31/12/2016

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Crítica do filme: 'Horizonte Profundo: Desastre no Golfo'

A ganância insaciável é um dos tristes fenômenos que apressam a autodestruição do homem. Dirigido pelo cineasta nova iorquino Peter Berg (O Grande Herói (2013)), o ótimo filme Horizonte Profundo: Desastre no Golfo fala sobre, entre vários pontos, a ganância do ser humano. Baseado em fatos reais, o filme consegue deixar o espectador com os olhos atentos ao longo dos 107 minutos, muito porque consegue fugir de vários clichês retratando com muita verdade os acontecimentos traumáticos desse dia que foi o maior desastre em uma plataforma de petróleo da história dos Estados Unidos.

Na trama, ambientada no ano de 2010, conhecemos o chefe de manutenção da plataforma Deepwater Horizon Mike Williams (Mark Wahlberg), um mecânico que mora com sua esposa Felicia (Kate Hudson) e sua única filha. Em abril de 2010, Mike irá enfrentar o maior desafio de sua experiente carreira quando a plataforma em que está começa a pegar fogo por conta de descaso nas políticas de prevenções. Lutando contra a vida e tentando ajudar a todos se salvarem, Mike e Jimmy Harrell (Kurt Russell), um dos chefes da Deepwater Horizon, precisarão reunir forças para enfrentar o caos em alto mar.

O filme bate profundamente nas políticas de proteção das plataformas petrolíferas norte americanas, mostrando de todos os ângulos os verdadeiros culpados por esse trágico acidente. Por conta disso podemos dizer que é um filme muito corajoso, além disso, o roteiro (escrito por Matthew Michael Carnahan e Matthew Sand, baseados no artigo de David Rohde e Stephanie Saul) é muito bem definido tentando também fugir de eventuais clichês. O projeto consegue unir as críticas contundentes aos responsáveis pelo acidente a um enredo envolvente com cenas de tirar o fôlego.


Lançado nos cinemas brasileiros no início de novembro passado, Horizonte Profundo: Desastre no Golfo passou rapidamente pelo circuito mas é um filme que se você tiver a oportunidade de assistir não deixe de conferir. Grata surpresa. 
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30/12/2016

Crítica do filme: 'Minha Mãe é uma Peça 2'

Uma mãe compreende até o que os filhos não dizem. Dirigido pelo cineasta César Rodrigues, também diretor do recente Vai que Cola - O Filme (2015), Minha Mãe é uma Peça 2 chegou aos cinemas brasileiros na quinta-feira passada (22) e virou um grande fenômeno de bilheteria, consolidando de vez o ator Paulo Gustavo como um dos melhores e mais queridos comediantes brasileiros da atualidade. O filme é honesto com seu público e seu roteiro tem suas imperfeições mas se fortifica na atuação do seu protagonista, um quase show de stand up comedy na tela grande, caracterizado com o seu melhor personagem da carreira.

Na trama, voltamos a encontrar a hilária Dona Hermínia (inspirada na mãe do protagonista Paulo Gustavo, Dona Dea) que dessa vez embalou uma prestigiada carreira na televisão. Mas sua vida pessoal continua a enfrentar diversos problemas principalmente com a chegada na maturidade dos seus filhos Juliano (Rodrigo Pandolfo) e Marcelina (Mariana Xavier) que decidem se jogar na vida profissional e buscar boas oportunidades em suas carreiras na grande São Paulo. Precisando se reinventar e brigando com a solidão, Dona Hermínia encontrará novos personagens que a ajudarão a encontrar novos caminhos.

Mesmo não sendo profundo em suas subtramas o longa, que a cada semana bate mais recordes, explora mais o lado sentimental falando sobre perdas, lado profissional e se enchendo de novos personagens que poderão ser aproveitados em futuros novos filmes da franquia. Paulo Gustavo é um caso a parte, domina seu personagem como poucos, faz rir uma multidão em diálogos ácidos usando e abusando de seu carisma. Nesse segundo filme vemos uma Dona Hermínia mais relaxada, vivendo seu cotidiano mais próximo de uma verdade na realidade, o espectador sente isso durante boa parte da projeção.


