31/10/2020

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #157 - Matheus Pannebecker


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Porto Alegre. Matheus Pannebecker é jornalista e crítico de cinema. Desde 2007, atualiza de forma ininterrupta o site Cinema e Argumento (www.cinemaeargumento.com), de autoria própria. Também é membro da Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul, pós-graduado em Influência Digital: Conteúdo e Estratégia e responsável pela comunicação do Cinematógrafo Cineclube. Ao longo da carreira, já trabalhou com assessoria de imprensa, produção de conteúdo e gestão de relacionamento, atendendo clientes e projetos na área da cultura e da educação, como os cursos de pós-graduação da PUCRS Online, onde foi responsável pela gestão de relacionamento de professores brasileiros e internacionais. Em assessoria de imprensa, acumula sete edições do Festival de Cinema de Gramado, tendo participado da elaboração de conteúdos oficiais, da cobertura como repórter, do atendimento à imprensa e da construção de estratégia do evento. Também já produziu e apresentou um programa semanal sobre cinema na Rádio Mínima, comandada pelo premiado cineasta José Pedro Goulart.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Considerando os cinemas de shoppings, meu favorito é, sem dúvida, o Espaço Itaú de Cinema, do Shopping Bourbon Country, pois tem uma boa quantidade de salas e alia desde lançamentos mais comerciais até filmes menores, mais independentes e autorais. Fora do circuito dos shoppings, Porto Alegre tem poucas, mas excelentes opções de cinemas de calçada. Duas das minhas opções favoritas são a Cinemateca Capitólio e o Cine Bancários, ambas localizadas no Centro Histórico e com curadorias que fogem da grande agenda de lançamentos, apresentando trabalhos de diferentes gêneros e nacionalidades, além de diversos clássicos e raridades. 

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Na época, eu não tinha essa dimensão, mas hoje sei que a animação Tarzan, de 1999, tem um lugarzinho muito especial na minha memória afetiva de iniciação cinéfila, inclusive porque assisti ao filme no saudoso cinema Baltimore, um clássico do bairro Bom Fim, onde moro até hoje em Porto Alegre. 

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Confesso que varia muito e não sei se consigo cravar um nome só. Tem dias que sinto saudades imensas da humanidade de Mike Nichols e de Eduardo Coutinho. Em outros lembro da identidade tão singular e marcante de Pedro Almodóvar. Mas, se for para escolher um nesse momento, acho que não tem erro citar Paul Thomas Anderson, que sempre me impacta de maneiras diferentes, da estética ao roteiro. É um verdadeiro mestre, e realmente não consigo escolher entre, por exemplo, Magnólia, Boogie Nights e O Mestre. 

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

 

Central do Brasil, que acredito também ser o filme brasileiro favorito de muitos. Para mim, é uma história inesquecível sobre dois personagens extremamente humanos e que, ao atravessarem o Brasil juntos, enxergam um país tão repleto de mazelas (e eventuais belezas) quanto eles próprios.  Não só o longa de Walter Salles sobreviveu ao tempo como se agigantou ainda mais com ele. Sigo sabendo de cor toda a carta de Dora, que é de uma beleza fulminante, e logo já caio em lágrimas toda vez que ouço as primeiras notas da trilha assinada por Antonio Pinto e Jaques Morelenbaum. É um clássico para a vida toda.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Entender melhor a vida e a mim mesmo ao embarcar em outras histórias. Ser cinéfilo é um eterno aprendizado.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não. Aqui em Porto Alegre, tenho a sensação de que apenas as salas localizadas fora de shoppings contam com programação feita por pessoas que não só entendem, mas gostam de cinema.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acho que não. Nada substitui essa experiência coletiva.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Escolho um que muita gente já viu, mas que, ao meu ver, não é lembrado nem reverenciado da maneira como merece: Koyaanisqatsi - Uma Vida Fora de Equilíbrio, um documentário hipnotizante, fora dos padrões e incrivelmente atual, mesmo depois de quase 40 anos.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

É uma questão que se tornou bastante complexa nos últimos tempos e que é ainda mais complicada aqui no Brasil, onde não enfrentamos e, ao que tudo indica, nunca enfrentaremos a pandemia com unidade e disciplina. Sigo, no entanto, com a mesma opinião de sempre: toda circunstância suscetível à aglomeração deve ser inviabilizada, o que inclui a abertura das salas de cinema, infelizmente.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Do que já acompanhei como espectador de cinema até agora, estamos na nossa melhor fase.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Com O Animal Cordial e A Sombra do Pai, além de curtas como A Mão Que Afaga, Gabriela Amaral Almeida se apresentou, para mim, como uma das mais surpreendentes, corajosas e instigantes surpresas do nosso cinema nos últimos anos. Não vejo a hora de conferir seus próximos trabalhos.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Tem uma citação de A Invenção de Hugo Cabret que gosto muito e que fica ainda mais bonita na versão original em inglês: "Movies are our special place. It's like seeing dreams in the middle of the day".

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Não lembro exatamente de uma história, mas o que sempre acho inusitado é ver pessoas saindo na metade de um filme porque claramente foram assisti-lo sem pesquisar o mínimo sobre ele, no pior sentido dessa afirmação. Afinal, seria mesmo A Casa Que Jack Construiu o filme ideal para um programa romântico no sábado à noite, por exemplo? Não custa dar uma lida pelo menos na sinopse, né?

