22/09/2020

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #101 - Renata Boldrini


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila e uma das grandes referências para nós cinéfilos quando pensamos em dicas e curiosidades sobre a sétima arte. Renata Boldrini transmite todo seu conhecimento com muito carisma por diversas plataformas: na rádio JB FM, nas suas redes sociais e no canal Telecine.  Uma grande defensora do cinema, entrevistou centenas de artistas consagrados trazendo para o público cinéfilo mais curiosidades sobre as produções. Uma grande honra ter a Renata aqui no nosso especial.


Obs: Desde de pequeno eu vejo as coberturas da Renata, lembro principalmente dela entrevistando os artistas no Oscar. Sempre com reportagens muito legais! Rê, continue sendo essa referência para todos nós que amamos a sétima arte. Obrigado por encontrar um tempo para responder nossas perguntas na sua agenda mega lotada.

 


1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

FREQUENTO SALAS POR MOTIVOS DIFERENTES. PELA PROGRAMAÇÃO, PELA QUALIDADE DE SOM E IMAGEM... SENDO ASSIM AS QUE ACABO FREQUENTANDO MAIS SÃO GRUPO ESTAÇÃO, UCI E CINEMARK.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

DESDE O PRIMEIRO QUE ASSISTI NO CINEMA, O PRIMEIRO SUPERMAN. FIQUEI MARAVILHADA.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

TARANTINO MAS NÃO SEI SE TENHO CONDIÇÕES DE ESCOLHER UM FILME DELE. AMO TODOS.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

IMPOSSÍVEL ESCOLHER UM NACIONAL FAVORITO. TEMOS MUITAS OBRAS PRIMAS QUE ESTÃO EM PÉ DE IGUALDADE. MAS PRA CITAR DOIS PREFERIDOS ENTÃO DO ANO PASSADO COLOCARIA BACURAU E A VIDA INVISÍVEL.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É SE EMOCIONAR COM A ARTE DO CINEMA EM SI, CONSEGUIR ENXERGAR ALÉM DAS IMAGENS QUE VEMOS NO CINEMA, É SENTIR A EXPERIÊNCIA E SAIR MAIS RICO COM ELA A CASA SESSÃO.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

 

ISSO TAMBÉM DEPENDE DO CINEMA E DO PERFIL DE CADA CINEMA. ACHO QUE CADA UM ATENDE BEM O TIPO DE PÚBLICO QUE QUER ATINGIR.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

ESPERO QUE NÃO! E ACREDITO SINCERAMENTE QUE NÃO MESMO. O CINEMA COMO FALEI, É UMA EXPERIÊNCIA. NADA SE COMPARA. AINDA QUE VOCÊ TENHA UMA TELA DE 200 POLEGADAS EM CASA NÃO VAI TRADUZIR A EXPERIÊNCIA COLETIVA DE ESTAR NUMA SESSÃO. IMAGINA NÃO VIVER AQUELA SENSAÇÃO DE VER O FINAL DA SAGA STAR WARS COM TANTOS FÃS EMOCIONADOS, VIBRANDO AO MESMO TEMPO? O MESMO COM TANTAS PRODUÇÕES.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

INDICO TRÊS VERÕES, DA SANDRA KOGUT QUE ACABOU DE ESTREAR NO STREAMING DO TELECINE! INÉDITO! FILME MARAVILHOSO.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

DEPENDE DA SITUAÇÃO DE CADA LUGAR. OS CINEMAS ESTÃO SE PREPARANDO MUITO BEM COM TODAS AS NORMAS E PROTOCOLOS DE SEGURANÇA PRA RECEBER O PÚBLICO. VISITEI SEMANAS ATRÁS O UCI PRA VER COMO VAI SER E ME SENTI MUITO SEGURA COM AS PROVIDÊNCIAS TODAS QUE ELES ESTÃO TOMANDO.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

JÁ NÃO É DE HOJE QUE O CINEMA BRASILEIRO VEM MOSTRANDO SUA FORÇA E COMPETÊNCIA. ESTAMOS BASICAMENTE TODOS OS ANOS NOS ÚLTIMOS ANOS COMPETINDO NOS MAIORES FESTIVAIS DE CINEMA DO MUNDO E NÃO RARO SAIMOS PREMIADOS. O NOSSO CINEMA É EXCELENTE, DIVERSO E MOSTRA O QUANTO TEMOS UMA CULTURA COMPETENTE QUE MERECE INCENTIVO E RESPEITO. DUAS COISAS QUE INFELIZMENTE ESTÃO EM FALTA NO MOMENTO. VIVEMOS UM PERÍODO MUITO SOMBRIO PRA CULTURA BRASILEIRA DE FORMA GERAL MAS O CINEMA VAI RESISTIR E SEGUIR FAZENDO HISTÓRIA.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

KLEBER MENDONÇA FILHO, SANDRA KOGUT, KARIM AINUZ, LAÍS BODANZKY, SÃO TANTOS...

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21/09/2020

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #100 - Mario Abbade


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.


Nosso entrevistado de número #100 precisava ser alguém especial, alguém admirável, e obviamente um grande mestre cinéfilo. Mario Abbade é cinéfilo, jornalista, crítico de cinema, escritor, professor, pesquisador e cineasta. Com quase dois metros de altura e muito mais de conhecimento sobre essa arte que amamos, iniciou sua carreira nos anos 90. Já teve coluna no Jovem Nerd, já foi entrevistado pelo Jô Soares e até fundou um portal de cultura pop e cinema, o Almanaque Virtual. Integrou o júri da FIPRESCI (Federação Internacional de Críticos de Cinema) nos festivais do Rio, e muitos outros. Inclusive, em um ano, presidiu o Júri da Crítica do Festival de Cannes e, em outro, o Júri da Crítica do Festival de Berlim. Em 2017 estreou como documentarista com Neville D’Almeida – Cronista da Beleza e do Caos, presente em diversos festivais, como o Festival Internacional de Cinema de Roterdã em 2018. Atualmente é crítico de cinema, um dos famosos bonequinhos do Jornal o Globo, e, é também apresentador da coluna semanal Pensando em Cinema na TV Bandeirantes e da rádio BandNews Rio FM.


