A iminência da previsibilidade em um filme mais brega que o Falcão
O tempo e o dinheiro fazem as pessoas
mudarem? As cenas forçadas logo em seu início já indicavam dor de cabeça aos
amantes da sétima arte. Dirigido por Roberto
Santucci, “Até que a Sorte nos
Separe” é a mais nova comédia pastelão nacional. Sem entrar em detalhes
muito à fundo, existem atuações terríveis que derrubam qualquer pretensão de
boas críticas. O filme é tão brega que só faltava a trilha sonora ser feita
pelo Falcão.
Na trama, conhecemos o simpático Tino
(interpretado pelo humorista Leandro
Hassum) um milionário que gosta do Mickey, tem medo do boneco Chuck e
ganhou na loteria muitos milhões de reais. Levando uma vida de seus sonhos mora
junto com a mulher (viciada em aplicações estéticas) e os dois filhos em um
imenso casarão num bairro chique. Certo dia, após ter diversos cartões de
crédito recusados Tino vai saber o que houve, o personagem cai na real após uma
conversa com o homem que cuida de suas finanças e percebe que conseguiu a
proeza de gastar todo o dinheiro que ganhou. Para tentar consertar a situação
começa a controlar os seus gastos e os de sua família.
Leandro
Hassum consegue entreter a platéia, tira completamente a atenção de outros
personagens. Mas se for para ver um stand up comedy é melhor pagar o ingresso
no teatro para ver o Hassum. Nas partes com o mínimo de cenas mais sérias o
filme naufraga mais rápido que o Titanic. A melhor parte da fita é quando toca
algo parecido com o tema do clássico “Flashdance”,
mas nesse caso o desejo cinéfilo é de correr para casa e ver o filme de Adrian Lyne.
Poderia ter explorado melhor a questão do
consumismo, o gasta tudo com dinheiro vai da mulher gato aos toques do
‘zainer’. A esposa com 28 cirurgias plásticas passa batida pela fraca trama. O
vizinho de Tino, um viciado em gráficos e análises estatísticas que sopra
camisinhas furadas e foge da mulher que quer ter mais filhos parece não se
encaixar em momento algum dentro da história. Resumindo, os coadjuvantes
deveriam ter tido papel mas preponderante na história.
Tem dias que você
precisa rir, ou só quer mesmo se divertir no cinema. A fita gera gargalhadas do público principalmente pelo
‘Stand up comedy’ do Leandro Hassum.
Mas falta muito chão para chegarem em altos patamares em relação à qualidade
cinematográfica.