23/04/2012

Crítica do filme: 'Diário de um Jornalista Bêbado'


Dezenove anos depois de sua última direção no mundo do cinema (“Jennifer 8 - A Próxima Vítima”) o cineasta inglês Bruce Robinson tenta dar um tom de comédia à história de um jornalista que adora uma bebedeira, baseado na trama de Hunter S. Thompson, em “Diário de um Jornalista Bêbado”. Com um bom material humano nas mãos, o longa tinha tudo para ser um sucesso de crítica e público mas acaba virando uma maçante novela mexicana regada à muitos tipos de bebidas, alucinações de línguas gigantes e diálogos esquisitos. Johnny Depp tenta de todas as maneiras salvar o filme, porém, naufraga junto com o péssimo roteiro que não cria nenhuma harmonia para as sequências.

Na trama, um jornalista americano chamado Paul Kemp (Depp) vai para Porto Rico trabalhar para um jornal que está caindo aos pedaços, durante os anos 1950, que é comandado pelo impulsivo Lotterman (interpretado pelo irreconhecível Richard Jenkins). Aos poucos começa a entender e conhecer todo tipo de gente que mora naquela região se metendo em muitas confusões por conta de uma paixão ardente e interesses de influentes locais.

O longa é basicamente um carro desgovernado sem direção. Muitos fragmentos de história tentam se juntar de maneira extremamente confusa afastando o público a todo momento do que é visto na telona. É uma luta constante que o espectador tem contra aquele soninho que sempre aparece quando o filme é ruim. É aquele tipo de filme que não vale a pena segurar aquela vontade de ir ao banheiro que possa surgir.

Tentando manter o filme nos trilhos, Johnny Depp usa e abusa de sua técnica cênica. Nota-se o esforço do conhecido ator para dar entendimento e um sentido ao seu personagem que acaba sendo sugado pela loucura do roteiro.  O mais difícil é saber quem está mais perdido, o personagem do Aaron Eckhart, o personagem de Giovanni Ribisi ou o público. O primeiro, ótimo ator, tem uma de suas piores atuações muito talvez (como nós) por não entender o sentido de Sanderson (seu papel).  O segundo não se entende em nenhum momento com seu louco Moberg, deixando rastros de loucura a cada vez que aparece em cena.  A beleza da texana Amber Heard é mostrada de todas as maneiras (só faltou um zoom em 3D) pena que o personagem é fraco e pouco acrescenta a confusa história.

Uma grande decepção, provavelmente será um dos piores do ano.