Obs: querido irmão cinéfilo Marião. Uma das pessoas mais fantásticas e verdadeiras que conheço do meio audiovisual brasileiro. Uma enciclopédia cinéfila que quando o conheci me deu um baita medo pois ele fala com tanta intensidade que parece as vezes que tá brigando com você (rsrsrs). Mas no fundo, é um leão manso (rsrs), um eterno romântico e apaixonado por essa arte fascinante que é o cinema. Sempre o admirei e tenho a honra de hoje poder dizer que sou amigo desse ser iluminado, que só parece ser ranzinza (rsrs), e que ajuda demais a todos que ele vê que amam cinema que nem ele. Continue sendo esse cara nota mil mestre Marião! Sou teu fã!

 


1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

É difícil dizer qual minha sala preferida pois depende muito do tipo de filme que eu vou ver. Por exemplo, se quero ver um blockbuster, que vai ter efeitos especiais e que tenha tela imensa eu prefiro ver no Imax, no UCI Barra Shopping. Mas minha escolha da sala passa pelo tipo de filme que eu quero assistir.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Help! Vi no Metro Tijuca. Deveria ter uns 5 ou 6 anos. Me encantei na hora. Naquela época, tinha cortina vermelha, abria cortina, tinha todo um aparato, tinha um jornal. Era realmente um programa. Não era só ver um filme e sair correndo. Inclusive foi o primeiro filme que vi no cinema.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Eu não consigo definir. Depende muito da semana. Tem semanas que eu fico louco com Alfred Hitchcock, aí passa um pouquinho é com Bergman, aí passa de novo é com Fellini. Eu não consigo escolher um diretor favorito e um filme favorito dele. Depende muito do meu estado de espírito, de como estou naquela época. Tem época que estou mais pra Woody Allen, outra pra Orson Welles, outra mais pra Truffaut, Scorsese... tem época que tô mais pra Glauber Rocha, Claudio Assis... Depende. Não consigo escolher um diretor e um filme favorito. Depende do meu estado de espírito.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

A mesma coisa que a pergunta anterior. Depende muito. Meus filmes favoritos mudam a cada estação, e depois voltam a ser favoritos de novo. Não tem como eu dizer uma escolha. Só posso dizer o motivo: depende do meu estado do espírito.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Olha, difícil explicar isso. Acho que para cada pessoa é uma coisa. Pra mim, ser cinéfilo desde pequeno quando foi me apresentado ao cinema e um prazer imenso estar em um cinema. É uma diversão mesmo. Conforme o tempo foi passando, foi entrando também o trabalho da análise, um trabalho de tema, de reflexão, você começa a ver naqueles personagens, naqueles filmes, (dependendo obviamente dos filmes que você está assistindo) sua própria vida, pessoas, amigos, coisas que você lê, história, geografia, ciências. Então, cinéfilo pra mim não tem uma definição única. A primeira coisa é gostar de cinema. Mas não há uma frase que defina.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Se você tem uma sala que é exclusivamente para o cinema comercial, de entretenimento, óbvio que alguns filmes entrarão ali independente se tiver uma pessoa escolhendo. Isso funciona muito mais para os pequenos cinemas. Para as grandes redes, não funciona muito. As grandes redes vão abocanhar o mercado, querem os filmes da Marvel, da DC, um blockbuster... Agora, nas salas menores você precisa ter um olhar diferente que fogem um pouco dessa maneira de pensar. Eu acho que tiveram boas pessoas nessas salas sim, as escolhas do MAM foram boas, do Joia, do Cine Casal, do Adailton. Tivemos pessoas que entendem nesses lugares.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

O cinema nunca vai acabar. É como falavam do vinil, que ia acabar e nunca acabou. Como dizem que o jornal impresso vai acabar, não vai acabar. Dizem que os livros iam acabar por causa da chegada do Kindle, não vai acabar. Podem diminuir mas acabar não vai acabar.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Fica complicado de indicar um filme. Obviamente que os meus colegas cinéfilos e os meus colegas de profissão, e até apaixonados por cinema devem ter visto as maiorias dos filmes que estão sendo indicados aqui, mas um filme que eu acho que pouca gente viu foi o Bad Boy Bubby. Acho um filme bem interessante. Mas posso indicar vários outros: os filmes da Troma, filmes do Vincent Gallo, a lista é enorme de filmes que são muito bons mas que poucos assistiram porque acabam não tendo chance nesse mercado, porque o circuito acaba privilegiando as grandes produções.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Acho que as salas de cinema podem reabrir sim, com segurança não vejo problema. Mas tem que ser segurança mesmo. Diminuir a capacidade, não deixar ninguém comer pipoca, todo mundo de máscara, teremos que ter o lanterninha para tomar conta das pessoas.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Eu acho a qualidade do cinema brasileiro muito boa. Não acho só atualmente não. O Brasil tem várias épocas muito boas. Nos anos 50, 60, 70, 80, 90...enfim. Eu acho a qualidade muito boa sim. Temos muitos cineastas de qualidade agora e em outras épocas.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Tem dezenas de artistas brasileiros que eu não gosto de perder um filme. Mas se formos falar dos atuais, atuais, mesmo que estão fazendo cinema agora, seria pra mim o Claudio Assis.

 

12) Defina cinema com uma frase:

O cinema é o ar que eu respiro.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Já tive dezenas. Já teve uma vez, que eu estava no Leblon 1 onde teve um assalto dentro do cinema, e eu estava lá dentro vendo um filme policial (rsrsrs). Parece até uma metalinguagem né?

Já tive também numa sala de cinema que eu senti algo na perna e percebi que era um cara enroscando a perna dele em mim. Um senhor de idade fazendo isso, querendo me apalpar (rsrsrs). Aí eu falei: “meu amigo, para com isso por favor!” Aí ele ficou cheio de vergonha e foi embora.