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Quando foi homenageado em Gramado, Lázaro Ramos disse que, se pudesse voltar no tempo, faria tudo igual em sua carreira, inclusive Cinderela Baiana. Acho que isso diz tudo.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

 

Pode, assim como você pode se aventurar em qualquer outra profissão sem necessariamente ser apaixonado por ela. Já tive colegas jornalistas que sequer gostavam de escrever! Vai entender. O problema é que, no final das contas, a paixão por aquilo que se faz é o que diferencia um profissional do outro.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

A última aquisição do meu arquivo de experiências mais traumáticas é um forte candidato: Cats. Dispensa comentários.

 

17) Qual seu documentário preferido?

E tem como não citar Eduardo Coutinho? Jogo de Cena é eterno.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Várias vezes, já que isso é uma tradição no Festival de Cinema de Gramado, evento onde trabalhei durante quase dez anos. Mas, para respeitar o valor dessa reverência, sempre bati palmas somente para aqueles filmes que realmente gostei no Festival. Nunca por mera formalidade.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Cito dois dos meus pequenos favoritos: O Sol de Cada Manhã e Os Vigaristas.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Leio mais críticos do que site de críticas. Nesse sentido, tenho uma dupla brasileira que considero indispensável: Luiz Carlos Merten e Isabela Boscov.

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30/10/2020

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #156 - Wilton Novaes


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Fortaleza. Wilton Novaes estuda cinema a cerca de 10 anos. Atualmente faz breves indicações e resenhas no Instagram (@falawilton_) e no Youtube. Ambas as mídias são voltadas para o cinema de gênero (Terror, Horror e Suspense), segmentos dessa arte no qual tem grande admiração.

 

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Espaço Unibanco de Cinema.

É um cinema de rua voltado para produções que fogem do “mainstream”, como cinema nacional, latino, europeu, entre outros segmentos.

Além disso, o ambiente e o público é muito interessante e isso faz com que o local me agrade bastante.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Minha primeira experiência com o ambiente “cinema” foi com Esqueceram de Mim 2.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Martin Scorsese.

É difícil dizer qual o melhor filme dele pra mim - até mesmo porque ele já nos entregou obras memoráveis.

Mas como é apenas um filme, vou de; Taxi Driver.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Cidade de Deus.

Além de “inovar” no quesito montagem e narrativa. É um filme que diante do nosso contexto social, ele é cada vez mais atual.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ser cinéfilo pra mim é admirar histórias e transformá-las em sentimentos e ideas.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Depende da “praça” que o cinema está situado.

Cinema de Shopping, tende na grande maioria das vezes focar em produções que geram lucros mais fáceis, como os próprios "blockbusters".

Diferente de outras salas de artes, que fazem questão de explorar um cinema mais autoral e que não tão conhecido - comercialmente falando. 

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Pergunta difícil.

Converso constantemente com amigos referente a isso, principalmente por causa dessa pandemia que acelerou muitos processos de consumo.

Atualmente as plataformas streaming estão investindo pesado nesse segmento e isso está deixando alguns estúdios um tanto preocupados, pois eles não sabem até que ponto isso pode prejudicar a ida nas salas de cinema.

Mas não acho que o “habitat” cinema acabe. Pode reduzir as salas e os locais, mas o ato de ir ao cinema nunca terá um fim.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Brilho Eterno de uma Mente sem Lembrança.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Meu lado emotivo, diz que sim. Mas como não sou virologista, não consigo mensurar como isso pode ser prejudicial para todos.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Excelente, principalmente o cinema de gênero que está crescendo muito de uns anos pra cá.

Nós temos no quesito narrativa - tirando as comédias nacionais, um dos cinemas mais ricos do mundo. Pena que muita gente ainda acha que cinema nacional se limita aos “pornochanchadas” e a comédia. Em resumo: preconceito.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Tem alguns.

Mas ultimamente estou acompanhando a Leandra Leal.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Cinema. A Mentira mais satisfatória.

Esse é um “slogan” que sempre uso em alguns projetos.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Nunca presenciei nada de anormal no cinema.

Apenas brigas por causa da falta de educação das pessoas.

Mas isso é mais do que normal, não é mesmo? rsrs

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras…

Nunca assisti e não pretendo.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Sim. Não somente para entender qual a ideia e o sentimento que essa arte pode gerar nas pessoas, como pela influência e experiência de campo que você precisa ter para construir uma história.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Não me recordo.

Afinal, sensações e experiências ruins tendem a ser esquecidas com maior facilidade.

Mas eu acho que qualquer filme (independente de qual seja) tende a passar algo - seja simples ou complexo, por isso não acho que exista um filme inassistível.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Não costumo assistir documentários.

Mas gostei muito de; Fahrenheit 9/11.

Michael Moore faz você ter uma outra ótica do que foi o atentado as duas torres no dia 11 de setembro de 2001.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Várias vezes.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Nicolas Cage é um ótimo ator. Ele só escolhe filmes errados e sai da linha em alguns momentos. rsrs

Mas gostaria de citar dois se for possível:

Despedida em Las Vegas e Joe.

