03/11/2017

Crítica do filme: 'Tirez la langue, mademoiselle'

As lições do coração. Escrito e dirigido por Axelle Ropert, Tirez la langue, mademoiselle tem uma pegada meio ‘sessão da tarde’ mas ao longo dos 102 minutos de projeção vamos vendo desabrochar de maneira delicada e objetiva a mesmice na vida de dois irmãos que trabalham em um mesmo consultório em uma Paris nos dias atuais. A belíssima e talentosa artista francesa Louise Bourgoin é a terceira ponta no triângulo amoroso instaurado. O projeto, entre outras coisas, fala sobre as linhas de interpretações do que é o amor em nossas vidas.

Na trama, conhecemos os irmãos, quase inseparáveis, Boris (Cédric Kahn) e Dimitri (Laurent Stocker) que vivem um rotina de mesmice, dividindo um mesmo consultório em uma clínica geral onde também atendem em domicílio. Certo dia, após uma ligação, conhecem a mãe solteira Judith (Louise Bourgoin) por quem rapidamente se apaixonam, provocando uma grande quebra na rotina e relação dos dois irmãos.

É difícil tratar o sentimento de amor como uma coisa nova na vida de quarentões mas é exatamente em cima dessa ideia que a trama desse belo trabalho francês se solidifica. Os irmãos doutores são de diferentes maneiras de pensar, Dimitri até certo ponto bastante carente e luta constantemente contra o alcoolismo, já Boris é o que podemos dizer de solitário, rígido e um pouco carrancudo. A vida dos dois muda radicalmente com a descoberta do amor, pela mesma mulher. A partir disso, cada um busca sua felicidade à sua maneira, definindo novos rumos não só na maneira de pensar a vida mas no ganho de uma liberdade que eles nunca tinham observado.

Já Judith, mãe de uma pré adolescente, solteira que trabalha como barwoman pelas noites e Paris abre sua personalidade aos poucos. Conforme vamos conhecendo melhor essa intrigante personagem, percebemos os conflitos que se desenvolvem no futuro, principalmente as questões mal resolvidas com o ex-marido, pai de sua filha. 


Tirez la langue, mademoiselle é uma fita delicada, com o ritmo certo para apresentações dos personagens. Também muito realista, mostrando os conflitos emocionais que podem ser provocados quando o coração bate mais forte por alguém.
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Crítica do filme: 'Band Aid'

As notas musicais do amor. Escrito, dirigido e protagonizado pela nova iorquina Zoe Lister-Jones, Band Aid, que infelizmente não teve chances de entrar no complicado circuito brasileiro de exibição em cinema, é um grande achado que emociona, faz rir e principalmente chega com o intuito de trazer um reflexão sobre o mundo a dois em quatro paredes. Unindo música e os conflitos de um relacionamento conturbado, o projeto é uma comédia bastante interessante já que aborda as brigas de um casal e os encontros das próprias curas de maneira inusitada e criativa.

Na trama, conhecemos o casal Anna (Zoe Lister-Jones) e Ben (Adam Pally), que já perto dos quarenta anos vivem uma imensa crise oriunda de insatisfações que vão desde falta de carinho até preguiça em encontrar algo pra fazer profissionalmente. Mesmo existindo muito amor na casa, as brigas são diárias e a rotina estava deprimindo o casal. Até que certo dia, eles resolvem fazer o inusitado,  compor músicas sobre todas as brigas que tiveram e assim montam uma banda junto com seu vizinho de porta, viciado em sexo. Ao longo do processo, os três embarcam em uma jornada interessante que busca no inusitado um porto seguro para as curas que precisam.

Tudo funciona de forma organizada. Os arcos do roteiro nos apresentam características, qualidades e defeitos do casal que são fundamentais para entendermos melhor eles. Surpresas também são vistas, principalmente sobre o passado do casal, com traumas sobre maternidade e como eles enxergam os amigos ao redor. A ideia da banda chega por meio de instrumentos antigos que encontram quando estão limpando o porão. Já havia um passado ligado as notas musicais em ambos. A transformações chega em forma de música, um desabafo emocionante sobre situações e sentimentos guardados no coração de cada um.


