Quem nasce lá na Vila, nem sequer vacila! Exibido na Mostra Retratos da última edição do Festival do Rio, o documentário Noel Rosa, um Espírito Circulante busca decifrar curiosidades e histórias desse importante personagem da nossa cultura. Através da sua conhecida vida boêmia, da importância e relevância de muitas das suas mais de 200 canções até hoje e da forte ligação que tinha com um famoso bairro da zona norte do Rio de Janeiro, o trabalho da diretora e roteirista Joana Nin nos leva para um encontro animado entre o antes e o depois.
Fixando-se em um espaço querido por sambistas de todo o país
- apresentando para muitos não cariocas o bairro de Vila Isabel – desfilando imagens
por suas principais ruas e pontos de encontro, o projeto busca em algumas
etapas reconstruir a vivência de outrora, a relação com o samba, e a força do
legado que o famoso músico deixou para as futuras gerações. Para isso também
conta com lindas interpretações de suas canções através do talento de nomes
como: Edu Krieger, Dori Caymmi, Moacyr
Luz e Mart'nália.
Um dos grandes acertos do projeto é transformar o bairro que
nasceu Noel em um personagem, isso dá muito sentido a toda uma costura
narrativa que apresenta seu olhar sem precisar se aprofundar, navegando a favor
das memórias e das interpretações de quem seria esse célebre boêmio vindo de
uma família de classe média, que estudou no prestigiado Colégio São Bento e
frequentou a Faculdade de Medicina, na visão daquela época e no olhar do agora.
Conseguindo trilhar numa narrativa pulsante que ainda não
foge do seu discurso em nenhum instante, guiada por animadas entrevistas de
sambistas de vários períodos, além de canções marcantes do eterno cria de Vila
Isabel, ao longo 71 minutos viajamos confortavelmente pela trajetória de um dos
mais impactantes compositores da música brasileira - que faleceu de tuberculose
aos 26 anos no final da década de 1930.
Noel Rosa, um
Espírito Circulante estreia nos cinemas no dia 24 de abril. É um
oportunidade de você conhecer melhor esse meteoro criativo que nos deixou muito
cedo mas que nunca cairá no esquecimento.