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22/03/2012

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Um Método Perigoso - Cinema com Raphael Camacho


Sexo x Sonhos. Quando dois grandes nomes da psicologia se juntam. O mundo da psicanálise fica em evidência, no novo trabalho do experiente diretor David Cronenberg,Jung é o principal, Freud é um mero coadjuvante. Há um conflito interno dentro do pensador suíço, uma cessação da ética. Essa violação da regra elementar da profissão, leva-o à um mar de conflitos.

Cronenberg dá o tom (o maestro) dessa historia. O risco de se fazer um filme muito específico era o grande desafio que o experiente diretor tinha que se desviar. O diretor de ‘Videodrome’ e ‘Spider ‘ teve tudo nas mãos para fazer o grande filme do ano. Talvez, por isso, decepciona com um enredo tão específico.

A trama aborda a relação dos dois grandes nomes da Psicologia e o surgimento da corrente psicanalítica. Também é mostrado a polêmica relação de Sabina Spielrein (que depois viria ser uma das primeiras mulheres psicanalistas do mundo) com o seu mentor de dissertação e a posição de Freud nessa relação.

A peça ‘Jung e Eu’, com o grande Sergio Britto nos palcos, já fazia um paralelo entre o encontro do teatro com a psicanálise. Lembrei muito desse espetáculo quando estava hoje na cadeira do cinema vendo o longa.

Os atores estão muito bem.

Michael Fassbender , um dos grandes rostos em ascensão no mundo de Hollywood, parece que não quis arriscar muito neste personagem. Diferente de Viggo Mortensen que tenta dar a sua cara ao renomado nome da psicologia que é coadjuvante nesse longa. O ator Nova-Iorquino que ficou muito famoso após interpretar Aragorn na saga ‘O Senhor dos Anéis’deve receber uma indicação ao Oscar do ano que vem (na categoria melhor ator coadjuvante) por esse longa.  Keira Knightley tem uma atuação destacada. Seu laboratório foi deveras bem aplicado em cena. As reações de sua personagem, Sabina Spielrein, são intensas. Quem também da o ar de sua graça, é o veterano ator francês, Vincent Cassel, que interpreta um dos personagens mais confusos do filme, Otto Gross.

Apesar dos pontos negativos, recomendo. Pague o ingresso e faça sua consulta!

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14/01/2012

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Crítica do filme - 'As Mulheres do Sexto Andar'

Com uma simpática trama e personagens carismáticos, o diretor ___ apresenta seu novo trabalho, ‘As Mulheres do Sexto Andar’. Contando com mais uma ótima atuação do veterano ator francês Fabrice Luchini (‘Confidências Muito Íntimas’), essa grata surpresa da terra dos perfumes vai fazer muito sucesso nos nossos cinemas a partir do dia 30 de janeiro.

Um homem de meia idade e sua ‘madame’ moram com os filhos em Paris, no início da década de 60. O casal mora em um prédio onde no sexto andar dormem todas as empregadas domésticas da vizinhança. Quando mandam a sua empregada (de anos na família) embora, resolvem contratar uma mais nova, recém chegada, de origem espanhola. Assim, um mundo novo começa a aparecer para o personagem principal desta história.

O personagem principal, Jean-Louis Jouberté é um homem detalhista e muito tradicional, infernizou a vida das duas empregas que teve para ter um ovo quente perfeito, segundo ele: “Um ovo perfeito e o dia será muito bom”. Exageros à parte, aos poucos, vai começando a entender melhor o drama daquelas mulheres que trabalham muito e nunca faltam ao serviço, que moram no mesmo prédio dele e o mesmo nem sabia. A cada novo drama com alguma delas, o agora bondoso e bem visto senhor ajuda a superar todos os problemas. Até na hora de investir o dinheiro, o economista faz com que todas entendam sobre o assunto e sejam ferrenhas leitoras das colunas financeiras dos jornais. Dança, canta e se apaixona e percebe que a felicidade estava mais perto do que imaginava.

‘O biquíni de bolinha amarelinho tão pequenininho de Ana Maria’ (em versão francesa, obviamente) é pano de fundo para uma cena bem legal logo no primeiro dia de trabalho da carismática Maria. A ótima trilha do longa é assinada pela chileno Jorge Arriagada.