O filme tem curvas de dramas profundo mesclado com situações peculiares, personagens carismáticos surgem nesse grande ventilador de emoções para dar aquela pitada de originalidade que a trama precisava. Um singelo e delicado roteiro, com ótimas atuações que gera um grande debate sobre a maneira que enxergamos um relacionamento.


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30/10/2017

2ª edição do Rio Fantastik Festival – Festival de Cinema Fantástico do Rio de Janeiro

Rio Fantastik Festival 2017

2ª edição do Rio Fantastik Festival – Festival de Cinema Fantástico do Rio de Janeiro.
De 30 de outubro a 5 de Novembro no Cine Joia (com votação do público)
De 2 de Novembro a 8 de Novembro no Estação Net Rio

Festival realizado e organizado pelo Cine Joia e Estação Net Rio.

Curadoria feita por Carlos Primati, Raphael Camacho e Raphael Aguinaga.

O Rio Fantastik Festival 2017 exibirá 6 longas e 6 curtas em competição pelo troféu Cramulhão (melhor longa e diretor / melhor curta e diretor, com votação do júri oficial e o voto popular). E também fará homenagens ao cineasta José Mojica Marins e ao ator William Shatner. Tem sessão de filme inédito com versão proibida em 74 países e Mystic Seer, máquina de adivinhação usada no episódio “Na hora H” do seriado “Além da imaginação, que estará disponível para o público fazer perguntas sobre o futuro na sessão do dia 30/10 (segunda-feira).  

A homenagem ao cineasta José Mojica Marins acontece no domingo (5/11) no Cine Joia: Mojica recebe o troféu Cramulhão pelo conjunto da obra (transmissão será feita de São Paulo). Serão apresentados dois curtas inéditos com o Mojica. No mesmo domingo também tem a premiação. Também foi programado o filme “Encarnação do Demônio”, do Mojica, para ser exibido ao longo do festival.

Coffin Joe's heart of darkness (Coração das trevas), de José Mojica Marins, Marcelo Colaiacovo e Nilson Primitivo (Brasil, 2017). Com José Mojica Marins.
Terror. Sinopse: Colagem experimental com filmagens novas, realizadas em 2010, combinadas com material inédito de Zé do Caixão rodado em 35mm em meados dos anos noventa e só revelado recentemente. O curta é uma expansão de "Coffin Joe born again" (2015) e fez sua première mundial no Death By Festival, em 28/10/2017, em Austin, no Texas (EUA). 23 minutos. 18 anos.


Sinistro legado, de Liz Marins (Brasil, 2017). Com José Mojica Marins, Liz Marins, Rubens Mello, Raphael Borghi.
Terror. Sinopse: A atriz e diretora Liz Marins planeja com seu pai, o cineasta José Mojica Marins, o prosseguimento das filmagens de seu longa-metragem com a personagem Liz Vamp, a vampira filha de Zé do Caixão, quando um dos personagens quebra a quarta parede imaginária e vem pedir ajuda ao intérprete e criador do maior ícone do terror brasileiro. 8 minutos. 14 anos.

Homenagem a William Shatner: Serão exibidos 4 longas de terror e 2 episódios do seriado “Além da Imaginação” para homenagear a contribuição de William Shatner ao cinema fantástico. Ele enviou um vídeo agradecendo. Na sessão dos episódios da série “Além da imaginação”, o Mystic Seer, máquina de adivinhação usada no episódio “Na hora H”, estará disponível para o público fazer perguntas sobre o futuro.  


Sessão Midnight Classics: Essa sessão presta homenagem aos filmes cults fantásticos em versões inéditas ou remasterizadas. O filme dessa edição será Gutterballs, do canadense Ryan Nicholson e que será exibida a versão Director’s Rape Version. Essa versão nunca foi lançada nos EUA, e foi recentemente exibida na Europa. Conta com cenas extras de extrema violência e o longa chegou a ser proibido em 74 países.