E também teve uma vez que eu fui assistir a um filme no Cinemark, logo quando o Cinemark abriu aqui no Brasil tinham sessões meio-dia e meia. Aí fui assistir a um filme dessas sessões lá, e começou o filme e só tinha eu e outra pessoa. Duas pessoas na sessão de meio-dia. Aí começou o filme a pessoa que também estava na sala, se aproximou e sentou do meu lado. Naquela sala de 200 lugares, tomei um susto! Aí a pessoa: “tô com muito medo de ficar nessa sala aqui sozinha. Será que eu posso ficar do seu lado?”. Era um filme de terror. Aí eu disse:  “tudo bem mas é pra assistir ao filme ein?!” Depois viramos até amigos.

 

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Eu não tenho esse problema com o Cinderela Baiana não. Cheio de problemas, cheio de defeitos mas torna o filme engraçado. Eu tenho mais problema com cineasta pretensioso. Em Cinderela Baiana não vejo pretensão nenhuma. A não ser realizar um filme comercial de diversão. Tem problemas? Tem. Tem muita coisa ruim? Tem. Mas acho muito pior aqueles caras metidos a intelectuais que fazem um filme completamente pretensioso e cheio de erros também. Isso que acho muito pior. Defino Cinderela Baiana como uma diversão. Não concordo com esse folclore que criaram com o filme. É o mesmo que criaram com o Ed Wood.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

A história já comprovou que diretores de cinema são pessoas que amam cinema. São dezenas e dezenas de exemplos. Eu não vejo ninguém querendo estar em uma profissão e fazer sucesso nela sem gostar. Imagina um médico que não gosta de medicar? Imagina um cara que vai ser jogador de futebol e não gostar de futebol? Impossível ser um diretor de cinema e não gostar de ver filmes. Isso não existe. É impossível. Quem fala algo assim obviamente está criando um folclore em cima do nome. Todo grande cineasta assiste a filmes e gosta de cinema e não para de ver cinema. Essa é a grande verdade! É uma incoerência dizer que um diretor de cinema não é cinéfilo. É óbvio que ele é cinéfilo! Agora, existem graus e graus de cinefilia. Isso que você pode questionar.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Como não consigo escolher o melhor, também não consigo escolher o pior. Essas listas vão mudando a todo tempo. Eu não tenho um filme assim que eu odeie tanto. Só de ter tido o prazer de entrar no cinema, assistido um filme, passar por aquele cerimonial todo, ou mesmo assistindo em casa, eu não consigo ver o melhor ou o pior filme. Essas listas mudam a cada momento da sua vida, conforme você vai vivendo, conforme o estado de espírito que você está.

 

17) Indique um documentário:

Documentários tem milhares. Mas para citar um: Hearts of Darkness: A Filmmaker's Apocalypse. Acho que é um documentário interessante, que mostra como foi o processo do filme Apocalipse Now. A gente aprendi muito, passa por todas as etapas, tem as entrevistas... acho um grande documentário para se falar de cinema, o que passa com um cineasta, o processo de criação.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão? 

Sim. Já bati palmas diversas vezes em sessões. Não vejo problema nenhum. Filmes que te emocionam, te tocam muito. Não é um hábito porque não é todo filme que te dá vontade de fazer isso. Não só no Brasil mas nos festivais pelo mundo.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Você faz essa brincadeira com o Nicolas Cage porque ele realmente tem feito muitas escolhas ruins. Mas ele tem ótimos filmes, grandes filmes. Se for procurar lá atrás: Asas da Liberdade (Birdy), Peggy Sue, Arizona Nunca Mais, Feitiço da Lua, poxa...é muito filme maneiro! Muito filme legal! Eu não tenho problema com o Nicolas Cage não. Só acho que realmente ele começou a fazer escolhas erradas como vários atores e atrizes que fazem. São escolhas para ganhar dinheiro rapidamente. Talvez se pegue um pouco no pé dele porque é um desperdício, porque já mostrou que tem talento. Mas eu não tenho problema com ele não, nem com nenhum artista. Cada um sabe da sua vida.

Se eu fosse escolher um filme do Nicolas Cage só, seria o Coração Selvagem, pois gosto muito do David Lynch. Acho o filme maravilhoso, ganhador da Palma de Ouro em Cannes. E tem uma grande atuação do Cage e de todo o elenco, uma direção maravilhosa do Lynch.

 

20) O que é mais difícil, ser crítico de cinema ou diretor de cinema?

Ambos são difíceis. Depende da maneira que você está, o que você está fazendo e pra onde você está fazendo. Diretor de cinema depende: tá fazendo filme para um estúdio? Uma produção independente? Então, depende. A mesma coisa a crítica de cinema: é um blog seu? Ou você está escrevendo para um grande veículo que você é funcionário? Eu vejo dificuldades e prazeres em ambas as funções. Não vejo uma coisa mais difícil que a outra não. Você tem que te rum dom, talento e muita força de vontade para aprender em ambos. Ser crítico de cinema, você tem que saber de tudo que está acontecendo, estudar a filmografia inteira daquele diretor que você vai assistir, não basta você assistir a um único filme dele. O crítico de cinema ele demora anos e anos vendo filmes, analisando, lendo livros estudando para isso. O diretor de cinema também, analisando planos, sequências, assistindo a outros trabalhos e ter a sua criatividade própria. Ter um bom texto é talento também, tem que ter criatividade. São duas coisas diferentes mas não vejo assim: um é mais difícil que o outro. Depende muito do seu estado de espírito e do que você está fazendo.  

 

 

21) Com que artista gostaria de bater um papo sobre cinema e porquê?

Ah, são dezenas. Dezenas de artistas que gostaria de bater um papo. Gostaria de bater papo com Alfred Hitchcock, adoraria conversar com Orson Welles...com o Bergman. A gente assiste a muitos documentários sobre essas pessoas. Só que o documentário acaba sendo o olho do documentarista e as pessoas que falam que tiveram relação pessoal ou profissional. Então não tenho um preferido. Eu queria falar com todos eles! (rsrsrsrs) Porque eu amo cinema!

