01/07/2021

O que achei do filme: 'Äiti'


Nesse vídeo, Raphael Camacho analisa objetivamente o filme 'Äiti'.

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30/06/2021

Pausa para uma série - Truth be Told


Quando muita coisa não convence mas pelo menos prende nossa atenção. Disponível na Apple Tv, a primeira temporada de Truth be Told (já renovada para uma segunda jornada) possui uma trama embaralhada nos longos oito episódios, parece que muitas informações se transformam em mais do mesmo sem mudar tanto assim a ótica dos personagens. Prende pelo fato da curiosidade humana, de querermos saber o que diabos aconteceu no dia do assassinato, epicentro da trama, e suas verdades escondidas em contradições mais que evidentes. A ótima e vencedora do Oscar Octavia Spencer é a protagonista, tendo Aaron Paul (Breaking Bad) na pele de um personagem central da trama que se desenvolve através de investigações de um crime de quase duas décadas atrás.


Baseada no romance Are You Sleeping de Kathleen Barber, nessa primeira temporada de Truth be Told acompanhamos a jornalista e dona de um podcast de sucesso Poppy Parnell (Octavia Spencer), especialista em investigações sobre crimes cometidos na cidade onde vive, São Francisco, que por conta de uma nova evidência começa a repensar os passos de um crime cometido 19 anos atrás e que teve a condenação de Warren Cave (Aaron Paul), um garoto de 17 anos na época, como o assassino de um famoso escritor que estava no dia do ocorrido com suas filhas gêmeas e sua mulher. Assim, vamos navegando pelas verdades e mentiras que aparecem pelo caminho e acompanhando o drama de Warren em um lugar impossível de viver sem abalos emocionais.


Há várias portas que se abrem em Truth be Told, a questão é saber qual vai ser a que te convence, e se tem alguma que te convence. Se formos caminhar pela ótica da protagonista, enxergamos o cenário mais completo principalmente no lado que mais a incomoda, no simples fato de ter pensado questões erradas sobre o desenrolar de um crime que acompanhou de perto ajudando inclusive a tornar seu conteúdo, e seu podcast, mais famoso nos Estados Unidos. Esse conflito da protagonista a segue até o desfecho e de alguma forma acaba deixando margem para uma (já confirmada) segunda temporada. Há a visão do jovem preso que passou mais tempo atrás das grades do que fora delas, que viu sua mãe envelhecer e adoecer sem poder estar perto, sempre jurando inocência pelo assassinato que fora condenado. Inclusive para esse, os horrores da prisão são sentidos de maneira aterrorizante.


Infelizmente há peças muito soltas nesse confuso quebra-cabeça. A subtrama do pai de Warren, um futuro alto cargo da polícia que na época escondeu segredos, a esposa do escritor assassinado e sua relação com as filhas e a muito confusa saga e distanciamento das gêmeas já na fase adulta (protagonizadas pela atriz Lizzy Caplan). Buscando entender sobre essas óticas, o seriado cai num abismo sem explicação com peças tortas colocadas dentro do que era para ser óbvio.


A grande esperança de Truth be Told, pode ser a próxima temporada, pois seu arco principal, a investigação, a forte presença de Poppy e seu podcast podem ser os complementos de muitas histórias. Vamos torcer e acompanhar!

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Crítica do filme: 'Rumo'




O que é a palavra dentro da canção? No início da década de 80, a ditadura emergia e as produções musicais em SP, origem do grupo que vamos conhecer ou redescobrir nesse documentário, se encontravam nos porões do teatro Lira Paulistana. Com Músicas declamadas, Poesias sociais, reflexivas, sobre a vida e momentos de muitas estradas, o grupo Rumo começava a surgir. Por meio de depoimentos dos integrantes, as histórias, as ideias, o início, vamos conhecendo melhor esses sonhadores, quase teóricos, da música brasileira. Interessante documentário dirigido pela dupla de cineastas Flavio Frederico e Mariana Pamplona.