Ambos muito bons.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Gosto muito do Plano Crítico e do Cinema em Cena.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #155 - Jô Laps


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de Blumenau. Jô Laps tem 50 anos (mas mente de 27). Jornalista formada pela Universidade Federal de Santa Catarina, por 20 anos trabalhou na editoria de cultura de dois importantes jornais catarinenses e hoje atua como freelancer. Sempre foi apaixonada por cinema e desde 2009 produz conteúdo para blogs sobre o tema. Sua terceira e atual aventura nesta área é o blog/IG @cinematograficas, espaço onde dá dicas de filmes e séries. Tem um gosto bem eclético e curte tanto filmes-cabeça quando superproduções de heróis. Cinema, para ela, é mais que passatempo, é uma necessidade.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Acredito que seja o Arcoplex por, eventualmente, abrir espaço para produções fora do circuito (como no Festival Varilux de Cinema Francês). Mas a diversidade é um problema por aqui. Normalmente nos três cinemas da cidade (temos ainda GNC e Cinépolis), a programação é praticamente a mesma e não chegam muitos filmes fora do circuito.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

O Campeão, de Franco Zefirelli. Eu tinha 10 anos na época e lembro de ter ficado surpresa por ver todo mundo saindo do cinema aos prantos.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Difícil escolher um só, admiro vários, mas vou de Quentin Tarantino (com Pulp Fiction) e Tim Burton (com Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas).

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Impossível não responder Cidade de Deus. O motivo é que é perfeito, do roteiro à fotografia, das atuações desconcertantes à trilha sonora. De encher nosso peito de orgulho. Já assisti mais de 10 vezes e sempre me surpreendo.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É uma necessidade. Respiro cinema. Acordo e vou dormir pensando em filmes. Sonho com cinema também. É algo que, sem dúvida, faz a minha existência mais feliz.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Creio que não. A programação segue o apelo popular. Por aqui, pelo menos, raramente estreia algo fora do grande circuito.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Espero que não. Mesmo com tantas opções de streaming, nada se compara à magia da sala escura e da tela grande.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

A Grande Beleza, do Paolo Sorrentino. É belíssimo!

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Bom, já abriram em várias cidades no momento, mas acho muito arriscado. Eu, pelo menos, por mais saudade que esteja sentindo, não vou pagar para ver.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Acho que estamos nos reinventando, encarando novos gêneros e saindo do lugar comum. O problema, a meu ver, é que só as comédias acabam se destacando nas bilheterias.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Vou ser obrigada a citar dois: Selton Mello e Rodrigo Santoro.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Seguem duas:

“Quanto mais velho eu fico, mais vejo os filmes como milagres”, Steven Spielberg.

“Cinema é a fraude mais bonita do mundo”, Jean-Luc Godard.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Uma cena inusitada foi ver várias pessoas saindo da sala antes da metade de Blade Runner 2049. Ok que o filme é longo e um tanto contemplativo, mas desistir assim fácil?

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Não assisti, mas estou chegando à conclusão de que perdi uma obra-prima, é isso?

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não necessariamente. Acho que um diretor precisa antes de mais nada dominar a técnica, mas creio que ter boas referências contribua para que o trabalho fique melhor.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Um Copo de Cólera. Achei chatérrimo. Foi o único filme que me fez sair do cinema no meio da sessão.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Desculpa, mas vou citar dois de novo: One Strange Rock (tem cenas incríveis) e What Happened, Miss Simone?, sobre a insuperável Nina Simone. Ambos da Netflix.

 

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão? 

Em Vingadores: Guerra Infinita.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Adaptação, do Spike Jonze, sem dúvida. Mas gosto muito dele também em Os Vigaristas, do Ridley Scott, e em Vício Frenético, do Werner Herzog. Na real, sou fã do cara, mas ultimamente está difícil defendê-lo.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Omelete e IMDB são indispensáveis.

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29/10/2020

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #154 - Queops Negronski


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Recife. Queops Negronski, fã do horror e suas vertentes desde sempre. Discute tudo o que vê e lê com as vozes que lhe habitam a cabeça. Aos quinze anos fez seu primeiro curso de cinema. Entre várias outras coisas, foi cineclubista, participou de curtas-metragens, foi membro fundador do Toca o Terror (site pernambucano especializado especializado no gênero) e fez parte da equipe de criação da série Fãtásticos (ainda não exibida). Tentou curso superior duas vezes, mas as supracitadas vozes sempre o convenceram de que o melhor para ele era ficar em casa vendo filmes, lendo livros/gibis/revistas e ouvindo música. Coisas da vida. É um dos criadores do instagram @meufilmedodia .

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Cinema da Fundação/Cinema do Museu, esses gêmeos siameses. Gosto porque percebo respeito não apenas à arte em si, mas também aos seus frequentadores e frequentadoras, procurando sempre exibir filmes de qualidade e fora da curva dos multiplexes. Se bem que caiu no meu conceito porque em plena pandemia reabriu as portas, então o respeito que eu disse que a sala tinha por seus frequentadores acabou. Uma pena. Quanto à qualidade do que exibe, são sem dúvida as melhores salas da cidade.

 

2) Qual o primeiro filme que você  lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Super-Homem (1978), de Richard Donner.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Não tenho apenas um diretor de cinema favorito (ou livro, ou banda, hq, etc), pois é uma decisão injusta dado o leque de excelentes opções oferecido, mas, posso citar cinco cujos trabalhos me instigam a continuar a ser fã do que vejo nas telas grandes e pequenas: George Romero, José Mojica Marins, Werner Herzog, Petter Baiestorff, Andrei Tarkovski, Ida Lupino, Lucrecia Martel, Juliana Rojas, John Carpenter... A princípio, escolhas que parecem díspares, mas todos eles possuem uma assinatura única em seus trabalhos... eu poderia falar de outros e outras, mas aí não teríamos uma entrevista e sim, um livro.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Eles não Usam Black Tie (1983, de Leon Hirszman), curiosamente, um filme oriundo de uma peça teatral. Amo-o pelas verdades inquestionáveis que mostra em seu brasil autêntico de uma maioria fodida que almeja viver melhor enquanto os donos do poder tem ao seu dispor aparelhos de repressão estatal e social para manter o status quo. Amo de com força e recomendo muitíssimo.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É alguém que coloca o cinema como cartão de visitas da própria existência. Me orgulho muito de ser reconhecido como tal.

