Quase sempre precisamos chorar para entender melhor a vida. Em seu primeiro longa-metragem, lançado no ano de 2015, a cineasta alemã Theresa von Eltz mostra uma parte da trajetória de quatro jovens com problemas em seu presente buscando respostas e ajuda para enfrentarem as dificuldades em uma clínica intensiva. Há vários contrapontos interessantes, como ignorar o assunto ou assumir a responsabilidade, o que acaba sendo um embate diário para alguns deles. Tentativa de suicídio, ataque de pânico, bullying, vemos de tudo um pouco através da ótica dos próprios jovens e de um psiquiatra próximos dos pacientes, com vontade de ajudar. É um projeto profundo, com intensas atuações.
Na trama, acompanhamos Alex (Paula Beer), Lara (Jella
Haase), Timo (Jannis Niewöhner)
e Fedja (Moritz Leu), quatro jovens
que se internaram em uma clínica em busca de melhoras nos seus quadros
emocionais. O psiquiatra Dr. Wolff (Clemens
Schick) busca ajuda-los de todas as formas e inclusive propõe que eles
passem o natal juntos. Assim, aos poucos, vamos descobrindo os motivos de cada
um deles estar ali e a busca constante de todos por uma melhora.
Há questões sociais, familiares, envolvidas nos traumas que
acompanhamos e tudo isso é abordado de maneira profunda pelas linhas do roteiro
assinada por Von Eltz e Esther Bernstorff. Há cortes secos de
câmera, deixando pequenas entrelinhas para uma melhor compreensão sobre as
atitudes, ou melhor, reações de cada personagem dentro de seus traumas. Há um
descontrole sobre a raiva, uma carência quase obsessiva, bullying que deixa
marcas, cada caso é diferente um do outro mas juntos eles buscam encontrar uma
mesma solução satisfatória para todos.
O papel do psiquiatra também é muito bem definido na trama,
nos mostrando seus conflitos e dramas dentro da instituição, principalmente um
em especial com uma enfermeira que não gosta de seus métodos. 4
Konige é um ótimo filme, cheio de momentos para refletirmos sobre o
próximo.