10/05/2012

Crítica do filme: 'Piratas Pirados'


A melhor coisa de ser um pirata é procurar uma aventura. Dirigido pelo inglês Peter Lord ("A Fuga Das Galinhas"), “Piratas Pirados” tem o plano de fundo nas ruas repletas de neblina da “Londres Vitoriana” contando a saga de um capitão pirata e sua banheira velha em busca de prêmio quase impossível. Entre uma e outra aventura, tenta brincar com a história mas acaba deixando o público aos poucos caindo na sonolência.

Na trama, somos apresentados ao excêntrico Capitão Pirata. Com uma tripulação atrapalhada ao seu lado, embarca em uma aventura para conseguir conquistar o cobiçado prêmio: “Pirata do Ano”. Para isso, o carismático barbudo tem que enfrentar inimigos de profissão, uma rainha impiedosa com a classe pirata, Charles Darwin (sim, ele mesmo) e muitos outros obstáculos. Os personagens, que até parecem terem sido feitos de massinha, tentam agradar o público com jeitos peculiares que buscam fugir do comum a qualquer preço, o que deixa tudo muito chatinho e bobo demais (por mais que seja um filme voltado para a criançada).

Passando pela história das origens das espécies, o saudoso Charles Darwin dá o ar de sua graça e acaba ocupando um papel estranho na animação, um dos vilões da história. É um Darwin diferente, obscuro, que deixará muita gente com conclusões estranhas sobre o jeito (de mentirinha) do cientista. Quem também tem uma rápida participação é a inglesa Jane Austen. O que será que a talentosa escritora acharia dessa participação?

Uma coisa fica evidente e muito esquisita logo no início da projeção, uma palavra fica em destaque nas falas, (traduzidas, já que a cabine/pré-estréia que os jornalistas cariocas foram tiveram apenas cópias dubladas) “Surrupiar”, uma palavrinha complicada para as crianças entenderem já que tem muito adulto que nem sabe o que significa. Será que não poderíamos ter feito uma tradução mais trivial?

Os mestres do disfarce, que se camuflam de cientistas e bandeirantes rapidamente vão perdendo o brilho e o entusiasmo em uma produção que tinha tudo para dar certo mas acaba naufragando.