 

6)  Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não mesmo. O que rege as salas de cinema são as leis de mercado, se os programadores acham que vão lucrar com aquele filme, oito das dez salas dos shopping centers vão exibi-lo e os dois restantes estarão lá pelo mesmo motivo.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

A impressão que tenho é de que estão trabalhando para isso, os preços dos ingressos impedem, por exemplo, que uma família composta de pai, mãe e dois filhos frequente as salas, fora isso, a comodidade dos serviços de streaming são inegáveis, mesmo que a qualidade oferecida por algumas plataformas para mim deixe a desejar. Pessoalmente eu torço que não, caberá ao tempo responder.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Vampyr (1932), de Carl Theodor Dryer.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não, pois o cinema deve ser lembrado como escape de emoções e gerador de alegrias, não faz sentido aglomerar pessoas num espaço fechado quando grassa no mundo uma doença mortal que é transmitida pelo ar.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

 

Excelente desde sempre, o problema é que o circuito exibidor dá mais espaço a filmes genéricos formando assim um público que acredita que o cinema brasileiro é feito exclusivamente desse tipo de produção, o que não é verdade. Porém, cabe ao público garimpar mais seus próprios interesses, deixar de ser regido pelos interesses das distribuidoras e descobrir quão rico é o cinema produzido no Brasil.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Rodrigo Aragão.

 

12) Defina cinema com uma frase:

“Cinema é a melhor diversão”, do Grupo Severiano Ribeiro, para mim é imbatível.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Cine Art Palácio, final da década de 1980 na tela, Rambo 3 (com Sylvester Stallone). Senti um clima estranho, público estava exaltado além da conta, alguns assentos de poltronas voando e gritaria nervosa. Assim que o filme acabou nem esperei pra ver os créditos finais (coisa que sempre faço) e fui embora. No outro dia li nos jornais que a sessão seguinte foi um festival de horrores onde a turba, ensandecida, destruiu parte do cinema, tendo a Polícia Militar ter que ser chamada para acalmar os ânimos.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Nunca vi, não posso opinar.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Da mesma maneira que existe o “político técnico”, aquele que manja das burocracias e não entende nada do povo, é possível que existam esses diretores e diretoras sim, eu é que não entendo-lhes as existências. Pra mim é como um escritor que não gosta de ler: não faz sentido. Mas, como eu disse antes, é possível que essas criaturas existam e se existem, deveriam ser estudadas e virar tema de documentário/série e teses universitárias, talvez até criar uma espécie de zoológico para que o público possa vê-las de perto e comprovar-lhes a existência. Enfim, sendo a humanidade o que é, podem existir mesmo esses espécimes mundo afora.

 

 16) Qual o pior filme que você viu na vida?

“O Brasil de 2016 pra cá”, roteiro alucinado com plot twists impensáveis estrelado péssimos atores e atrizes com diretor muito além da incompetência.

 

17) Qual seu documentário preferido?

O Ato de Matar (2012), de Joshua Oppenheimer.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Sim, como homenagem e respeito aos profissionais envolvidos na produção. Há quem ache desnecessário, cago-lhes nas cabeças.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Mandy (2018), de Panos Cosmatos.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Confesso que não acompanho sites religiosamente, se a notícia me interessar, clico no link, vou lá e leio.

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28/10/2020

Crítica do filme: 'Pari'


A dúvida é o preço a se pagar quando não enxergamos novos caminhos. Até onde você iria para encontrar um filho desaparecido? Co-produção Grécia, França, Holanda e Bulgária, Pari, resumidamente é uma incursão sob sentimentos, perda, dúvidas, tristes situações acopladas, abaladas, por uma falsa sensação de sabedoria sobre o mundo. Escrito e dirigido pelo cineasta iraniano Siamak Etemadi, acompanhamos uma dolorosa busca incessante pelo paradeiro do filho da protagonista que acaba sendo testemunha de diversas transformações, lutas e situações de um submundo num país com costumes diferentes do dela. Destaque para a grande atuação da atriz alemã/iraniana Melika Foroutan.

Na trama, acompanhamos a saga de Pari (Melika Foroutan), uma mulher iraniana de costumes rígidos que viaja com o marido Farrokh (Shahbaz Noshir) para a Grécia para se encontrar o filho. Chegando no destino, o filho não está lá para recebê-los, e assim, sem pistas nenhuma, com um inglês arranhado mas destemida, andando de manhã, tarde e noite, as dúvidas dão lugar as incertezas enquanto ao seu redor, uma cidade em constante transformação e luta se rebela.


Onde ele está ou o que houve com ele? Na trajetória da sofrida personagem principal, muitos dramas a aguardam pelo caminho, não somente o principal em descobrir o paradeiro do seu filho. Passando por situações nunca antes pensada, Pari é introduzida por meio de acontecimentos ou diálogos sobre a situação hoje dos imigrantes (um recorte europeu atual), a um movimento jovem anarquista, a questões de sobrevivência em um submundo sem escrúpulos. Aos poucos vai descobrindo que o universo é muito maior que a sua própria bolha. A cada nova saída que encontra percebemos a angústia de resolver logo a situação. A expressão no olhar da protagonista em cada momento de tensão é algo impactante.