O primeiro longa da franquia foi a maior bilheteria do ano de 2013, visto por mais de quatro milhões de espectadores. Nesse segundo trabalho os números irão atropelar essa contagem e irão transformar essa comédia nacional numa das mais vistas da história do cinema brasileiro. Se você gosta do trabalho do ator, gosta de rir e esquecer dos problemas do mundo, Minha Mãe é uma Peça 2 pode ser uma boa opção. 
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Crítica do filme: 'Loving'

O casamento é o fim do romance e o começo da história. Dirigido pelo excelente cineasta Jeff Nichols (dos ótimos Midnight Special, Amor Bandido e O Abrigo) Loving fala, além de qualquer outra coisa, de maneira impactante, sobre o mais forte dos sentimentos humanos: o amor. O tom do filme é algo lindo, gera metáforas fabulosas mas sempre com uma verdade impressionante. A atuação dos protagonistas Ruth Negga e Joel Edgerton é algo inesquecível, marcante. Exibido no último Festival de Cannes, o longa possui alma e muita verdade também ao falar dos obstáculos que ambos precisam enfrentar por conta de seu casamento, numa época de muito preconceito em boa parte dos Estados Unidos.

Na trama, baseada em fatos reais e ambientado no final da década de 50 no Estado da Virgínia nos Estados Unidos, conhecemos o casal Mildred (Ruth Negga) e Richard (Joel Edgerton),  dois seres humanos apaixonados que resolvem oficializar seu amor se casando quase que secretamente em uma cerimônia bem simples. Mas as autoridades do local onde vivem começam a persegui-los, pois, por serem um homem branco e uma mulher negra, naquela época o casamento entre eles, naquela cidade, era proibido. Assim, enfrentando todo um preconceito de uma região, eles irão enfrentar a todos sempre fortalecidos pelo maior de todos os sentimentos do mundo, o amor.

Produzido por dois grandes do cinema da atualidade, o ator Colin Firth e o cineasta Martin Scorsese, Loving possui personalidade própria principalmente por conta de sua narrativa deveras lenta mas muito rica em detalhes e expressões. Jeff Nichols é um mestre em captar sentimentos e detalhes de contextos dramáticos e/ou situações complexas. Mas nesse filme seu principal papel foi dar o toque de genialidade em suas lentes para as impressionantes atuações dos protagonistas. O Richard de Joel Edgerton é comovente, com seu jeitão duro e ao mesmo tempo seu amoroso coração deixam o público impressionado com tanta empatia. A Mildred de Ruth Negga é forte, repleta de esperanças que busca todo seu refúgio nos braços do seu adorável marido. Loving entrega ao espectador uma das duas melhores atuações do ano e que deve ser lembrada na próximas lista do Oscar.

Loving ainda não tem previsão para desembarcar por aqui em nosso país. É uma linda história de amor, com grandes atuações, uma direção primorosa que fala com toda a verdade sobre a luta contra um preconceito absurdo que existia (e infelizmente ainda existe) em alguns cantos do planeta.
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Crítica do filme: 'Passageiros' (2016)

O ego é dotado de um poder, de uma força criativa, conquista tardia da humanidade, a que chamamos vontade. Até que ponto a tecnologia irá se sobrepor nas decisões dos seres humanos num futuro bem próximo? Dirigido pelo bom cineasta norueguês Morten Tyldum (do excelente Headhunters), um dos primeiros blokbusters de 2017 a chegar no circuito brasileiro de exibição, Passageiros, é uma fábula sobre as fragilidades do egoísmo aliada à um poder tecnológico bastante imaginável nos tempos atuais. O roteiro, escrito pelo nova iorquino Jon Spaihts (que fez parte da equipe de roteirista de Doutor Estranho e Prometheus) possui seus méritos apesar de não envolver o público com a trama como poderia. Além de preso a clichês hollywoodianos a história beira ao óbvio com protagonistas pouco inspirados. Um fato curioso é que Andy Garcia parece 10 segundos na fita, já no fim. Será que terá uma sequência já planejada? Bastante arrojado por parte dos produtores.