 

22) Se você tivesse um cinema, qual seria o nome dele?

Olha, é complicado. Dependeria muito da cidade que você estaria morando. Se teria patrocinadores ou não, isso tudo influencia. Mas eu procuraria fazer um nome que expressasse liberdade e livre, que ali não teria nenhum tipo de preconceito, amarras, que seria uma coisa de liberdade total de expressão para todos e para todas, para todo mundo. Não seria Cine Livre (até seria legal), mas dependendo da cidade e do patrocinador, eu juntaria as palavras com essa ideia de liberdade, de independência, de autonomia, de que ali você não vai ter gente tentando censurar ou proibir. Que qualquer tipo de filme e formato fosse exibido ali.

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Crônicas de um Cinéfilo Solitário #1 – O Porteiro e o Cinéfilo


Andando com meu cachorro, Nicolas ‘Juca’ Cage pelas calçadas do bairro onde estou passando os longos e intermináveis dias dessa quarentena mundial inesperada, sempre percebo um senhor de bigode volumoso cinza, uniformizado com uma roupa bordada com os dizeres de onde trabalha, sentado em um banquinho, na frente de um prédio, observando e observando. A cada dia que faço aquele trajeto olho para esse batalhador do cotidiano selvagem carioca e penso comigo como que o observar é uma das razões mais simples e inteligentes de entender melhor a vida e seu sentido (se existe algum...).

Para nós cinéfilos, nos alegramos em observar cada detalhe de cada filme, buscando sempre alguma referência aos dias que já vivemos. Dos mais complicados aos mais simples. Por em imensa maioria sermos almas sensíveis e fáceis de sermos conquistados, o nosso banquinho é alguma cadeira com número e letra em qualquer sala de cinema disponível para uma sessão. Dos mais cults até os mais
bobos e repletos de clichês, todo filme te coloca de frente a duas portas: a da razão e outra da emoção. O divertido é sempre entrar em uma, voltar e entrar na outra. Mas nem todos os filmes dá vontade de fazer isso.  


A paralelo do título acontece também quando pensamos na solidão. Sentados em banquinhos ou não, por vezes nos sentimos tão sozinhos, já que o cinema é tão importante para nós mas nem todos entendem isso. Na verdade, é muito difícil entender essa nossa necessidade de assistirmos a um filme, pensar sobre ele e só assim, depois, compartilhar o que pensamos com os outros. Para agradarmos nossos convívios sociais até assistimos filmes que não queremos ver mas sempre com aquela vontade incansável de arranjar um tempo para ver aquele que estamos loucos para assistir.  O porteiro do bigode volumoso também precisa do oásis dele, depois de um dia de trabalho, observar a vida sozinho, um gás, para alguns inusitado, mas que é fundamental para a semana dele.


E o que tiramos disso tudo? A vida é um sopro mas merece ser observada sempre, de uma sala de cinema ou de um banquinho em um fim de expediente. Aprendemos melhor sobre o mundo observando e observando...podem ter certeza!

 

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20/09/2020

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #99 - Daniel Schenker


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.


Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, Mestre e Doutor em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e Bacharel em Comunicação Social pela Faculdade da Cidade. Daniel Schenker é crítico de cinema, um dos famosos bonequinhos do Jornal O Globo, e também crítico de teatro do blog danielschenker.wordpress.com. É autor do livro Teatro dos 4 – A Cerimônia do Adeus do Teatro Moderno (editora 7Letras). É professor de História do Teatro da Faculdade CAL de Artes Cênicas. Integra as comissões dos prêmios de teatro da Associação dos Produtores de Teatro (APTR), Cesgranrio e Questão de Crítica. Fez parte do júri da Fipresci nos festivais de Fribourg, Miami, Montreal e Rio de Janeiro. Integrou os júris da Abraccine nos festivais de Brasília, Gramado e Paulínia.


Obs: querido amigo Dani. Sempre muito bom o bate papo sobre cinema com esse grande adorador da sétima arte. Um grande incentivador das salas de cinema. Sempre o encontro em alguma sala espalhada pela cidade do RJ. Um grande cinéfilo, gente boa, que assiste a muitos filmes semana a semana. As vezes não concordo com alguma crítica dele quando leio às 6as o Jornal O Globo (rsrs) mas há sempre um grande respeito e admiração por esse grande crítico de cinema, referência para muitos de nós cinéfilos.

 


1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Difícil dizer uma só. As salas do circuito Estação e do Espaço Itaú, por permitirem ao espectador o contato com ótimos filmes realizados em diferentes partes do mundo. Mas também gostaria de destacar outras salas: Cine Santa e Cine Joia, que apresentam uma programação variada, voltada para filmes autorais e de pequeno porte, e Ponto Cine, centrada na difusão do cinema brasileiro numa região dominada pela violência no Rio de Janeiro.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

E.T – O Extraterrestre, de Steven Spielberg.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Krzysztof Kieslowski. Gosto muito de sua filmografia, em especial de A Dupla Vida de Véronique.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Limite, de Mario Peixoto. O diretor, bastante jovem na época, revela um domínio admirável das ferramentas cinematográficas.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ter um imenso prazer não só de assistir a filmes como de refletir sobre eles.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possui programação feita por pessoas que entendem de cinema?

Não. Na maior parte das vezes, os cinemas são programados de acordo com os interesses comerciais. Mas também é importante a existência de salas norteadas pela qualidade da programação. Vale, em todo caso, dizer que o interesse comercial e a qualidade não são critérios necessariamente excludentes.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acho que não. As pessoas com um pouco mais de idade são emocionalmente ligadas à atmosfera da sala de cinema. E tenho a impressão de que os mais jovens buscam a sala de cinema para assistir a blockbusters. A grandiosidade da tela permite que se desfrute dos atrativos tecnológicos.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

No Place To Go, de Oskar Roehler, filme excepcional que conta com uma interpretação impressionante de Hannelore Elsner.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não. Por se tratar de um espaço fechado, sem janelas, tenho a impressão de que seria arriscado.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Um cinema contundente e visceral, que tem revelado muitos talentos.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Não há um artista específico. Tenho ampla curiosidade em relação ao cinema brasileiro.