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Crítica do filme: 'Mães de Verdade'


Mesmo não tendo luz nos meus olhos, vou te encontrar onde estiver. Um incrível e puro relato sobre mães e as escolhas que fazemos ao longo de nossas vidas, uma das maneiras de enxergarmos esse belíssimo trabalho de Naomi Kawase é dessa forma, mas só quem é mãe pode sentir toda a força desse filme. Asa ga Kuru, no original, é um poderoso e envolvente drama alinhado por uma perfeita harmonia de duas óticas, reunidas por um emblemático ponto de interseção. Há uma melancolia quase indecifrável, como se a emoção transbordasse buscando deixar tudo um pouco mais interpretativo para o espectador. A condução da direção de Kawase é uma das mais belas dos cineastas atuais.


Na trama, conhecemos Satoko (Hiromi Nagasaku) e Kiyokazu (Arata Iura), um apaixonado casal, com ótima condição financeira que vivem seus dias na busca de ampliar sua família. Porém, quando descobrem que um deles é impossibilitado de terem biologicamente um bebê, resolvem procurar uma agência de adoção. Ouvindo relatos de todos os lados, dúvidas, incertezas e as condições para adotar batem o martelo e assim conseguem um recém nascido para adotar. O tempo passa e uma situação acontece: a mãe biológica da criança os procura. Assim embarcamos em uma história com dois lados. 

 

Exibido nos festivais de Toronto e San Sebastián, Mães de Verdade mostra os dois lados de uma adoção: os dramas, conflitos e escolhas. Consegue ser delicado e sensível para tratar desse tema complicado.  Há uma sutileza e respeito enormes para contar essa história sobre duas mulheres que representam muitas outras. O roteiro, baseado na obra homônima de Mizuki Tsujimura, é profundo e consegue passar ao público, ao longo dos 140 minutos de projeção uma metáfora linda entre as forças da natureza e as emoções.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #153 - Andrea Loureiro


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevista de hoje é cinéfila, de Recife. Andrea Loureiro, é psicóloga e psicopedagoga. Tem sólida experiência na área de recursos humanos, mas hoje trabalha em home office. Começou a assistir filmes e séries intensamente no final do ano passado, ficou apaixonada. Sabendo disso, amigos e familiares começaram a pedir frequentemente indicações, daí teve a ideia de criar o Instagram @filmesforfun em 4 de junho 2020 com o objetivo de compartilhar e ajudar com as escolhas, dicas, opiniões e noticias sobre o mundo do cinema. Para ela, está sendo prazeroso, sempre há trocas de experiências, feedbacks, mais seguidores e indicações.  

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

É o Cinemark que fica no Shopping Riomar, em Recife. Além do conforto e localização, são exibidos filmes atuais com qualidade de imagem e som.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Foi o filme Os Embalos de Sábado à Noite. Fui ao cinema assistir esse filme, com classificação 16 anos, e o que aconteceu? Fui barrada porque tinha não tinha a idade. Mas, na época foi tanta conversa que acabei assistindo e achando tudo lindo e maravilhoso.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Não tenho um diretor favorito, gosto de bons filmes com boas histórias e mensagens. Mas quero homenagear meu conterrâneo Guel Arraes, que dirigiu brilhantemente o filme O Auto da Compadecida, do grande Ariano Suassuna.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

O Auto da Compadecida. Porque é uma comédia que conta a história de João Grilo e Chicó, no sertão nordestino, mostrando e valorizando a cultura, religião e os bordões.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É amar tudo o que se relaciona ao cinema.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acredito que entenda em parte, mas o foco maior é financeiro porque percebo que os cinemas que frequento se preocupam em exibir lançamentos.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Espero que isso não aconteça. Na minha opinião o cinema deveria rever seu proposito, principalmente porque hoje há no mercado diversos serviços e ofertas de streaming. Então, deveria levar em consideração o custo vs beneficio dos ingressos para atingir novos frequentadores e criar novas forma para atrair.

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

O filme é Mucize (milagre). É um filme Turco que se passa anos 60. Ele é baseado numa história real belíssima e comovente, que mostra a força do amor pela profissão PROFESSOR, pelo ser humano, pela educação e inclusão social.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

As salas de cinema deveriam reabrir após a vacina contra a covid-19, porque é um local fechado, tem aglomeração e nem todas as pessoas fazem a sua parte, apesar das recomendações.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Na minha opinião o cinema brasileiro atualmente teve uma melhora significativa, com sucesso de bilheteria de alguns filmes, mas acredito que precisa ser mais valorizado.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Tem uma atriz que dou boas gargalhadas, que é a Ingrid Guimarães.

 

12) Defina cinema com uma frase:

É uma viagem de conhecimentos e emoções.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Assisti um filme que na sala só tinha uma pessoa, EU.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Não assisti e nem tenho curiosidade.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Acredito que o cineasta, quando escolheu a profissão, é porque tem paixão pelo universo dos filmes, então penso que um bom diretor deveria ser um cinéfilo.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

No momento lembro do filme Hot Rod - Loucos Sobre Rodas, que é sobre um aspirante de dublê.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Vou citar dois. O primeiro é O Dilema das Redes, que traz um tema bem atual, que todos nós sabemos que faz mal, mas não queremos enxergar. Profissionais da área de tecnologia fazem um alerta sobre os impactos da rede social em nossas vidas. O segundo é o documentário que levou dez anos para ser concluído - Pai, Filho, Pátria. Conta a história real de Brian, um pai que depois de ser gravemente ferido no Afeganistão retornou para casa. Mostra a jornada de sacrifícios, amor, perda em busca da redenção dele e de seus dois filhos.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Sim, para alguns filmes, que considerei uma boa historia.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

O filme que acho lindo é Um Homem de Família. Esse filme tem uma história cativante, reflexiva e com espirito natalino.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Sempre leio os seguintes sites: IMDb, Rotten Tomatoes, porcorn e blog Hollywood.

