08/07/2021

O que achei do filme: 'Pedro e Inês'


Nesse vídeo, Raphael Camacho analisa objetivamente o filme português 'Pedro e Inês'.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #468 - Jacqueline Peruzzo


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de Brasília. Jacqueline Peruzzo tem 34 anos. Publicitária e a produtora Audiovisual. Embora hoje trabalhe com redes sociais, seu trabalho sempre esteve ligado à produção de vídeo. Na faculdade o amor pelo cinema realmente aflorou e fez parte de um grupo que fazia curtas. Chegaram a ganhar alguns prêmios até. Seu primeiro trabalho depois da faculdade foi em um canal de televisão. Lá passou pela maquiagem até produção de programas ao vivo. Depois trabalhou em produtoras até ter a sua, trabalhando com eventos e vídeos comerciais. Hoje trabalha com redes sociais e cria conteúdo sobre filmes e séries na sua página pessoal.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Me mudei para Brasília durante a pandemia então ainda não consegui explorar as salas.

 

2) Qual o primeiro filme que você  lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Bem novinha, vendo sessão da tarde. Quando assisti A Princesinha (Alfonso Cuarón) e O Jardim Secreto (Agnieszka Holland) mergulhei em um mundo de fantasia que me tocou profundamente. 

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Nossa, tenho alguns. Sofia Coppola (Encontros e desencontros), Tarantino, Almodóvar… Ultimamente ando apaixonada pelo trabalho da Chloe Zhao.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Que horas ela volta? e Bacurau. O primeiro pela sensibilidade, o segundo pela ousadia. Ambos sendo um retrato fiel do Brasil.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ser apaixonado pelo cinema e ter essa paixão como um passa tempo.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não. Existe um grande dilema pq o cinema é arte mas também é mercado, grana e infelizmente a grande maior parte dos cinemas está preocupado com a receita e exibe seus filmes com base nos que podem trazer o mesmo. Não atoa que os cinemas que exibem filmes mais artísticos geralmente tem um público bem reduzido.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Se depender de mim, nunca! Rs. Acredito que o público pode diminuir com a chegada das plataformas de streaming mas não vai acabar.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Crepúsculo dos deuses. A nova geração ficaria espantada com a riqueza de muitos filmes clássicos.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não. Bora vacinar primeiro, depois por a cerva pra gelar, a carne na brasa rs. Tá passada?

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Excelente! Um cinema rico, representativo e belo. Pena que ainda pouco valorizado entre nós.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Kleber Mendonça filho. De ator acho o Irandhir Santos incrível em tudo. Selton Melo e Wagner Moura também sempre me chamam a atenção para os trabalhos.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Cinema pra mim é um mergulho no onírico para pensar a realidade.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Um amigo foi pro cinema logo depois do trabalho. Naquele dia tinha levado sua marmitinha mas acabou almoçando outra coisa e o pote com a comida ficou na mochila. Enquanto entravamos na sala, ele tropeçou em alguma coisa e foi pro chão. Foi pode pra um lado, talheres pra outro e grãos de arroz para todo lado.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Hahaha nunca vi.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Precisar talvez não, mas com certeza enriquece. Não só para dirigir mas em todos os processos. Ser cinéfilo é ter bagagem, referência e isso é com certeza pode ser muito proveitoso.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Dos últimos tempos, 365 dias. Além de extremamente problemático, é muito, muito ruim! Precisei ver para uma discussão em um podcast e foi sofrido.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Elena da Petra Costa é lindíssimo e me tocou muito. Paris is burning é um documentário fundamental também.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Hahaha provavelmente. Mas prefiro uma experiência no coletivo mais silenciosa.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Adaptação.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

adorocinema.com.  Mas tenho mais habito de acompanhar por canais do YouTube.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Telecine, Prime Video, Netflix e Mubi.

 

 

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07/07/2021

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E se, cinéfilos?! - #1 - Chaves virando remake norte-americano


Mês passado houve um boato, ou pelo menos algo parecido. E se o famoso seriado Chaves realmente ganhasse um remake norte-americano e fosse comprado por algum famoso canal de streaming que existe por aí? Quem seriam os intérpretes dos personagens? Será que mudaria muito uma visão norte-americana de um clássico mexicano? Vamos brincar de faz de conta? Segue com a gente!