Rio Fantastik Festival 2017 – Programação Cine Joia (Com votação do público)

30/10
19h30 Enfim Sós (9 min) + Pedaços (2 min) / O Animal Cordial (96 min)
21h30 Sessão William Shatner: seriado “Além da Imaginação”, 2 episódios: Na Hora H (25 min) e Pesadelo nas Alturas (25 min)

31/10
19h15 Curta Peleja no Sertão (15 min) / O Despertar de Lilith (80 min)
21h Sessão José Mojica Marins: Encarnação do Demônio (94 min)

1/11
19h15 A Mesa no Deserto (15 min) / Motorrad (92 min)
21h15 Sessão William Shatner: A Maldição das Aranhas (97 min)

2/11
19h15 Ne Pas Projeter (13 min) / O Nó do Diabo (125 min)
21h40 Sessão Midnight Classics: Gutterballs (96 min)

3/11
19h15 Sol (14 min) / Terra e Luz (73 min)
21h Sessão William Shatner: Incubus (78 min)

4/11
19h15 Lunatique (15 min) / Lamparina da Aurora (75 min)
21h Sessão William Shatner: A Chuva do Diabo (86 min)

5/11
19h15 Sinistro Legado (8 min) / Coffin Joe's Heart of Darkness (Coração das Trevas) (23 min) Homenagens a José Mojica Marins e Premiação
21h Sessão William Shatner: Horário de Visitas (105 min)

Rio Fantastik Festival 2017 – Programação Estação NET Rio 2 ou Estação NET Botafogo 3

02/11 (Quinta)
21h30 - Lunatique (15 min) / Lamparina da Aurora (75 min)

03/11 (Sexta)
21h30 - Enfim Sós (9 min) + Pedaços (2 min) / Animal Cordial (96 min)

04/11 (Sábado)
21h30 - A Mesa no Deserto (15 min) / Motorrad (92 min)

05/11 (Domingo)
21h30 - Peleja no Sertão (15 min) / O Despertar de Lilith (80 min)

06/11 (Segunda)
21h30 - Ne Pas Projeter (13 min) / O Nó do Diabo (125 min)

07/11 (Terça)
21h30 - Sol (14 min) / Terra e Luz (73 min)

08/11 (Quarta)
21h30 - Sessão José Mojica Marins: curtas Coffin Joe's heart of darkness e Sinistro legado / Encarnação do Demônio (94 min)


Ficha Técnica – Longas em Competição

Lamparina da aurora, de Frederico Machado (Brasil, 2017). Com Antonio Saboia, Buda Lira, Vera Leite.
Terror. Sinopse: Um casal de idosos vive em uma fazenda abandonada. Toda noite, eles recebem a visita de um jovem que vem se juntar a eles. O passado vem à tona quando as memórias do casal parecem emergir de sonhos e pesadelos. 75 minutos. 16 anos.

Motorrad, de Vicente Amorim (Brasil, 2017). Com Guilherme Prates, Carla Salle, Emilio Dantas, Pablo Sanábio, Juliana Lohmann, Rodrigo Vidigal, Alex Nader, Jayme Del Cueto.
Terror. Sinopse: O jovem Hugo está determinado a ser parte da turma de motocross do irmão mais velho. Ele rouba peças para sua moto e alcança o grupo numa cachoeira remota. Cheios de adrenalina, eles sobem a serra por uma trilha que é cortada, de repente, por um antigo muro. Hugo se dá conta que eles podem desmontar o muro, pedra por pedra, e abre uma passagem que os leva a um encontro inesperado com a dona do ferro-velho de onde Hugo roubou as peças. Ela os convida para fazer uma trilha ainda mais eletrizante. Nessa trilha, a diversão fica para trás e eles passam a ser caçados por um grupo de motoqueiros sádicos e sobrenaturais. 92 minutos. 16 anos.

