09/12/2021

'My Name' - Análise Curta em Vídeo


Nesse vídeo, Raphael Camacho analisa de forma curta e objetiva a série 'My Name'.

Não esqueçam de se inscreveram no nosso canal. Não esqueçam de dar aquele like bacana para nos ajudar! :) Mais conteúdos também no nosso canal no Instagram: @guiadocinefilo Até o próximo vídeo! #netflix #myname #filme
Continue lendo... 'My Name' - Análise Curta em Vídeo

Crítica do filme: 'Se Organizar Direitinho…'


As mil formas de ser feliz. Caminhando de maneira muito divertida sobre o sempre polêmico assunto dos caminhos do prazer Se Organizar Direitinho… é uma comédia espanhola despretensiosa que acaba gerando risos em muitos instantes além de fazermos refletir sobre a questão da sexualidade através de diversas óticas e pelas histórias variadas de seus divertidos personagens. Dirigido pelo cineasta Paco Caballero, o longa-metragem está disponível na Netflix.


Na trama, conhecemos um grupo de pessoas que de alguma forma estão em momento presente passando pela reflexão sobre o sexo e suas infinitas possibilidades. Ao longo de uma noite dentro de um badalado clube de swing, os variados personagens encontram-se em dilemas mas acima de tudo em busca de algo que possa ser um complemento para sua felicidade plena. Tem um casal que quer experimentar um ménage, tem dois primos que não se veem faz muito tempo mas que sempre tiveram atração um pelo outro, tem um rapaz tímido que busca encontrar alguém para tirá-lo da solidão, tem dois amigos que convidam suas esposas para um troca troca, tem uma mulher que foi para uma despedida de solteira e não lembra da noite anterior.


Falar sobre sexo pode se divertido. Ao longo do tempo sempre escutamos, lemos, alguém conta pra gente, sobre problemas com sexo de um relacionamento. As infinitas formas de prazer não chegam ao alcance da maioria, muito por conta ainda de um conservadorismo fortemente presente em muitos lugares. Se Organizar Direitinho… chega sem medo para falar do assunto.  Sendo profundo em alguns temas, superficial em outros, o roteiro caminha de maneira harmônica deixando rastros de reflexão. Grata surpresa!



Continue lendo... Crítica do filme: 'Se Organizar Direitinho…'

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #546 - Débora Pelakoski


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nossa convidada de hoje é cinéfila, de São Paulo. Débora Pelakoski tem 23 anos. Apaixonada por cinema e figurino, tem como hobbie favorito fazer uma pipoca amanteigada, encher um copo de refrigerante e sentar no sofá para assistir filmes (principalmente de animação ou princesas). Não aguenta assistir filmes de terror até o final, chora com dramas e romances, ri até doer a barriga em comédias e costuma dormir em documentários.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

R: Cinemark. Além das salas de ótima qualidade, eles sempre apostam nas programações especiais, como a de Harry Potter recentemente.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

R: Enrolados. Eu assisti num cinema de rua histórico da cidade onde morava e é uma lembrança que tenho até hoje.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

R: Tarantino. É muito difícil dizer um só, então te dou meu top 5: Kill Bill, Django Livre, Bastardos Inglórios, Pulp Fiction e Once upon a time in Hollywood (não necessariamente nessa ordem).

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

R: Com certeza "O auto da compadecida". É uma história leve, engraçada, com muitas críticas a sociedade e um filme que eu já vi e revi muitas vezes ao longo da minha vida.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

R: É mais do que ter paixão por filmes e acompanhar lançamentos, ser cinéfilo é conhecer produção, figurino, ator, diretor, fotografia, trilha sonora, é apreciar e valorizar quem faz a mais bela das artes.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece  possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

R: Não, acredito que a maior parte dos cinemas focam apenas em ganhar muito dinheiro com bilheteria.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

R: Sim, com o crescimento dos Streamings e com a pandemia, muitas pessoas estão preferindo assinar planos mensais e assistir aos lançamentos dentro de casa no seu próprio tempo.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

R: Vocês ja assistiram "efeito borboleta"? Acho incrível, mas nunca vi muita gente falando sobre!

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

R: Mesmo com a vacina as salas deveriam se adaptar para receber o público, como por exemplo afastar mais as cadeiras e diminuir a quantidade de pessoas por sala, para haver um distanciamento.