Produzido pela Televisa e criado pelo genial artista e roteirista Roberto Gómez Bolaños, Chaves foi criado a partir de uma pequena esquete escrita por Bolaños, onde uma criança discutia com um vendedor de balões em um parque. No início da década de 70, um roteiro completo (a criação da famosa vila) e mais personagens foram criados, sendo logo em seus primeiros meses um enorme sucesso de audiência, ganhando distribuição para muitos países da América Latina. Sua primeira exibição no Brasil aconteceu somente na década de 80, mais precisamente em 1984 e de lá pra cá nunca mais saiu dos corações de muitas gerações que aprenderam a amar esses carismáticos personagens e seus inúmeros episódios de cerca de 20 minutos.


Mas como seria um remake de Chaves nas mãos de um grande Showrunner, de um diretor competente do mercado norte-americano? Vamos ler abaixo o que esse criativo criador de pensamentos cinéfilos imaginara:

 

Showrunner

Para começo de conversa, o nosso imaginativo remake precisa de um Showrunner. Para quem não sabe, esse cargo é ocupado pela pessoa responsável pelo andamento da série, que mantém o comando do que está acontecendo, muitas vezes o próprio criador da série.

A escolha certa seria: Chuck Lorre.

O nova-iorquino de 68 anos é produtor, escritor, diretor e até compositor. No seu currículo sucessos enormes como: Two and a Half Men e The Big Bang Theory, duas das mais emblemáticas séries de comédia da história contemporânea da televisão norte-americana. Conseguiria montar uma estrutura fantástica e muita criatividade nos roteiros para fazer a vila de Chaves bastante badalada em Hollywood.

 



Chaves

O protagonista. Um menino orfão que morava em uma casa da vila mas cismava em ficar quase todo o dia dentro do barril. Em nosso remake, como na versão original, um adulto é o intérprete dessa criança. 


O escolhido foi: Diego Luna. O talentoso ator mexicano que esteve em diversas produções como: Rogue One: A Star Wars Story e Elysium, inclusive participou de outro clássico dos anos 80: Carrossel (a versão original!), seria a escolha certa para o papel e se perceberem tem uma certa semelhança com o personagem original.

 







Seu Madruga


Um dos personagens mais badalados de todo o seriado. O vizinho que não paga aluguel, pai da Chiquinha e que foge quando o assunto é emprego. Talvez o personagem mais desafiante de interpretar tamanha identificação do público com seu intérprete original. Para tal missão, precisamos de um artista muito talentoso e que tivesse um enorme carisma em cena. Em nosso remake, o escolhido foi o ator mexicano que já até concorreu ao Oscar de Melhor Ator, Demián Bichir






 



Chiquinha

Filha de Seu Madrugada, arruma mil e uma confusões ao lado de seus amigos Chaves e Quico. Sofre bastante com o estilo de vida de seu pai (um preguiçoso que não quer trabalhar). Para interpretá-la precisa ser uma artista que venha a surpreender. Em nosso remake, como na versão original, um adulto é o intérprete dessa criança. 


A escolhida foi: Selena Gomez. A atriz e cantora texana teria em Chiquinha o grande desafio de sua carreira.

 




Quico

Um personagem mimado pela mãe Dona Florinda que sempre arranja altas confusões com seu melhor amigo Chaves e sua vizinha Chiquinha. Em nosso remake, como na versão original, um adulto é o intérprete dessa criança. 


O escolhido foi: Rob Schneider. O ator californiano tem inúmeras comédias no currículo e pode encontrar o tom de comédia certo para esse personagem.

 

 






Dona Florinda

Uma personagem complicada, que varia de humor constantemente. Viúva, não possui tolerância quase que nenhuma com seu vizinho Seu Madrugada, se irrita com as trapalhadas de Quico, seu filho e Chaves. Seu momento de paz emocional parece ser quando entra pela porta da vila o professor Girafales, seu grande amor.

Em nosso remake, a escolhida foi a versátil atriz Laura Linney


Essa artista nova iorquina de carreira brilhante tanto no cinema quanto no universo das séries, é o nome certa para essa complexa personagem.

 






Professor Girafales

O grande amor de Dona Florinda e o professor de toda a turma. Um romântico e adorador de sua profissão. Esse personagem, é mais complexo do que imaginamos, é um homem culto que busca no amor sua grande razão de viver. Para tal, é preciso de um ator experiente e bastante eclético. 


Em nosso remake, o escolhido foi: Richard Jenkins. Esse ator de teatro, cinema e televisão daria um show nesse papel.

 








Seu Barriga


O dono da vila. O homem que passa de vez em quando para recolher os aluguéis e tem uma enorme dificuldade em encontrar o Seu Madruga! É o pai do Nhonho. Para esse papel, que precisa ter uma mistura de rigidez e ternura, o escolhido para nosso remake foi o ator: Michael Peña. 