O animal cordial, de Gabriela Amaral Almeida (Brasil, 2017). Com Murilo Benício, Luciana Paes, Ernani Moraes, Jiddu Pinheiro, Camila Morgado, Irandhir Santos, Humberto Carrão, Ariclenes Barroso, Thais Aguiar, Eduardo Gomes, Diego Avelino.
Terror. Sinopse: Um restaurante de classe média em São Paulo é invadido, no fim do expediente, por dois ladrões armados. O dono do estabelecimento, o cozinheiro, uma garçonete e três clientes são rendidos.  Entre a cruz e a espada, Inácio - o homem pacato, o chefe amistoso e cordial – precisa agir para defender seu restaurante e seus clientes dos assaltantes. 98 minutos. 16 anos.

O despertar de Lilith (Lilith’s awakening), de Monica Demes (Brasil/ EUA, 2016). Com Barbara Eugenia, Sophia Woodward, Mathew Lloyd Wilcox, Steve Kennevan, Sam Garles.
Terror. Sinopse: Segundo a tradição judaica cabalistica, Lilith foi a primeira esposa de Adão, expulsa do Paraíso e condenada por Deus para ser o primeiro demônio da humanidade, a encarnação do mal na Terra. Este mito arcaico também fala de Lilith como detentora de uma beleza superior, carregada de erotismo e mistério, que se alimenta de sangue. Monica Demes incorpora esse mito na história de Lucy, uma jovem sexualmente reprimida que vê sua rotina se agitar quando passa a sonhar com uma figura feminina misteriosa que a assombra. 81 minutos. 16 anos.

O nó do diabo, de Ramon Porto Mota, Gabriel Martins, Ian Abé. Jhésus Tribuzi (Brasil, 2017). Com Fernando Teixeira, Isabél Zuaa, Cíntia Lima, Edilson Silva, Tavinho Teixeira, Clebia Sousa, Alexandre Sena, Miuly Felipe da Silva, Yurie Felipe da Silva, Zezé Motta, Everaldo Pontes.
Terror. Sinopse: Cinco contos de horror. Uma fazenda tomada por horrores há mais de duzentos anos. Cinco encontros com a morte. Um nó que não se desata. 128 minutos. 16 anos.

Terra e luz, de Renné França (Brasil, 2017). Com Pedro Otto, Maya dos Anjos, Marcelo Jungmann, Rafael Freire.
Horror. Sinopse: Em um futuro próximo, o ser humano foi praticamente dizimado por criaturas que se assemelham a vampiros. Neste mundo em que a noite é mortal, um homem tenta sobreviver a qualquer custo, ao mesmo tempo em que tem a chance de recuperar sua própria humanidade. 74 minutos. 14 anos.


Ficha Técnica – Curtas em Competição

A mesa no deserto, de Diego Scarparo (Brasil, 2017). Com Edson Ferreira, Rejane Arruda, Lílian Casotti, Margareth Galvão, Markus Konká, Luiz Carlos Cardoso.
Ficção Científica. Sinopse: No futuro, o mundo foi destruído por uma grande guerra e se tornou um imenso deserto radiativo; E o que restou da humanidade é o que temos hoje: ódio. Num mundo de alta tecnologia e pouca esperança de vida, o saqueador "Sargento", num roubo malsucedido, passa a noite que mudará sua vida para sempre. 15 minutos. 16 anos.

Enfim sós, de Helvecio Parente (Brasil, 2017). Com Fernando Caruso, Roberta Brisson, Mariana Cabral, Mario Braga, João de Carvalho, Luis Claudio Anisio, Ana Ventura Kuhnert, Danny Valle, Marcelo Santana.
Ficção científica. Sinopse: Casal em lua de mel entra num hotel, mas a mulher misteriosamente desaparece. 9 minutos. 14 anos.

Lunatique, de Gabriel Kalim Mucci (Brasil, 2016). Com Lila Guimarães, Rony Koren, Paulo Geraissate, Diogo Magal.
Ficção Científica Sinopse: “Lunatique” é um curta metragem de ficção científica sobre uma mulher solitária que luta diariamente por sua sobrevivência num mundo pós apocalíptico. 15 minutos. 14 anos.

Ne pas projeter, de Cristian Verardi (Brasil, 2015). Com Lisandro Bellotto, Aida Ferrás, Paulo Casa Nova, Aline Dotto, Yasmine Festugato.
Terror. Sinopse: Um projecionista de cinema tem sua rotina afetada de forma drástica, após encontrar uma misteriosa lata de película contendo as advertências: Não abrir. Não projetar. 13 minutos. 16 anos.

