Tem alguns artistas que lançam filmes, não leio nem sinopse e já vou correndo assistir seus próximo trabalho. Esse é o caso de Tom Hanks e Robert Zemeckis. Mas tem vezes que tudo pode dar completamente errado! Chegou aos cinemas brasileiros nesse início de 2025, um longa-metragem que se propõe atravessar décadas tendo o mesmo cenário e mostrando as emoções em conflitos de algumas famílias. A questão da obra Aqui é que se limita ao óbvio, sem ampliar os contextos – fato mortal para qualquer narrativa que se propõe no discurso atravessar gerações.
Ao longo de várias passagens de tempo, que vão desde a era
glacial passando pelo século XVIII e chegando até o presente, acompanhamos uma
casa que foi a residência de muitas famílias até chegar aos mãos dos pais de
Richard (Tom Hanks): Al (Paul Bettany) e Rose (Kelly Reilly). No início um jovem
sonhador e com o objetivo de viver com sua arte, Richard conhece Margaret (Robin Wright), ela engravida e sua vida
muda de rumo, com altos e baixos até o tempo presente.
Baseado em uma história em quadrinhos intitulada Here, criada pelo designer gráfico
americano Richard McGuire, esse
filme – que teve o uso de Inteligência Artificial na maquiagem digital dos
protagonistas – opta por explorar camadas dramáticas na linha da obviedade deixando
em segundo plano o inusitado espaço pouco explorado. É muita informação, há
desencontros e pouco desenvolvimento, algo que vai gerando o desinteresse.
A narrativa, para ir de acordo com a proposta da história,
opta pelo estático de um só campo a explorar, uma casa. Até aí tudo bem, a
questão como é traduzido isso aos olhos cinematográficos. Por meio desse ponto
(se limitando a um cômodo apenas), que tem uns elementos indecifráveis que mais
parecem que estamos assistindo a um vídeo de playlist no Youtube – com direito
aquelas janelinhas e tudo - perde-se força por ir atrás do irrelevante.
O filme, dirigido por Robert
Zemeckis (que eu continuo adorando) marca o reencontro de Tom Hanks e Robin Wright, que protagonizaram lindas cenas em Forrest Gump – O Contador de Histórias.
Pena que o sono chega forte. Uma abordagem superficial que diz pouco exibindo
muito. Pouco para tanto que tinha em mãos. Uma pena.