 

 

 

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Crítica do filme: 'Nuestras Madres'


As profundezas de um mar sem fim. Em seu primeiro longa-metragem de ficção, o cineasta Cesar Diaz brilha intensamente trazendo ao público uma trama profunda e honesta sobre o acaso reencontrando memórias de tempos muito difíceis. Impactante e com bastante reflexões sobre o sofrimento vivido por muitos dos personagens, o projeto relembra um tempo onde o sofrimento não parecia ser a verdade. A melhor forma de definir esse belo trabalho é que são os contrapontos das gerações buscando respostas de tempos tristes. Atemporal, para nunca esquecermos tudo que se passou. Nuestras Madres é uma Co-produção Guatemala, França e Bélgica, foi o indicado pelo último a ser seu concorrente ao Oscar 2020 de Melhor Filme Estrangeiro.


Na trama, conhecemos o jovem Ernesto (Armando Espitia), antropólogo forense do IML da Guatemala, um dos responsáveis de encontrar corpos de pessoas desaparecidas em tempos da ditadura. Certo dia, encontra a indígena e de vida simples Nicolasa (Aurelia Caal) e acaba descobrindo através do relato dela com fotos e fatos a possibilidade de identificar o seu pai que nunca conhecera. Assim, procurando vencer os obstáculos da burocracia e apoiado pela mãe Cristina (Emma Dib) que foi presa durante 6 meses pela polícia militar guatemalteca sendo estuprada todos esses dias, Ernesto luta pelas suas respostas e a de muitos outros.


Os mortos estão mortos, embora não saibamos onde estão. A violência de uma ditadura impiedosa, uma dor que não tem fim. Durante a fase da burocracia para consegue acessar as ossadas, o protagonista se depara com um departamento consumido pelo achismo, duvidando de alguns relatos pois há um pagamento do governo para as vítimas. As subtramas, como os excelentes diálogos com sua sofrida mãe dão a esse projeto uma profundidade tamanha, chegando a emocionar os corações mais sensíveis. Há uma sensibilidade com uma dor que gera uma mistura muito forte de sentimentos. Um filme impactante que merece ser visto.

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27/10/2020

Crítica do filme: '1986'


A sobrevivência em um lugar onde o passado ainda deixa fantasmas. Escrito e dirigido pelo cineasta alemão Lothar Herzog, 1986, longa-metragem da Bielorrússia (país europeu sem saída para o mar) não deixa de ser um alerta mundial de como são as coisas nesse país pós-soviético. Seguindo a trilha de um drama vivido por uma jovem que vê seu mundo desmoronar com a prisão do pai, o projeto apresenta muitas críticas a situação de uma região praticamente esquecida pelo mundo.


Na trama, conhecemos, Elena (Daria Mureeva), uma estudante da faculdade na cidade de Minsk que possui um relacionamento complicado, por vezes obsessivo com seu namorado Viktor. Muito ligada ao pai, meio que seu mundo desmorona quando esse vai preso por transações ilegais. Assim, para ajudar sua família a protagonista precisará assumir os negócios do pai que consiste em transportar caminhões para zonas proibidas próximas de onde aconteceram a tragédia de Chernobyl. Mas nada será fácil.


Pena que o roteiro, com uma linha temporal confusa, prejudica demais o andamento da trama que busca um olhar sobre os impactos que continuam em países pós-soviéticos décadas após o acidente na famosa usina nuclear. A personalidade complicada da protagonista, que vai desde uma eterna crise em seu relacionamento até seu gosto pela fotografia e também para um destino/ necessidade em encontrar seu próprio caminho através de uma solidão pensativa que a leva ter coragem para os obstáculos que enfrenta, é passada com muita leveza pelo destaque na atuação de Daria Mureeva.

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Crítica do filme: 'Eeb Allay Ooo!'


Nunca demonstre medo. Nunca olhe nos seus olhos. Dirigido pelo cineasta Prateek Vats, com roteiro assinado por Shubham, o longa-metragem indiano Eeb Allay Ooo! que faz parte da seleção da Mostra de SP 2020, é um filme simples que tenta mostrar muito de um povo tendo como plano de fundo um rapaz desesperado e quase perdido no mundo em seu novo e peculiar emprego. Uma das graças do cinema é nos levarmos para situações, profissões, culturas que jamais tínhamos ouvir falar. Eeb Allay Ooo! tem esse mérito.


Na trama, conhecemos Anjani (Shardul Bharadwaj), um rapaz boa praça, que está desemprego e mora quase de favor com a irmã que está grávida e o marido dela que é da guarda municipal. Certo dia, Anjani consegue um emprego, mas nada será fácil, pois o novo trabalho dele é o de espantador de macacos, esses que cismam em estragar situações em Nova Deli. Inventando as formas mais inusitadas possíveis para espantar os animais, já que possui um medo forte deles, o protagonista precisará enfrentar várias dificuldades em busca de sobrevivência em uma cidade enorme em população mas sem oportunidades para todos.