 

10) Como voce enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

R: Vem melhorado muito nos ultimos anos, mas ainda tem muito o que aprender com as grandes industrias internacionais.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

R: Ingrid Guimarães.

 

12) Defina cinema com uma frase:

A arte mais bonita, que ao meu ver é a mais inclusiva.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema

R: Uma estreia de filme famoso, sessão lotada, eu vi todas as pessoas da sala levantarem da cadeira para acompanhar uma cena de luta "mais de perto" e verbalizarem com a tela quando o personagem principal perde.

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

R: Não posso definir pois nunca assisti.

 

15) Muitos diretores de cinema  não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

R: Não necessariamente, um cineaste precisa entender e dominar todas as habilidades necessárias para fazer um bom filme sem ser de fato um cinéfilo.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

R: Os caras de pau e o misterioso roubo do anel.

 

17) Qual seu documentário preferido?

R: Walt antes de Disney.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

R: Não, estou prestigiando toda a produção de um filme ao ir ao cinema assistir, mas bater palma numa sessão eu não acho necessário pois não estaria aplaudindo "ninguém".

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

R: A Lenda do Tesouro Perdido.

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

R: Adoro cinema, e agora vocês!

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

R: Netflix, por mais que os outros streamings estejam crescendo, este ainda é o mais estruturado.

 

Continue lendo... E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #546 - Débora Pelakoski

08/12/2021

Crítica do filme: '14 Montanhas, 8 Mil Metros e 7 Meses'


A determinação do ser humano. Buscando quebrar os limites do corpo dentro de um sentido de aventura perigosa um quase desconhecido montanhista embarca em uma jornada que envolve a honra de seu país, seus colegas de profissão e uma determinação afiada quando pensamos nos limites da natureza. 14 Montanhas, 8 Mil Metros e 7 Meses, disponível na Netflix, é a saga de um homem que mesmo contra diversas adversidades encontra seu lugar no mundo se desafiando. Dirigido por Torquil Jones.


Durante alguns meses, acompanhamos a trajetória Nimsdai Purja, um destemido montanhista nepalês que busca conquistar, em alguns meses, todos os 14 picos mais altos do mundo espalhados por alguns países. Ele que foi militar e veio de uma família humilde no Nepal, buscou a vida na Inglaterra mas sem nunca esquecer suas raízes e seus sonhos o que acaba trazendo vários conflitos para ele como a falta de um patrocínio e diversas embates familiares. Quando embarca em sua árdua jornada conta com a ajuda de outros montanhista que formam a equipe do Projeto Possível, nome dado a essa expedição rumo aos mais altos lugares do mundo.


O documentário se divide em paralelos onde mostra todas os obstáculos para percorre todo o projeto, desde as temperaturas complicadas e frias, o perigosos dos lugares onde vai passar, os problemas burocráticos para acessar determinadas regiões, principalmente um dos pico na China (situação que contou com uma força das redes sociais). As questões familiares chegam em um outro momento, a situação com a sua esposa (até casa hipotecada ele teve) e principalmente os lindos laços com sua mãe uma senhora idosa com já graves problemas de saúde.


14 Montanhas, 8 Mil Metros e 7 Meses nos apresenta também o recorte sobre o montanhistas do Nepal, que ajudam outros montanhistas de todo o mundo mas não são reconhecidos. Nimsdai Purja tem papel importante em mostrar ao mundo sobre esses profissionais.

Continue lendo... Crítica do filme: '14 Montanhas, 8 Mil Metros e 7 Meses'

'As Leis da Fronteira' - Análise Curta em Vídeo


Nesse vídeo, Raphael Camacho analisa de forma curta e objetiva o filme 'As Leis da Fronteira'.

Não esqueçam de se inscreveram no nosso canal. Não esqueçam de dar aquele like bacana para nos ajudar! :) Mais conteúdos também no nosso canal no Instagram: @guiadocinefilo Até o próximo vídeo!

Continue lendo... 'As Leis da Fronteira' - Análise Curta em Vídeo

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #545 - Davi Miranda


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso convidado de hoje é cinéfilo, de Fortaleza (Ceará). Davi Miranda tem 35 anos. Empresário, mecenas de RPG, metaleiro, crossfiteiro, cinéfilo e um dos membros fundadores do infame grupo Cineclube Passa-Mal (Temos Instagram e Yotube). Apreciador da sétima arte, com preferências por ação, comédia, terror e dramas reflexivos.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Resposta: Embora não esteja indo tanto ao cinema, a minha sala preferida, por conter boas opções de filmes e acentos confortáveis, é a UCI Kinoplex, do Shopping Iguatemi Fortaleza.

