10/06/2012

Crítica do filme: 'Violeta foi para o Céu'


Anos de sofrimentos refletidos em canções. Dirigido por Andrés Wood (diretor do excelente “Machuca”), “Violeta foi para o Céu” é um drama que conta a história de Violeta Parra, uma cantora chilena que teve uma trajetória muito complicada. Ao longo dos 110 minutos de fita, percorremos muitas fases da vida dramática dessa artista. O roteiro é muito bem feito, a direção é competente mas o ponto alto da trama está na atuação de sua protagonista. A atriz Francisca Gavilán passa uma verdade impressionante com o olhar, uma atuação de tirar o chapéu.

Na trama, somos apresentados a um retrato dramático da famosa cantora chilena. A timidez na juventude é apenas um detalhe para o molde da personalidade forte e marcante que viria exercer em seu futuro.  A nossa jornada percorre as memórias, os amores e suas esperanças entre cantorias e mais cantorias (uma mais profunda que a outra) dessa artista que defendia suas canções sem nunca perder o orgulho da sua origem chilena.

O roteiro analisa muito especificamente cada fase da história da cantora. O Pai perdeu tudo no jogo, só deixando como herança um violão velho que vira um amuleto para continuar de cabeça erguida no rumo de sua vida. É nesse instrumento que Violeta encontra um conforto para sua sofrida trajetória. Esse papel (e alguns traumas) da sua família em sua vida, vira um detalhe que é interpretado de maneira diferente pelo público. Até onde os acontecimentos trágicos levaram Violeta a cometer a tragédia já no desfecho da história?

Entre uma sequencia e outra, muitas músicas compões à trama. As letras profundas, geram reações calorosas da plateia. A interpretação de Francisca Gavilán é absurdamente linda. Parece que Violeta veio do céu para iluminar essa tremenda atriz. Impecável atuação.

Mesmo com muitos pontos positivos, a duração é o calcanhar de Aquiles e deve gerar algumas observações dos cinéfilos. Da maneira que é contada essa história, o público demora um pouco para se conectar. Mesmo com o desfecho trágico, não precisava ser tão longo. A extensão da história só prejudica o elo com o espectador.

Agora só falta você conferir essa história, que tem alguns pontos negativos, mas merece sua análise, cinéfilo! Viva o cinema latino!