A arte de se reinventar em relação às guinadas da vida. Diretamente da Costa Rica, e exibido no 15 Festival Latino-Americano de São Paulo deste ano, Apego pode ser definido pela ótica de nos mostrar crônicas de uma família, seus conflitos, suas viagens a um passado que pouco conheceram através de uma forte protagonista. Escrito e dirigido por Patricia Velásquez (em seu segundo longa-metragem da carreira) e dividido em arcos que falam sobre pessoas e situações que influenciam a vida da personagem principal, o filme vai te conquistando aos poucos.
Na trama, conhecemos Ana (Kattia González) uma bem-sucedida profissional de arquitetura, mãe
de duas filhas pequenas, que passa por um verdadeiro tsunami em sua vida: recém
divorciada, descobre que sua mãe está se relacionando com um antigo amor pelas
redes sociais e que o pai está com uma doença grave. Em meio a isso tudo, no
seu trabalho, um importante projeto está em evidência e ela precisa se dedicar
com toda força a ele. Crises, conflitos num presente que deixará lições sobre a
vida.
Apego tem um lado político que não se torna muito profundo
com apenas pinceladas sobre temas dentro do núcleo familiar da protagonista,
com reuniões de família, descendentes de chilenos, onde os pais se mudaram para
Costa Rica para fugir da ditadura de Pinochet na década de 70. O foco acaba
sendo mesmo a corajosa protagonista que precisa fazer um grande malabarismo
para poder chegar até um lugar parecido com felicidade e também poder ajudar a
todos ao seu redor. É um trabalho muito interessante de Velásquez, simples,
objetivo que nos fazem refletir sobre o cotidiano.