A Melhor Irmã mergulha em um drama incisivo que se entrelaça no suspense de forma organizada. Ao longo dos oito episódios, vamos criando uma imensa curiosidade sobre as verdades que vão aparecendo em doses precisas.
Baseado na obra The
Better Sister, escrito pela romancista norte-americana Alafair Burke, o projeto apresenta seu ‘Casos de Família’ através
dos ressentimentos e traições, um duelo entre a espontaneidade e o modelo da
perfeição. O foco principal são duas irmãs e muito mais que um conflito. Em
cena, brilham duas atrizes em excelência na atuação - Elizabeth Banks e Jessica
Biel - nos guiando para um desfecho de tirar o fôlego.
Chloe (Jessica Biel),
é um mulher bem-sucedida, editora-chefe de uma revista de sucesso, que vive sua
rotina de milionária ao lado do marido, o advogado Adam (Corey Stoll), e do filho Ethan (Maxwell Acee Donovan). Sua rotina é interrompida quando Adam é
brutalmente assassinado e Chloe encontra seu corpo quando chega em casa. A
partir desse momento, segredos profundos sobre o casamento começam a vir à tona
— incluindo a chocante revelação de que Ethan é, na verdade, fruto de um
relacionamento entre Adam e Nicky (Elizabeth
Banks), irmã de Chloe. Sem opções, a não ser lidar com o passado e os
conflitos entre elas, Chloe e Nicky precisam superar as desavenças e encontrar
soluções para os conflitos que aparecem.
O roteiro segue uma linha reta rumo ao desembaralhar os
conflitos, um discurso forte e poderoso que passa pela curas das feridas mais
profundas. Personagens ambíguos vão preenchendo todo o epicentro da trama dando
forma a um instigante drama familiar. Passando pelas memórias nem sempre boas e
as verdadeiras companhias nos momentos sombrios, as margens para surpresas se
tornam constante em um esforço bem-sucedido de evitar a obviedade.
A narrativa é modelada com o auxílio de flashbacks, fato que
ajuda demais para as arestas serem alinhadas. Com a investigação do assassinato
indo calmamente para um plano de fundo, a luz se joga para assuntos que
circulam os conflitos no presente entre as irmãs. Assim, ganhando camadas
imprevisíveis, chegamos na violência doméstica, olhar para a maternidade, o
alcoolismo, segredos e traumas do passado. Ainda em relação à narrativa, há um
interessante ponto que merece destaque: poucos personagens são escanteados, cada
subtrama exerce a função de complemento e se cruzam com a história principal.
A Melhor Irmã é uma série que surpreende, não tanto pelo suspense mas pelos fios de reconstrução de laços entre duas irmãs marcadas por eventos que fizeram seus caminhos se distanciarem - e novamente se unirem. É uma série que te prende desde o primeiro episódio. Se você está em busca de uma série envolvente para maratonar, essa é a escolha certa para dar o play.