Dezenove anos depois de sua última direção no mundo do
cinema (“Jennifer 8 - A Próxima Vítima”)
o cineasta inglês Bruce Robinson tenta
dar um tom de comédia à história de um jornalista que adora uma bebedeira, baseado
na trama de Hunter S. Thompson, em “Diário de um Jornalista Bêbado”. Com um
bom material humano nas mãos, o longa tinha tudo para ser um sucesso de crítica
e público mas acaba virando uma maçante novela mexicana regada à muitos tipos
de bebidas, alucinações de línguas gigantes e diálogos esquisitos. Johnny Depp tenta de todas as maneiras
salvar o filme, porém, naufraga junto com o péssimo roteiro que não cria nenhuma
harmonia para as sequências.
Na trama, um jornalista americano chamado Paul Kemp (Depp) vai
para Porto Rico trabalhar para um jornal que está caindo aos pedaços, durante
os anos 1950, que é comandado pelo impulsivo Lotterman (interpretado pelo irreconhecível
Richard Jenkins). Aos poucos começa
a entender e conhecer todo tipo de gente que mora naquela região se metendo em
muitas confusões por conta de uma paixão ardente e interesses de influentes
locais.
O longa é basicamente um carro desgovernado sem direção. Muitos
fragmentos de história tentam se juntar de maneira extremamente confusa
afastando o público a todo momento do que é visto na telona. É uma luta
constante que o espectador tem contra aquele soninho que sempre aparece quando
o filme é ruim. É aquele tipo de filme que não vale a pena segurar aquela
vontade de ir ao banheiro que possa surgir.
Tentando manter o filme nos trilhos, Johnny Depp usa e abusa de sua técnica cênica. Nota-se o esforço do
conhecido ator para dar entendimento e um sentido ao seu personagem que acaba
sendo sugado pela loucura do roteiro. O
mais difícil é saber quem está mais perdido, o personagem do Aaron Eckhart, o personagem de Giovanni Ribisi ou o público. O
primeiro, ótimo ator, tem uma de suas piores atuações muito talvez (como nós)
por não entender o sentido de Sanderson (seu papel). O segundo não se entende em nenhum momento com
seu louco Moberg, deixando rastros de loucura a cada vez que aparece em cena. A beleza da texana Amber Heard é mostrada de todas as maneiras (só faltou um zoom em
3D) pena que o personagem é fraco e pouco acrescenta a confusa história.
Uma grande decepção, provavelmente será um dos piores do ano.