 

12) Defina cinema com uma frase:

É uma arte que, apesar de não ser realizada ao vivo, reverbera no espectador como se tudo estivesse acontecendo no instante imediato diante de seus olhos.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Não lembro de uma história particularmente marcante. Apenas incidentes habituais, como faltar luz no meio da sessão.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Não assisti. Mas, ao que parece, quem assistiu não esqueceu até hoje.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não necessariamente. A inspiração artística pode vir de outras fontes. Mas lamento que haja cineastas que não se interessem como espectadores pela arte que exercem.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

É muito difícil falar em pior filme que vi na vida. Certamente há muitos piores do que esse. Mas fiquei particularmente mal impressionado quando assisti a Duna, de David Lynch.

 

Continue lendo... E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #99 - Daniel Schenker

19/09/2020

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #98 - Diego Freitas


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, diretor cinematográfico, roteirista e editor de filmes, séries de TV e documentários. Da nova geração de cineastas brasileiros que estudam bastante novas formas de produções cinematográficas, Diego Freitas sempre se interessou por narrativas desafiadoras, e um alto potencial estético e emocional. Seu primeiro longa-metragem foi O Segredo de Davi, uma trama repleta de enigmas e com um protagonista serial killer. Em 2019, dirigiu o curta A Volta para Casa tendo a honra de dirigir Lima Duarte. Diego é um grande cinéfilo e conseguimos enxergar muito de referências de lendários filmes em seus projetos.


Obs: Quase que eu distribuí o primeiro filme dele. Tinha o planejamento todo na minha cabeça mas por situações que acontecem acabei não podendo estar presente na equipe que lançou o filme. Desde a primeira vez que falei com Diego percebi o quanto é cinéfilo. Cinéfilo identifica cinéfilo rapidamente. Que o seu amor pelo cinema nos traga sempre filmes ótimos! 

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Gosto muito do Espaço Itaú Pompeia. Ele tem tantos filmes menos óbvios até um belo Imax pra tremer na cadeira.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Obviamente não foi o primeiro mas lembro de ter sido impactado de uma forma absurda quando assisti Cisne Negro. Bati palmas no final da sessão...rsrs

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Lana / Lilly Wachowski - Matrix é pra sempre meu filme favorito de todos.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Um empate entre Central do Brasil e Cidade de Deus. São obras primas.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ter uma postura analítica e sem preconceitos. Adoro ver todo tipo de filme, conhecer o processo, as técnicas, motivações do autor... É viver o cinema de forma mais profunda.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Geralmente não. São pessoas que entendem de lucratividade.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Duvido. Mas que muitos filmes deixarão de passar na tela grande, isso eu aposto.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Bound (Ligadas pelo desejo). Primeiro filme das Wachowski. Imperdível.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Quem tem que responder isso são cientistas e pessoas capacitadas, apenas eles.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

O cinema brasileiro é deslumbrante. Diverso e criativo. Sou fã.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Fernando Meirelles.

 

12) Defina cinema com uma frase:

A maior das artes.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Quando fui ver no cinema o relançamento de Matrix (comemorando os 20 anos) sentei ao lado de um rapaz completamente perturbado. Ele fazia barulhos estranhos, respirava ofegante e se mexia muito. Até que lembrei que em alguma sessão desse filme no lançamento original alguém levantou fogo contra a plateia. Comecei a ficar preocupado e mudei de lugar...rsrs

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

O verdadeiro clássico pop brasileiro!

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Acho estranho. Tem que ver filme pra ter repertório - aprender o ofício. Acho estranho.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Todos os filmes são válidos.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Cabra marcado para morrer.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Além do Cisne Negro, lembro da sala inteira bater palmas no final de Hoje eu quero voltar sozinho - foi lindo. Na verdade, eu me empolgo muito com cinema de qualidade e sempre bato palmas... rsrs

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18/09/2020

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #97 - Eliaquim Junior


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

Nosso entrevistado de hoje é jornalista, curitibano e cinéfilo. Eliaquim Junior escreve sobre filmes desde 2009, já teve um blog, agora tem um perfil no Instagram, o Takes de Cinéfilo (@takes_de_cinefilo). É um apaixonado por cinema, séries e ficção científica. Sua primeira ida ao cinema foi para assistir a Lua de Cristal, e o último filme que viu numa sala foi 1917, e não vê a hora de voltar a ter essa experiência.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

O Itaú Cinemas e o Cine Passeio são as duas salas mais democráticas aqui na cidade, pois unem filmes comerciais com as obras mais independentes, estrangeiras, o Cine Passeio também realiza eventos especiais com convidados nacionais, como diretores, atores, além de workshops.

 

2) Qual o primeiro filme que você  lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Homens de Preto, de 1997, foi o filme que me marcou. Eu já tinha ido ao cinema antes, mas foi esse filme que me fez criar o hábito de ir ao cinema, fiquei maravilhado com a experiência e queria sentir cada vez mais aquela sensação de ser transportado para outros mundos.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Steven Spielberg. Cresci vendo seus filmes, suas aventuras, e aprendendo muito com os valores que ele pregava em suas obras. Contatos Imediatos do Terceiro Grau é o meu filme favorito, não canso de revê-lo. Foi Spielberg que me fez apreciar muito mais a ficção científica, meu gênero preferido, é culpa dele de eu gostar tanto de alienígenas. É um assunto que me fascina. Tenho que dizer que Hitchcock também é um dos meus favoritos.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Saneamento Básico - O filme, do Jorge Furtado.  O que mais gosto no filme é a metalinguagem construída, o fato dos personagens produzirem um filme, do roteiro até a exibição, acho muito educativo e me dá vontade de fazer um filme sempre que o vejo.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ser cinéfilo é extrair de um filme um aprendizado, seja para a vida ou para sua bagagem cinéfila; cinéfilo é aquele que enxerga no filme o que está além da superfície, é um estudioso e um apaixonado pela arte; é quem não vai abrir mão da experiência nas salas de cinemas.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Sim acredito, querem filmes que atraiam o público, é uma prática comercial, mesmo que tais pessoas entendessem de cinema dificilmente optariam por uma programação menos comercial. É preciso unir os dois mundos, agradar o público que quer ver filmes de super-heróis, e o outro que aprecia filmes fora do circuito hollywoodiano.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Não. Assim como os livros que muitos diziam que acabariam, os cinemas nunca acabarão. É uma experiência singular, algo que o streaming não consegue substituir.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Cidade das Sombras, do Alex Proyas, um cult sombrio e esteticamente lindo que tem muitas ideias vistas em Matrix, lançado pouco depois.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Sim. As pessoas se aglomeram de qualquer forma, na praia, no transporte coletivo, ao menos na sala de cinema a distância será controlada, e com o uso da máscara, certamente será um ambiente mais seguro que em muitos lugares. Quem não achar seguro, não vá.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