 

2) Qual o primeiro filme que você  lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

Resposta: Missão Impossível. Fiquei imerso na história, sentindo-me transportado para o filme. Saí querendo ser um agente secreto, hahaha.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Resposta: Meu diretor favorito é Christopher Nolan, pelos seus roteiros elaborados, complexos, densos, sempre usando o tempo como elemento chave. É difícil para mim escolher somente um... então direi um dos 3 que eu acho melhor: A Origem.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

Resposta: O auto da compadecida. É um filme multi facetado: é um drama, um romance, uma comédia, uma denúncia, um filme religioso.... tudo isso dentro de excelentes atuações, elenco estrelado e roteiros de Guel Arraes, João Falcão e Adriana Falcão, baseados no livro do genial escritor Ariano Suassuna.

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

Resposta: É inspirar e transpirar filmes. É entender, ou tentar entender, que a arte do cinema vem de diversas formas, e que é interessante mergulhar e desbravar esses mares.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece  possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Resposta: Acredito que a maior parte dos cinemas possuem programações feitas para vender filmes pipoca, não para criar programações de gêneros diversos. E não tem problema ter blockbusters, eu me divirto com eles. É necessário um incentivo maior de filmes artes, perante a população, para que todos possam desfrutar dos diversos estilos de cinema, e possamos ter uma futura geração que possa debater múltiplos gêneros.

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

Resposta: Acho que não vai acabar. A televisão não acabou com o rádio, A televisão não acabou com o cinema, O computador não acabou com a televisão. Acho que, enquanto existir afixionados pela arte do cinema, o cinema irá perdurar. Acredito que ele vai se adaptar as outras formas de apreciação de conteúdo. Se trouxer novas formas de consumo de arte (o 3D reavivou muito o público com Avatar, por exemplo), pode-se ter um novo fomento ao cinema em larga escala.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

Resposta: Druk. Tanto o diretor Thomas Vintemberg, quanto a dobradinha de atores Mads Mikkelsen e Thomas Bo Larsen, presentes no pesado filme A Caça (2012), retornam para fazer esse filme (Druk) que é uma obra de arte. É divertido, uma celebração da vida. O final é libertador.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Resposta: Honestamente, acho que não. Adoro assistir filmes no cinema, mas a saúde vem em primeiro lugar.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Reposta: Temos filmes bem amplos, que exploram temas e gêneros diferentes. Marighella, do Wagner Moura, é um filme necessário na atual conjuntura dos fatos históricos. Soldados da Borracha, do diretor cearense Wolney Oliveira, ganhou o prêmio Margarida de Prata, e sua obra vai ser adaptada para uma minissérie. Temos filmes de qualidade tanto nas grandes massas quanto nos festivais. Acho bom tanto os cinemas quanto os streamings levarem esses filmes para as pessoas poderem apreciar.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Resposta: Edmilson Filho. Acho muito legal a mescla de humor com artes marciais, ele é o nosso Jackie Chan (risos).

 

12) Defina cinema com uma frase:

Resposta: A arte que transporta e deve ser apreciada com atenção, de maneira audiovisual.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema

Resposta: Uma vez faltou energia perto do final de um filme. Pra descontrair, estava nas cadeiras e fiz um animal nas sombras. As pessoas caíram na gargalhada. Foi bem divertido.

 

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Resposta: Tortura, filme trash ou comédia de crítica social. Depende da forma como você quer abordar o filme.

 

15) Muitos diretores de cinema  não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Resposta: Acho que um diretor não precisa ser cinéfilo, ele precisa mostrar a sua visão perante a obra criada e ser competente naquilo. Mesmo que o diretor não queira, as formas e composições que ele criou podem ser portas de entrada para aspirantes do cinema, sejam eles espectadores, diretores, atores... cinéfilos.

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

Resposta: Olha, eu tive uma experiência bastante irritante com Os Novos Mutantes (2020). Roteiro fraco, desperdício de bons atores, atuações forçadas... se não foi o pior filme que eu vi, entrou no Hall dos piores.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Resposta: Tiros em Columbine (2002). Adoro os documentários do Michael Moore. Tanto nos seus livros quanto em seus documentários vemos diversos estilos de abordagem, o que torna os documentários dele ágeis, divertidos, críticos, ácidos. E concordo com muitos dos pontos que ele aborda.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?