Muitos e muitos anos a frente de nossa geração humana, uma incrível nave espacial faz um longo caminho pelo universo levando cerca de 5.000 tripulantes para uma nova colônia, um planeta distante bastante parecido com a nossa Terra. Nessa peculiar invenção tecnológica voadora todos os seres humanos estão dormindo em câmeras projetadas para acordarem seus respectivos quando faltaram quatro meses para a chegada nesse novo planeta. Porém, durante o trajeto, cerca de 30 anos após o início da jornada, um imprevisível acidente acaba acordando um dos passageiros, o engenheiro mecânico Jim Preston (Chris Pratt) que acordara cerca de 90 anos antes do previsto. Após passar um ano aproveitando todas as regalias da nave parque de diversões que está ele começa a se sentir muito sozinho e com medo de morrer sem nunca mais ter uma interação com outro humano. Assim, resolve acordar uma passageira, a escritora Aurora Lane (Jennifer Lawrence) para lhe fazer companhia. Logo surge uma paixonite entre eles mas segredos precisam ser revelados quase ao mesmo tempo que a nave em que estão precisa ser consertada com urgência.

Quando você pensa, ao final do filme, em tudo que foi esse projeto, fica um sentimento de que a ideia era excelente mas foi mal executada e principalmente se prendeu a vícios hollywoodianos, algo cansativo em vez de dar o efeito esperado ou simplesmente repetitivo (conhecido também como clichê). Chris Pratt, um dos protagonistas, tenta envolver o espectador com todo seu carisma, já visto em outros gigantescos lançamentos nos últimos anos, mas acaba se perdendo em cena. Quando chega Jennifer Lawrence e sua forte personagem, o filme parece que vai crescer mas apenas algumas pontas de brilhantismo conseguimos enxergar nessa fórmula de bolo sem cereja.

Os rápidos momentos de brilho chegam em diálogos entre Jim e o robô garçom Arthur (interpretado pelo sempre excelente Michael Sheen). Esse último mostra um certo lado humano dentro da inteligência artificial implementada um processo cênico bem interessante. As questões vitais emocionais/existenciais fruto dos pensamentos a longo prazo dos dois pombinhos protagonistas tem partes interessantes, juntamente com o desfecho dessa história.


Passageiros estreia por aqui no Brasil nas primeiras semanas de janeiro de 2017. Mesmo sendo um filme muito longe da perfeição , você que curte filmes de ficção científica pode até achar mais pontos positivos do que esse mero cinéfilo que vos escreve. 
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24/12/2016

Crítica do filme: 'Other People'



Não precisamos ser perfeitos o tempo todo para que nossas famílias nos amem. Debutante em longas metragens, o cineasta Chris Kelly, dirige e assina o roteiro deste belíssimo filme que explora com muita simpatia assuntos tabus de uma família de classe média norte americana. Other People é um grande aulão sobre os muitos lados das emoções, um filme rico em conteúdo, corajoso que faz questão de expor as polêmicas como forma de refletirmos sobre os temas abordados. O projeto conta com uma atuação espetacular da veterana atriz Molly Shannon que nos emociona do início ao fim com sua impactante personagem. 

Na trama, conhecemos o roteirista, sem grande sucesso, David (Jesse Plemons), um jovem que mora em nova Iorque e precisa voltar para a cidade que nasceu, em Sacramento, por conta de uma grave doença de sua mãe Joanne (Molly Shannon). Tendo que voltar a morar na casa onde foi criado, e tendo que enfrentar suas diferenças com seu pai, David passará meses tentando se redescobrir e renovando seu amor por sua família. Ao longo dos 97 minutos de projeção somos testemunhas de uma pequena grande história sobre as formas de demonstrar o amor familiar.