As subtramas não possuem muita força, talvez pela falta de profundidade. O foco é no protagonista que parece nunca alcançar um clímax ou algo que o faça se descontruir, a mesmice é uma marca forte, deixa a vida o levar como uma correnteza, sem direção, como se não tivesse o que fazer. O longa-metragem, vale mesmo é pelo desfile cultural, e uma ótica detalhista em alguns momentos sobre problemas básicos que enfrentam os indianos, principalmente a grande concorrência para fazer qualquer coisa que dê lucro. Pode-se dizer que esse é um retrato atemporal, um recorte contemporâneo para problemas de décadas.

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Crítica do filme: 'Uma Relação Delicada'


Ninguém mexe nas memórias do passado. Dirigido pela cineasta Linda Dombrovsky, Pilatos, é um filme húngaro que aborda uma relação conturbada entre mãe e filha. Com muitos méritos, usa do Simbolismo como referência ao tempo, principalmente, até mesmo, reflexões em forma de metáforas com curtos flashbacks sobre épocas passadas vividas por essa família. Delicado, com harmônicos arcos (Terra, Fogo, Água e Ar), o filme possui duas atuações destacadas: Ildikó Hámori e Anna Györgyi. A trama é uma adaptação do livro homônimo da autora húngara Magda Szabó.

Na trama, conhecemos Anna (Ildikó Hámori), uma senhorinha de vida simples que acaba de perder o marido. Tentando achar uma solução para não deixar a mãe sozinha, sua filha Iza (Anna Györgyi), uma importante médica, resolve levar a mãe para morar com ela. Isso acaba gerando uma série de problemas por conta da distância e diferente entre as duas, mesmo sendo mãe e filha. Há iminências de um conflito por todos os arcos.


Parece uma peça filmada, o ritmo se baseia na belíssima condução dos personagens. Há uma melancolia em todo canto nos menos de 80 minutos de projeção. Uma batalha emocional das memórias contra uma filha autoritária que parece desconhecer a trajetória simples de seus pais. Com diálogos profundos, a difícil tarefa de dizer adeus ganha luz nas visões de Anna, e um desfecho emblemático surge com diversas respostas que podem ser dadas para tal. Um filme simples e profundo. Um bom trabalho.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #152 - Karina Oliveira


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de Manaus. Karina Oliveira, tem 22 anos. É criadora do Instagram @entusiastadecinema.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Frequento bastante Playarte Manauara, por ser mais perto da minha casa, tem uma ótima estrutura e excelente atendimento.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Madagascar, eu tinha uns 7 anos e nunca imaginava como era um cinema e quando, na primeira vez, que eu fui para uma sala de cinema eu fiquei encantada e já queria ir de novo, chamava minha família e amigos pra ir junto (chamo até hoje) hahahaha.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Christopher Nolan - A Origem e Batman: O Cavalheiro das Trevas

Quentin Tarantino – Bastardos Inglórios.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Bacurau, não tenho palavras para esse filme. Épico, um hino de filme. Fico tão feliz ganhando vários prêmios, merecidíssimo.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É amar a sétima arte. Não é só assisti um filme e sim, entender sua mensagem, discutir e apreciar.

 

6) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Eu acredito que não, porque estar dentro de uma sala de cinema é diferente de assistir dentro da sua casa, é uma experiência única.

 

7) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

O Escândalo.

 

8) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Selton Melo e Rodrigo Santoro.

 

9) Defina cinema com uma frase:

Cinema é um modo divino de contar histórias. – Federino Fellini.

 

10) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Em 2017, eu tinha 19 anos e fui sozinha pro cinema assistir Jogos Mortais: Jigsaw (o filme era para maiores de 18 anos), e pensei: tudo bem, já sou maior de idade. Cheguei na bilheteria e eles pediram para ver meu RG pra comprovar minha idade, demorou um pouco para analisarem meu documento e já estava achando estranho, porém consegui e paguei o ingresso. No meio do filme, dois funcionários do cinema pediram para eu sair da sala, pois pensavam que eu tinha menos de 18 (tinha cara de novinha) e falei que não, eles perguntaram onde estavam meus pais e se eu estava sozinha. Então, eles pediram todos os meus documentos, RG, carteira de habilitação, ingresso (gente, guardem o ingresso até o fim da sessão, pois podem pedir se acontecer algum imprevisto). Por fim, só perdi uns 10 minutos de filme, porém deu tudo certo e fiquei na sala de cinema mesmo.

 

11) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não, contando que tenha um bom conhecimento e que não faça de qualquer jeito.

 

12) Qual o pior filme que você viu na vida?

365 Dias.

 

13) Qual seu documentário preferido?

Investigação Criminal.

 

14) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Claro, quando vi Aladdin, Vingadores: Ultimato, Bohemian Rhapsody...

 

15) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

A Outra Face.