O projeto tem vários méritos, navega por assuntos importantes dentro de um cenário musical concorrido em uma época que tocar nas rádios era uma vantagem, inclusive com uma análise bem profunda sobre essa questão. Havia uma falta de espaço nessas mesmas rádios, dominadas pelas táticas comerciais das gravadoras e para um grupo tão inovador em sua proposta como o Rumo, o início da produção independente acabara sendo um caminho preponderante em sua jornada mesmo que isso não significasse viver 100% da música para sobreviver. Um grupo sem fins lucrativos? Eles buscavam viver de uma maneira livre mas ou menos um paralelo com suas músicas, sem tom fixo, buscando quase o elemento na canção que caracterizava a linguagem. Talvez por não terem o lucro como o foco principal, o agradar, tinha uma liberdade artística caminhando em cima da teoria e evolução da música brasileira.


O início do grupo é bem explicado, com divertidos depoimentos de seus integrantes, quase todos vivos até hoje. De peculiar, um exemplo são os debates sobre as canções, após inesquecíveis shows na FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo), no início da carreira. De vez em quando buscavam simetrias em canções de outros, como em uma música de Noel Rosa inclusive. Esse documentário é quase um grande aulão sobre o cenário da música brasileira em décadas passadas e mais profundamente de maneira simples e explicativa navegamos pelos fundamentos da linguagem da música popular, até da arte teatral, aliada a um humor que fazia um elo com os sambas dos anos 30. Muito prazer Rumo, gostei de conhecer você. O documentário tem lançamento nacional em 01 de julho.



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Memórias do Nosso Joia - Carolina Dib


Começamos mais um pequeno projeto mas feito com muito carinho:

'MEMÓRIAS DO NOSSO JOIA'. Vários frequentadores do Cine Joia Copacabana enviarão depoimentos por vídeo ou texto que serão postados nas minhas redes sociais e no meu blog ao longo de semanas. Essa foi uma forma que encontrei de relembrar histórias e homenagear esse cinema tão lindo que não existe mais. Nesse depoimento, a amiga, produtora, cineasta, cinéfila Carolina Dib.
Viva o Joia! Viva o Cinema! #memoriasdonossojoia #cinejoia #cinejoiacopacabana #cinema


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Programa #33 Guia do Cinéfilo - André Pellenz


Episódio #33 do meu programa de entrevistas na TV Caeté, Programa Guia do Cinéfilo.

Nesse episódio entrevisto o cinéfilo e cineasta André Pellenz.
O Programa Guia do Cinéfilo acontece toda terça-feira, ao vivo, no canal da TV Caeté no youtube (https://www.youtube.com/channel/UC8bE...).


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O que achei do filme 'Selvagem'


Nesse vídeo, Raphael Camacho analisa objetivamente o filme 'Selvagem'.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #459 - Anna Prestes


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, do Rio de Janeiro. Anna Prestes tem 23 anos. Formou-se em Ciências Sociais e, atualmente, está cursando Cinema e Audiovisual na UFF. É apaixonada pela sétima arte desde pequena. Acaba de lançar o @cinebarpodcast com uma amiga voltado para crítica de cinema.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Por estudar na UFF, frequento muito o Cinema Reserva Cultural Niterói. A programação de lá é muito abrangente e sempre tem lançamentos nacionais que eu não consigo achar em outros cinemas.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Eu tenho uma relação muito particular com Moulin Rouge! - Amor em Vermelho (2001), mesmo não tendo visto esse filme no cinema, pois era bem nova quando foi lançado, mas assisti com a minha irmã mais velha muitas vezes e depois coloquei praticamente todas as minhas amigas para assistirem. Foi um filme que me deixou maravilhada em relação ao cinema e todas as suas possibilidades. Não sei a quantidade de vezes que vi, mas sempre percebo coisas novas quando revejo. Ao assisti-lo no Shell Open Air, entendi que minha paixão pela sétima arte vem de muito cedo e um dos culpados é Moulin Rouge!

