Cinco anos após seu último trabalho, Relatos do Mundo, o experiente cineasta britânico Paul Greengrass volta ao universo cinematográfico para comandar mais um projeto que aborda tragédias da vida real – como foi o caso de Capitão Phillips, 22 de Julho e outros filmes de sua carreira. Produzido pela Apple, O Ônibus Perdido nos leva até anos atrás, no norte da Califórnia, onde ocorreu o incêndio mais mortal da história desse estado americano.
Kevin (Matthew
McConaughey) é um motorista de ônibus escolar, perto dos 40 anos, que
voltou para a cidade onde nasceu e tenta se entender com o único filho. Um dia,
após um incêndio florestal com alta taxa de propagação, ele fica com a missão
de resgatar um grupo de crianças e a professora Mary (America Ferrera), no colégio onde estavam.
Inspirado em acontecimentos reais e na obra Paradise: One Town's Struggle to Survive an
American Wildfire, escrita pela jornalista Lizzie Johnson, o foco da narrativa é levar até o público os
momentos de tensão a partir de dois pontos de vista, o de quem estava no ônibus
cercado pelo fogo e o das autoridades que pensavam em soluções para combater o
avanço do incêndio.
A construção para se chegar à ação desenfreada – uma
reprodução bem chocante dos acontecimentos – começa com as aflições no laço
paternal. A relação entre pais e filhos é algo que está bem próximo de tudo que
acompanhamos, funcionando como um combustível para entendermos ações e
consequências.
Dentro desse desenvolvimento, com o lado humano em evidência
- uma marca do cinema de Greengrass, com conexões entre pessoas em muitos tipos
de situação emocional -, O Ônibus
Perdido foge do sensacionalismo e chega até as críticas importantes de uma
situação trágica que deixou bilhões em danos materiais, mais de 70 vidas
perdidas e marcou para sempre pessoas unidas por coragem, compaixão,
responsabilidade e exemplo.