Rosto conhecido pelos adoradores da Marvel por interpretar um personagem no longa-metragem Homem-Formiga. Um dos seus grandes papéis fora ao lado de Jake Gyllenhaal no filme Marcados para Morrer. Ele também vai viver o vilão principal da adaptação em live-action do clássico desenho Tom e Jerry. Um ator versátil que mescla humor e parte dramática com maestria.

 





Dona Clotilde


Também conhecida como a Bruxa do 71. É uma viúva que vive sozinha na casa ao lado da Dona Florinda. Possui uma enorme paixão pelo Seu Madruga (que não quer nada com ela). A garotada da vila inventa inúmeras histórias sobre ela. Para interpretá-la em nosso remake, uma artista fantástica, britânica, foi a escolhida: Maggie Smith.

 









Pópis



É a prima do Quico, não fazia parte do elenco inicial mas ganhou algumas participações ao longo dos episódios, principalmente nos focados nas aulas do professor Girafales. Em nosso remake, como na versão original, um adulto é o intérprete dessa criança. A escolhida foi:  Laura Linney (novamente). A explicação é lógica, no original a intérprete de Dona Florinda é a mesma que a de Pópis (que possui apenas algumas poucas aparições, como já mencionado).

 







Nhonho


No início com aparições curtas depois entrando no elenco principal, Nhonho é o filho de seu barriga, um mimado e aplicado aluno que tem amizade com todas as crianças da vila.  Em nosso remake, como na versão original, um adulto é o intérprete dessa criança. O escolhido foi: Jack Black. O famoso ator californiano já participou de diversos projetos infanto-juvenis como o novo Jumanji, Escola do Rock, entre outros. Seria uma acertada escolha para esse papel.






 



 


E aí cinéfilos? O que acharam? Concordam? Mudariam algum nome? Comentem! J

 

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Memórias do Nosso Joia - Breno Guimarães


'MEMÓRIAS DO NOSSO JOIA'.

Vários frequentadores do Cine Joia Copacabana enviarão depoimentos por vídeo ou texto que serão postados nas minhas redes sociais e no meu blog ao longo de semanas. Essa foi uma forma que encontrei de relembrar histórias e homenagear esse cinema tão lindo que não existe mais. Nesse depoimento, o amigo, cinéfilo e cineasta, Breno Guimarães. Viva o Joia! Viva o Cinema! #memoriasdonossojoia #cinejoia #cinejoiacopacabana
#cinema 

 
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Crítica do filme: 'Hava, Maryam, Ayesha'


As possibilidades das próprias escolhas. Escrito e dirigido pela cineasta Sahraa Karimi (primeira e única mulher no Afeganistão que tem um doutorado em cinema), o drama Hava, Maryam, Ayesha nos mostra as dificuldades da liberdade de escolha dentro de uma cultura que ainda é presa a costumes que deixam as mulheres em total segundo plano, principalmente quando pensamos sobre família. Atento aos detalhes ligados a esses costumes, o roteiro navega na história de três mulheres de classes sociais diferentes mas que possuem uma mesma questão: todas estão grávidas e precisam fazer escolhas que podem chegar ao mesmo lugar. Representante do Afeganistão no Oscar de 2020 de Melhor Filme Estrangeiro, o projeto  parece até certo ponto três curtas-metragens mas suaves pontos de interseção acabam dando muito sentido a mensagem que o filme objetiva.

Na trama, conhecemos três mulheres de faixas etárias diferentes e que vivem situações familiares complicadas. Hava (Arezoo Ariapoor) é casada, está grávida do primeiro filho, cuida da sogra e do sogro, vive com o marido machista, acomodado. Infeliz, se abraça na sua fé esperando dias melhores. Algo desperta dentro de sua razão quando o marido, em uma noite de farra com os amigos, não a leva ao hospital. Maryam (Fereshta Afshar) é uma mulher forte e decidida. Jornalista, apresentadora de telejornal, uma das poucas mulheres que falam inglês na emissora que trabalha. Está passando por momentos difíceis no campo emocional após o recente término com o ex, um homem que a traia frequentemente dentro dos sete anos de união deles. Buscando forças dentro dessa parte triste de sua vida, acaba descobrindo que está grávida. Ayesha (Hasiba Ebrahimi), a mais velha de cinco irmãos, está com o casamento arranjado com o primo, sem poder escolher seu pretendente. Ela está grávida de um ex-namorado que a abandonou quando soube da possibilidade da gravidez, busca a ajuda de uma amiga e assim conseguir dinheiro para realizar um aborto antes de se casar.


