Em busca de uma história real, marcante e cheia de camadas, o documentário Sally nos conduz pela trajetória pessoal e profissional de Sally Ride, a primeira astronauta norte-americana a viajar para o espaço. Corajosa e pioneira, ela abriu caminhos em um ambiente dominado pelo machismo dentro dos estudos aeroespaciais. Disponível no Disney Plus, o projeto, vencedor de um prêmio no Festival de Sundance deste ano, já desponta como um dos grandes documentários lançados em 2025.
O roteiro é cirúrgico ao revelar os detalhes mais
significativos da trajetória de Sally Ride, desde o circo midiático em torno de
sua primeira missão até os debates sobre sexualidade em uma década de 1970 e
1980 ainda marcada por forte preconceito contra quem decidia se assumir. Além
disso, somos guiados pela própria Sally em muitos momentos, por meio de áudios
e vídeos da época. Nessa narrativa em grande parte contada por ela mesma, o
documentário nos ajuda a compreender o contexto social da época e as inúmeras
pressões que ela enfrentou por todos os lados.
Um dia a NASA colocou um anúncio com vagas para selecionar o
primeiro grupo de astronautas femininas do programa espacial norte-americano. Num
mundo dominado por homens, Sally foi uma das selecionadas. Num primeiro momento
somos convidados a conhecer um pouco sobre a protagonista desta história, como
se fosse uma espécie de prólogo sobre o que o projeto abordaria mais pra
frente. Esses primeiros minutos são fundamentais para reter nossa atenção,
somos logos fisgados pelas dicas de camadas que logo se abririam. Embarcamos em
um universo de sonhos e segredos.
Graduada simultaneamente em Inglês e Física pela prestigiada
Universidade de Stanford, Sally Ride era
altamente qualificada para ocupar qualquer cargo que desejasse na NASA. No
entanto, a pressão da opinião pública e o ambiente conservador da época a
fizeram manter em segredo, por toda a vida, seu relacionamento com Tam O'Shaughnessy — revelação trazida
de forma sensível por este documentário. Ao expor essa parte até então oculta
de sua história, o filme propõe um exercício de revisitar os mesmos
acontecimentos sob uma nova perspectiva, iluminando os sacrifícios pessoais que
Sally precisou fazer em sua trajetória. Tudo isso é conduzido com delicadeza e
profundidade pelo roteiro.
Dirigido por Cristina
Costantini, Sally chega para
mostrar todas as verdades de uma vida dedicada a sua profissional mas também com
sacrifícios dolorosos. Depois das soviéticas Valentina Tereshkova e Svetlana
Savitskaya, Sally Ride marcou
seu nome como uma das poucas mulheres a irem para o espaço. Você precisa
conhecer essa história!