Pedaços, de Gabriel Alves (Brasil, 2016).
Animação. Sinopse: Um sentimento muito intenso tem suas consequências. 2 minutos. 14 anos.

Peleja no sertão, de Fabio Miranda (Brasil, 2016). Com as vozes de Alfredo Martins, Hemetério III, Nathalia Catarina Forte, Miguel Rosenberg, Hemetério II, Fabio Miranda.
Animação. Sinopse: Um grupo de sertanejos viaja em seu pau de arara. Um acidente os força a irem caminhando. No caminho eles se deparam com uma criatura assassina e são perseguidos por ela. 15 min. 14 anos.

Sol, de Carlos G. Gananian (Brasil, 2016). Com Thaia Perez, Plinio Soares, Lui Seixas, Giulio Lopes, Ivan Giaquinto, Alvise Camozzi.
Terror. Sinopse: Sol espera por um milagre. Espera que seu marido possa ser salvo. Nesse momento de angústia, uma voz familiar a atormenta. Martelando na sua cabeça, não lhe deixa em paz. Quer sangue... e sua alma. 14 minutos. 16 anos.

Sessão José Mojica Marins

Sinistro legado, de Liz Marins (Brasil, 2017). Com José Mojica Marins, Liz Marins, Rubens Mello, Raphael Borghi.
Terror. Sinopse: A atriz e diretora Liz Marins planeja com seu pai, o cineasta José Mojica Marins, o prosseguimento das filmagens de seu longa-metragem com a personagem Liz Vamp, a vampira filha de Zé do Caixão, quando um dos personagens quebra a quarta parede imaginária e vem pedir ajuda ao intérprete e criador do maior ícone do terror brasileiro. 8 minutos. 14 anos.

Coffin Joe's heart of darkness (Coração das trevas), de José Mojica Marins, Marcelo Colaiacovo e Nilson Primitivo (Brasil, 2017). Com José Mojica Marins.
Terror. Sinopse: Colagem experimental com filmagens novas, realizadas em 2010, combinadas com material inédito de Zé do Caixão rodado em 35mm em meados dos anos noventa e só revelado recentemente. O curta é uma expansão de "Coffin Joe born again" (2015) e fez sua première mundial no Death By Festival, em 28/10/2017, em Austin, no Texas (EUA). 23 minutos. 18 anos.

Encarnação do demônio, de José Mojica Marins (Brasil, 2008). Com José Mojica Marins, Milhem Cortaz, Cléo de Páris, Giulio Lopes, José Celso Martinez Correa, Jece Valadão, Adriano Stuart, Cristina Aché, Helena Ignez, Débora Muniz, Geanine Marques.
Terror. Sinopse: Josefel Zanatas, o Zé do Caixão, viveu dez anos em um manicômio. A contragosto e temor de todos, é finalmente solto. Mais cruel do que nunca, está decidido a encontrar a mulher certa para gerar seu herdeiro ideal. 94 minutos. 18 anos.

Sessão William Shatner

Além da Imaginação, 2 episódios:

Na hora H (Nick of time), de Richard L. Bare (EUA, 1960). Com William Shatner, Patricia Breslin, Guy Wilkerson. Terror. Sinopse: Um casal recém-casado resolve parar em uma pequena cidade e ficam presos por causa de sua própria superstição ao jogar numa máquina de adivinhação em um restaurante local. 25 minutos. 14 anos.

Pesadelo nas alturas (Nightmare at 20,000 feet), de Richard Donner (EUA, 1963). Com William Shatner, Christine White, Ed Kemmer. Terror. Sinopse: Um homem, recém-recuperado de um colapso nervoso, está convencido de que um monstro está danificando o avião em que ele está voando. 25 minutos. 14 anos.