Há vários pontos de reflexão e todos giram em torno de questões sobre a mulher nos dias atuais no Afeganistão, país conhecido pela rigidez nos seus costumes e que praticamente anula quase todas as possibilidades de um papel preponderante da mulher seja na sociedade, seja na família. Cada uma das protagonistas nos mostram um ponto de vista, quase um recorte contemporâneo sobre muitas situações hoje em dia vividas nesse país tão distante do nosso. A questão do aborto chega para concretizar a liberdade de escolha, seja ela de maneira clandestina, escondida, ou até mesmo de peito aberto como uma certeza, no caso da forte jornalista.  


Primeiro filme independente do Afeganistão totalmente filmado em Kabul com diretora, atores e atrizes que vivem no Afeganistão e exibido no Festival de Veneza no ano de 2019, Hava, Maryam , Ayesha tem estreia confirmada nos cinemas brasileiros no dia 08 de julho.


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When in Venice - O que achei desse filme?


Nesse vídeo, Raphael Camacho analisa objetivamente o filme 'When in Venice'.

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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #467 - Duda Neves


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa entrevistada de hoje é cinéfila, de São Luis (Maranhão). Duda Neves tem 20 anos. É estudante do curso de Comunicação Social – Rádio e TV na UFMA e desde pequena é apaixonada por cinema. Sua mãe é produtora, então sempre a acompanhou nos sets de gravação, por isso tomou gosto e hoje em dia seu sonho é trabalhar com cinema fora do Brasil.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Eu gosto bastante do Kinoplex no Golden Shopping Calhau, porque é mais vazio e tem salas VIP. A programação dos cinemas aqui em São Luís normalmente é a mesma, às vezes muda um ou dois filmes.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Não lembro muito bem qual momento eu percebi que amava ir ao cinema. Desde pequena vou ao cinema e sempre tive essa sensação de ser um lugar mágico, acolhedor e aconchegante. Acho que sempre me senti meio que em casa dentro do cinema.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Eu sou bem indecisa kkkk. Acho que nunca completei a filmografia de algum diretor, mas sou muito fã dos filmes do Wes Anderson! Amo como ele constrói e desenvolve as suas histórias como se todas fizessem parte do mesmo universo. Fico encantada com a quantidade de detalhes – tanto em termos de arte quanto em termos de roteiro – e com a precisão com que ele grava as cenas. O meu filme favorito dele é O Grande Hotel Budapeste, porque foi o primeiro filme dele que assisti.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e por quê?

Gostaria de conhecer mais do cinema nacional. Quero/preciso assistir mais filmes nacionais. Por enquanto o meu filme nacional favorito é Bacurau. Eu gosto muito de como Bacurau critica a “americanização” brasileira, o esquecimento e a exclusão da população marginalizada através de uma distopia, que parece muito com a nossa realidade.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ser cinéfilo é amar a sétima arte! Ter sede de filmes! Querer entender para além da superfície de um filme.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não. Precisamos entender que para além de uma arte, o cinema também é uma indústria, e é uma indústria que movimenta bilhões no mundo todo ao ano. Acredito que quem cuida da programação dos cinemas muitas vezes, se não todas as vezes, pensa mais no quesito econômico do que cultural. Por exemplo, blockbusters como os filmes da Marvel, eles acabam ocupando um grande número de salas de cinema pelo sucesso que fazem.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acredito que não. Espero que não kkkk! Nada se compara a sensação de assistir um filme no cinema!

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram, mas é ótimo.

Fora de Série da Olivia Wilde. Eu assisti outro dia e me acabei de rir!! Achei muito bom! Uma comédia coming of age que foge do romance clichê do ensino médio, com personagens muito interessantes, diversificadas e bem desenvolvidas.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Aqui em São Luís a vacinação está bem avançada, ao menos a primeira dose. Acho que o cinema podia reabrir daqui uns três ou quatro meses, considerando um cenário otimista. Além do mais, aqui os bares e restaurantes já estão abertos e funcionando com uma capacidade considerável de pessoas, o que pra mim não faz sentido, já que esses lugares facilitam a transmissão do vírus. Acho que no cinema tem como controlar melhor o número de pessoas em uma sala.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Acho que o cinema brasileiro tem um grande potencial de crescimento! Temos bons atores e profissionais da área competentes. Histórias para serem contadas também não faltam. Falta investimento! Além disso, o público brasileiro está acostumado a consumir aquelas mesmas comédias nacionais, filmes muitas vezes estereotipados, com enredos simples e personagens caricatos, o que dificulta a aceitação de filmes com outras propostas.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Eu gostava muito do trabalho do Paulo Gustavo, ainda gosto. Mesmo que fosse algo muito caricato e estereotipado, eu me divertia bastante com os filmes e shows dele.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Brincar de faz de conta.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Eu nunca presenciei nada de diferente em uma sala de cinema. Mas, toda vez que vou ao cinema assistir algum filme de uma franquia famosa, tipo Os Vingadores, Star Wars, Jogos Vorazes, é uma experiência única! Porque o pessoal grita, chora, ri alto, é uma energia muito boa! Tá todo mundo dividindo aquelas emoções e isso torna a experiência muito mais divertida e gostosa.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Nunca assisti :/

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo? 