Resposta: Fiz isso com Vingadores: Ultimato(2019). A quantidade de heróis, o fim do arco, o elenco estrelado, é um sonho para pessoas como eu, que acompanhavam os quadrinhos e sonhavam em um dia ver alguma dessas obras adaptadas para o cinema.   

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Resposta: Eu gosto muito dos filmes do Nicolas Cage, ele pode ir do 8 ao 80 muito rápido. Embora eu tenha gostado do último drama dele (Pig, de 2021)  , eu gosto muito dos "surtos" dele, então atualmente meu filme favorito dele é Mandy - Sede de Vingança (2018).

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Antigamente eu lia muito o blog filmes para doidos (https://filmesparadoidos.blogspot.com/), cujo autor do blog, Felipe M. Guerra, é uma enciclopédia de conhecimento acerca de cinema. Mas infelizmente ele parou de alimentar o conteúdo dele em 2020. Então, atualmente acompanho mais pelo Adoro Cinema (https://www.adorocinema.com/).

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

Netflix. Embora tenhamos vários streamings, com conteúdos muito envolventes e gêneros diversos, é a Netflix que traz conteúdo mais diferentes, desde os blockbusters padrões, até filmes de difícil acesso, como documentários franceses, séries/filmes polonesas e coreanas. O grande leque de opções da Netflix faz com que eu saia da minha zona de conforto, e aumente o meu conhecimento sobre essa nobre arte.

 

Continue lendo... E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #545 - Davi Miranda

07/12/2021

E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #544 - Pedro Reinato


O que seria de nós sonhadores sem o cinema? A sétima arte tem poderes mais potentes do que qualquer superman, nos teletransporta para emoções, situações, onde conseguimos lapidar nossa maneira de enxergar o mundo através da ótica exposta de pessoas diferentes. Por isso, para qualquer um que ama cinema, conversar sobre curiosidades, gostos e situações engraçadas/inusitadas são sempre uma delícia, conhecer amigos cinéfilos através da grande rede (principalmente) faz o mundo ter mais sentido e a constatação de que não estamos sozinhos quando pensamos nesse grande amor que temos pelo cinema.

 

Nosso convidado de hoje é cinéfilo, de São Paulo. Pedro Reinato tem 41 anos. É roteirista, script doctor e professor. Possui especialização em Literatura pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2004), mestrado (2008) e doutorado (2015) em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo – USP. Já criou conteúdo para diferentes plataformas dos seguimentos editorial, publicitário e audiovisual. É professor da Pós-graduação da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) no curso de Roteiro Audiovisual. É coordenador pedagógico e professor dos cursos de Formação de Roteiristas e Oficina de Séries da Roteiraria. Também dedica-se ao desenvolvimento de roteiros para longas e séries em diferentes núcleos criativos.

 

1) Na sua cidade, qual sua sala de cinema preferida em relação a programação? Detalhe o porquê da escolha.

Aqui em São Paulo, há boas opções de salas de cinema de rua, como o Cine Sala, o Cine Sesc e o Reserva cultural. Porém, as salas do Petra Belas Artes na Rua da Consolação são as minhas preferidas. Há bastante diversidade de títulos contemporâneos  nacionais e internacionais. Além da exibição eventual de  clássicos do cinema.

 

2) Qual o primeiro filme que você lembra de ter visto e pensado: cinema é um lugar diferente.

“A Clockwork Orange”, do Kubrick, acho que vi em um corujão da Globo, quando eu era adolescente. Foi o primeiro filme que eu assisti e me deu um nó existencial! Depois mergulhei nesse filme para entender como aquilo era feito e como se dava a produção do efeito no expectador.

 

3) Qual seu diretor favorito e seu filme favorito dele?

Essa pergunta sempre é difícil. Mas tenho uma relação especial com o cinema do David Lynch. Sempre revejo os filmes dele. O Eraserhead está no topo da minha lista.

 

4) Qual seu filme nacional favorito e porquê?

