Buscando refletir sobre o caos de alguns veículos de mídia que insistem em se arriscar no polêmico universo do ‘tudo pela audiência’, a nova minissérie da Netflix Magreza na TV: A Verdade de The Biggest Loser conduz o espectador a uma análise relativamente profunda, guiada por depoimentos marcantes de pessoas envolvidas em um controverso reality show que deu o que falar ao longo de 17 temporadas, num dos principais canais de televisão nos Estados Unidos.
Dirigido pela cineasta norte-americana Skye Borgman – responsável também pelo ótimo documentário, da
Netflix, A Garota da Foto –, a
minissérie busca não fugir do seu foco que tem duas estradas: a questão da
obesidade e as polêmicas em torno do programa. Cada episódio amplia o debate, e
em alguns casos, embates de opiniões entre os entrevistados, algo que de alguma
forma reforça os dramas reais expostos na série.
O The Biggest Loser
foi um programa altamente rentável, que explodiu de sucesso entre os anos 2004
a 2016. O foco eram participantes de diferentes faixas etárias com obesidade,
que competiam por uma grande quantia em dinheiro: vencia quem alcançasse o
menor peso ao final. Os escolhidos eram divididos em grupos e guiados por
treinadores que exigiam o máximo de cada pessoa – muitas vezes ultrapassando
limites em relação a agressões verbais e outras práticas questionáveis.
Dividido em três episódios, o projeto se propõe em sua
narrativa explorar a curiosidade, e revelar detalhes nunca mostrados, trazendo
relatos de ex-participantes, de um dos treinadores, ex-produtores, e do médico
responsável. Dessa forma, contextualiza bastidores e o reflexo da experiência na
vida dessas pessoas após o programa.
Desde a apresentação de personagens importantes para os pontos
reflexivos, passando pelas provas exigentes que o programa permitia, até os
problemas com a forte opinião pública em relação ao que era feito no programa,
somos colocados de frente com pontos de vistas deixando mais fácil cada um de
nós tirarmos nossas próprias conclusões.
A obesidade é um tema importante, não só nos Estados Unidos,
mas em todo o mundo. Ao levar a questão para milhões de televisores através de
um reality show, a exposição constante acaba rompendo barreiras morais, deixando
o lado comercial falar mais forte que qualquer debate inicial. Acesse a Netflix
e veja, tire suas próprias conclusões.