Incubus, de Leslie Stevens (EUA, 1966). Com William Shatner, Allyson Ames, Eloise Hardt, Milos Milos.
Terror. Sinopse: Kia (Allyson Ames) é um súcubo, demônio que atrai homens pecaminosos e com inclinações libertinas objetivando sua perdição final. Ela não se sente estimulada já que essas almas vão para o inferno de qualquer maneira. A procura de um desafio a altura de seu poder e contra o conselho de sua irmã (Eloise Hardt), Kia encontra Marc (William Shatner), um homem bom que já enfrentou a morte com coragem. Depois de uma noite juntos, Kia descobre que a bondade de Marc ainda está intacta, e pior, ela ficou devastada pelo amor. Na raiva, ela e a irmã evocam um Incubus (Milos Milos) para lidar com Marc, que agora precisa enfrentar as forças do mal. 78 minutos. 16 anos. 

A chuva do diabo (The devil’s rain), de Robert Fuest (EUA, 1975) Com Ernest Borgnine, Eddie Albert, Ida Lupino, William Shatner, Tom Skerritt
Terror. Sinopse: Em uma pequena cidade do Arizona, no meio da paisagem rural, vive um grupo de satanistas que possuem uma estranha bola de cristal que captura a alma das vítimas que foram mortas em sacrifício. Liderados por Corbis (Ernest Borgnine), esse diabólico grupo está atrás do "Livro dos Nomes", que foi roubado, e que contém a identidade de todas as vítimas. Culpado pelo roubo do tal livro é Tom Preston (Tom Skerritt), que acaba por ter sua família assassinada por causa do delito, mas ele não deixa barato e arma uma vingança para destruir os satanistas. 14 anos. 86 min

A maldição das aranhas (Kingdom of the spiders), de John ‘Bud’ Carlos (EUA, 1977). Com William Shatner, Tiffany Bolling, Woody Strode.
Terror. Sinopse: Ao investigar as misteriosas mortes de uma série de animais de uma fazenda, o veterinário Rack Hansen descobre que sua cidade encontra-se no caminho de hordas de tarântulas migratórias. Antes que ele possa agir, as ruas são invadidas por aranhas assassinas, aprisionando um pequeno grupo de pessoas da cidade em um hotel. 97 minutos. 14 anos.

Horário de visitas (Visiting hours). De Jean-Claude Lord (EUA, 1982). Com Michael Ironside, Lee Grant, Linda Purl, William Shatner.
Terror. Sinopse: Um assassino perturbado e misógino assalta uma jornalista. Quando ele descobre que ela sobreviveu ao ataque, ele a segue ao hospital para acabar com ela. 105 minutos. 14 anos.

Sessão Midnight Classics

Gutterballs Director’s Rape Version, de  (Canada, 2008). Com Alastair Gamble, Mihola Terzic, Nathan Witte, Wade Gibb, Nathan Dashwood, Scott Alonzo.
Terror. Sinopse: Um tradicional boliche se torna um banho de sangue quando um assasino mascarado vai matando todos os participantes com uma brutal eficiência. 96 minutos. 18 anos.

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28/10/2017

Crítica do filme: 'Spielberg'

Um dos gênios do cinema, aclamado em todo mundo. É difícil definir Steven Spielberg com outras palavras. Dono de direções que cortaram rupturas em diversas eras do cinema, esse perfeccionista norte americano tem alguns de seus segredos revelados e sua intimidade aberta nesse belo documentário da cinegrafista e cineasta Susan Lacy. Buscando decifrar a mente de Spielberg, ao longo de cerca de duas horas de projeção, esse belo trabalho relata na visão dele e de muitos ao seu redor, detalhes de toda sua trajetória para se tornar um dos diretores de cinema mais conhecidos em todo o mundo. Desde de seu início muito jovem dirigindo grandes nomes do cinema daqueles tempos, até as inovações digitais junto com uma criatividade absurda em criar atmosferas perfeitas para suas obras, vamos aos poucos entendendo melhor o grande Steven Spielberg.

O mais interessante, e aí onde os fãs do diretor vão de deliciar, é que ao longo do documentário, quase feito em atos, filme por filme, entendemos melhor o processo de criação de cada uma de suas obras e também os contextos pessoais ou políticos que as mesmas aconteceram. Para contar parte da trajetória, amigos de Spielberg, como Brian de Palma, Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, Geroge Lucas, e muitos outros se reúne em séries de depoimentos surpreendentes sobre a visão deles a cada processo de criação do emblemático diretor.