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Vou falar dois: Michelangelo Antonioni - Blow Up (1966) e Agnès Varda - As Duas Faces da Felicidade (1965).

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Das Tripas Coração (1982) da Ana Carolina, esse filme é completamente caótico e permeado pela histeria coletiva feminina. E por isso amo demais.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Por muito tempo eu reneguei essa palavra, relacionava cinéfilo com uma certa arrogância (que eu acho que às vezes nós temos mesmo). Mas aprendi a apreciá-la, porque é isso que eu sou. Uma pessoa que assiste todo tipo de produções audiovisuais e é completamente apaixonada por esse meio. O cinema faz parte de mim.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feita por pessoas que entendem de cinema?

Cada cinema é voltado para um público. Eu frequento dos cinemas mais comerciais aos mais alternativos, acredito que todos eles entendem qual programação seu público prefere, não sei se necessariamente essas pessoas entendem de cinema em si. Mas, também acho importante quando esses cinemas comerciais fazem sessões do Festival de Cinema do Rio. Por exemplo, eu assisti a Retrato de uma Jovem em Chamas (2019) no Kinoplex Tijuca, e a sala estava razoavelmente cheia.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Creio que não. Por mais que os serviços de streaming estejam dominando hoje em dia, as pessoas sentem falta dos cinemas. É um momento de lazer para muitos, muitas vezes um evento porque, na maioria das vezes, os ingressos são caros, então não são todas as pessoas que conseguem frequentar. Mas, até por esses motivos, acho difícil o espaço físico do cinema acabar.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Um clássico nacional que eu acho que nem todos assistiram é O Amuleto de Ogum (1974) do Nelson Pereira dos Santos. Algo mais recente, diria o suspense coreano Noite no Paraíso (2020) (tá na Netflix).

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não. Eu sou uma pessoa que está morrendo de saudades de ir ao cinema, vejo vários filmes que estou ansiosa para assistir estreando nos cinemas e fico muito triste. Mas, ainda não é hora para isso. Enquanto a doença não estiver controlada e a população vacinada, não estamos seguros em espaços fechados, mesmo com distanciamento social.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

O cinema nacional tem nos dado excelentes produções. Não apenas filmes como Bacurau (2019) e A Vida Invisível (2019), mas os filmes do novo cinema mineiro, como Arábia (2017) e Temporada (2018), além de vários documentários como Bixa Travesty (2018) e Espero Tua (Re)volta (2019). Infelizmente, há uma crise gravíssima provocada por esse desgoverno, mas acredito que o cinema brasileiro continuará resistindo, se renovando e entregando grandes obras.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Grace Passô e Karine Telles, duas das nossas maiores artistas atuais.

 

12) Defina cinema com uma frase:

"O cinema é meu lar, sinto que sempre morei aqui" Agnès Varda.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Eu fui assistir a Coringa (2019) sozinha no cinema, tinha acabado de lançar, era uma sessão das 16h, tinha só eu e mais umas 10 pessoas na sala. Numa cena bem tensa do filme, (SPOILER: chegam dois caras na casa dele e ele pega a tesoura para matar o cara), bem na hora que ele tirou a tesoura do bolso, A LUZ ACABOU. Voltou uns cinco minutos depois. Tivemos que ficar esperando a luz se restabelecer, e na hora que voltou, avançaram para além da cena da tesoura. Enfim, foi uma experiência engraçada.

 

Outra que eu adoro, foi quando assisti A Favorita (2018) e quando o filme acabou, as pessoas não entenderam que o filme tinha acabado. Porque Yorgos Lanthimos, não é mesmo.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Nunca assisti, mas pau que nasce torto nunca se endireita.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não, qualquer um pode dirigir um filme, principalmente hoje em dia. Mas adoro diretores cinéfilos. Assistir o Scorsese falando sobre os filmes que ama é incrível.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Cats (2019).