O nosso cinema está melhor a cada ano. Gosto de como estamos produzindo filmes mais diversificados, experimentando gêneros como o terror, thriller de serial killer.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Daniel de Oliveira. Ele arrebenta em qualquer papel.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Cinema é a arte que revoluciona nosso modo de ver a vida e a nós mesmos.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Não lembro de algum fato inusitado, mas de alguns desanimadores. Por exemplo, no dia em que o funcionário do cinema acendeu as luzes da sala antes do filme acabar, arruinando toda a mágica e imersão. Fiquei muito irritado.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Não vi, não posso opinar rs.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não, cinema é arte, criar arte sugere um ato muito subjetivo e pessoal. O que importa é saber colocar em imagens a história que se deseja contar.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

São tantos, mas a saga Crepúsculo é inesquecível, de um modo nada bom rs.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Não tenho. Assisto poucos. No momento, não tenho nenhum que tenha me marcado.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Já, não consigo me lembrar para qual filme, mas lembro de qual sessão eu não bati palmas enquanto a sala inteira estava efusiva nos aplausos, era a sessão de Bohemian Rhapsody.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Con-Air e A Outra Face são o melhor do cinema de ação dos anos 90, auge do Nic, ele era um ótimo astro de ação.

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17/09/2020

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #96 - Julie Gruppelli


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila e curitibana. Julie Gruppelli tem 23 anos e cursa a faculdade de psicologia. Seu amor por cinema vem desde pequena. Seu pai sempre foi apaixonado por cinema e isso refletiu nas suas memórias afetivas, até hoje ele é sua principal companhia para assistir filmes, maratonar séries e discutir sobre cinema. Depois que começou o curso de psicologia, sua visão sobre os filmes foi transformada e decidiu criar o instagram Psico com Pipoca (@psico_com_pipoca) para poder dividir com as pessoas um pouquinho das análises e das visões que a psicologia pode nos oferecer através das telas.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Com certeza Cinemark, além de ser bem próximo da minha casa, tem uma programação excelente e bem abrangente. 

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra, em 2003. Foi o primeiro filme que eu me lembro de ter visto no cinema, e mesmo criança, eu sabia que o cinema era um lugar que me encantava. 

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele? 

Tenho dois favoritos: Quentin Tarantino com o filme Django e David Fincher com Seven.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Apesar de eu gostar muito de O Auto da Compadecida, escolho um mais recente, Que horas ela volta, por misturar o humor com a crônica dramática. 

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É poder conhecer e ter amor por outras histórias, culturas, pessoas. É ser transformado por cada cena, tentar tirar reflexões de cada filme.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

 

Acredito que não, a programação é feita sendo voltada ao público daquele cinema.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Eu espero que não, de todo o coração. 

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Precisamos falar sobre o Kevin, de 2011.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não, nem pensar. 

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Cada vez melhor, o cinema brasileiro tem crescido em todos os sentidos. Acredito que o que falta é o reconhecimento desse setor. 

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Selton Mello.

 

12) Defina cinema com uma frase:

“O cinema é um modo divino de contar a vida” - Federico Fellini

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema

Eu não me lembro de nada específico, quando o filme começa eu desligo de tudo ao meu redor.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Eu nunca assisti.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo? 

Com certeza sim, acho que ter um conhecimento geral é fundamental. 

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Já assisti alguns filmes ruins, mas não me lembro de um específico.

 

17) Qual seu documentário preferido? 

Eu tenho um amor muito forte por documentários e acredito que minha resposta mudaria a cada semana, mas hoje eu escolho The Mask You Live in.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?   

Já, para alguns, mas tenho vergonha disso. O último foi Coringa. 

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Confesso que eu gosto bastante dos filmes com o Nicolas Cage, mas A Outra Face de 1997 com John Travolta é o meu preferido.

 

 

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16/09/2020

57 filmes de 21 países - Esse é o III ROCK HORROR FILM FESTIVAL! De 17 a 27 de setembro!

Depois de duas edições eletrizantes realizadas nos anos de 2018 e 2019 em algumas salas de cinema do Brasil, o Rock Horror Film Festival chega no dia 17 de setembro para sua terceira edição, dessa vez online. Sua seleção tem 57 filmes de 21 países competindo pelo troféu Calaca Rock nas categorias: Longas Sinistros, Médias Bizarros, Curtas Macabros, Brasil Assombrado, Pílulas de Medo, Documentários Estranhos e Animações Arrepiantes. Além dos filmes, lives de rock e mesas redondas de bate-papo também fazem parte da programação.

Entre os longas em destaque da edição, estão: Celebrity Crush (EUA) dirigido e estrelado por Oliver Robins que foi ator mirim em Poltergeist de Spielberg; Iris (EUA) da diretora estreante Diana Rodriguez e estrelado por Alice Kremelberg (Orange Is The New Black) e Grant MacDermott (Hustlers, Mr. Robot); Possessões (Brasil) dirigido por Tiago Santiago e com grande elenco: Marcelo Serrado, Fernanda Nobre, Antônio Pitanga, Marcos Pitombo; Diablo Rojo (Panamá) da diretora Sol Moreno e estrelado por Carlos Carrasco (Blood in Blood out, Speed); Mareld (Suécia) do diretor Ove Valeskog que participou da primeira edição do festival com Huldra – Lady of the Forest e que mistura documentário e ficção.