Indicado em quatro categorias do Independent Spirit Awards 2017, Other People é aquela surpresa que todos nós cinéfilos gostamos de encontrar. Atualmente no ótimo catálogo da Netflix, o filme explora com muita sabedoria as principais características de seus personagens que ficam envolvidos em uma situação de muita tristeza com a doença da mãe. Como cada um deles lida com isso (com um foco gigante na visão de David), o filme nos envolve com embates via diálogos primorosos e lições de vida que levamos para nossas próprias vidas. A atuação de Molly Shannon, que faz a mãe, é deslumbrante, uma das mais impactantes do ano.

Other People concorreu ao Grande Prêmio do Júri no importante Festival de Sundance 2016 e dificilmente chegará aos cinemas brasileiros. Se você tiver a chance de assistir a esse belo trabalho, não deixe de conferir. O amor transborda em forma de perdão e esperança. Lindo filme!
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23/12/2016

Crítica do filme: 'Belos Sonhos'

Tudo aquilo que sou, ou pretendo ser, devo a um anjo, minha mãe. Filme de abertura da última Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, a co-produção Itália/França dirigida pelo marcante cineasta italiano Marco Bellocchio é um daqueles filmes que conseguem chegar bem fundo em nossas emoções, trazendo um encanto de poesia na relação impactante de um filho com as lembranças de sua mãe.  Profundo, elegante, emotivo, a produção passa com louvor na avaliação criteriosa dos corações cinéfilos, principalmente aos que percebem uma analogia extraordinária entre seu enredo e uma letra famosa escrita por Renato Russo anos atrás. Belos Sonhos é sem dúvidas um dos mais belos e honestos filmes desse ano que termina.

Baseado no livro Fai Bei Sogni, de Massimo Gramellini, Belos Sonhos, distribuído pelas Mares Filmes no Brasil, conta a história de Massimo, um amante do futebol que tempos mais tarde vira jornalista de um importante jornal que possui um grande trauma, quase uma lacuna não preenchida sobre as lembranças que cercam o falecimento de sua mãe quando Massimo era apenas uma criança. Percorrendo uma linha do tempo que vai e volta, no melhor estilo Bellochio, vamos juntando aos poucos o complexo quebra cabeça da trajetória emocional de Massimo com muitas surpresas e momentos de redenções ao longo dos emocionantes 134 minutos de projeção.

Dorme agora, é só o vento lá fora. O roteiro explora com louvor toda a tempestade de lembranças que passa o protagonista ao longo de sua tumultuada trajetória de vida. Desde a infância e os momentos dançantes com sua mãe, até os horrores da guerra vistas de uma maneira bastante profunda.  O trabalho do ator italiano Valerio Mastandrea (o Michael Fassbender da Itália), que interpreta Massimo em sua fase adulta, é irretocável, passa uma pureza no olhar que impressiona. O espectador sai do filme sabendo que assistiu a uma baita atuação.

Me diz, por que que o céu é azul? Explica a grande fúria do mundo! Os embates cheio de cargas emocionais entre o pequeno Massimo e o religioso que lhe ensinava na escola sobre a origem das coisas é muito interessante e traça um paralelo certeiro com a história de vida do menino. Há uma saudade que ele sente de tudo que ele ainda não viu.

Você diz que seus pais não entendem, mas você não entende seus pais. Um dos mais marcantes clímax que possui a película, o reencontro do protagonista com seu pai em uma reunião simbólica para lembrar de jogadores de futebol do time do Torino que morreram em uma trágico acidente aéreo anos atrás. Já mais velhos e mais calejados pela vida, o desabafo do pai ao filho ao falar sem mistérios sobre sua mãe, é bastante emocionante e toda a emoção contida nessas fortes sequências mexem muito com quem possui fortes ligações com a família.