Acho que o desejo de uma pessoa em se tornar um diretor de cinema vem do contato com o cinema e com os filmes. Acredito que todo diretor de cinema deve ter decidido por essa profissão por ter se encantado com um filme ou vários filmes. Não vou afirmar que é imprescindível que um diretor seja cinéfilo porque restringiria muito, e não acredito que as coisas sejam tão simples assim, tão preto no branco. Mas acho que para dirigir um filme você precisa ter conhecimento sobre cinema, planos, enquadramentos, ângulos, direção de atores, roteiro, fotografia, e por aí vai.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Eu não sei te dizer qual o pior filme que eu já assisti em toda a minha vida, porque não lembro de todos os filmes que já assisti. Mas, tem um filme que eu acho muito ruim, ele é uma adaptação de uma fanfic, se chama “After”. É aquela clássica história da menina que se apaixona pelo bad boy, só que as interpretações não são boas e o roteiro nem se fala. 

 

17) Qual seu documentário preferido? 

Admito que não assisto tantos documentários quanto deveria, mas se tivesse que escolher um entre os que eu já assisti, gosto bastante de Absorvendo o Tabu. É um filme necessário, que busca fazer esse movimento de acabar com o “medo”, a “vergonha” e o “julgamento” ao se tratar do ciclo menstrual.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?   

Não lembro de já ter batido palmas, mas já chorei e gritei muuuuitoo em sala de cinema!! Quando eu tinha uns 10 anos eu fui assistir o filme do Justin Bieber no cinema com as minhas amigas, eu me acabei de chorar, de cantar, me levantei da cadeira pra dançar a última música, gritei, sorri. Quando eu sou muito fã de um filme ou de uma franquia eu sempre me emociono ou me desespero enquanto assisto o filme kkkkk.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu? 

Assisti pouquíssimos filmes do Nicolas Cage, mas lembro que gostava bastante de A Lenda

do Tesouro Perdido.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Eu não acesso tantos sites de cinema, mas sigo muitas páginas de cinema no Instagram. A que eu mais acompanho é a @cinemacomcritica, do crítico de cinema maranhense Marcio Sallem.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes? 

Depende muito do que eu quero assistir, mas acho que o serviço de streaming que eu mais uso ainda é a Netflix.

 

Continue lendo... E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #467 - Duda Neves

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #466 - Andrei Ferreira


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Itabaiana (Sergipe). Andrei Ferreira tem 26 anos. É aluno de Cinema & Audiovisual da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e estagia no Instituto Federal de Sergipe como Videomaker desde 2019. Estagiou como editor de vídeos durante 2 anos na TV UFS. Ele já dirigiu 3 curta-metragens, e trabalhou na equipe de fotografia de diversas produções publicitárias, cinematográficas e de eventos. Além disso, organizou a Mostra M1nuto em 2019. Fundou e produz o Festival Internacional de Cinema de Itabaiana, o 1º Festival de Cinema do Interior de Sergipe.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Aqui em Itabaiana, só temos um espaço de exibição de cinema, então meio que não temos escolha. Mas como eu viajo bastante para Aracaju, quando eu posso, assisto filmes por lá, por ter mais filmes com a opção de legendado.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Tem vários filmes que me marcaram durante a minha vida, mas tem uma história em especial que é com A Lista de Schindler. Esse filme, eu assisti pela primeira vez com 14 anos de idade, para um trabalho do colégio em que a professora de História dividia a turma em grupos para discutimos sobre algum momento histórico através de filmes, nesse foi a 2º Guerra Mundial. Lembro que eu quando eu acabei de assistir A Lista de Schindler com meus colegas, nos mantemos em silêncio por vários momentos na sala de estar. Esse filme me marcou de uma forma naquele momento que acredito que me influenciou até para me tornar um ser humano melhor e passei acreditar fielmente no cinema como uma poderosa ferramenta histórica e de educação.