 

Celebrity Crush 2 - USA - Longa Sinistro

Na competição de curtas, Mommy’s Little Monster (EUA) de Patrick Green, estrelado por Jenny Pellicer (Puppet Master: The Littlest Reich) e Tate Birchmore (American Princess); Boomslang (EUA) de Trevor Ryan, estrelado por Ryan Vincent (Elizabeth Blue, Stumptown, Blonde) e com a participação de Tricia Rae StahlKey (Glee).

Limbo - Irã - Curtas Macabros


Estreando a competição Documentários Estranhos: Medium (Brasil) de Monica Demes; Sleeze Lake: Vanlife at its Lowest & Best (EUA) de Andrew J. Morgan & Nick Nummerdor e a cópia restaurada do clássico Nosferatu de F.W. Murnau's. Outra categoria nova no festival é Animações Arrepiantes que traz esse ano um punhado de animações inesquecíveis: I See You (Japão), 616 (México), Malakout (Irã) e Gholu (Reino Unido).

Essa edição do Rock Horror Film Festival também tem uma forte presença feminina no cinema de gênero com 13 diretoras no comando de várias produções que valem a pena ser conferidas, além de um recorde de protagonistas femininas, entre vilãs e mocinhas, brilhando na tela.

 

Para saber mais sobre esse festival, acesse o site oficial WWW.ROCKHORRORFILMFESTIVAL.COM

 

Informações sobre as sessões e eventos:

 

SESSÕES DE FILMES

Serão 12 sessões de filmes diárias de 2h de duração com a exibição de diversos títulos. Ingressos 2,50 direto na plataforma: https://bit.ly/2EAQYYh

 

ENCONTROS DE CINEMA

O festival contará com a presença de profissionais de gabarito internacional oferecendo palestras e workshops online em várias áreas como produção, fotografia, direção, atuação, maquiagem, trilha e outros.
Inscrições a partir de R$50,00 no Sympla: https://bit.ly/3gxfV4c

 

MESAS REDONDAS

Mesas com a participação de diretores, atores e convidados. Serão 3 mesas diárias em Espanhol (12h30), Inglês (15h30) e Português (19h30).
Inscrições R$50,00 no Sympla: https://bit.ly/3gxfV4c

 

LIVES DE ROCK

As 12 lives de rock acontecerão no canal do festival. https://bit.ly/3jneUgJ

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #95 - Jefferson Batista


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

Nosso entrevistado de hoje é um cinéfilo de Rio Branco, Acre. Jefferson Batista é graduado em Psicologia, e desde a infância gosta de desenhos, filmes e séries, quando foi crescendo o gosto foi amadurecendo e cada vez mais foi se encantando por histórias mais complexas, e por entender como funcionava o mundo fantástico do cinema. Até que decidiu criar em conjunto com a sua esposa a página no instagram Pipoca com Brigadeiro (@pipocacombrigadeirooficial), (sempre comemos pipoca e brigadeiro quando assistimos qualquer coisa srsrs), e mais recente começou também com um canal no YouTube.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Na minha cidade, apesar de ser capital, só temos uma rede de cinema, que fica no único shopping da cidade, então meio que não temos muita opção e nem critério de comparação, mais ainda bem que tem pelo menos essa.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

O primeiro filme que eu vi no cinema foi Homem-aranha 3, então meio que não vale como experiência positiva, mas o primeiro filme que eu me lembro por ter me impactado foi A.I. Inteligência Artificial, assisti provavelmente com uns 13 ou 14 anos e foi a primeira vez em que eu senti o peso de uma história, com questionamentos como, "o que é vida" ou "o que define a consciência", e eu entendi quais sentimentos e emoções que o cinema pode trazer, e como essa experiência pode ser transformadora.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Difícil responder, gosto e acompanho tantos diretores, mas hoje em dia gosto muito do Christopher Nolan, acho incrível a forma como ele traz assuntos complexos para seus filmes, fazendo o grande público, que está acostumado com Blockbusters, sair do cinema falando sobre viagem no tempo, buracos negros e coisas assim.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

O Auto da Compadecida, eu o assisti diversas vezes desde a infância até hoje, e a cada vez esse filme traz algo novo, mescla magistralmente o humor, drama, críticas sócias, e é um recorte incrível do povo brasileiro.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É ser apaixonado pelo cinema, e tudo que permeia essa arte, sabendo aproveitar todas suas vertentes e gêneros, e com isso acaba vendo elementos em cada obra, que as vezes as outras pessoas não enxergam, é também apreciar a experiência de se assistir a um filme de uma forma única.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não, principalmente aqui na minha cidade, o cinema prioriza o que traz lucro.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Eu espero que não, mas pelo menos no contexto que estamos, acho que vai haver uma diminuição dos números de salas e das ofertas de filme, mas eu ainda acho a experiência de ir ao cinema tão única, que talvez isso possa manter o cinema vivo por muito tempo.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Acredito que o próprio A. I. Inteligência Artificial, apesar de ser um diretor conhecido, eu acho que o filme não chegou no grande público, e é uma história tão incrível, nos faz refletir.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não, pelo menos não aqui no Brasil, como as coisas foram conduzidas, não temos garantias e nem protocolos eficientes que possam garantir a segurança dentro de uma sala de cinema.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

O cinema brasileiro evoluiu bastante no quesito de qualidade e até mesmo competitividade com os filmes estrangeiros, mas eu acho que o pior erro para o cinema nacional é tentar imitar a forma de Hollywood em seus filmes, o cinema nacional precisa trazer sua identidade, seja um filme de comédia ou um drama, tem que ter a cara do brasileiro, com personagens que poderiam ser vistos na rua.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Selton Mello, ele é um ator muito versátil, e os filmes com ele sempre são sutis na forma como trazem a emoção.

