09/01/2025

Crítica do filme: 'Herege'


A religião, o terror e as necessidades de sobrevivência. Com um vilão interpretado com maestria por Hugh Grant e buscando criar algo ‘fora da caixa’ mas sem deixar de se fortalecer com as altas cargas de tensão que todo bom longa-metragem de suspense precisa ter, no final do ano passado, chegou aos cinemas um filme que busca no seus diálogos profundos colocar em confronto a fé e os questionamentos sobre inúmeros aspectos da vida. Herege é um filme sobre o obscuro do psicológico cheio de caminhos para reflexões.

Na trama conhecemos Irmã Paxton (Chloe East) e a Irmã Barnes (Sophie Thatcher) duas jovens missionárias mórmons que vão até a casa de um homem para tentar convertê-lo à religião delas. A questão é que logo elas percebem estarem de frente com Mr. Reed (Hugh Grant), um pesquisador pra lá de maluco que as envolve em uma espécie de jogo macabro.

A fé e a tensão se tornam elementos importantes dentro de um contexto que busca nos pontos de vistas agregar paralelos. Sobre o primeiro ponto, uma enxurrada de críticas podem surgir mas o uso de uma direção nessa questão é para elucidar e fortalecer os contrapontos. Sobre o segundo, tudo é muito bem conduzido, com um estabelecido labirinto assustador vamos entendendo camadas dos personagens dentro de um desenvolvimento narrativo que prende a atenção.

Escrito e dirigido pela dupla Scott Beck e Bryan Woods, Herege busca seu próprio caminho em um gênero repleto de repetições. Isso é um mérito. Mesmo com o pecado de tentar dar definições conclusivas elaboradas para seus personagens - o filme termina quando parecia ir ladeira abaixo no seu conjunto de ideias - não deixa de ser um suspense inteligente e deveras intrigante.