 

17) Qual seu documentário preferido?

Vou falar três:

Os Catadores e Eu (2000) sim, Agnès Varda de novo.

Que Bom Te Ver Viva (1989), Lúcia Murat.

Um Homem com uma Câmera (1929), Dziga Vertov.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Com certeza, em festivais de cinema é muito comum.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

O melhor é Arizona Nunca Mais (1986), mas o que eu mais gosto é Feitiço da Lua (1987). Também amo Coração Selvagem (1990).

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

IndieWire, adoro as críticas do David Ehrlich. E o Mulher no Cinema. Também gosto das críticas da Isabela Boscov na VEJA.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Sem dúvidas, a Netflix. Mas tenho assistido bastante filmes na MUBI porque cinema com curadoria é tudo.

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29/06/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #458 - Lala Alarcon


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de São Paulo. Lala Alarcon tem 23 anos, mora em São Paulo e é formada em moda pela Faculdade Santa Marcelina. Redatora e produtora de conteúdo, ela compartilha análises e curiosidades sobre figurinos de séries e filmes no perfil do Instagram @costumeincinema.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

O meu queridinho é o Petra Belas Artes. Acho que eles fazem uma curadoria incrível e sempre colocam em cartaz filmes muito relevantes, independente de serem pipoca ou mais alternativos. Mas o que faz eles ganharem o meu coração são as programações especiais, principalmente as maratonas da madrugada. Uma vez entrei na sala às 23h e só sai às 8h da manhã do outro dia. Era a estreia de Midsommar e depois passaram mais dois filmes de terror em homenagem à sexta-feira 13, foi uma das experiências mais legais que já tive dentro de uma sala de cinema. Além disso, eles fizeram um trabalho fantástico com o drive-in no ano passado quando todos os cinemas fecharam por causa da pandemia. Na minha opinião, eles deveriam continuar com essa ideia pra sempre!

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Acredite se quiser, mas foi assistindo o Gordo e o Magro. Meu pai amava e até hoje ele guarda uma coleção enorme de dvds com toda a filmografia deles. O meu preferido era A Herança Assombrada, eu assistia em looping e ficava encantada com os cenários e personagens caricatos. Por mais simples que fosse, eu achava tudo muito mágico.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Eu amo tudo o que o Wes Anderson faz, em especial O Fantástico Senhor Raposo, mas meu filme preferido da vida é Antes do Amanhecer, do Richard Linklater. Além disso, eu também tenho gostado bastante dos filmes dirigidos pela Greta Gerwig, ela com certeza tá no meu radar de favoritos.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

O Auto da Compadecida. Eu lembro de assistir a minissérie na casa dos meus avós quando ainda era bem pequena e cresci reassistindo o filme várias vezes. Hoje, tendo um olhar mais crítico, sigo achando incrível. Não só pelo apego emocional, mas por conta de todas as nuances e atuações fantásticas também. Inclusive já tive o prazer de conhecer o Matheus Nachtergaele e admiro muito o trabalho dele dentro e fora do filme.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Eu acredito que um cinéfilo é alguém tão importante quanto um diretor de filme. É a mesma lógica de um leitor e um escritor. Por mais que os artistas criem com um determinado objetivo, quem dá o real significado é quem consome a arte. Tem muita gente que acredita que para ser um cinéfilo você precisa assistir um filme clássico por dia e conhecer todos os diretores do sul asiático, mas se você ama de verdade e respeita o cinema, para mim, você já é considerado um. A gente precisa entender que nem todo mundo tem acesso ou facilidade para compreender a complexidade de alguns tipos de filme, por isso o papel cinéfilo é tão importante, cabe a ele questionar os porquês e criar um diálogo que abra caminhos e gere discussões relevantes.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feita por pessoas que entendem de cinema?