 

12) Defina cinema com uma frase:

A imersão na experiência.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Quando eu fui assistir o primeiro Hobbit, eu fiquei com vontade de ir ao banheiro nos primeiros 30 minutos de filme, e ele tem quase 3 horas de duração, uma semana depois fui assistir novamente quando deu 30 minutos de filme, novamente fiquei com vontade de ir ao banheiro, então me desesperei, mas fiquei até o fim do filme.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Nunca vi, mas quero vê só pelo meme.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Acredito que um diretor consegue fazer um filme somente usando as técnicas, mas em qualquer tipo de arte a referência é a bagagem que isso traz, pode pesar bastante.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Difícil dizer, já vi tanto filme ruim, que eu acabo esquecendo dos nomes, e eu costumo fugir daqueles famosos filmes bizarros com violência, sangue morte e histórias esquisitas. (Centopeia Humana).

 

17) Qual seu documentário preferido?

 

Conversando com um Serial Killer: Ted Bundy. Gosto muito de história que falam sobre a mente, e esse documentário mostra tanto os fatos como cria um perfil sobre o criminoso, e é bem completo.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Já sim, algumas vezes, acho interessante quando isso acontece, porque parece que todos ali naquele momento estão conectados agradecendo a experiência.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Cidade dos Anjos. É meio clichê de comédia romântico, mas gosto dele, acho que por causa da mensagem de o quanto as experiências vividas ao lado de quem amamos são importantes.

 

 

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Crítica do filme: 'Breslin and Hamill: Deadline Artists'


A simplicidade da origem do impactante jornalismo nova-iorquino de décadas passadas e as imensas transformações dessa profissão aventureira e ainda pouco valorizada. Buscando resgatar a história marcante de dois dos maiores colunistas de jornais impressos dos Estados Unidos, que escreveram para diversos jornais de Nova Iorque, Jimmy Breslin e Pete Hamill, os diretores Jonathan Alter, John Block, Steve McCarthy conseguem em pouco menos de duas horas passar com bastante informação sobre fatos marcantes da história norte-americana que tiveram os dois jornalistas citados na linha de frente entre público e notícia. Produzido pela  HBO.

Nesse documentário dinâmico, divertido e com uma certa linha sentimental embutida nas histórias que são contadas, conhecemos melhor o trabalho de Breslin e Hamill, dois amigos, que já trabalharam juntos e foram rivais. O primeiro era um grande observador da classe trabalhadora nova-iorquina, com um olhar preciso e sempre em defesa dos negros contra o racismo forte que até hoje existe nos Estados Unidos. Colecionador de inimizades, incluindo grande parte do departamento de polícia de NY, Breslin escrevia em forma de romance colocando sempre sua forte opinião na ponta da caneta. O segundo veio para somar aos olhos dos leitores com pensamentos elegantes e firmes, sem formação acadêmica e dono de um texto fantástico, Hamill gostava mesmo era de ser editor e entre suas histórias, amores com Shirley MacLaine e Jacqueline Kennedy.

Em diversas partes o documentário nos coloca ponto de vistas de quem estava próximo da história, como nas mortes de John Kennedy e depois de Bobby Kennedy, esse último era grande amigo de Hamill. O relato de Hamill sobre o atentado às torres gêmeas é algo intenso e profundo. O foco na maior parte do tempo é o debate sobre a transformação do jornalismo norte-americano, a saudade é imensa de como era uma redação nas décadas de 70/80/90, todos os entrevistados indicam isso. Para quem curte documentários e jornalismo é um prato cheio!

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Pausa para uma série: #12 - Away


A solidão dos laços de família e o equilíbrio de mentes brilhantes buscando o brilhantismo em busca de um alvo nunca alcançado pela humanidade. Lançado nesse início de setembro pela Netflix, Away é um seriado que nos mostra cinco astronautas de países diferentes que possuem um único desejo e objetivo: conseguir pousar em marte. Seus conflitos, suas escolhas e quem deixam para trás, principalmente em torno da vida da capitã da expedição interpretada pela duas vezes ganhadora do Oscar de Melhor Atriz Hilary Swank (ótima no papel), contornam os intensos episódios.  É um drama profundo disfarçado de sci-fi. Destaques para as interpretações de Josh Charles e Talitha Eliana Bateman.

Rodado em sete meses na cidade de Vancouver, Away conta a história de Emma Green (Hilary Swank) uma mulher guerreira, inteligente, mãe que treinou a vida toda para ser astronauta. Sua grande chance finalmente chega e lhe é designada para ser a comandante de uma inédita expedição com quatro outros astronautas que irá pousar em Marte. Casada com o engenheiro da NASA Matt (Josh Charles) e com a filha Alexis (Talitha Eliana Bateman) chegando na adolescência, Emma precisará equilibrar bem suas escolhas já que ficará alguns anos fora longe da Terra. Além dos conflitos intensos e tensos dentro da aeronave, Emma precisará ser esposa e mãe, mesmo que a distância.

Há complexos paralelos quando pensamos em emoções familiares e paradoxos perceptíveis do melhor estilo homem x humanidade. O primeiro é o recheio de uma grande parte dos arcos dos episódios, o foco na maior autoridade dentro da nave se completa com boas subtramas dos outros personagens. Parece que cada episódio de alguma forma é dedicado à algum desses bravos astronautas rumo a uma viagem inédita na corrida espacial. Sobre os paradoxos, pontos interessantes em buscarmos argumentação chega muitas vezes como explicação, quase uma desculpa, dos porquês das escolhas deles estarem ali naquela situação, a favor de um bem maior para a humanidade.  

Alguns podem reclamar do ritmo, lento mas com ótimo grau de detalhes e nunca se tornando maçante. Os pequenos elementos são na verdade peças para decifrarmos um pouco o elaborado panorama emocional criado, remodelado, construído e descontruído. É uma boa série. Redonda. Com boas reflexões sobre relacionamentos.

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