“O pagador de promessas”, de Anselmo Duarte, é um paradigma do cinema brasileiro. É uma adaptação do texto da peça excelente do Dias Gomes.  O filme aborda a fé a partir de uma premissa popular e isso é muito potente. A direção do Anselmo Duarte é esteticamente madura para aquele tempo. Até o Glauber foi lá no set ver como a coisa estava sendo feita... depois ele criou polêmica, mas isso é outra história...

 

5) O que é ser cinéfilo para você?

É ter mais horas de vida vendo filmes do que falando com humanos.

 

6) Você acredita que a maior parte dos cinemas que você conhece  possuem programação feitas por pessoas que entendem de cinema?

Com certeza não! Geralmente a programação é ditada pelo marketing das distribuidoras, né? Business...

 

7)  Algum dia as salas de cinema vão acabar?

É uma experiência muito específica, por isso, acredito que sobreviva a era dos streamings.

 

8) Indique um filme que você acha que muitos não viram mas é ótimo.

“The third man”, do Carol Reed. É um filme excelente e clássico indispensável para qualquer cinéfilo.

 

9) Você acha que as salas de cinema deveriam reabrir antes de termos uma vacina contra a covid-19?

Não. Como diz a pedagogia de D. Bosco, “Prudência e água benta nunca é demais”.

 

10) Como você enxerga a qualidade do cinema brasileiro atualmente?

Acho que temos uma boa safra por aqui. Filmes como “Temporada”, do André Novais, “A torre das Donzelas”, da Susanna Lira, “Tinta Bruta”, do Marcio Reolon e Felipe Matzembacher, “O Sol”, da Lô Politti, “Helen”, do André Collazzi,  e o próprio “Bacurau” , do Kleber Mendonça Filho, são exemplos da diversidade vozes e da potência da produção cinematográfica brasileira contemporânea.

 

11) Diga o artista brasileiro que você não perde um filme.

Ator, Othon Bastos. Realizador, Gabriel Mascaro.

 

12) Defina cinema com uma frase:

“É a suspensão da descrença”.

 

13) Conte uma história inusitada que você presenciou numa sala de cinema

Fui ao cinema assistir “Cast away”, do Robert Zemeckis. O cinema estava lotado. Bem atrás de mim, tinha um senhor que tentou adivinhar o que ira acontecer no filme todo e dava pitacos sobre o roteiro! “Olha, agora vai acontecer isso...”,  “Ele é muito burro, se fosse eu...”, “Não acredito que ele está falando com uma bola...” Enfim, uma experiência e tanto!

 

14) Defina 'Cinderela Baiana' em poucas palavras...

Não é um filme: é um delírio.

 

15) Muitos diretores de cinema  não são cinéfilos. Você acha que para dirigir um filme um cineasta precisa ser cinéfilo?

Acho que não é requisito não. Nem todo diretor é o Scorsese! O importante é que o realizador conheça aquelas obras com as quais a sua arte dialoga...

 

16) Qual o pior filme que você viu na vida?

O inspetor Faustão e o Mallandro, do Mario M. Bandarra. Esse é foda.

 

17) Qual seu documentário preferido?

Jogo de Cena, do Eduardo Coutinho.

 

18) Você já bateu palmas para um filme ao final de uma sessão?  

Ah, não! Não tenho perfil para isso não! hahaha

 

19) Qual o melhor filme com Nicolas Cage que você viu?

Ah, com o Cage, o “Mandy”, do Panos Cosmatos, é um filmão!

 

20) Qual site de cinema você mais lê pela internet?

Gosto do “Palavras de cinema”, que tem um conteúdo ótimo.

 

21) Qual streaming disponível no Brasil você mais assiste filmes?

MUBi !

Continue lendo... E aí, querido cinéfilo?! - Entrevista #544 - Pedro Reinato

06/12/2021

Crítica do filme: 'Ama-me'


As leis da vida. Frustração de expectativa, um pai em busca de sua filha, um único dia para ser atualizado 15 anos de uma vida que não viveu, um homem honrado que entende a dor do outro, esses e outros elementos encontramos pelo caminho do longa-metragem turco Ama-me. Escrito e dirigido pelo cineasta Mehmet Ada Öztekin, o drama tem reviravoltas impressionantes transformando uma jornada de descobertas em um profundo recorte sobre as escolhas da vida. Um baita filme disponível na Netflix.