 

Obrigado, Jacilia.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Irmãos Coen. O Grande Lebowski.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Edifício Master, porque se tem uma obra que reflete a identidade nacional é esta. Eduardo Coutinho foi genial nesse filme em diversos aspectos e na delicadeza de contar todas aquelas histórias da forma mais imparcial, hoje se discute tanto sobre representatividade no cinema, pois bem Eduardo Coutinho fez isso no inicio do século. Nunca conheci uma pessoa sequer que assistiu Edifício Master e não se identificou com ao menos uma daquelas histórias.

5) O que é ser cinéfilo para você?

Ser cinéfilo é amar o cinema e gostar de assistir filme independente de gênero cinematográfico ou qualquer outro requisito. É ter o cinema como parte de sua vida, e do seu dia-a-dia.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Acho que a minoria possuí uma curadoria com pessoas que realmente estão dedicadas ao cinema como arte e amam o cinema como arte, as programações das salas de cinema são feitas muito mais no sentido mercadológico que artístico aqui no Brasil.

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acho muito difícil, assim como os livros, o vinil, os dvds e por aí vai, não acabaram. Não vejo as salas tendo um fim; afinal é uma experiência única, e até o momento não existe nenhuma forma de reproduzi-la de outra forma.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram, mas é ótimo.

Culpa, é um filme dinamarquês, é o único longa do Gustav Moller, mas que mostra a força do cinema escandinavo em inovar e mostrar belíssimas histórias. É um filme que trabalha bastante o som em Voice Over nas cenas, o trabalho sonoro desse filme é uma aula de cinema, literalmente. Além disso, a atuação do Jakob Cedergren contribui para a experiência sensitiva e ambientalizada que esse filme quer passar.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Obviamente, não. Quando uns 80% da população estiver vacinada, pode se começar a pensar a voltar a ir para as salas de cinema.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

O Cinema brasileiro sempre foi um cinema altíssimo nível, e que trabalhou com baixíssimos orçamentos desde sempre, mas que através da criatividade dos nossos cineastas, nós entregamos obras importantíssimas e que o mundo inteiro admira.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Vou citar dois, Kleber Mendonça Filho e Leo Tabosa.

 

12) Defina cinema com uma frase:

Cinema é o retrato da vida dos mais afortunados.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Uma vez, o filme começou e as luzes permaneceram ligadas. E ninguém que foi pedir pra desligarem, daí, eu desci lá de cima da sala, e eu mesmo desliguei as luzes, porque eu sabia onde ficava os botões manuais, kkk. Quando eu voltei pra sala, as pessoas achavam que eu trabalhava no cinema, kkkkk.

 

14) Defina ‘Cinderela Baiana’ em poucas palavras...

Nunca assisti, perdoem, kkkk.

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Não precisa. Mas pra ser um grande diretor precisa não só ser um grande cinéfilo, mas também lê bastante.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

A Quinta Onda.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Free Solo.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão? 

Já sim, várias vezes.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Adaptação.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

AdoroCinema.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Netflix.

 

Continue lendo... E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #466 - Andrei Ferreira

06/07/2021

Memórias do Nosso Joia - Valério Fonseca


'MEMÓRIAS DO NOSSO JOIA'.

Vários frequentadores do Cine Joia Copacabana enviarão depoimentos por vídeo ou texto que serão postados nas minhas redes sociais e no meu blog ao longo de semanas. Essa foi uma forma que encontrei de relembrar histórias e homenagear esse cinema tão lindo que não existe mais. Nesse depoimento, o amigo, cinéfilo e cineasta, Valério Fonseca.
Viva o Joia! Viva o Cinema! #memoriasdonossojoia #cinejoia #cinejoiacopacabana #cinema


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E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #465 - Gabriel Gilio


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso entrevistado de hoje é cinéfilo, de Osasco (São Paulo). Gabriel Gilio tem 27 anos. É jornalista, redator e um dos criadores do @sobrecine

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Em Osasco, região metropolitana de São Paulo, não temos muitos aparelhos culturais, infelizmente. Por isso, todos os olhos se voltam para a capital mesmo. Sendo assim, fico com a Cinesala, que é cinema de rua desde 1962, quando nasceu como Cine Fiammetta. O endereço tem uma única sala de cinema e o diferencial da opção de ver os filmes em uma espécie de sofá gigante (duplo ou individual).  Por não ter a possibilidade de múltiplas sessões simultâneas, a Cinesala sempre arrasa na curadoria, pra acertar "na veia" mesmo.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Não consigo pensar em um único momento. O cinema é parte de mim desde antes de eu me entender por gente, quando aprendi a rebobinar as cópias de Toy Story, O Rei Leão, Labirinto - A Magia do Tempo e o Mágico de Oz, que minha irmã e eu víamos à exaustão.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

O terror dos "favoritos" de quem gosta de cinema (rs). Vou citar um diretor que foi importantíssimo pra mim enquanto ia desvendando o cinema como arte: Stanley Kubrick e sua adaptação de Laranja Mecânica, de Anthony Burgess (até o 'nadsat' eu decorei).