Eu acho que elas podem até entender, mas todo mundo que tá por dentro desse mercado sabe que o grande problema são as distribuidoras. Não adianta nada colocarem profissionais muito bem qualificados nesses tipos de cargo se os filmes que entram nos cinemas brasileiros dependem de negociações milionárias e de um monopólio que quase sempre privilegia quantidade à qualidade.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Eu espero que não. É claro que é muito conveniente ter vários serviços de streaming com catálogos infinitos na palma da nossa mão, mas o cinema não se resume a isso. Ele é sobre ter experiências, criar expectativas, fazer uma imersão no momento... E quando vemos filmes em casa muitas vezes não conseguimos absorver o potencial máximo da obra.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram, mas é ótimo.

Eu Não Estou Lá do Todd Haynes. Ele convidou seis atores, entre eles o Christian Bale, o Heath Ledger e a Cate Blanchett, para interpretar o Bob Dylan em diferentes fases da sua carreira musical. É um filme único e muito bem pensado.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Estou respondendo essa entrevista em junho de 2021 e graças a Deus a população já está sendo vacinada. No momento em que estamos vivemos eu acredito que não tem problema se tudo for feito com muito cuidado, mas se você me perguntasse isso há um ano, quando ainda não tínhamos muitas expectativas, eu provavelmente diria que não. É um alívio saber que esse capítulo conturbado da nossa história já está quase no fim.

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Acho que temos vários artistas excelentes e obras que deixam muitas produções de Hollywood no chinelo. Vira e mexe diretores grandes como David Lynch e Martin Scorsese elogiam algum filme nacional, mas infelizmente a maior parte dos brasileiros que têm acesso a esse tipo de informação ainda não aprendeu a dar o devido valor. Já vi muitos conhecidos que tem acesso à informação preferirem ir ao cinema para assistir a mais um filme de ação meia-boca do Liam Neeson do que darem uma chance para uma produção nordestina como Boi Neon. É muito triste ver filmes inovadores e com um potencial gigantesco sucumbirem ao preconceito e ignorância da população do seu próprio país.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Com certeza o Selton Mello. Acho ele um dos artistas mais versáteis da nossa geração e não falo só pelo o trabalho dele como ator. Adoro a dublagem dele em A Nova Onda do Imperador e considero seu papel em Estômago um dos mais intensos que já vi em um filme.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Tem uma frase da Julie Delpy em Antes da Meia-Noite que ela diz que sempre tem a sensação de estar dentro de uma memória ou um sonho. E eu para mim, quando assisto algum filme, me sinto exatamente assim: como se tivesse vivido aquilo, seja no passado ou em outra dimensão.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema.

Vale uma coincidência fofa? Em 2012 eu era apaixonada por um menino e fomos com um grupo de amigos assistir O Espetacular Homem-Aranha. Sentei do lado dele e fiquei o filme todo insistindo pra que ele me beijasse, mas o que recebi foi um fora tão bonito que resolvi esquecer ele pra sempre. Bom, não preciso nem comentar que o meu plano não deu certo, né? Continuei apaixonada, mas ao invés de ganhar seu coração no romance, eu mudei a estratégia e foquei em construir uma boa amizade. Um ano depois, quem estava apaixonado era ele e desde então, há 8 anos, assistimos todos os lançamentos de Homem-Aranha juntos.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Um filme que não poderia pertencer a nenhum outro lugar do mundo, se não o Brasil.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Na teoria acho estranho, mas na prática sei que as coisas são diferentes. Por ser um trabalho artístico, que envolve inspiração e carrega uma carga muito forte da essência do diretor, essa ideia me parece meio contraditória, mas pode acontecer. Conheço muitas pessoas que são excelentes em suas profissões, mas que não são necessariamente apaixonadas pelo universo em que estão inseridas.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Tenho uma lista com vários, mas um que me deixou ofendida de tão ruim foi Mary Shelley. Lembro que fui toda empolgada assistir porque se tratava de uma produção da Haifaa al-Mansour, a primeira mulher saudita a se tornar cineasta, e até hoje me pego pensando em como conseguiram transformaram uma história feminista tão interessante em um filme tão superficial e fraco. Tem tanta coisa errada com esse filme que nem sei por onde começar.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Confesso que sou viciada em documentários e é muito difícil escolher só um, principalmente se forem sobre moda, que é a minha área de atuação. Um dos meus preferidos é Bill Cunningham New York, que fala sobre o precursor da fotografia de streetstyle, e outro que me marcou muito é Dior e Eu (2014). Ele está longe de ser perfeito, mas lembro que assisti quando estava na época de decidir qual faculdade cursar e com certeza esse filme foi um grande influenciador na minha carreira.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Algumas vezes, mas pra mim só faz sentido se for em festivais, pré-estreias muito hypadas ou em sessões com o diretor.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Eu tenho certeza de que essa pergunta é uma pegadinha, inclusive ela me fez lembrar de um episódio da quinta temporada Community em que eles discutem se o Nicolas Cage é um bom ou um mal ator. Eu gostei bastante de Adaptação, mas confesso que só assisti porque é dirigido pelo Spike Jonze.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Eu acesso o IndieWire quase todos os dias, mas ultimamente tenho consumido mais conteúdos rápidos pelo Instagram ou ouvido podcasts para dar conta de fazer várias tarefas ao mesmo tempo. O da A24 é o meu preferido do momento!

