Apresentando um terror que abre espaço para reflexões sobre os tratos sociais, chegou na Netflix um longa-metragem tailandês que coloca o bullying no centro de uma trama onde pesadelos, assombrações e rituais ligados ao sobrenatural ganham forma através de jovens personagens em conflito, explorando também o anti-heroísmo. Nem tudo funciona com consistência – há pontas soltas no roteiro -, mas um plot twist totalmente inesperado na sua parte final entrega novos sentidos às ações e consequências.
Dirigido por Taweewat
Wantha, com roteiro assinado por Thammanan
Chulaboriruk, Ataque 13 busca romper
camadas que, em um primeiro momento, parecem adormecidas na superfície, mas que
logo se apresentam como boas críticas sociais - mesmo com o foco em ir de
encontro com a tensão a todo instante, através do macabro, das invocações de
espíritos e possessões.
Jin (Korranid
Laosubinprasoet) chega a um novo colégio, onde Bussaba (Nichapalak Thongkham) toca o terror,
fazendo bullying com outras meninas. Dividindo a quadra nos treinos de vôlei, as
duas logo se tornam inimigas juradas. Após uma série de conflitos, Bussaba é
encontrada morta na quadra do colégio. Dias depois, seu espírito retorna para
aterrorizar Jin e suas amigas.
A dificuldade de socialização e a baixa autoestima - consequências
do bullying - são bem explorada pela narrativa, talvez o ponto de maior
relevância da obra. Como esse é um assunto de muitos cotidianos, a premissa
funciona, nos levando para a gangorra entre o drama e o terror. Nesse segundo
momento, com ajuda dos efeitos especiais e um uso excessivo de ‘jump scares’,
nos deparamos com o sombrio e o inexplicável, através de uma trama que vai se
revelando aos poucos.
Para você que gosta de levar uns bons sustos, Ataque 13 vai cumprir esse papel. No
entanto, para análises mais amplas e reflexões profundas, o filme deixa um
pouco a desejar, por mais que encoste muitas vezes em dramas sociais que vão do
assédio à violência psicológica.