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

O Homem que Copiava (2003), do Jorge Furtado, sempre mexe comigo. Tem uma nostalgia no clima do filme, que puxa mais para os anos 90 do que para o século XXI. Gosto do thriller romântico, da juventude de atores que hoje são mega representativos... enfim, sempre que posso, revejo.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Eu sempre digo que gosto de cinema e ponto. Aí, na minha opinião, cinéfilo é essa pessoa que só gosta de cinema, mesmo, sem pensar muito. Por mim, não precisa ser especialista, crítico, gênio. Eu carrego o cinema comigo a vida toda e incluo na cinefilia também quem é louco pela sensação que envolve a experiência cinematográfica: cheiro de pipoca, carpete do corredor para a sala do cinema, poltronas, mídias, VHS, DVD, enfim... tudo junto. Ver filme, ir ao cinema, é o tipo de programa que eu nunca nego e que eu sempre proponho.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Não me considero apto a dizer quem entende ou não de cinema, sabe? E também não tenho essa pretensão. Eu sinto que a necessidade comercial dos grandes multiplex de shoppings atrapalha a pluralidade dos títulos, as possibilidades. Por assim dizer, talvez quem escolhe os filmes até goste de "filme arte", mas precisa exibir o mais novo blockbuster em 12 das 15 salas disponíveis, porque é o que as pessoas querem ver. Eu acho que também gosta de cinema quem vai 10 vezes ver o mesmo filme de herói, porque ama o universo, adora a energia que o cinema traz. Então, sei lá... questão de proposta. Agora, se você me perguntar se eu queria mais salas de rua, mais possibilidades e, principalmente, mais títulos brasileiros, a resposta é SIM!

 

7) Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Acredito que não. Não há substituto para o que o cinema proporciona. Onde as pessoas vão poder curtir seus filmes com mais imersão, qualidade e coletivamente? O cinema, como expressão artística, é vivido nesse espaço. Tudo é feito pra chegar até você ali, naquela poltrona, com a sua pipoquinha na mão e ansioso pela história que está por vir.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Sempre indico Hedwig: Rock, Amor e Traição (2001), do John Cameron Mitchell. Ele é necessário em tantos aspectos que eu não sei nem por onde começar. É genial em tudo, além de ser uma benção ainda maior para os ouvidos.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não gosto da ideia, mas entendo a necessidade. Não deveríamos precisar "flexibilizar" a necessidade do isolamento por esse medo de ficar sem os espaços que a gente tanto ama quando tudo isso passar. Há inúmeras medidas que deveriam ter sido tomadas, mas o Brasil não tem governo. Eu estou morrendo de saudade, preocupado com as minhas salas favoritas, mas não saio de casa.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

É e sempre foi genial. Como disse acima, queria mais espaço para ver e falar sobre cinema nacional. No @sobrecine a gente tenta bastante, porque mesmo os títulos que caem no gosto "comercial", ainda assim não tem a visibilidade que deveriam. O Brasil é riquíssimo em cultura, arte e essa sensibilidade está em tudo. A gente só precisa acreditar (e consumir) um pouquinho mais.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Entre os cineastas, Kleber Mendonça Filho é o cara da vez, né? A gente mal termina de ver um filme e já quer que ele mande outro. Também adoro o trabalho da Anna Muylaert.

 

12) Defina cinema com uma frase:

É o meio ideal para quem ama ouvir e contar histórias.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema:

Fui com uns amigos da escola ver Cisne Negro (2010), do Darren Aronofsky, numa das últimas sessões em um dia de semana. A sala estava surpreendentemente cheia, o que ajudava a construir a tensão do filme. Não sei se para se acalmar ou se por pura sacanagem, dois caras começaram a fazer comentários em voz alta durante cenas importantes do longa. Seria motivo pra ficar muito irritado, mas os caras eram GENIAIS e muito engraçados. Eles colocaram a sala toda pra rir durante boa parte do fim da sessão e a gente saiu do suspense dramático com dor de barriga de tanto gargalhar.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Poxa, nunca vi. Mas dei um google aqui e, olha... puro suco dos anos 90 axézeiro. Quero ver. haha

 

15) Muitos diretores de cinema não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Como eu disse acima, essa coisa de ser "cinéfilo" ou não eu não consigo muito definir. Sinto que, sei lá, talvez o cineasta acabe se influenciando demais pelo que estuda, pelos gostos, pelos grandes nomes de sucesso que prefira, e acabe perdendo a originalidade, o novo... não sei. Eu gosto de quem tenta o diferente, o simples, sem se preocupar muito com essa "carga histórica" como referência, sabe?

