07/12/2020

Crítica do filme: '4 Konige'


Quase sempre precisamos chorar para entender melhor a vida. Em seu primeiro longa-metragem, lançado no ano de 2015, a cineasta alemã Theresa von Eltz mostra uma parte da trajetória de quatro jovens com problemas em seu presente buscando respostas e ajuda para enfrentarem as dificuldades em uma clínica intensiva. Há vários contrapontos interessantes, como ignorar o assunto ou assumir a responsabilidade, o que acaba sendo um embate diário para alguns deles. Tentativa de suicídio, ataque de pânico, bullying, vemos de tudo um pouco através da ótica dos próprios jovens e de um psiquiatra próximos dos pacientes, com vontade de ajudar. É um projeto profundo, com intensas atuações.


Na trama, acompanhamos Alex (Paula Beer), Lara (Jella Haase), Timo (Jannis Niewöhner) e Fedja (Moritz Leu), quatro jovens que se internaram em uma clínica em busca de melhoras nos seus quadros emocionais. O psiquiatra Dr. Wolff (Clemens Schick) busca ajuda-los de todas as formas e inclusive propõe que eles passem o natal juntos. Assim, aos poucos, vamos descobrindo os motivos de cada um deles estar ali e a busca constante de todos por uma melhora.


Há questões sociais, familiares, envolvidas nos traumas que acompanhamos e tudo isso é abordado de maneira profunda pelas linhas do roteiro assinada por Von Eltz e Esther Bernstorff. Há cortes secos de câmera, deixando pequenas entrelinhas para uma melhor compreensão sobre as atitudes, ou melhor, reações de cada personagem dentro de seus traumas. Há um descontrole sobre a raiva, uma carência quase obsessiva, bullying que deixa marcas, cada caso é diferente um do outro mas juntos eles buscam encontrar uma mesma solução satisfatória para todos.


O papel do psiquiatra também é muito bem definido na trama, nos mostrando seus conflitos e dramas dentro da instituição, principalmente um em especial com uma enfermeira que não gosta de seus métodos.  4 Konige é um ótimo filme, cheio de momentos para refletirmos sobre o próximo.