15/12/2014

Crítica do filme: 'The One I Love'



O casamento deve combater incessantemente um monstro que devora tudo: o hábito! Chegou aos cinemas norte-americanos em agosto deste ano, um dos filmes mais diferentes de 2014, The One I Love. Debutando na cadeira de diretor de cinema, o trabalho dirigido por Charlie McDowell possui um dos roteiros mais loucos do ano, assinado por Justin Lader. Mas isso não é uma coisa ruim. Ao longo dos curtos 91 minutos de fita, consegue com criatividade e um toque de absurdos apresentar argumentos sólidos sobre a teoria do matrimônio. É uma bela visão sobre variáveis constantes que vemos na vida real quando pensamos ou ouvimos sobre casamentos. 

Na trama, um casal em grave crise, resolve, após sugestão do seu misterioso psicólogo, embarcar em uma viagem para passar o tempo longe da cidade grande, em uma casa confortável, para ver se a relação deles engrena novamente. Chegando nesse agradável lugar, logo na primeira noite percebem que há algo muito estranho nesse lugar. Assim, descobrem o inusitado: Versões melhoradas deles vivem na casa de hóspedes! Assim, com vários diálogos interessantes, e situações peculiares, o casal tenta redescobrir o amor.

Uma das dezenas de peculiaridades da história é a presentar uma profunda abordagem, mesmo parecendo impossível na vida real, sobre as dificuldades de estar junto com alguém. Se desdobrando em dois papéis, os atores Mark Duplass e Elisabeth Moss conseguem deixar a trama com cara de suspense e aproximando o público de cada segundo do que vemos em cena. 

Infelizmente, mesmo tendo feito sucesso em alguns festivais que participou neste ano mundo à fora, The One I Love, não deve chegar aos cinemas brasileiros. Muitos distribuidores, lamentavelmente, se agarram ano após ano em determinados estereótipos de filmes e raramente dão oportunidades a histórias originais protagonizados por artistas desconhecidos aqui no Brasil. Esse curioso trabalho, foge muito dessa proposta do mercado de distribuição brasileiro. A esperança para nós cinéfilos, que merecemos a oportunidade de conferir sempre um bom filme numa telona, é que o filme chegue nas locadoras que ainda restam.