Sua vida pessoal também ganha luz nas lentes de Lacy. O relacionamento conturbado com seu pai, as idas e vindas dos problemas pessoais que de certa forma atrapalharam alguns dos projetos de Spielberg. Os depoimentos sobre como foi filmar A Lista de Schindler são os mais comoventes, e, de certa forma, foram uma homenagem a relação de pai e filho. Seus casamentos também são passados a limpo e todo o processo de renascimento da genialidade do diretor que fez o mundo se encantar com muitas de suas obras.


Esse projeto, produzido pela grande HBO, é um filme que todo cinéfilo deve assistir. Mesmo gostando pouco ou aclamando, não pode-se negar o fato de que Steven Spielberg é um dos nomes mais importantes da indústria da sétima arte mundial.
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Crítica do filme: 'Her Love Boils Bathwater'

A mãe compreende até o que os filhos não dizem. Chega do Japão um dos filmes mais sensíveis e emocionantes da temporada, uma mescla de comédia delicada com drama intenso que entra em nossos corações como uma flecha recheada de sentimentos bons. Her Love Boils Bathwater, ou no original, Yu wo wakasuhodo no atsui ai, é o indicado ao Oscar do Japão para a próxima cerimônia do Oscar e possui boas chances de conseguir uma vaguinha na lista final. Escrito e dirigido pelo cineasta Ryôta Nakano o filme apresenta a jornada de uma inesquecível personagem em busca do preenchimento de lacunas esquecidas em seu passado depois que descobre uma terrível doença. A sensibilidade que o filme preenche suas emoções é algo raro e transforma esse trabalho em um dos mais bonitos desses últimos meses.

Na trama, conhecemos a super querida Futaba (Rie Miyazawa, em uma atuação absolutamente fantástica) que mora sozinha com sua filha Azumi em uma casa humilde no delicioso Japão. Certo dia, Futaba descobre que tem uma doença terminal e quase paralelamente descobre onde seu ex-marido, que a abandonara, está morando. Vendo que precisa ter o ex-marido por perto, deixa ele voltar para a sua vida, sendo que o mesmo traz junto uma outra criança fruto de um caso que ele teve. Assim, os quatro embarcarão em uma jornada repleta de segredos para ajudar Futuba a realizar seus últimos desejos em vida.

O roteiro possui uma sensibilidade gigante. O primeiro arco, meio morno, na verdade é a construção inicial com inserções de detalhes que serão descobertos apenas com o passar do pouco mais de duas horas de projeção. Após a descoberta da terrível doença, Futaba começa a abrir seus segredos mais escondidos e o filme ganha contornos emocionantes (preparem desde já os lenços). Impressiona a qualidade dessa história que além de emocionar, tem um poder de surpreender o espectador.


O papel da mãe é algo abordado no filme nas óticas dos coadjuvantes em relação a protagonista. Mãe de muitos, mesmo sendo de poucos, Futaba é o reflexo de todo o amor que pode ter uma família quando tem uma figura carinhosa, forte, corajosa, para combater e proteger todos ao seu redor. A relação que a personagem principal tem com todos que a preenchem com amor é algo grandioso, sublime. Transborda na tela as razões de todo seu amor e o público se sente próximo a personagem em todo momento. A inesquecível atuação de Rie Miyazawa ajuda a deixar essa personagem na prateleira do imaginário cinéfilo como sendo um dos mais belos do cinema oriental contemporâneo.

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21/10/2017

Crítica do filme: 'Feito na América'

Repetindo a parceria do redundante No Limite do Amanhã, o astro Tom Cruise e o diretor Doug Liman (Na Mira do Atirador) chegaram aos cinemas poucas semanas atrás com Feito na América, filme repleto de ação que mostra uma operação ilegal que vai dos anos 70 ao 80, envolvendo decisões de alguns presidentes norte americanos, Pablo Escobar e agentes de grandes agências americanas. O roteiro navega na ótica e narrativa do protagonista, que realmente existiu, de maneira profunda em um grande esquema ilegal, ligados a guerra e drogas, além de explorar com bastante detalhes a rotina familiar do personagem principal mas não consegue a fuga de determinados clichês e um esteriótipo de bom moço que Cruise usa ao longo de sua carreira e em muitos filmes.