Na trama, conhecemos Musa (Sarp Akkaya) um homem que está preso faz 15 anos e tem a chance da cadeia durante um dia para ir visitar a filha que mal conhece. Ele é escoltado pelo agente penitenciário Sedat (Ercan Kesal), um senhor já bem próximo da aposentadoria. Quando eles chegam até a casa de Musa, algo parece não se encaixar e logo um dilema acompanhará os dois personagens após saberem de algumas verdades.


O submundo das periferias ganham contornos no drama de Musa. A falta de opções em um mundo marginalizado e violento não o deixou com possibilidades de abrir outras portas. Por meio de flashbacks vamos entendendo melhor os porquês que o filme já nos traz quando partimos de início. A trajetória dele é repleta de escolhas que o fizeram ficar preso. O plot twist já nos arcos finais é muito bem encaixado nos levando a outras óticas sobre o denso personagem que totalmente sem esperança quando as surpresas lhe chegam embarca em uma jornada sem rumo. Já Sedat é um homem bom, que possui um dilema com a filha que vai se casar com um homem rico na Itália mas tem vergonha dele. Seu destino se cruza com o do prisioneiro, um paralelo que o faz enxergar a vida de outra forma.


O recorte sobre pais e filhos é muito bem construído em paralelo aos dramas pessoais de Musa e Sedat. Há vários pontos de reflexão nesse ponto, cada um na sua ótica e nos valores que acreditam mesmo sendo de mundos completamente diferentes. O alicerce do roteiro que ganha pontos pela reviravolta escondida em uma trama que parece rasa mas não é. A direção é detalhista, foca no olhar, na expressão para caminhar por lacunas não ditas.



Continue lendo... Crítica do filme: 'Ama-me'

04/12/2021

Crítica do filme: 'As Leis da Fronteira'


Os caminhos que aparecem pelo caminho. Abordando a solidão e algumas formas de descobrir o mundo e buscar a liberdade tão sonhada, As Leis da Fronteira é um recorte de uma juventude perdida em suas inconsequências. Dirigido pelo cineasta espanhol Daniel Monzón, o longa-metragem disponível na Netflix fala sobre as questões familiares de maneira profunda principalmente a partir das escolhas que o protagonista toma quando resolve sair de uma bolha conservadora no final da década de 80. As Leis da Fronteira é um trabalho muito interessante que nos mostra a verdade e a consequência.


Na trama, que tem um ping pong temporal entre seus arcos extremos, acompanhamos o jovem Nacho (Marcos Ruiz), em 1978, um jovem que sofre bullying todo ia em sua escola. Um dia, quando estava em seu único lugar de refúgio (uma loja de fliperamas), acaba conhecendo Zarcco (Chechu Salgado) e Tere (Begoña Vargas), dois jovens mais velhos que fazem parte de uma gangue de ladrões de pequenos furtos na periferia da cidade onde moram. Logo a atração por Tere acontece e o protagonista se deixa levar a diversas situações que envolvem muitas coisas de errado e uma alta dose de inconsequência.


Indicado a muitos prêmios ao próximo prêmio Goya (o Oscar Espanhol), possui um roteiro muito interessante que traça um raio-x de um protagonista em eterna crise que busca na inconsequência um novo refúgio onde a facilidade em viver com liberdade o cega a todo instante. A partir de um amor que iria acompanhá-lo durante toda a vida, se envolve em muitas coisas erradas, em uma vida que nunca foi pra ele. A partir disso vemos conflitos familiares sérios, principalmente com seu pai que percebe a situação que o filho se colocou mas a falta de comunicação acaba sempre deixando um enorme hiato entre os dois.


Na ótica da gangue, vemos jovens sem limites que estão à margem da sociedade que vivem em conflito entre o errado e o mais errado gerando sérios problemas de reflexão sobre as próprias vidas. O sentido de liberdade e os seus entendimentos acabam ganhando contornos diferentes a partir das reflexões propostas.

 

 

Continue lendo... Crítica do filme: 'As Leis da Fronteira'

'Ataque dos Cães' - Análise Curta em Vídeo


Nesse vídeo, Raphael Camacho analisa de forma curta e objetiva o filme 'Ataque dos Cães'.

Não esqueçam de se inscreveram no nosso canal. Não esqueçam de dar aquele like bacana para nos ajudar! :) Mais conteúdos também no nosso canal no Instagram: @guiadocinefilo Até o próximo vídeo!
Continue lendo... 'Ataque dos Cães' - Análise Curta em Vídeo

'O Segredo dos Seus Olhos' - Análise Curta em Vídeo


Nesse vídeo, Raphael Camacho analisa de forma curta e objetiva o filme 'O Segredo dos Seus Olhos'.