 

 

 

 

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #151 - Pablo Regis


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Campos dos Goytacazes. Pablo Regis, tem 24 anos, apesar de não ter nenhuma formação na área, é apaixonado por cinema desde que se entende por gente, ao longo do tempo o seu amor por filmes foi crescendo cada vez mais e passou a entender mais sobre o assunto, não tem ideia de quantos filmes já viu na vida, mas sabe que já foram muitos, por isso criou a página Uma Boa Dose Cinema (Instagram @boadosedecinema), na qual expressa o seu amor pela 7° arte, colocando críticas e dicas de variadas obras cinematográficas.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Não tenho uma específica.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Réquiem para um Sonho.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Martin Scorsese - Os Infiltrados.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Cidade de Deus, pela realidade nua e crua da história, filme original, corajoso e muito bem dirigido.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É qualquer pessoa apaixonado por filmes em sí, sem se prender a gênero e atores.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acho que não, o foco deles são em filmes pipoca, nos quais atraem um público popular, alguns sucessos de crítica, muitas vezes nem chegam aqui no Brasil.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acredito e torço que não, por mais que os serviços de streaming estejam vindo com tudo, nada supera a magia das telonas.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Os Donos da Rua (Boyz n the Hood) - 1991

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não, para mim saúde vem em primeiro lugar, mas se voltar que seja atendendo todas as medidas de segurança.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

O Cinema Nacional vem se reinventando, mesmo com poucos recursos, vem sendo produzidos bons filmes, Bacurau é um exemplo positivo.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Wagner Moura é um artista que eu gosto muito.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Cinema é mergulhar em um mundo de infinitas possibilidades.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Uma mulher que armou uma briga generalizada porque reclamaram que ela estava tirando fotos com flash do filme.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Um filme que marcou o cinema nacional, pelos motivos errados.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não necessariamente, se ele tiver domínio do que estiver fazendo e for um profissional competente, não precisa ser cinéfilo.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

A Viagem de Gulliver.

 

17) Qual seu documentário preferido?

For Sama.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Sim, recentemente quando assisti Joker.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Con Air, um filme de ação bem divertido.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Adorocinema.

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26/10/2020

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #150 - Sabrina Perdigão


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de Belo Horizonte. Sabrina Perdigão, mineira, de 33 anos, estudante de Psicologia e apaixonada por cinema, música e gatos. É a criadora do instagram @animaiscinefilos .

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Cine Belas Artes. No Cine Belas Artes nós temos mais opções de assistir filmes alternativos ou independentes, como preferir chamar. Não que eu não aprecie filmes mais comerciais, longe disso, mas nas salas de cinema dos shoppings, por exemplo, filmes como O Farol, de Robert Eggers, não entrou em cartaz.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

O primeiro filme que assisti em um cinema mesmo, que foi Batman: O Retorno, de Tim Burton. Lembro de ter ficado encantada com tudo, não somente com o filme em si (em especial, a mulher gato interpretada por Michelle Pfeiffer, rs), mas também pelo tamanho da tela, das luzes inteiramente apagadas, do silêncio que as pessoas faziam para apreciar o filme...

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Pergunta difícil... Eu tenho vários diretores e diretoras favoritos, é difícil apontar só um(a). Mas A Chegada, de Denis Villeneuve e A Bruxa, de Robert Eggers, são filmes que com certeza estão no topo da minha lista. Acho que cada diretor e diretora tem suas peculiaridades, desta forma, me encontro totalmente incapaz de apontar uma única pessoa.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Bicho de Sete Cabeças, de Laís Bodanzky. É um filme que retrata a realidade vivida nos manicômios brasileiros de maneira crua e tocante. O trabalho de preparação de elenco é excepcional, especialmente de Rodrigo Santoro, que interpreta Neto, o protagonista do filme. Ademais, saúde mental é um tema que sempre me desperta atenção. Sem contar a importância que esse filme foi para a política de saúde mental no Brasil.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Pode ser clichê minha resposta, mas cinéfilo, para mim, é alguém completamente apaixonado pela sétima arte e que não consegue viver sem ela, como no meu caso, rs. Não consigo me imaginar não podendo ver filmes e, portanto, não me emocionando com eles, aprendendo com eles, refletindo, enfim...

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não. Porém, não acho um demérito "não entender de cinema", até porque, o cinema também é entretenimento. Cinema também é uma maneira apenas de fugir um pouco da realidade, de se divertir sozinho ou com seus amigos e familiares. E, pensando melhor na pergunta, acredito também que o entendimento é subjetivo, principalmente por se tratar de arte, e eu creio que a arte é muito mais interessante quando ela é sentida e experienciada. No final, o que conta é o impacto que uma obra causa em cada um.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acredito que não. Assim como falaram que os livros impressos acabariam e não acabaram. Acho que o cinema vai continuar sendo esse espaço especial onde iremos buscar ter experiências. Quando surgiram as locadoras diziam que o cinema acabaria, agora, com os serviços de streamings dizem o mesmo, mas não acredito na extinção das salas de cinema, não.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

O recente The Assistant, de Kitty Green.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não. Absolutamente!

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Acho que produzimos um cinema de muita qualidade que infelizmente não é valorizado pelo próprio público brasileiro. Para além de filmes comerciais, podemos conferir obras que abordam questões sociais de nosso país de extrema relevância, e isso realmente me orgulha muito. Mas também vivemos um tempo de obscurantismo, onde a arte, os artistas, estão sendo cada vez mais marginalizados. Porém, é de brilhar os olhos e de aplaudir de pé a resistência de nossos artistas.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Wagner Moura.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Paixão.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Minha mãe chorando ao assistir Titanic. Ela é dessas pessoas que se faz de durona, mas diante de um filme, raramente consegue segurar a emoção, rs.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Não assisti, não sou capaz de opinar, rs.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não. Acredito que é preciso ser um bom contador de histórias e ter domínio dos elementos cinematográficos.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Qualquer um com o Steven Seagal.

 

17) Qual seu documentário preferido?

A 13ª Emenda, de Ava DuVernay.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Não que eu me lembre.  

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

A Outra Face, de John Woo.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Não costumo ler muitos sites de cinema... Vez ou outra, leio algumas críticas em sites aleatórios.

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