Na trama, acompanhamos a trajetória do experiente piloto norte americano Barry Seal (Tom Cruise), pai de família e casado com Lucy (Sarah Wright) que vendo oportunidades onde ninguém viu, vira contrabandista de armas para a tão temida CIA e ao mesmo tempo que faz trabalhos de logística e entregas para o alto escalão do cartel de Medellín (Escobar e companhia). Ao longo de quase duas décadas, acompanhamos Seal e seu negócio extremamente rentável, consequentemente perigoso.

Livremente baseado em fatos reais, a história de Barry Seal já foi retratada no projeto feito para televisão A Vida Por um Fio – Entre a Lei e o Crime no início da década de 90, o filme joga aberto com o público detalhes políticos que vão de Ronald Reagan até George Bush, alto comando das principais agências de proteção Norte americana, principalmente em relação a problemática confusa e de guerra envolvendo alguns países da América Central. Um das figuras emblemáticas nessas confusões políticas que o protagonista se mete é Schafer (Domhnall Gleeson) que trabalha na CIA e camufla vários movimentos de Seal, ajudando-o em muitos momentos a ir pra frente com seus planos mirabolantes quando ligado aos interesses de sua agência.

Longe de ser um dos melhores filmes do ano, Feito na América cumpre parte de seu papel de maneira eficiente e até certo ponto bem explicativa. Se conseguires fugir de algumas caras e bocas de Cruise, vista em quase todos seus trabalhos hollywoodianos, deve agradar aos que gostam de filmes políticos misturados com boas doses de cenas de ação.


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20/10/2017

Crítica do filme: 'Mulheres Divinas'

A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras. Representante da Suíça na disputa do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, em 2018, Mulheres Divinas é, antes de mais nada, um grito de independência feminino em uma época repleta de limitações. Escrito e dirigido pela cineasta suíça Petra Biondina Volpe o filme aborda a luta pelos direitos iguais entre homens e mulheres de maneira inteligente e esclarecedora.

Na trama, ambientada na Suíça, no início da década de 70,  conhecemos Nora (Marie Leuenberger), uma mulher de meia idade que morou durante toda sua vida em um pequeno vilarejo com poucas atividades culturais ou sociais. Quando começa a não concordar com limitações impostas as mulheres durante décadas, e ,assim, vira a líder de um movimento importante pelo direito de voto das mulheres nas eleições. Mas o caminho não será fácil, nem para ela, nem para seu marido Hans (Maximilian Simonischek).

Os arcos iniciais são detalhistas ao apresentar a rotina da personagem principal. Seu relacionamento conturbado com o sogro, sua defesa em torno da situação da filha de uma parente, os primeiros passos rumo a amizade com outras mulheres que pensavam da mesma maneira que ela e assim instigaram em Nora uma chance de lutar por tudo aquilo que ela (e muitos que nunca se manifestavam) sonhavam.

O papel da mulher na sociedade é discutido de várias formas nesse belo projeto. A construção da protagonista chega pelo estopim, de uma luz que se acende, quando percebe que não consegue fugir daquela rotina imposta por práticas e costumes machistas em um pequeno vilareja com clima frio no alto da Suíça. Os sonhos que ficam longe de serem realizados, ou o simples fato de querer trabalhar na cidade em uma nova profissão também ajudam a moldar as atitudes corajosas e de grande brilho de Nora (Marie Leuenberger).

Vencedor do prêmio de Melhor Atriz, para Marie Leuenberger, e do prêmio de Melhor Filme, para o público, no Festival de Tribeca 2017, Mulheres Divinas é um belo retrato sobre um certo início da luta feminina para ter seus direitos justos e iguais, luta que dura até hoje em um mundo ainda machista.



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