Abrindo espaço para vários olhares sobre o movimento funkeiro - um dos grandes expoentes da cultura brasileira quando pensamos em representações artísticas, sobretudo no Rio de Janeiro -, o documentário Massa Funkeira, novo trabalho da cineasta Ana Rieper, reúne um interessante retrato social a partir de uma série de registros e depoimentos de Mc’s, dançarinos e produtores, revelando novos olhares para essa arte musical que conquista atenção e aborda, sem papas na línguas, temas considerados tabus na sociedade.
A montagem desse filme é a chave do sucesso. Ao criar um
ritmo intenso e envolvente, esse retrato social coloca em evidência - sem
moralismos e julgamentos - as letras ligadas as relações íntimas, especialmente
o sexo. Assim, percorremos o por trás da fama de artistas desse segmento que
alcançaram sucesso em vários períodos dos últimos anos, chegando também às
mudanças e reflexões por trás das canções que embalaram bailes funks pelo
Brasil – e pelo mundo.
Com uma mescla de batidas eletrônicas e letras imponentes – que
chamam a atenção logo de cara -, o funk traduz as expressões e realidades do
cotidiano, representando a força da periferia brasileira. Desmistificando esse
gênero musical que ainda hoje é alvo de preconceitos por alguns olhares da
sociedade, o projeto apresenta uma recorte sociológico profundo, divertido e, até
mesmo, emocionante, capaz de fazer o público enxergar de outras formas para
esse movimento musical por novas perspectivas.
Massa Funkeira, selecionado
para o Festival do Rio 2025, é um dos grandes documentários exibidos na edição
deste ano do evento carioca. Ana Rieper mais
uma vez consegue, com seu cinema documental de primeira linha, trazer olhares,
relflexões e registros importantes da nossa sociedade.