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Depende muito do mood do que to afim de assistir. É meio difícil fugir do trio Netflix - Amazon - HBO, mas pelo menos uma vez por semana faço questão de entrar no Mubi e conferir as novidades do catálogo. Tem muita coisa incrível escondida lá.

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Programa #32 Guia do Cinéfilo - Marcelo Janot


Episódio #32 do meu programa de entrevistas na TV Caeté, Programa Guia do Cinéfilo.

Nesse episódio entrevisto o cinéfilo e crítico de cinema Marcelo Janot.
O Programa Guia do Cinéfilo acontece toda terça-feira, ao vivo, no canal da TV Caeté no youtube (https://www.youtube.com/channel/UC8bE...).



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Pausa para uma série: 'Ted Lasso'


A importância do positivismo em meio ao caótico universo capitalista onde o ego precisa ser uma qualidade. Sem muito oba oba, estreou meses atrás no Streaming Apple TV o seriado de comédia Ted Lasso, que nos apresenta uma história que beira ao absurdo mas que convence nas suas lindas mensagens sobre a vida, trabalho em equipe, nos relacionamentos e outras questões fundamentais para uma vida repleta de felicidade. Criado pelo quarteto Bill Lawrence, Jason Sudeikis, Joe Kelly e Brendan Hunt, o seriado é baseado em um personagem homônimo visto pela primeira vez em uma série de comerciais para a cobertura da NBC Sports da Premier League. No papel principal, Jason Sudeikis, ganhador inclusive do Globo de Ouro e o SAG por essa brilhante interpretação.


Na trama, conhecemos o treinador de futebol americano Ted Lasso (Jason Sudeikis), que é curiosamente contratado por Rebecca Welton (Hannah Waddingham), presidente de um time da primeira divisão do futebol inglês, a Premier League, para assumir o time e lutar arduamente contra o rebaixamento. A questão é que Ted não entende nada de futebol (o soccer) e vamos entendendo melhor aos poucos que tudo faz parte de um plano maquiavélico da presidente numa espécie de vingança sobre o marido (ex-acionista do time). Mas o jeito carismático do protagonista vai me mexer com a vida de todos nesse clube.


Caminhando entre o superficial e o profundo os dramas que acompanhamos em Ted Lasso são a junção de uma caricatura pronta e reflexões quase filosóficas sobre a vida. As subtranas são um arraso de carismáticas, envolvem o espectador, seja nas histórias de dois dos grandes atletas do time, seja na confusão emocional que é a vida da presidente, seja na do próprio Ted, um bom homem mas que tem seus demônios e conflitos dentro de si. Um dos pontos que também vira um sarcasmo hilariante é a brincadeira com as palavras, pronúncias e modo de vida britânica em relação ao texano Ted.  Parece que a todo instante, o ex-treinador de Futebol Americano tem uma carta cômica na manga tirando risos a todo instante do espectador.