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Esse tipo de pergunta eu nunca sei responder, porque eu nunca acho um filme realmente ruim. Eu adoro ver filmes, então pra mim é sempre bom. Como, pra mim, essa cinefilia vai além do filme e está também na experiência, até quando o filme não é tão legal, a sessão vale a pena. Aquele monte de comédia repetida do Adam Sandler, por exemplo: é um horror, mas eu sei de cor e revejo sempre que estiver passando. haha

 

17) Qual seu documentário preferido?

Não é um gênero que eu tenha explorado devidamente. Nunca foi minha preferência. Me indica algum?

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão? 

Já, mas só quando é natural, né? Não costumo ser o solitário aplaudindo, não, mas adoro uma histeria coletiva.

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Eu nunca entendi essa coisa com o Nicolas Cage. Cresci vendo muitos filmes dele, porque minha mãe era fã. Tenho que responder Cidade dos Anjos ou Con Air, porque eram os preferidos dela e eu vi e revi um milhão de vezes nas nossas sessões.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Costumo acompanhar mais as redes sociais do que portais em específico, mas não piro muito em acompanhar a crítica ou notícias de novas produções. Eu não gosto de saber dos filmes, adoro a surpresa de chegar só conhecendo o título e mais nada. Não sou obsessivo, mas é assim que eu prefiro.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Eu estou adorando o catálogo do Prime Video, tem muita coisa boa lá. O problema com os streamings, pra mim, é que eles estão fazendo a pirataria voltar. A ganância dos estúdios querendo vender seus próprios canais e tirando suas produções de outros provedores está fazendo com que a gente precise assinar 5 streamings diferentes pra poder ver tudo que se quer ver. Já está custando mais que pacote de TV por assinatura.

 

 

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05/07/2021

Crítica do filme: 'Pedro e Inês'


O fim é sempre um recomeço. Passado, presente, futuro. Será que a mesma história pode ser escrita diversas vezes? Baseado no romance A Trança de Inês de Rosa Lobato de Faria, o longa-metragem português Pedro e Inês navega na idade média, nos tempos atuais, na distopia, usa da poesia, das linhas instigantes das metáforas para de alguma forma mexer com as nossas percepções sobre o que é o amor, ou pelo menos um dos recortes desse tão concorrido mas também conflitante sentimento. Dirigido pelo cineasta Antonio Ferreira, em seu terceiro longa-metragem como diretor, o filme conta com ótimas atuações de grandes artistas portugueses, e parte do princípio da história do Infante (depois Rei) Pedro I, conhecido como Justiceiro, filho do rei Afonso IV e Beatriz de Castela que desenterrou sua amante Inês de Castro para torná-la rainha depois de morta.

Na trama, conhecemos a saga em vários tempos de Pedro (Diogo Amaral) e Inês (Joana de Verona). Duas almas que parecem conectadas além tempo, mudando histórias, trajetórias e gerando choques de pensamentos dos que os circulam em todas essas linhas temporais impostas pela história. A dor e o desespero dos sentimentos acompanham esses amantes que em todas as fases desse amor enfrenta o conflito entre a felicidade completa aos seus respectivos olhos e a tragédia, esse último quase um fio condutor de qualquer ação que eles tomem para se manterem unidos.


Enxergamos a história pela ótica de Pedro. Inconsequente, é o que menos sabe lidar com todo o sentimento que é lhe colado em sua frente, deixando de saber conviver com isso, as razões objetivas, críticas e egoístas viram quase um estado de iminência. Aos olhos dos outros, seu amor por Inês sempre fora algo não bem visto por gerar diversas barreiras em seus respectivos entendimentos, esses conflitos trazidos pelo maior dos sentimentos ganham contornos dramáticos, com imposições e outras questões.


Exibido na Mostra de São Paulo e no Festival do Rio anos atrás, o projeto busca explicações para seus porquês dentro da estrada sempre muito interpretativa do amor atemporal. Há um grande poder criativo nessa adaptação de um romance de sucesso da literatura portuguesa. A partir do que aconteceu na história, toda a dramática saga do Infante D. Pedro I é vista por inúmeras direções, trazendo pelo tempo suas descosturas o que faz refletir sobre o amor e as relações. Competente e bonito trabalho. Estreia em 8 de julho nos cinemas.


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