Recomendo com louvor essa fita francesa animada e divertida, afinal, todos nós precisamos encontrar um sexto andar! 
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12/01/2012

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Dois Coelhos - Crítica de filme

Você já parou para pensar sobre o sentido de sua vida? O novo trabalho do diretor Afonso Poyart nos faz refletir sobre a sociedade e as conseqüências de nossos atos, através de seu personagem principal que possui um plano mirabolante para matar dois coelhos com uma cajadada só. Contornando a rota de colisão entre corruptos e criminosos, o longa aborda uma temática atual e possui muitos efeitos nas suas sequências de ação, com direito a cenas à laSucker Punch’ e outros filmes do gênero.

Na trama, um justiceiro nerd (Edgar, interpretado por Fernando Alves Pinto) elabora um plano nada trivial para acabar com bandidos e profissionais corruptos utilizando muita tecnologia. Aos poucos, vemos seus segredos sendo revelados montando assim um quebra-cabeça engenhoso, com um final surpreendente.

O roteiro boomerang tenta deixar todas as lacunas preenchidas, uma pena que chega a ser confuso em determinados momentos. A história vai se formando aos poucos, é muita informação no início do filme, isso atrapalha a ligação com o espectador.

Os personagens que contam essa história são bem ecléticos.

Francisco Alves Pinto tem a missão de dar vida à Edgar, nerd desde os tempos da escola, altamente ligado em vídeo-games e tecnologia. Conforme vamos conhecendo-o percebemos que um ato errado no passado pode mudar todo o sentido de sua vida.  Tem uma relação bastante próxima com todos os personagens da trama.

A personagem Júlia (Alessandra Negrini) é bastante referenciada. Promotora duvidosa, ‘Portadora’ da Síndrome do Pânico, faz uso de medicamentos fortes (sim, aquele remedinho bem famoso é citado em uma das cenas), está grávida e conhece o personagem principal num consultório médico.

Como toda boa trama de ação tem que ter um vilão competente, nesse caso a responsabilidade fica com Marat Descartes (que fez o ótimo ‘Trabalhar Cansa’) que interpreta Maicom, bandido cruel que adora perturbar suas vítimas com uma espada (bem parecida com aquele de ‘Kill Bill’). Completa o vértice do triângulo amoroso que se forma.

O trailer dessa produção rodou pela internet e agradou à muitos cinéfilos, fato que gera grandes expectativas. Isso, às vezes, pode se tornar uma coisa negativa se a fita não corresponder às expectativas que cada um criou. O filme também abusa dos efeitos. O grande barato dessa produção são as técnicas utilizadas na hora da ação, porém, como isso vira prática freqüente durante os 108 minutos de fita algumas pessoas podem sentir-se incomodadas. Exageros à parte... Vale pela originalidade.

Muito bom conhecermos novas idéias e diretores que seguem uma convicção, que acreditam ser o ideal para contar uma boa história.

Uma trama original e um desfecho explosivo aguardam o público nos cinemas a partir do dia 30 de janeiro.  
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10/01/2012

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As Aventuras de Tintin – O Segredo de Licorne

Como está sua sede de aventura? Com uma história muito divertida, repleta de cenas de ação e peripécia, o diretor Steven Spielberg chega com uma das melhores animações de todos os tempos. Baseado na obra de Hergé, o personagem título é um simpático repórter que tem em seu ofício ir atrás de uma boa história. Repleto de figuras cativantes, ‘As Aventuras de Tintin – O Segredo de Licorne’, é um longa indicado para todas as idades.

Na trama, nosso ruivo e topetudo amigo é envolvido numa história de mistério e ação atrás de um dos maiores segredos da história. Para ter êxito nessa ‘caça ao tesouro’ conta com a ajuda de seu cãozinho Milu e do famoso Capitão Haddock. Enfrentando aviões desgovernados, uma longa caminhada no deserto e muitos perigos em um barco em alto mar, Tintin e sua turma precisam deter o inimigo da vez, Sakharine.

Na abertura já percebemos que teremos duas horas de muita diversão - é de tirar o fôlego! A produção milionária lançou mão de trajes com pontos eletrônicos para reproduzir os movimentos dos atores nos personagens digitais. O elenco conta com nomes conhecidos do grande público: o jovem Jamie Bell, que tem a responsabilidade de dar vida a Tintin, assim como Andy Serkis, Daniel Craig e Simon Pegg, que contribuem positivamente para a obra se tornar única entre as animações.

