15/05/2014

Crítica do filme: `Sob a Pele`


Os 10 primeiros minutos mais instigantes do ano já tem um dono. Depois do esquisito Reencarnação e do espetacular Sexy Beast, o cineasta britânico Jonathan Glazer volta ao mundo do cinema de maneira triunfal para contar ao público uma história filmada de maneira incomum sobre a visão da vida terrestre pelos olhos de uma alienígena.  É um filme estranho, sem dúvidas, mas longe de ser algo ruim isso. Esse trabalho, no mínimo interessante, vai gerar muitas discussões ainda dentro das salas de cinema logo que os créditos começarem a subir.   

A protagonista, caminhando pelas ruas, observa, sente, entende melhor aquelas pessoas e caça. O filme é um road movie de ficção científica que tenta passar uma mensagem sobre nossa própria natureza. Questões existenciais são abordadas a todo instante. Toda a nudez dos personagens vista em cena, não choca, nem é vulgar. Há um grande contexto para o que vemos em todas as sequências. A leitura corporal, entendida pelo elenco, principalmente Scarlett Johandson, é necessária para o contexto da história. É um filme de grande doação dos artistas envolvidos. Não seria um absurdo dizer que Sob a Pele marca a melhor atuação da linda Scarlett no mundo do cinema.

O roteiro é muito profundo quando explora a descoberta do corpo humano gerando na protagonista um desejo primitivo de desejo e de se igualar aos humanos. Se sentir viva na terra. A direção é extremamente competente, com ar kubrickiano. Movimentos de câmera que criam muita tensão a todo instante. Nos sentimos dentro da tela a cada novo segundo.  Muita gente vai assistir porque já é conhecido do público que Scarlett Johandson aparece nua em boa parte do filme. Porém, acreditem, o filme é muito mais que uma das mulheres mais desejadas do mundo despida.

Os mistérios contidos no filme não são superiores a um dos maiores suspenses do mundo cinematográfico: Como explicar a beleza diferenciada de Scarlett Johandson? Nem Stephen Hawking ou mesmo o Sheldon Cooper conseguiriam explicar. O diretor Jonathan Glazer buscou literalmente uma mulher de outro planeta para ser sua protagonista e acertou em cheio! Bravo!