22/09/2017

Crítica do filme: 'Um Tio Quase Perfeito'

Ter um lugar pra ir é lar. Ter alguém para amar é família. Ter os dois é benção. Dirigido pelo cineasta Pedro Antonio (diretor também do filme To Ryca) ,  Um Tio Quase Perfeito é uma comédia que busca explorar o assunto família de maneira leve e com muitos tons de comédia. O roteiro é pouco inspirado, limitado, onde prevalece em algumas partes as improvisações de Majella. É muito mais do mesmo. Algumas comédias nacionais se assemelham em roteiros longe da criatividade, criando uma fábula simples, cheio de exageros onde tentam o riso forçado a todo instante. Um Tio Quase Perfeito encaixaria melhor no formato de série, ou média ou curta.

Na trama, conhecemos Tony (Marcus Majella), um largado na vida, sem comprometimento com nada nem ninguém que vive de aplicar golpes e ser estátua humana de personagens pelas ruas da cidade onde vive. Quando é despejado junto com sua mãe do apartamento onde moravam, precisa pedir ajuda a irmã distante, mãe de três filhos pequenos. Quando sua irmã precisa viajar e passar 15 dias longe de casa, Tony assume a responsabilidade da criançada e ao longo do tempo tentam se tornar uma verdadeira família feliz.

Em sua estreia como protagonista de um longa metragem, Majella se esforça para dar um ar cômico contido para seu inconsequente personagem. Um pouco inseguro nos arcos iniciais, parece que começa a tentar dominar o personagem já no desfecho. As transformações que o protagonista passa são cheias de lacunas abertas, algumas situações forçadas. O convívio com os filhos de sua irmã são o estopim de sua transformações mas o roteiro não dá muito profundidade para isso, apresentando de maneira rápida conclusões que deixam em aberto as fases dessa transformação.


Pouco explorado na trama, a questão da distância do pai, a luta de uma mãe agora solteira criando os três filhos sozinhos, eram temas que poderiam ter mais profundidade. Optam por inserir pitadas cômicas com exagerados diálogos e pouca harmonia com o que acontece na história. Mas o pecado maior do filme é que no quase stand up de Majella o roteiro não se sustenta.