O longa impressiona pela qualidade: cada detalhe é muito bem feito, tornando impressionante o que vemos em cena. Além disso, o público que for ao cinema será contemplado com uma trilha sonora fantástica, do sempre brilhante John Williams.

Liguem os motores, virem a estibordo... O show vai começar! Dia 20 de janeiro nas salas de todo o Brasil. Embarque nessa aventura!




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08/01/2012

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Borboletas Negras - Crítica

Na história escrita por Greg Latter, a ficção e os fatos reais se misturam num clima literário e romântico. Com uma fotografia muito elogiada pela crítica e uma alta aceitação dos cinéfilos, ‘Borboletas Negras’ é aquele tipo de filme que todo mundo quer ver.

A trama conta a vida de uma Sul-Africana, com muitos problemas, que em seus momentos de lucidez é uma escritora muito famosa. Tem um relacionamento muito difícil com o pai (Abraham Jonker, muito bem interpretado pelo sumido Rutger Hauer), que começou a criação dela após a internação seguida de falecimento da mãe. Após ser salva no mar, bem no início do longa, começa um relacionamento com um escritor também muito famoso e juntos enfrentam os movimentos políticos da época, a bebida, o desejo sexual e a loucura que vão tomando conta da personagem principal de maneira intensa.

O longa dirigido pela cineasta Paula van der Oest é um drama carregado com base histórica. Em certos momentos a personagem principal, uma mulher muito a frente de seu tempo, perde um pouco de credibilidade com o público por conta dos seus atos. Com tantos problemas jogados na tela, o desfecho é eminente. É uma intensa, grandiosa e difícil atuação, méritos para a atriz Carice van Houten. Liam Cunningham faz Jack Cope, o amor da vida da jovem escritora. Faz de tudo para ajudá-la, até mesmo quando é abertamente prejudicado pelos atos impensáveis de Ingrid. É um amor de cinema, que eles vivem intensamente nas pouco mais de uma hora e meia de fita.

Com um orçamento que girou em torno de um milhão e duzentos mil dólares, a produção teve locações na Alemanha, na Holanda e na África do Sul. A beleza nas imagens se torna um dos pontos altos desse trabalho, tudo é muito bonito em cena.

Recomendado para aqueles que gostam de um bom filme do gênero drama.
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Julia

Até onde você iria para proteger seu filho? O filme de Erick Zonca, ‘Julia’, analisa essa questão de maneira invertida e coloca uma mulher, longe de ser a mulher mais perfeita do mundo, em uma situação onde sentimentos inexistentes nascem da maneira mais humana que existe, através do amor. A irresponsabilidade dos atos a levam num caminho árduo, tendo que superar obstáculos que ela mesma criou.

Julia é uma mulher amargurada pela vida. Busca compensação se divertindo, indo sempre muito arrumada aos bares populares e dormindo com homens que mal conhece. Vive a vida de maneira inconsequente, nutrindo cada dia que passa seu vício pelo álcool. Sem família e demitida do emprego, tem em seu único porto seguro a amizade com Mitc (Saul Rubinek), um homem também machucado por traumas que a bebida fez com seu passado. Aconselhada por esse amigo, Julia vai ao encontro dos Alcoólicos Anônimos e lá conhece uma jovem mexicana que a envolve numa história de seqüestro, roubo e muito drama, à procura de uma criança.

O longa consegue prender o espectador, mudando de foco a cada instante, provocando a análise dos diferentes prismas de um seqüestro. O comportamento da personagem principal (que dá nome a fita) é bastante polêmico e totalmente à margem de conseqüências. De Drama, a produção vira Thriller e, nesse ritmo alucinante imposto, o espectador não tira os olhos da telona. Com mais de duas horas e vinte de duração, algumas vezes vemos cenas desnecessárias, mas nada que incomode muito o público.

O grande destaque é para mais uma brilhante atuação da atriz Tilda Swinton. Impressionante o alcance emocional que consegue chegar com seus personagens, intensa e eletrizante nessa produção. Vale a pena ver todos os filmes dessa exuberante artista.

Altamente recomendado aos cinéfilos que gostam de filmes com muitas surpresas.


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