08/07/2025

Crítica do filme: 'Um Pai para Lily'


Premiado com mais de 25 prêmios ao redor do mundo, Um Pai para Lily chegou à Netflix trazendo uma história real comovente que toca o coração de forma genuína. No centro da trama, duas pessoas solitárias se cruzam e descobrem, na amizade, um novo sentido para a vida. Escrito e dirigido pela cineasta texana Tracie Laymon — em seu segundo longa-metragem — o filme aborda traumas afetivos, luto e recomeços, criando uma atmosfera delicada e tocante que conquista rapidamente o público.

A vida da jovem Lily Trevino (Barbie Ferreira) não tá fácil, completamente esquecida pelo pai Robert (French Stewart), trabalha como cuidadora para se sustentar. Um dia, numa navegada pelo facebook acaba acidentalmente chegando até um homônimo de seu progenitor, um outro Bob Trevino (John Leguizamo), um homem casado e com uma perda recente irreparável. Logo uma linda amizade surge e juntos vão aprender um pouquinho sobre a arte do recomeçar.

A jornada dos personagens é bem estruturada e evolui de forma natural durante a narrativa. Com os olhos em Lily, percebemos todas suas dores e angústias, que vão da rejeição até a busca pelo pertencimento chegando também na beira da depressão, uma bolha criada por um passado com lacunas em relação ao pai e um presente completamente exposta a um mundo duro e cheio de armadilhas. A chegada de Bob a sua vida, é uma luz no fim do túnel, uma peça que faltava para mais coisas ao seu redor fazerem sentido.

O carisma nessa amizade que surge é a base de uma trama que busca sem delongas chegar ao transbordar das emoções. O papo é reto, sem meio campo, algo que aproxima espectadores da história. Mesmo assim o desacelerar da narrativa para destacar importantes momentos acaba atingindo o ritmo mas nada que atrapalhe o cometa de emoções que saltam na tela. É bem capaz de você se emocionar ao longo dessa jornada.  

O projeto é baseado em fatos reais que aconteceram com a própria diretora do filme, Tracie Laymon, quando ela acabou criando uma forte amizade com um alguém enquanto procurava, pelas redes sociais, pelo próprio pai. Transformar isso tudo em cinema deve ter sido um grande desafio mas essa proximidade com a história faz todo o sentido quando vemos a emoção em cada cena.