Não esqueçam de se inscreveram no nosso canal. Não esqueçam de dar aquele like bacana para nos ajudar! :) Mais conteúdos também no nosso canal no Instagram: @guiadocinefilo Até o próximo vídeo!
Continue lendo... 'O Segredo dos Seus Olhos' - Análise Curta em Vídeo

'Mimadinhos' - Análise Curta em Vídeo


Nesse vídeo, Raphael Camacho analisa de forma curta e objetiva o filme 'Mimadinhos'.

Não esqueçam de se inscreveram no nosso canal. Não esqueçam de dar aquele like bacana para nos ajudar! :) Mais conteúdos também no nosso canal no Instagram: @guiadocinefilo Até o próximo vídeo!
Continue lendo... 'Mimadinhos' - Análise Curta em Vídeo

02/12/2021

Crítica do filme: 'Ataque dos Cães'


Depois de um intervalo de 12 anos longe dos cinemas, a cineasta neo zelandesa Jane Campion voltou aos longas-metragens, dessa vez em uma produção para a Netflix que desde suas primeiras exibições, nos Festivais de Toronto e San Sebastian principalmente, vem sendo aguardado por cinéfilos de todo o mundo. Ataque dos Cães não é um filme fácil. Rico em detalhes, com excelentes interpretações, caminhamos até o ano de 1925, no velho oeste americano, onde conhecemos a história de dois ricos irmãos fazendeiros e as surpresas que acontecem em suas vidas quando outras pessoas passam a frequentar suas vidas mais de perto. A direção é estupenda, a fotografia fantástica e a atuação de Benedict Cumberbatch deve levá-lo ao próximo Oscar.


Na trama, baseada na obra homônima, lançada de 1967, do romancista norte-americano Thomas Savage conhecemos Phil (Benedict Cumberbatch) e George (Jesse Plemons), os irmãos Burbank, ricos fazendeiros da região de Montana, em 1925, nos Estados unidos. De personalidades completamente diferentes eles sempre buscam o entendimento quando o assunto são os negócios da família. Um dia, quando param em um restaurante de uma cidade, George conhece Rose (Kirsten Dunst) e resolve se casar com ela. Rose e o filho Peter (Kodi Smit-McPhee) vão morar com os irmãos na enorme fazenda dos Burbank. Phil embarca em uma jornada para provocar os novos habitantes da casa.


Os nossos olhos grudam em Phil. Ele é o termômetro de todo o caminho da narrativa. Mal Humorado, que quase não toma banho, cruel, com enorme desprezo pelas fraquezas alheias é a razão e emoção reunidas quando pensamos nos negócios da família. Parece viver em um mundo paralelo quando conhecemos seus segredos ao longa da trama, seus momentos reflexivos dentro de uma solitude quase que controlada pelos ares conservadores de uma época muito distante dos dias atuais. Vive faz mais de 40 anos no mesmo lugar que nasceu e inclusive dorme no mesmo quarto que o irmão, cada um em sua cama, como fora quando eram crianças. Tudo que conhecia por família, controle, muda com a chega de Rose e Peter o que o faz sair de sua bolha e embarcar, mesmo que seja apenas por um curto recorte, em uma jornada de aprendizado dos porquês das repressões que faz contra seus escondidos sentimentos. Importante a relação dele com Peter que se for bem observado pelo espectador, vai entender por completo o desfecho arrebatador do filme.


A ótica do outro irmão também é deveras interessante. George é quieto, sempre zoado pelo irmão, aprende com lentidão o dia a dia dos sucessos do negócios que a família possui. Por ter um coração aberto aos sentimentos (diferente de seu irmão), vê em Rose um complemento que precisava para matar a solidão que tanto o atormentava. Jesse Plemons está fabuloso no papel e não haverá surpresa se ele estiver indicado na categoria de Melhor Ator Coadjuvante no próximo Oscar.


Ataque dos Cães gera margem de reflexões sobre muitos temas ligados ao ser humano, suas relações, seus desejos. O filme está disponível na Netflix. É um dos melhores lançamentos do ano. Imperdível!

 

 

Continue lendo... Crítica do filme: 'Ataque dos Cães'