Podemos considerar Ted Lasso como uma das séries mais surpreendentes em exibição no mundo dos streamings. Se você ainda não viu, não perca! Você vai constatar que todos temos um pouco de Ted Lasso dentro de nós.

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O que achei do filme: 'O Diário de um Maquinista'

Nesse vídeo, Raphael Camacho analisa objetivamente o filme 'O Diário de um Maquinista'.


Não esqueçam de curtir os nossos vídeos :) 


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A crítica completa do filme, em forma de texto, está em nosso blog.


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#cinema​ #filme​ #movies​ #movie​ #guiadocinefilo​ 

#cinéfilo​ #cinéfilos​ #audiovisual​ #filmes​ #dicas​ #dica​ #opinião



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28/06/2021

Memórias do Nosso Joia - Sylvio Gonçalves

Começamos mais um pequeno projeto mas feito com muito carinho:

'MEMÓRIAS DO NOSSO JOIA'.
Vários frequentadores do Cine Joia Copacabana enviarão depoimentos por vídeo ou texto que serão postados nas minhas redes sociais e no meu blog ao longo de semanas. Essa foi uma forma que encontrei de relembrar histórias e homenagear esse cinema tão lindo que não existe mais. Nesse depoimento, o amigo, cinéfilo e roteirista Sylvio Gonçalves.
Viva o Joia! Viva o Cinema! #memoriasdonossojoia #cinejoia #cinejoiacopacabana #cinema

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #457 - Diego Almeida


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Porto Alegre (Rio Grande do Sul). Diego Almeida tem 34 anos. É colecionador de mídia física desde 2014, seu hobby é mostrar sua coleção no Instagram @meuviciofilmes e também no YouTube com canal de mesmo nome, ‘Meu Vício Filmes’, onde mostra a coleção, dá dicas e opiniões sobre os filmes.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Não tenho sala preferida em relação a programação pois aqui são todas iguais, aí acabo escolhendo sempre o mais próximo ou com melhor horário.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Senhor dos Anéis.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Darren Aronofsky, Mãe.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Cidade de Deus, por mostrar a história de uma das maiores favelas do Brasil

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É uma paixão que vem desde a infância e inexplicável e o amor é tanto que quero passar adiante esta paixão para meus filhos.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

 

Acho que não.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acredito que não pois é uma experiência única.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Atentado ao Hotel Taj Mahal.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Promissor.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Wagner Moura.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Evento maravilhoso que te leva para vários mundos.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Até hoje nunca presenciei nada de mais, as vezes eu mesmo que faço uma cagada do tipo derrubar toda a pipoca kkkkk.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Vergonha alheia.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

 

Pelo significado da palavra sim, mas se ele for competente no que faz acredito que não haja problemas.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Dia dos mortos 2(2005).

 

17) Qual seu documentário preferido?

Alienígenas do passado.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Nunca.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Cidade dos Anjos.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Cinepop.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Netflix.

 

Continue lendo... E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #457 - Diego Almeida

27/06/2021

8 e 1/2 em 20 - Ibirá Machado - Episódio #16


Esse é o '8 e 1/2 em 20', programa de entrevistas feitas por lives no Instagram do @guiadocinefilo, toda 4a, às 19:30​ hrs, com cinéfilos e profissionais que de alguma forma contribuem para o audiovisual.

Nesse episódio, recebemos o cinéfilo e distribuidor Ibirá Machado.
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O que achei do filme: 'Luca'


Nesse vídeo, Raphael Camacho analisa objetivamente o filme 'Luca'.

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A crítica completa do filme, em forma de texto, está em nosso blog.

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