É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã. O filme é tão bem realizado que prepara o espectador para um gran finale repleto de sentimentos guardados e que precisavam escapar para que o protagonista seguisse em frente com sua vida. Lindos momentos, reflexões sobre sua vida. Nesse final de ano, sendo uma gota d'água ou um grão de areia, veja esse filme e corra para abraçar as pessoas que você ama.
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21/12/2016

Crítica do filme: 'Army of One'

Dos mesmos produtores do polêmico Borat, Army of One, que estreou nos Estados Unidos no final desse ano e ainda sem previsão para desembarcar no Brasil, é mais um daqueles filmes sem noção que hollywood produz com bastante quantidade faz anos, protagonizado pelo veterano ator ganhador do Oscar Nicolas Cage.  O filme, incrivelmente, é baseado em fatos reais e o roteiro foi baseado em um artigo homônimo publicado na revista GQ pelo jornalista Chris Heath. Toda a fábula criada e transformada em cinema é uma grande chatice, quase um presente de natal que nenhum cinéfilo quer ganhar. O projeto tem grandes chances de aparecer na lista de indicados do próximo Framboesa de Ouro.

Na trama, conhecemos o ingênuo e faz nada Gary Faulkner (Nicolas Cage) um ser humano muito louco que vaga pela vida buscando encontrar seu caminho. Quando começa a ver Deus (Russell Brand) em carne e osso, acaba recebendo uma missão: capturar Osama Bin Laden e fazer uma incrível viagem ao Paquistão para cumprir seus objetivos.  Somente com uma espada de samurai que compra a partir de um comercial de televisão no melhor estilo polishop, Faulkner viverá experiências diferentes e uma grande troca cultural durante seu trajeto.

Cheio de caras e bocas, escrachado, completamente sem noção. O protagonista é uma alma perturbada, desempregado, inconsequente que persegue um objetivo vindo diretamente de Deus na forma de Russel Brand. O roteiro assinado por Rajiv Joseph e Scott Rothman dá um monte de voltas e não chega a lugar nenhum, foca nas bizarrices de seu personagem principal e seus loucos diálogos com Deus e apresenta muito pouca profundidade na subtrama amorosa entre Faulkner e uma conhecida que se reaproxima dele Marci (Wendi McLendon-Covey). O projeto até tem momentos engraçados mas não consegue convencer como filme.


O arco inicial é extremamente chato. Nos arcos finais o filme se transforma em uma completa aventura desenfreada, com alguns momentos que fazem rir mas que flerta fortemente com o absurdo a todo instante, o que incomoda. Entrando em um filme atrás do outro, Nicolas Cage continua a transformar sua carreira em um grande Titanic.
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20/12/2016

Crítica do filme: 'Morgan'

O conforto pode ser um obstáculo para quem busca as verdades. Escrito pelo quase novato roteirista Seth W. Owen, e dirigido pelo estreante em longas metragem Luke Scott (filho de Ridley Scott, que produz o filme), o suspense com elementos de ficção científica Morgan é um filme que tenta se sustentar na psicologia das emoções para contar uma história que envolve pontos polêmicos embalados em tonas de sci-fi. Pena que o roteiro não se torna envolvente, sobrando apenas as razões da emoção da curiosidade para chegarmos até o fim do filme sem dormir.  O filme, analisando com profundidade, se assemelha em alguns pontos a produção A Experiência (1995).

Na trama, conhecemos brevemente a consultora do departamento de gestão de riscos de uma empresa de tecnologia Lee Weathers (Kate Mara) que foi designada a resolver um incidente em uma área de isolamento que toma conta de uma experiência. Desconfiando de tudo o que confronta em relação a ideias e modos de operação, Lee embarcará em uma jornada repleta de tensão e com muitas surpresas.

Mesmo tendo os ótimos Paul Giamatti e Toby Jones no elenco o filme não convence. O clima misterioso que usa da tecnologia para buscar uma personalidade sci fi não é explorado com profundidade deixando toda a trama muito confusa. O instinto de sobrevivência, a experiência que deu errado, a relação de todos os envolvidos nesse projeto, o filme tinha ótimas chances de agradar mas as peças desse quebra-cabeça não conseguem se conectar, é como que se em cada sequências faltasse alguma coisa para nos deixar interessado na trama.


O filme, que estreou em setembro nos cinemas norte americanos, deve chegar ao Brasil apenas em 2017. É uma produção pouco envolvente, cheio de falhas nas tentativas de se tornar um blockbuster ou pelo menos um filme convincente.
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